Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

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Bem-vindo ao blog do PT de Mosqueiro, aqui nós discutimos a organização e atuação do Partido dos Trabalhadores nas relações sociopolíticas e econômicas do Brasil e do Pará. Também debatemos temas gerais sobre política, economia, sociedade, cultura, meio ambiente, bem como temas irreverentes que ocorrem no Mundo, no Brasil, no Pará, mas em especial na "Moca". Obrigado por sua visita e volte sempre!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

O JUIZ, O PREFEITO TUCANO E O DOLEIRO DE SEMPRE

Quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

 

Antes, um aviso.
Longe de mim acusar o juiz Sergio Moro de qualquer coisa.
Não sou louco nem leviano.
Imagino que ele deva ser um magistrado sério e honesto. Assim como sua esposa também deve ser uma advogada proba e íntegra.
Só que fica cada vez mais difícil acreditar em sua imparcialidade.
Depois de descobrir que sua esposa é advogada do PSDB e da Shell, agora ficamos sabendo que o próprio Sergio Moro, ainda estagiário, também trabalhou para o partido.
Essa República do Paraná é mesmo uma grande família.
Ao final dos anos 90, ainda na era tucana, o prefeito do PSDB em Maringá (PR), Jairo Gianoto, roubava como se não houvesse amanhã.
Foi condenado diversas vezes. Ele e sua equipe.
Até o tributarista do prefeito, o dr. Irivaldo Joaquim de Souza, foi preso.
Adivinha quem era o doleiro usado pelo prefeito tucano para lavar o dinheiro desviado, calculado em mais de meio bilhão de reais pela justiça?
Sim, ele mesmo, o doleiro Alberto Youssef, que hoje delata o PT na operação Lava Jato, comandada pelo juiz Sergio Moro.
Youssef, um homem doente e com um passado de crimes, vive numa espécie de Guantanamo tupiniquim, rodeado de delegados, promotores e um juiz tucanos.
Eles só lhe dão esperanças de liberdade se delatar o PT.
A mesma situação de Paulo Roberto Costa, cuja família inteira foi torturada psicologicamente pela República do Paraná.
Ambos, Youssef e Costa, são bandidos manipulados e ameaçados pelos carceireiros da Guantanamo paranaense.
E pela mídia, claro.
Ah, adivinha quem era estagiário na firma do Dr. Souza, o tributarista cúmplice do prefeito tucano?
Sim, ele mesmo, o juiz Sergio Moro.
Um estagiário agradecido, que chegou inclusive a ser testemunha de defesa do Dr. Souza, quando este foi preso por crimes associados à corrupção da prefeitura do PSDB.
Outro nome envolvido até o pescoço nas tretas tucanas do Paraná é o senador Alvaro Dias, outro Catão da mídia.
O Brasil é ou não é uma maravilha?
À diferença da Veja, cujas matérias ficcionais vem embasadas em fontes anônimas e delação de bandidos, aqui a gente mostra as provas.
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(Cafezinho/247)

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Comissão da Câmara dos Deputados acompanhará investigações de chacina de Belém

 

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados acompanhará de perto as investigações da chacina que vitimou 10 pessoas em Belém (PA) entre a noite da terça-feira (4) e a madrugada de quarta-feira (5) passada. Os crimes foram cometidos em seis bairros da capital paraense após assassinato do policial militar Antônio Marcos da Silva Figueiredo.
Logo após a morte do cabo, começaram a circular pelas redes sociais relatos de policiais que convocaram grupos a vingar a morte do colega. De acordo com a polícia, ao menos seis mortes teriam características de execução.
O requerimento de envio de representantes da comissão foi apresentado pela deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) e aprovado por unanimidade ainda no dia 5 de novembro.
De acordo com o presidente da comissão, deputado Assis Miguel do Couto (PT-RS), a delegação seguirá para Belém na próxima sexta-feira (14). Ainda segundo ele, o pedido de informações ao governo do estado, onde ocorreu a chacina, foi encaminhado.
Couto explicou que a delegação entrevistará os órgãos públicos com interesses no caso e também as entidades da sociedade civil. O objetivo do trabalho é produzir relatório e contribuir com as investigações. “Queremos saber se o estado tem responsabilidade no caso. Há suspeitas de participação da polícia e tememos que isso continue”, afirma o deputado.
Para o vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, deputado Nilmário Miranda (PT-MG), o crime apresenta fortes “indícios de milícia de extermínio”. A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado encaminhou ao governo do Pará e à Procuradoria Geral de Justiça do estado solicitação de investigação e punição com rigor dos envolvidos nos crimes. Além disso, a comissão solicitou apoio às famílias das vítimas.
A presidente da comissão do Senado, Ana Rita (PT-ES), defende que a investigação seja feita de forma isenta e que todas as mortes, tanto do policial quanto das demais vítimas, devem ser apuradas. “Quem garante que entre os mortos na chacina estão os que assassinaram o policial militar? Mas colegas se acham no direito de matar sem apurar”, questiona a senadora.
Ana Rita vê com preocupação a suspeita da participação de policiais militares na chacina. “Não é possível a sociedade conviver com queimas de arquivo e autos de resistência seguidos de morte”, espata-se.
Por determinação do governo federal, o Conselho Nacional de Juventude e a Secretaria de Direitos Humanos também deverão acompanhar as investigações sobre a chacina. Além disso, a Anistia Internacional, a Ordem dos Advogados do Brasil e a Sociedade Paraense de Direitos Humanos também cobrarão respostas sobre o caso.
(Agência PT)

sábado, 8 de novembro de 2014

FRIAS ATACA: APÓS ELIANE, CAI RODRIGUES. FOLHA TREME

 

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Jornal da família Frias em crise; depois de demitir 25 jornalistas esta semana, destaque Fernando Rodrigues anuncia a própria saída; na véspera, colunista Eliane Cantanhêde confirmou pelo Twitter que está deixando publicação; "Foi bom enquanto durou"; em seu blog no UOL, Rodrigues igualmente não abriu os motivos para a sua saída, informando apenas ter encerrado sua "colaboração" após 27 anos no matutino; debandada começou quando, na reta final da eleição, estrela Xico Sá foi proibido de escrever em sua própria coluna que votaria em Dilma Rousseff; posicionamentos políticos individuais, economia de custos e mão pesada de Otavinho Frias se somam para emperrar rotativas; não dá para não notar que algo de muito estranho acontece no reino da alameda Barão de Limeira

 

247 – Um dia depois de a colunista Eliane Cantanhêde anunciar sua demissão da Folha de S. Paulo, foi a vez de Fernando Rodrigues, outro ícone do colunismo político. O jornalista, que estava há 27 anos no jornal da família Frias, oficializou na manhã desta sexta-feira 7 o que já se especulava nas redes sociais desde ontem. Leia abaixo o post publicado em seu blog no UOL:

Aviso aos navegantes

Fernando Rodrigues
07/11/2014 10:22

A partir desta sexta-feira (7.nov.2014), estarei aqui no UOL (onde já estava desde o ano 2000) e nos comentários matinais na JP (no ar desde 2006). Depois de 27 anos, encerrei minha colaboração no jornal "Folha de S.Paulo".

As demissões de destaques das páginas políticas da Folha, que trabalham há décadas na publicação, indicam crise mais aguda na mídia impressa. Em fase de corte de gastos, a Folha de S. Paulo demitiu 13 profissionais até a última quarta-feira 5, segundo o Portal Imprensa, que informou ainda que o jornal também realizou mudanças na redação. O pauteiro de "Poder", Claudio Augusto, atende agora o caderno "Cotidiano". De acordo com o Portal dos Jornalistas, cortes chegariam a 25 apenas nessa semana.

