Publicado em 06/04/2011
Por: Helena Sthephanowitz, especial para a Rede Brasil Atual
Suspeitas envolvendo tucanos vai muito além das acusações contra Eduardo Azeredo (Foto: Jonas Pereira/Agência Senado - Arquivo)
A revista Época, das Organizações Globo, publicou matéria requentando o chamado "mensalão". A oposição disse querer que o STF e Ministério público apurem mais.
Ótimo que se apure. Do lado petista já viraram a vida do avesso de praticamente todo mundo, e dificilmente encontrarão algo novo. A hora é de comprar a briga e exigir também que apurem os tucanos com seus podres escondidos no armário, muito além do Eduardo Azeredo (PSDB/MG).
No governo FHC, antes do Azeredo em 1998, as agências de propaganda da qual Marcos Valério era sócio já atuavam com desenvoltura.
A agência DNA era contratada pelo Banco do Brasil desde março de 1994, ainda no governo Itamar Franco, e continuou atuando no banco durante os 8 anos do governo FHC.
A mesma agência também teve contratos com:
- o Ministério da Educação, a partir de novembro de 1995 até julho de 1996, na gestão do tucano Paulo Renato de Souza;
- o Ministério do Trabalho, desde setembro de 1996, quando Paulo Paiva era ministro e o atual governador tucano Antonio Anastasia era
secretário-executivo do ministério;
- Telemig, desde agosto de 1996, quando ainda era estatal, sob o comando do então ministro Sérgio Motta;
- o Ministério dos Esportes de FHC desde novembro de 1995;
- a Eletronorte desde maio de 2001, sob hierarquia do então senador do PFL, José Jorge;
A outra agência de publicidade envolvida, a SMPB, teve contratos no governo demo-tucano com:
- FUNDACENTRO, desde maio de 1997, sob hierarquia do Ministério do Trabalho, quando Antonio Anastasia era secretário-executivo.
- Ministério dos Esportes, desde setembro de 2001, quando o ministro era Carlos Melles (PFL/DEMos/MG);
- TELESP, desde março de 1996, quando ainda era estatal, sob o comando do então ministro Sérgio Motta;
- TELEMIG, desde agosto de 1996 (assim como a DNA), também ainda sob o
comando do então ministro Sérgio Motta;
Governos estaduais
Estas agências de Marcos Valério ainda atenderam os governos:
- do tucano Aécio Neves, em Minas;
- do tucano Marconi Perillo em Goiás;
- de Joaquim Roriz em Brasília;
Outros pontos obscuros:
A Telemig Celular e a Amazônia Celular, controladas por Daniel Dantas na época, injetou R$ 152 milhões nas agências de Marcos Valério. Para onde e para quem foi este dinheiro?
A SMP&B fez uma única doação oficial de campanha em 2002: R$ 4.000,00 para Aécio Neves (PSDB/MG). O valor oficial é relativamente baixo, mas o simbolismo da proximidade é alto.
A Visanet, tratada como sendo uma das fontes do mensalão, não era apenas do Banco do Brasil. O Bradesco era sócio majoritário.
O prédio onde funcionava as agências de publicidade eram da empresa de Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de José Serra e FHC.
Vários destes casos estão narrados na CPI dos Correios, mas cadê o Ministério Público Federal de São Paulo, para investigar para onde foi o dinheiro dado pela TELESP à SMPB? Bastaria quebrar o sigilo bancário da empresa no período anterior à privatização, que muito provavelmente voaria
penas para todos os lados.
Cadê o Ministério Público Federal de Minas para investigar para onde foi o dinheiro dado à SMP&B pelo ex-ministro dos esportes Carlos Melles, ligado à candidatura de Aécio Neves em 2002?
Matéria da revista se esforça para atacar Lula, Dilma e o PT, mas dá a entender que o relatório da PF está vazio de provas.
É esquisita a matéria da revista Época, porque disse ter acesso ao relatório final da polícia federal, mas só publicou 4 parágrafos que não acrescentam nada de relevante ao que já sabia, e o resto da matéria é interpretação do relatório por conta do autor da matéria, um jornalista da linhagam da revista Veja, Diego Escosteguy.
O texto de Escosteguy, no estilo dramalhão rebuscado de adjetivos e frases de efeito, assusta desavisados e serviu para pautar o resto do PIG (Partido da Imprensa Golpista). Mas se riscar da matéria todos os adjetivos, todas as frases de efeitos, o que sobra é a conclusão de que o relatório da PF está vazio de provas, porque o repórter não conseguiu encontrar um parágrafo sequer para destacar, que prove o que ele dramatiza no texto.
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