Entre os demitidos estão os repórteres Flávia Marreiro, ex-correspondente do jornal em Caracas, Eduardo Ohata, de "Esportes"; Ana Krepp, de "Cotidiano"; Lívia Scatena, de "Gastronomia"; Euclides Santos Mendes, Editor do "Painel do Leitor"; Samy Charanek, pauteiro de "Cotidiano"; Gislaine Gutierre, "Ilustrada"; e Thiago Guimarães, coordenador adjunto da Agência Folha. Para anunciar a demissão, a direção do jornal disse aos funcionários que os cortes foram realizados por motivações econômicas.

Ontem, Cantanhêde escreveu no Twitter: "Amigos do Twitter, aviso geral: amanhã eu não escrevo mais a coluna na Folha. Foi bom enquanto durou". Sua saída provocou reações bem contrastantes. Alguns comemoraram e até sugeriram que ela procurasse emprego na revista Veja ou, ironicamente, pedisse "recontagem" do tempo de serviço, numa alusão ao pedido do PSDB de auditoria da eleição deste ano. Outros lamentaram que a jornalista tenha deixado a Folha.

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Como fica alguém que, como eu, não gosta de estar sobre o muro?

 

Jean Wyllys: 5 razões para votar em Dilma no 2º turno

jean wyllys dilma aécio 2014

O deputado Jean Wyllys explicou o voto em Dilma e apontou inúmeros razões para não votar em Aécio (divulgação)

O deputado federal reeleito pelo PSOL do Rio de Janeiro, Jean Wyllys, declarou seu voto a presidente Dilma Rousseff em uma carta publicada no Facebook. Ele diz que o presidenciável tucano Aécio Neves representa o retrocesso. Leia a seguir:

Carta para além do muro (ou por que Dilma agora)

O muro não é meu lugar, definitivamente. Nunca gostei de muros, nem dos reais nem dos imaginários ou metafóricos. Sempre preferi as pontes ou as portas e janelas abertas, reais ou imaginárias. Estas representam a comunicação e, logo, o entendimento. Mas quando, infelizmente, no lugar delas se ergue um muro, não posso tentar me equilibrar sobre ele. O certo é avaliar com discernimento e escolher o lado do muro que está mais de acordo com o que se espera da vida. O correto é tomar posição; posicionar-se mesmo que a posição tomada não seja a ideal, mas a mais próxima disso. Jamais lavar as mãos como Pilatos — o que custou a execução de Jesus — nem sugerir dividir o bebê disputado por duas mães ao meio.

Sei que cada escolha é uma renúncia. E, por isso, estou preparado para os insultos e ataques dos que gostariam que eu fizesse escolha semelhante às suas.

Por respeito à democracia interna do meu partido, aguardei a deliberação da direção nacional para dividir, com vocês, minha posição sobre o segundo turno. E agora que o PSOL já se expressou, eu também o faço.

Antes de mais nada, quero dizer que estou muito feliz e orgulhoso pelo papel cumprido ao longo de toda a campanha por Luciana Genro. Jamais um/a candidato/a presidencial tinha assumido em todos os debates, entrevistas e discursos — e, sobretudo, no programa de governo apresentado — um compromisso tão claro com a defesa dos direitos humanos de todos e todas. Luciana foi a primeira candidata a falar as palavras “transfobia” e “homofobia” num debate presidencial, além de defender abertamente o casamento civil igualitário, a lei de identidade de gênero e a criminalização da homofobia nos termos em que eu mesmo a defendo; mas também foi a primeira a defender, sem eufemismos, as legalizações do aborto e da maconha como meios eficazes de reduzir a mortalidade da população pobre e negra, a taxação das grandes fortunas, a desmilitarização da polícia e outras pautas que considero fundamentais. O PSOL saiu da eleição fortalecido.

Agora, no segundo turno, a eleição é entre os dois candidatos que a população escolheu: Dilma Rousseff e Aécio Neves. E eu não vou fugir dessa escolha porque, embora tenha fortes críticas a ambos, acredito que existam diferenças importantes entre eles.

A candidatura de Aécio Neves – com o provável apoio de Marina Silva (e o já declarado apoio dos fundamentalistas MAL-AFAIA e pastor Everaldo; do ultra-reacionário Levy Fidélix; da quadrilha de difamadores fascistas que tem por sobrenome Bolsonaro e do PSB dos pastores obscurantistas Eurico e Isidoro) – representa um retrocesso: conservadorismo moral, política econômica ultra-liberal, menos políticas sociais e de inclusão, mais criminalização dos movimentos sociais, mais corrupção (sim, ao contrário do que sugere parte da imprensa, o PT é um partido menos enredado em esquemas de corrupção que o PSDB) e mais repressão à dissidência política e menos direitos civis.

Mesmo com todos as críticas que eu fiz, faço e continuarei fazendo aos governos do PT, a memória da época do tucanato me lembra o quanto tudo pode piorar. Por outro lado, Aécio representa uma coligação de partidos de ultra-direita, com uma base ainda mais conservadora que a do governo Dilma no parlamento. Esse alinhamento político-ideológico à direita entre Executivo e Legislativo é um perigo para a democracia!

Vocês que acompanham meus posicionamentos no Congresso, na imprensa e aqui sabem o quanto eu fui crítico, durante estes quatro anos, das claudicações e recuos do governo Dilma e do tipo de governabilidade que o PT construiu. Mas sabem também que eu tenho horror a esse anti-petismo de leitor da revista marrom, por seu conteúdo udenista, fundamentalista religioso, classista e ultra-liberal em matéria econômico-social. Considero-o uma ameaça às conquistas já feitas, que não são todas as que eu desejo, mas existem e são importantes, principalmente para os mais pobres. As manifestações de racismo e classismo que eu vi nos últimos dias nas redes sociais contra o povo nordestino, do qual faço parte como baiano radicado no Rio, mais ainda me horrorizam!

Por isso, avançando um pouco em relação à posição da direção nacional do PSOL, que declarou “Nenhum voto em Aécio”, eu declaro que, nesse segundo turno das eleições, eu voto em Dilma e a apóio, mesmo assegurando a vocês, desde já, que farei oposição à esquerda ao seu governo (logo, uma oposição pautada na justiça, na ética, nas minhas convicções e no republicanismo), apoiando aquilo que é coerente com as bandeiras que defendo e me opondo ao que considero contrário aos interesses da população em geral e daqueles que eu represento no Congresso, como sempre fiz.

VEJA TAMBÉM: PSOL libera militantes, mas desaconselha voto em Aécio Neves

Hoje, antes de dividir estas palavras com vocês, entrei em contato com a coordenação de campanha da presidenta Dilma para antecipar minha posição e cobrar, dela, um compromisso claro com agendas mínimas que são muito caras a mim e a tod@s @s que me confiaram seu voto.

E a presidenta Dilma, após argumentar que pouco avançou na garantia de direitos humanos de minorias porque, no primeiro mandato, teve de levar em conta o equilíbrio de forças em sua base e priorizar as políticas sociais mais urgentes, garantiu que, dessa vez, vai:

1. fazer todos os esforços que lhe cabem como presidenta para convencer sua base a criminalizar a homofobia em consonância com a defesa de um estado penal mínimo;

2. fazer todos os esforços que lhe cabem como presidenta para mobilizar sua base no Legislativo para legalizar algo que já é uma realidade jurídica: o casamento CIVIL igualitário. (Ela ressaltou, contudo, que vai tranquilizar os religiosos de que jamais fará qualquer ação no sentido de constranger igrejas a realizarem cerimônias de casamento; a presidenta deixou claro que seu compromisso é com a legalização do CASAMENTO CIVIL – aquele que pode ser dissolvido pelo divórcio – entre pessoas do mesmo sexo);

3. fazer maior investimento de recursos nas políticas de prevenção e tratamento das DSTs/AIDS, levando em conta as populações mais vulneráveis à doença;

4. dar maior atenção às reivindicações dos povos indígenas, conciliando o atendimento a essas reivindicações com o desenvolvimento sustentável;

5. e implementar o PNE – Plano Nacional de Educação – de modo a assegurar a todos e todas uma educação inclusiva de qualidade, sem discriminações às pessoas com deficiências físicas e cognitivas, LGBTs e adeptos de religiões minoritárias, como as religiões de matriz africana.

Por tudo isso, sobretudo por causa desse compromisso, eu voto em Dilma e apoio sua reeleição. Se ela não cumprir, serei o primeiro a cobrar junto a vocês!

sábado, 20 de setembro de 2014

“Marina, a candidata da mudança, em liquidação”

 

Com o título usado neste post, o Doutor e professor de Filosofia na Universidade Federal de Juiz de Fora, ao anunciar o seu desligamento do PSB, publicou artigo abaixo enumerando as “mudanças” de Marina Silva.

Na íntegra, texto do professor:

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Há um sentimento de mudança no ar. 12 anos de governo do PT desgastaram o partido na opinião pública. É natural. As contradições inevitáveis do exercício do poder, a relação com um congresso fisiológico, os interesses contrariados, os acordos inerentes à democracia, os escândalos. É mesmo surpreendente que chegue ao cabo desse período ainda como o partido de um quarto dos brasileiros e tendo o voto de metade deles.

Nesse cenário, surge a candidatura de Marina Silva, que encarna, sem sombra de dúvidas, a mudança, como provarei com os links abaixo. A começar pela mudança do cenário eleitoral. Depois de um suspeito desastre de avião (que alguns acreditam se tratar de assassinato), Marina assumiu o lugar de Eduardo Campos como a candidata do PSB à presidência.

O compromisso de Marina com a mudança não é recente. Ele já se deixava sentir quando ela mudou de religião há poucos anos, abandonando o catolicismo de opção pelos pobres e abraçando o fundamentalismo da Assembleia de Deus, que tem entre seus quadros Silas Malafaia eMarcos Feliciano, e acredita que discursos inflamados e emissões vocais desordenadas são manifestações do próprio Espírito de Deus.

Depois Marina mais uma vez mudou quando saiu do PT por ter sido preterida na disputa interna do partido pela candidatura à presidência. Desde então ela iniciou um processo de mudança de crenças políticas que a tornou uma opção para os grandes meios de comunicação, os bancos e a classe média alta.

Primeiro mudou-se para o PV, ganhou apoio do Itaú, finalmente concorreu à presidência, perdeu, mas não desanimou. Tentou mudar o então partido assumindo-lhe o controle, mas como não conseguiu, mudou de novo e tentou criar a Rede. Também não conseguiu apoio suficiente para criar um novo partido,e então mudou-se, de novo, para o PSB.

A ecologista aproveitou a mudança e mudou-se para um apartamento em São Paulo, de um fazendeiro do DEM.

Num golpe de sorte, também mudou de ideia na última hora e não embarcou com Eduardo no jato que o matou. Logo depois da tragédia, Marina mudou do papel de vice para o de viúva, declarando ter sido  consolada da morte de Campos pela própria esposa dele. Com a má repercussão da declaração, ela mudou de postura e apareceu sorridente em seu velório posando para fotos ao lado de seu caixão.

E a mudança não parou mais. Mudou o CNPJ da campanha para não ser responsabilizada pelas irregularidades do jato fantasma de sua campanha nem indenizar as famílias atingidas pela tragédia. A pacifista mudou seu compromisso da “Rede” que proibia os candidatos pela legenda de receber doações de indústrias de agrotóxicos, de armas e de bebidas, e compôs chapa com o deputado federal Beto Albuquerque, político integrante da “bancada da bala”, financiada pela indústria bélica. Ele também é financiado por fabricantes de bebidas e agrotóxicos.

E mais mudança veio com um programa de governo que contrariava toda a sua história.

Prometeu ao Brasil a volta da gestão econômica do PSDB. Mudou a sua posição contrária à independência do Banco Central para garantir o apoio dos bancos brasileiros.

Mais do que isso, prometeu mudar a legislação trabalhista promovendo a terceirização em massa, e prometeu acabar com a obrigatoriedade de função social de parte do crédito bancário,enterrando o crédito imobiliário. Mas isso não era mudança suficiente. Depois de quatro tuítes de Silas Malafaia  mudou a mudança do programa e se declarou contra o casamento gay.

Depois de um editorial do Globo, também mudou a sua posição sobre o pré-sal, que prometera abandonar, e depois, mudou a posição sobre a energia nuclear. Depois de uma vida de batalha contra os transgênicos, Marina, pressionada pelo agronegócio, também mudou e afirmou que sua posição histórica era uma “lenda”.

Mudou também sobre a transparência política. O ministro Palocci caiu por não revelar os nomes das empresas que contrataram seus serviços antes do governo. Mas ela hoje, candidata, se nega a dizer a origem de 1.6 milhões de seus rendimentos, e declarou um patrimônio de somente 135 mil reais ao TSE. Uma senadora da República.

Finalmente, na semana passada, Marina mudou sua opinião sobre a tortura, que antes considerava crime imprescritível, e passou a ser contrária a revisão da lei de anistia.

Dois dias depois, ganhou o apoio do Clube Militar. Marina muda tanto que acabou por declarar seu programa de governo todo em processo de revisão. Isso é realmente novo na política. Ela é a primeira candidata da história do Brasil que descumpre seu programa de governo antes de chegar ao poder.

Por tudo isso, não restam dúvidas que Marina é a candidata da mudança. Ela muda sem parar. Essa é sua “Nova Política”, uma mudança nova a cada dia. Não é possível acompanhar a labilidade de seu caráter ou de sua mente. Ou ela mente. Não importa. O que importa é que Marina representa a mudança, a mudança de um Brasil aberto e tolerante para um Brasil refém da intolerância fundamentalista, de um Brasil voltado para sanar sua dívida com seu povo pobre para um Brasil escravo de seus bancos, de um Brasil democrático para um Brasil mergulhado em crise institucional.

Por isso eu mudei também. Entrego essa semana meu pedido de desfiliação do PSB e cerro fileiras contra essa terrível mudança que ameaça nosso país. Não é possível submeter o Brasil a essa catástrofe. Marina Silva é uma alma em liquidação. Por um bom acordo eleitoral vende qualquer convicção. Mas aproveitem logo. Essa promoção é por tempo limitado.    (Gustavo Castañon é filiado ao PSB desde 2001. Doutor em Psicologia e professor de Filosofia na Universidade Federal de Juiz de Fora.)

sábado, 13 de setembro de 2014

Ibope e Vox Populi contrastam com Datafolha

 

Uma tendência é certa nas últimas pesquisas eleitorais: Marina Silva (PSB) está em queda, Dilma Rousseff (PT) em ascensão e Aécio Neves estagnado

O que traz incertezas quanto à consistência dos levantamentos são diferenças entre alguns institutos, acima da margem de erro. Duas pesquisas, uma do Vox Populi e outra do Datafolha, foram feitas exatamente nos mesmos dias, entre 8 e 9 deste mês, e encontraram alguns números contrastantes além das faixas de tolerância. Quem estaria certo?
O tira-teima foi outra pesquisa, do Ibope, contratada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada nesta sexta-feira (12). Foi encerrada no dia 8, data bem próxima das outras, e registrou uma tendência mais parecida com o Vox Populi, o que deixa o Datafolha em saia justa.
Como se vê na tabela, sobre o primeiro turno, as intenções de votos em Aécio estão idênticas (15%) nos três institutos. Em Dilma estão dentro da margem de erro (36% e 39%), mas no caso de Marina, o Vox Populi registrou 28%, enquanto o Datafolha 33% para a candidata do PSB. São 5 pontos de diferença, acima do limite da margem da erro, que é de 2,2 pontos no Vox Populi e 2% no Datafolha. O Ibope registrou 31%, intermediário entre os dois institutos, mas foi a campo na véspera das outras pesquisas. Logo, se a tendência era de queda de Marina e oscilação para cima de Dilma, tende a coincidir mais com a apuração do Vox Populi.
Outra divergência foi nos indecisos. O Vox Populi destoou com 13%, enquanto o Datafolha registrou 7% e o Ibope 5%.
Na sondagem de segundo turno, todos institutos registraram Dilma chegando ao empate técnico com Marina, mas com números diferentes. Dilma teve 41% no Vox Populi, 42% no Ibope e 43% no Datafolha, resultado idêntico dentro da margem de erro. Marina teve 42% no Vox Populi e 43% no Ibope, o que coloca os 47% no Datafolha em dúvida.
Apesar de alguns números divergirem acima da margem de erro, a diferença é pequena e pode de fato ocorrer dentro da probabilidade estatística.
Mas os números do Vox Populi e Ibope são ainda convergentes quando analisamos os votos inválidos e indecisos. No primeiro turno, o Vox Populi registra 7% de intenção de votos nulos/branco/ninguém. No segundo, esse número sobe para 10%. É um resultado esperado. Parte dos eleitores de Aécio Neves (PSDB) ou de Luciana Genro (Psol), por exemplo, pode dizer que anula o voto caso seu candidato não passe para o segundo turno. A mesma lógica acontece no Ibope. Nulos/Branco são 8% no primeiro turno e 10% no segundo. No caso do Datafolha, registram-se tanto no primeiro como segundo turno 6%. Possível, mas pouco provável.
O que mais coloca em dúvida a pesquisa do Datafolha são os números extremamente baixos de indecisos e nulos no segundo turno. Somados dão 10% em segundo turno, contra 17% do Vox Populi e 15% do Ibope.
Quando o candidato do PSB era Eduardo Campos, os votos nulos e indecisos eram maiores. Com a entrada de Marina Silva na disputa, ela capturou a maioria destes votos em um primeiro momento. Atraindo os holofotes para si, teve suas contradições expostas e passou a perder votos. É de se esperar que parte dos votos da “antipolítica”, que antes iria anular o voto, volte a fazê-lo.
E também é de se esperar que parte dos votos sem certeza que pendiam para Marina, migrem para outros candidatos à medida que o eleitor volúvel compare as propostas e conheça melhor a candidata. O que leva Marina a cair é ficar mais conhecida. Suas posições que agradam uns, desagradam outros. Inicialmente ambos viam nela a ideia de votar naquilo que julgavam se identificar, sem conhecê-la direito.
Quando Marina tenta neutralizar críticas de inexperiência, dizendo que foi vereadora, deputada, senadora duas vezes e ministra, essa longevidade política já espanta parte do eleitorado da chamada “nova política”. Marina não é tão novidade assim. Ela conviveu “com tudo isso que está aí” por mais de duas décadas ocupando cargos políticos.
Quando ela tenta neutralizar a falta de base de sustentação política, que levou à renúncia de Jânio Quadros e ao impeachment de Collor, dizendo que vai governar com todos os partidos, mesmo dizendo que com “os melhores”, o eleitor que gritava “sem partido” em junho de 2013, já não a vê como opção. E aquele consciente de que sem uma reforma política a governabilidade se faz obrigatoriamente com quem é eleito no Congresso Nacional, vê incapacidade ou falsidade.
Quando ela volta atrás no programa de governo depois de quatro tuitadas do Pastor Silas Malafaia, ela desagrada e perde a confiança de outros setores. Marina se complica tendo declarações do presente desmentidas por atos do passado, como na questão da votação na CPMF, dos transgênicos, do agronegócio, ou ao ter posição contraditória sobre o pré-sal, que ela trata como um mal que tem de ser aturado e combatido. Em vez de azucrinar o pré-sal brasileiro, deveria mirar no Canadá por extrair petróleo de areias betuminosas no Ártico, em um processo muito mais poluente.
Quando ela procura varrer para baixo do tapete o escândalo da compra por empresas laranjas do avião de campanha dela e de Eduardo Campos, perde a aura de paladina da ética. Também não combina com a tal “nova política” manter em segredo quem paga por suas palestras. Marina não é uma empresária que entrou na política. É uma política que virou empresária para se manter candidata desde 2010. Quer queira, quer não, o eleitor desconfiado sente cheiro de “velha política” quando políticos escondem de onde vem suas fontes de renda, mesmo em atividades privadas e mesmo que não tenha necessariamente nada ilegal. O próprio clima inquisicional criado na imprensa tradicional para fazer o eleitor odiar a política, em vez de reformá-la, estimula essa desconfiança. Clima este que a própria Marina estimulou.
Ela perde votos quando usa dois pesos e duas medidas no trato da corrupção. Uma medida para pré-condenar Dilma pelos atos de terceiros, no caso um ex-diretor da Petrobras, funcionário de carreira, e usa outra medida para pedir o benefício da dúvida para Eduardo Campos, supostamente envolvido pela delação premiada deste mesmo ex-diretor.
O eleitor fica com um pé atrás ao ver o excessivo vínculo ao banco Itaú, pela influência da banqueira Neca Setúbal, inclusive através de patrocínios financeiros para as atividades privadas da candidata. Piora o discurso de Marina repetir bordões lobistas do mercado financeiro, tal como ceder a propostas de independência do Banco Central.
Marina começou tentando agradar a todos, apelando para sentimentos que são unânimes tais como governar com os bons, ser a favor de tudo que é do bem, e um monte de simplismos que todo mundo, desde criança, concorda. Mas na hora de ser obrigada a deixar de discutir o sexo dos anjos, e se posicionar sobre problemas reais do Brasil, ela perde votos ou de um lado ou de outro. E ainda corre o risco de, ao tentar agradar a todos, não agradar ninguém.
Daí ser estranho o Datafolha ainda ostentar índices tão altos para Marina, como se ela ainda fosse unanimidade entre quem está contrariado com qualquer coisa que acontece no Brasil.
(Blog da Helena)

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Carimbó é Patrimônio Cultural do Brasil

Foto: Carlos Sodré

Hoje, em Brasília, o  Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional vai declarar o carimbó Patrimônio Cultural do Brasil. Desde as 6h, em Belém e em mais 22 municípios, de onde vão sair as caravanas com grupos e mestres envolvidos na campanha que durou mais de dez anos e resultou no processo junto ao IPHAN, o dia é de festa. A celebração começou cedinho na Feira do Ver-o-Peso, com uma alvorada de fogos e o carimbó de raiz do grupo Sancari, do bairro da Pedreira. Para a manifestação cultural são aguardados mais de 60 grupos de carimbó do arquipélago do Marajó e regiões do Salgado, Bragantina e Metropolitana de Belém, que vão se apresentar em um palco montado na Praça do Povo, do Centur. A programação é gratuita e vai se estender durante o dia inteiro, até às 20h.  

Tipicamente parauara, o carimbó foi declarado Patrimônio Cultural e Artístico do Estado pela Lei nº 7.345, passando a ser incluído nos calendários histórico, cultural, artístico e turístico do Pará. O pedido de registro junto ao IPHAN foi apresentado pela Irmandade de Carimbó de São Benedito e associações culturais Japiim, Raízes da Terra e Uirapuru. O Departamento de Patrimônio Imaterial do IPHAN e a superintendência do órgão no Pará conduziram o processo de registro e acompanharam as pesquisas para a identificação do carimbó em diversas regiões do Estado, entre 2008 e 2013. 

Agora, deverá ser estabelecida uma política federal de reconhecimento e valorização do carimbó, além da implementação de um plano de salvaguarda que assegure as condições de transmissão e reprodução do bem. O registro permite, também, acesso a recursos por meio de editais específicos de fomento às iniciativas de fortalecimento e divulgação dessa forma de expressão, dando maior visibilidade àqueles para os quais a vida cotidiana é indissociável do carimbó.

sábado, 6 de setembro de 2014

Marina Silva, a carranca e o estado laico

Socialista Morena - Esquerdismo Way Of Life

Marina Silva, a carranca e o estado laico

carranca

(A carranca do rio São Francisco no saguão do ministério da Cultura)

Não tenho medo da vitória de Marina Silva. O povo é sábio e soberano. O que ele decidir, será. Irei respeitar e torcer para que dê certo, porque o País é o mesmo. Mas não voto em Marina. Obviamente, como pessoa de esquerda, me preocupa uma possível guinada neoliberal no governo com sua chegada ao poder assessorada por economistas que seguem esta cartilha. Existe, porém, uma razão mais forte que me impede de votar nela. O projeto de Brasil de Marina não é o meu, mas não voto nela principalmente porque não sinto confiança de que governará, sendo evangélica da Assembleia de Deus, a partir da concepção de um estado laico, como promete.

Há uma história que circula no ministério da Cultura desde a época de Gilberto Gil que para mim é emblemática. Gil ganhara uma carranca de madeira, daquelas que ficam na proa dos barcos no rio São Francisco, e chamou Marina, sua colega de prédio e ministra do Meio Ambiente, para “inaugurar” a obra, no hall de entrada comum a ambos ministérios. As carrancas são utilizadas pelos pescadores do rio como adorno e com a crença de que espantam maus espíritos. Marina teria se recusado a participar da cerimônia dizendo que a obra representava o “diabo”. Teria inclusive pedido para que fosse retirada do saguão. Se foi assim que ocorreu, o episódio não abalou sua proximidade com Gil, porque ele vai votar na ex-colega para presidente.

Em outra versão da história, contada em reportagem da revista Época de maio de 2008, a própria Marina teria sido presenteada pelos prefeitos da região do rio São Francisco com a carranca e teria se negado a receber o regalo, que ficou coberto até o final da cerimônia. Na mesma reportagem, uma bióloga do ministério do Meio Ambiente conta que, com Marina Silva à frente da pasta, reuniões técnicas chegavam a ser interrompidas para a realização de cultos evangélicos. Seu assessor Pedro Ivo, um dos coordenadores da campanha de Marina atualmente, negou os cultos durante o expediente, mas admitiu que, na hora do almoço, “funcionários se juntavam para rezar nas salas de reunião” (leia aqui).

Marina não me assusta. Fundamentalistas, sim. Estamos assistindo atônitos, nos últimos anos, à forte investida deles contra as bandeiras progressistas: a descriminalização do aborto como questão de saúde pública, a defesa dos direitos dos cidadãos LGBTs, a descriminalização das drogas. No segundo turno da última eleição, em 2010, os fundamentalistas jogaram as trevas sobre nós ao acusar Dilma Rousseff de ser “abortista”, levando a campanha ao mais baixo nível da história.

Eleita Dilma, não lhe deram trégua: à base de ameaças e chantagens, conseguiram barrar um kit educativo anti-homofobia por eles batizado como “kit gay”. Depois, no Congresso, os fundamentalistas lançaram sobre a Nação a praga de projetos medievais como o da “cura gay” e o Estatuto do Nascituro, apelidado de “bolsa-estupro” por seus críticos, porque prevê o pagamento de uma pensão à mulher que, vítima de estupro, decidir não abortar.

Por que falo em “fundamentalistas” e não “evangélicos”? Porque existem evangélicos progressistas. Gente cristã de verdade, que segue na vida o preceito de amar ao próximo como a si mesmo, e não odiar, como pregam alguns destes pastores insanos. É preciso separar o joio do trigo, distinguir os fiéis destes falsos “servos do Senhor”, interessados apenas em poder e dinheiro. Tenho certeza que muitos evangélicos não os suportam e conseguem enxergar com clareza a falta de cristianismo em suas palavras.

Marina é evangélica, mas honestamente não acredito que seja fundamentalista. De qualquer maneira, a história da carranca me deixou com o pé atrás. Também me chama a atenção o fato de nunca ter visto Marina em uma só foto que seja junto a representantes das religiões de matriz africana, alvos frequentes da intolerância dos fundamentalistas, embora tenha participado de uma campanha presidencial inteira em 2010. Eduardo Campos, sim. Inclusive sancionou em 2012, quando governador, um projeto que tombou terreiros de candomblé em Pernambuco.

Nos últimos dias, tivemos a notícia de que a campanha de Marina Silva voltou atrás e apagou do seu programa de governo o trecho que defendia o casamento gay e justamente após um dos fundamentalistas mais fanáticos e repulsivos, o pastor Silas Malafaia, tê-la criticado no Twitter. Malafaia, aliás, declarou voto na candidata. Marina também ganhou a declaração de voto no segundo turno de outro pastor fundamentalista, o deputado federal Marco Feliciano, já defendido por ela como “vítima” de hostilidades por ser evangélico e não por ser o autor de frases de cunho homofóbico e racista.

Se, ameaçada por esta gente, a presidente Dilma Rousseff foi capaz de recuos em projetos importantes para a comunidade LGBT, como acreditar que, tendo eles a seu lado e professando do mesmo credo, Marina Silva não fará igual? Ou pior?

O fundamentalismo religioso e sua perseguição aos homossexuais, à esquerda e aos progressistas de maneira geral são a minha maior preocupação no Brasil hoje. Tenho falado constantemente sobre a importância de o PT aproveitar este momento histórico para se livrar deles, definitivamente até porque preferem Marina. E conquistar a simpatia dos evangélicos que pensam de maneira diferente, mais condizente com o mundo moderno do que com preceitos ultrapassados ou mal interpretados propositalmente por pastores manipuladores.

Se Marina ganhar, espero de todo coração que eu esteja errada e que ela saiba de fato diferenciar Estado de religião. Que consiga domar os fundamentalistas a seu redor. Que lute pela tolerância com os gays e os adeptos de religiões de matriz africana com tanto fervor quanto prega por tolerância em relação aos evangélicos. E que cumpra sua promessa de fazer o governo laico que eu, infelizmente, não acredito que seja capaz de fazer.

Publicado em 5 de setembro de 2014

Por Cynara Menezes

Criança Esperança, a "Bolsa Globo"

 

O programa de caridade é uma contradição diante da ferrenha oposição da organização a programas como o Bolsa Família.

Por Nirlando Beirão

 

Estevam Avelari / Globo

Criança Esperança

Estrelas ajudam no crowdfunding midiático

 

A campanha Criança Esperança chegou ao fim, mas você, se não o fez, ainda pode doar um dinheirinho para esse frenético jamboree de caridade midiática que – a Globo apregoa – beneficiará 48 mil crianças e adolescentes de todo o País.

A cada ano, a emissora dos irmãos Marinho – não confundir com as irmãs Marinho – convoca sua constelação de estrelas para, saltitantes, sorridentes, atiçarem as sensibilidades coronárias da relutante nação canarinho. A solidariedade via tevê produz um espetáculo convincente, tem o atributo de adormecer até avareza de banqueiro.

Não interessa à Globo se perguntar se é coerente promover um show beneficente, logo ela que, escorada nos califas do neoliberalismo, combate ferozmente iniciativas como o Bolsa Família, com o duvidoso argumento de que socorrer os miseráveis é condená-los ao perpétuo estado de miséria. Mania da Globo essa de querer ser monopolista em tudo, até no quesito solidariedade humana.

Dois fortíssimos candidatos aproveitaram o Criança Esperança para disputar o Oscar da hipocrisia filantrópica. O Faustão, que fez de seu auditório um palanque da pior política de botequim e anda iradíssimo com o paternalismo bolivariano do PT, sacou do microfone para dizer que o Criança Esperança é uma beleza. Correndo por fora, assumiu a condição de campeão do farisaismo o esponjoso Ney Matogrosso, aquele que disse à tevê de Portugal que as nordestinas engravidam freneticamente para usufruir dos benefícios da “bolsa miséria” da Dilma.

Ney subiu ao palco pela causa. Não parecia preocupado com o risco, por ele tão veemente denunciado, de que, agora com a Bolsa Globo, o Brasil venha a se converter num gigantesco berçário de indigentes.

registrado em: Criança Esperança, Rede Globo, Bolsa Família

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Desperdício e descaso

Desperdício e descaso

Quem é que vai pagar por isso? Quem é que vai se responsabilizar por esse desperdício do dinheiro público? Alguém será punido por mais esse crime contra os cofres públicos?
São perguntas que precisam de respostas urgentes porque o tal BRT foi transformado em uma pista expressa de alto risco para pedestres e ciclistas e nada indica que tão cedo será concluída, conforme exige o projeto original. De fato, era público e notório que os equipamentos da foto acima estavam nos pontos indicando que lá seriam paradas dos referidos ônibus do tal BRT. Retirados bruscamente e sem nenhuma satisfação à população a respeito disso tudo.

Essa informações, bastante oportunas para o contribuinte sentir-se ainda mais trouxa nas mãos do voraz/ladravaz D. Costa e do irresponsável Zenaldo Lorota Jr, que mandam, ou mandaram; e desmandam/desmandaram na coisa pública como se fosse de sua propriedade, foram extraídas do Blog do Parsifal, que por sua vez as pinçou do site 'Anonymous Pará', e penso ser obrigação estampá-las, em respeito à transparência que deve nortear o comportamento do administrador do bem público, infelizmente desrespeitado sistematicamente pelo ex e atual alcaide de Belém.

 

A delicada pista 2 do Elevado do Entroncamento

Não é por nada, não. Mas é a segunda vez que aquela tal pista 2, do elevado do Entroncamento, é fechada para sua manutenção. E olha que ela foi inaugurada em janeiro deste ano. Será que não seria mais seguro, mesmo significando desgaste político em tempos pré eleitorais, que a PMB viesse a público, antes que aconteça algo pior(toc, toc, toc), e esclarecesse o que, de fato, ocorre ali, pois parece até que a pista é cheia de lombadas?
Em determinados momentos, aquela pista conta com um tráfego pesado de carretas, ônibus e micro ônibus vindos de outros municípios da Região Metropolitana de Belém, obrigados a fazer o retorno por aquela pista, portanto, testes de carga constantes para aquela via, a demandar um cuidado que parece não ter havido a quando de sua pavimentação. Tomara que esse seja o derradeiro reparo, pelo menos este ano, e tudo fique resolvido.

 

SOS VER-O-PESO

A Prefeitura Municipal de Belém informa que, “os serviços de recuperação do muro de arrimo e do calçamento da área de estacionamento do Ver-o-Peso (Praça do Pescador), estão com o processo licitatório sendo finalizado. Após isso, as obras serão iniciadas”, a propósito de matéria publicada no Diário do Pará a respeito do comprometimento da estrutura daquela praça.
Infelizmente, nada é dito(talvez não tenha sido perguntado) sobre uma urgente, flagrante e desesperadora necessidade de recuperação de todo o complexo do Ver-O-Peso, vítima do descaso administrativo da dita cuja PMB, nos últimos dez anos. Com efeito, fez-se nesse período apenas aquelas lavagens festivas e insuficientes à manutenção do Veroca, após a reforma feita pelo então prefeito petista Edmilson Rodrigues que deixou nosso orgulho nos trinques.
A fiação elétrica entrou para o rol dos que fazem do nosso outrora Belocentro um paiol de pólvora guardado por fumantes inveterados; as lonas que cobrem as barracas, outrora brancas, agora guardam aquele tom cinza que denuncia o descaso no tratamento dispensado; a ocupação desordenada e a distribuição de mercadorias por qualquer cantinho do chão é outro fator a denunciar o jeito estúpido que a administração municipal dispensa ao local, enfim, só o encanto do boto mais sedutor da região parece segurar o encanto do Veroca como o mais charmoso ponto turístico de nossa cidade, pois, se fosse pelo desempenho de D. Costa e Zenaldo Jr, estaria fadado ao desaparecimento antes que nossa cidade entrasse para o rol das quatrocentonas.
Ainda resta um fio de esperança, principalmente a partir dessa reforma anunciada pra Praça do Pescador, mas isso demandará mobilização popular através de uma campanha que mostre à prefeitura que não basta perseguir trabalhadores do mercado informal, enquanto aquele rico patrimônio da cidade caminha para a destruição.

terça-feira, 29 de julho de 2014

JESUS SE ENVERGONHARIA DOS CRISTÃOS

 

Lelê  Teles

LELÊ TELES24 DE JULHO DE 2014 ÀS 18:53

Tenho visto ultimamente uma estranha e bisonha ligação entre os cristãos e o Estado de Israel. De certo porque muita gente confunde uma religião com uma nação, ou com uma etnia

Em primeiro lugar, se você reproduz o discurso da mídia velha de que há uma guerra entre Israel e a Palestina, pode passar ali no guichê e pegar o seu diploma de trouxa.

Guerra é o nome que se dá a um conflito entre nações, ou melhor, entre as forças armadas destas nações; matar mulheres, velhos e crianças é um massacre, não é guerra.

E se você acredita que os palestinos usam frágeis crianças como escudo, você subestima o poder de fogo de um fuzil e pode passar ali na recepção para pegar o seu crachá de midiota.

Fico pensando, o que seria usar crianças como escudo? Vou tentar construir uma imagem pra ver se funciona: o cabra do Hamas coloca um bebê no braço esquerdo, tipo Capitão América, e enfrenta as pesadas armas de fogo do poderoso exército israelense.

O bebê desvia as balas e o cabra do Hamas avança, faca nos dentes, estilingue na mão.

Hummm. Acho que não, hein.

Digamos que os caças israelenses despejam bombas em escolas e hospitais, onde estão escondidos os guerrilheiros do Hamas, sentindo o perigo, os malvados e espertos morenões se agacham e se protegem da demolição do edifício usando uma criança como escudo.

Hummm, cena bisonha essa.

Construa aí, diligente internauta, uma imagem satisfatória de um guerrilheiro usando uma frágil criança como um poderoso escudo.

Dito isso, digo mais.

Tenho visto ultimamente uma estranha e bisonha ligação entre os cristãos e o Estado de Israel. De certo porque muita gente confunde uma religião com uma nação, ou com uma etnia.

Parentes e amigos meus fazem visitas a Israel, a Terra Santa, e voltam de lá com a bandeira daquele país.

Com mil diabos.

Agora, por uma estupidificante associação, eles defendem o massacre dos sionistas imaginando que defendem os judeus, Deus, o judaísmo, ou sei lá o quê.

Mas sei que Jesus não iria gostar nada disso.

Israel pode até achar legal que católicos e evangélicos passem por lá e gastem com hotéis, restaurantes e bugigangas. Os recebem como a quaisquer turistas.

E depois, você sabe, os judeus têm por Cristo a mesma consideração que temos pela Mãe Diná.

Os judeus, quem não o sabe, preferiram Barrabás a Jesus.

Os sacerdotes judeus - essa é mole - foram os caras que entregaram o Mestre aos romanos para que o matassem.

Foi lá no pátio de Caifás que Pedro, flagrado pelo sotaque, teve que negar conhecer o Galileu, pois corria o risco de ter o mesmo fim.

Edir Macedo acaba de construir um templo magnífico, inspirado na megalomania de Salomão.

Gesto pouco cristão.

Foi nesse templo, que agora Macedo copia, que Cristo apareceu e, qual o primeiro rapa da história, expulsou os camelôs que faziam da casa de Deus um negócio. Igualzinho ao que faz hoje o nosso ingênuo e abnegado Edir.

Jesus só teve dois ataques de fúria, um contra a pobre de uma figueira magra e infértil; a outra, contra os camelôs, os mercadores da fé, os vendilhões do templo.

Com seus amiguinhos barbudos, Jesus chegou à porta do grande templo - magnífico templo - destruindo barraquinhas, tirando baraços do pescoço de ovelhas, libertando aves ao voo volátil e arrancando o cutelo das mãos de sangradores sanguinários; e fez mais, distribuiu pernadas, cabeçadas e rabos-de-arraia.

Jesus, o Cristo, caminhou entre judeus, mas foi para um oficial romano que ele afirmou nunca ter visto um homem de tanta fé.

Aos fariseus proto-sionistas ele disse: "serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?" Mateus 23:33

Algo similar disse o nosso decapitado João batista, o fundador do cristianismo: "dizia, pois, João à multidão que saía para ser batizada por ele: raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira que está para vir?" Lucas 3:7

E Jesus, caros cristãos, era contra o comportamento belicoso dos seguidores do Velho Testamento.

Não se esqueçam de que na noite de sua captura, o Mestre admoestou Pedro quando este sacou uma espada (prefiro não comentar este trecho) e golpeou um capataz do sumo sacerdote, arrancando-lhe a orelha.

O que mostra que Pedrão manuseava uma espada com destreza e maestria, mas Cristo preferia flores.

Pacifista, Jesus admoestou o apóstolo valente: "embainha a tua espada, Pedro, pois todos os que tomam a espada, morrerão à espada." Mateus 26:52

Atentai para este vaticínio.

E não nos esqueçamos nunca, Jesus imobilizou as mãos assassinas dos misóginos hebreus quando estes ameaçavam matar uma mulher a pedradas, como ensinou Moisés.

Matar uma mulher a pedradas.

A pedradas, filho do homem!

Jesus, meus queridos cristãos, ao contrário do que determina a lei judaica, trabalhou no sábado.

Os judeus, ao contrário do que possam pensar ingênuas criaturas, sequer consideram Jesus um profeta.

Portanto, pensem mais em Jesus do que na bandeira de Israel, assassinar quase 700 pessoas, a grande maioria desarmada, além de crianças, mulheres e idosos, é coisa dos filhos do Velho Testamento.

Quantas vezes eles não fizeram isso? Quantos relatos a Bíblia não nos dá de cidades inteiras sendo tomadas ao fio da espada?

Mas vocês são seguidores de Cristo e do Novo Testamento. Ali não há lugar para o ódio, a vingança e assassinatos; nem para muros que segregam povos.

E oh, 700 assassinatos é coisa pra fazer um bom cristão ficar indignado, ao invés de tentar justificá-los.

SOBRE O AUTOR
Lelê  Teles
Lelê Teles

Jornalista e publicitário. Roteirista do programa Estação Periferia (TV Brasil), apresentador do programa Coisa de Negro (Aperipê FM) e editor do blog FALA QUE EU DISCUTO

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Nos tempos dos privatas bons de bico

 

A verdade incontestável: O Brasil, aquele país que vivia na calçada do FMI pedindo esmola, mudou da água para o vinho e hoje o que diz e o que faz é matéria importante para a imprensa mundial. A Copa das Copas deu ainda mais visibilidade do sucesso crescente da nossa Pátria que influencia cada vez mais a comunidade internacional. São novos tempos que pouco a pouco enterram o 'País para poucos' e cada vez mais consolida o 'País para todos' e isso atiça a vingança da mídia familiar, pretensa dona do Brasil, que vê seus poderes serem colocados em xeque.
(Aposentado Invocado/via A Justiceira de Esquerda)

segunda-feira, 21 de julho de 2014

ARROCHO NEVES = BUSH JR

 

Bush Jr nunca trabalhou.
Arrocho Neves também não.
Bush Jr viveu do sobrenome.
Arrocho também.
Bush Jr andava no Palácio quando o Papai era presidente, e ninguém dava bola pra ele.
Arrocho também, quando Vovô mandava.
Bush foi viciado em bourbon.
Arrocho tem que enfrentar o tema da cocaína, na campanha de 2014, como exigiu seu dileto colega, Padim Pade Cerra, num artigo na Fel-lha.
Bush Jr governou o Estado do Texas, mas não fazia nada: só trabalhava à tarde e três dias por semana.
Arrocho governou Minas e sub-estabeleceu o Governo ao vice, Anastasia e à irmã, e vivia no Rio.
Quando faltou aos conservadores candidato à Presidência, uma operação de marketing construiu Bush Jr.
Arrocho também.
Bush Jr demonstrou que não entendia os programas de Governo: nomeava ministros que defendiam ideias contrárias às (poucas) dele, como foi o caso do Ministro da Fazenda.
Da Fazenda !
Arrocho já demonstrou que não entende de Mais Médicos, como disse a Dilma, nem das regras do Bolsa Família, como demonstra o Janio de Freitas, hoje, 20, na Fel-lha – ou seja, ignora os fundamentos daquilo que mais ataca e quer destruir.
Bush Jr era um instrumento dos neolibelês e dos beligerantes, os neocons, como o vice, Dick Cheney.
Arrocho não tem uma única ideia original na cabeça, a não ser , provavelmente,construir um aeroporto pro Titio, e, eleito, seria um instrumento dos mesmos neolibelês americanos, como Armínio Naufraga, instalados no pensamento dos tucanos, através de seu Líder Máximo, o Príncipe da Privataria, e do PiG.
(Quando disse que a Carta Capital apoia a Dilma, Mino Carta demonstrou que Arrocho e Dudu farão o papel de títeres da Direita.)
O Governo Bush levou o Império Americano à derrota militar e à ruína econômica.
Ainda bem que Aécio só ganha no Datafalha e segundo a Quenedy da CBN.
(Paulo Henrique Amorim)

sexta-feira, 18 de julho de 2014

EVENTO FESTIVO: COMEMORANDO O DIA DO ROCK

domingo, 13 de julho de 2014

EVENTO FESTIVO: COMEMORANDO O DIA DO ROCK

Embora antecipado – em virtude da final da Copa do Mundo – aconteceu, ontem, na Ilha do Mosqueiro, o Festival que, anualmente, comemora o Dia Mundial do Rock (13 de julho). Várias bandas compareceram à Praia do Bispo e participaram do evento promovido pelo Empata’s Phoda’s Bar, que reuniu, na tarde/noite do sábado, muitos simpatizantes desse gênero musical.

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EVENTO FESTIVO: FESTIVAL ROCK 13

No dia 13, domingo, comemora-se o Dia Mundial do Rock. Na Ilha do Mosqueiro, a data é festejada anualmente, no Empata’s Phoda’s Bar, na Praia do Bispo. No entanto, este ano, em virtude da final da Copa do Mundo – na qual se esperava a presença da Seleção Brasileira – a organização do evento antecipou a realização do festival de rock para o dia 12 de julho, das 12 às 22h. Venha para a Ilha e participe da programação!

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Postado por Claudionor Wanzeller

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Ex-jogadores comentaristas destruíram o jornalismo esportivo

 

joao saldanha Ex jogadores comentaristas destruíram o jornalismo esportivo

João Saldanha faz falta

Houve um tempo, dizem os anciões do templo do futebol, em que comentaristas eram pessoas esclarecidas que se preparavam para exercer esse papel (coadjuvante, mas fundamental) no programa de auditório que sempre foi o jornalismo esportivo. Hoje em dia, não. Qualquer ex-jogador aventureiro lança mão de um bico, a ponto de estarmos assistindo à uma invasão bárbara dessa espécie de parasita desocupado.

Os amantes do esporte deveriam quebrar agências bancárias e incendiar concessionárias de carros de luxo em protesto contra essa indecência. Com a advento das TVs a cabo, então, perdeu-se qualquer pudor ou senso de ridículo. Tem lugar pra qualquer um. Até argentinos e colombianos foram convocados para a pelada. Alguém entende o que Sorín, Louco Abreu ou Rincón dizem, além de palavrões pronunciados ao vivo? Não que faça diferença. Mas.

Nos canais abertos, estávamos expostos a Neto e seu português primitivo, a Denilson ou Edmundo e suas observações inúteis, ao Casagrande (que às vezes faz voz de bêbado, às vezes de vítima de AVC), ao sonolento Caio Ribeiro e outros aposentados que não souberam guardar dinheiro. O Ronaldo? Será que ele ainda está com vergonha da Copa? Deixa pra lá.

Junto com o Mundial da Fifa, veio um tsunami dessas figuras que não constam em nenhum álbum. As emissoras devem ter localizado essa turma pesquisando no site do INSS. Roger, Belletti, Juninho Pernambucano, Ricardo Rocha, Edinho, Roberto Carlos e uma legião de ex-atletas que mal sabiam amarrar os cadarços da chuteira na grande área. Constrangedor. Um porre. Pelo menos desistiram do Pelé.

Para sermos justos, há um jogador que foi espetacular e continua dando um show de bola. Exatamente: Tostão. Esse cara é uma estrela solitária, um diamante, um rei. Não dá para servir como referência, simplesmente porque é único. Vida longa.

Não querendo ser saudosista, faz falta os grandes mestres do jornalismo esportivo, aqueles que abriram as portas para essa geração de parasitas. Mas é jogo jogado. Esse tempo não voltará, não há mais inteligência disponível para exercer essa função. É um Juca Kfouri aqui, um José Trajano acolá. E acabou. Nunca mais João Saldanha. Nunca mais Nelson Rodrigues. Nunca mais?

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Repostando do Blog do Professor Yúdice

Exercícios mentais trágicos

Imagine a seguinte situação: em um dia qualquer, você sai de casa e sofre um acidente de trânsito ou então um assalto no qual é baleado. Como consequência, fica tetraplégico. Horrível de pensar, não? Mas existe solução? Pelo visto, existe sim: basta a seleção brasileira de futebol jogar e o Neymar fazer um gol. Aliás, segundo a imprensa, um golaço!
Ato contínuo, você se erguerá da cadeira de rodas e andará.
O brasileiro aí da foto se chama Miguel Ângelo Laporta Nicolelis, um médico e neurocientista paulista de 53 anos. Na década passada, foi apontado pela revista Scientific American como um dos 20 maiores cientistas do mundo. Premiado e reconhecido internacionalmente, lidera uma pesquisa da Universidade Duke (Durham, Estados Unidos), na área de fisiologia de órgãos e sistemas, que pretende permitir ao cérebro comandar próteses e, assim, permitir o movimento controlado e consciente a pessoas dotadas de deficiências físicas.
Segundo o seu currículo Lattes: "Atualmente é professor titular do Departamento de Neurobiologia e Co-Diretor do Centro de Neuroengenharia da Duke University (EUA), professor do Instituto Cérebro e Mente da Escola Politécnica Federal de Lausanne (Suíça) e Presidente do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN-ELS). Tem experiência na área de Fisiologia, com ênfase em Neurofisiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: informática médica, eletrofisiologia, sistemas sensoriais, sistema somestésico e próteses neurológicas."
Nicolelis deveria ser a melhor coisa da copa da FIFA no Brasil. Em minha opinião, a única coisa boa. Foi anunciado com anos de antecedência que, se tudo desse certo, na abertura do evento um paciente com deficiência usaria um exoesqueleto para chutar uma bola. Seria o primeiro chute da copa, uma demonstração dos méritos da ciência brasileira.

O chute aconteceu, no último dia 12. O voluntário Juliano Pinto, de 29 anos, usou o exoesqueleto. Mas a Globo, emissora oficial dos jogos, exibiu a cena por apenas 7 segundos, porque preferiu mostrar o ônibus da seleção brasileira chegando ao estádio. Sintomático. Pressionada nas redes sociais, a Globo culpou a FIFA pela escolha, omitindo o fato de possuir cinco câmeras exclusivas, fato de que se ufanou publicamente por muito tempo.
Assim, o cientista Nicolelis foi parar na fogueira da insanidade brasileira. A atual copa é menos um evento esportivo do que mais um capítulo na interminável, grosseira e burra guerra de pseudoideologias políticas e sociais em que estamos chafurdados. Você odeia o PT, então não pode elogiar a copa e, com isso, até uma pesquisa científica da maior relevância se tornou alvo de chacotas.
"Ideólogos" oficiais e mais conhecidos dos setores mais deprimentes da sociedade brasileira, Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo tripudiaram do cientista que, felizmente, não deixou por menos e respondeu à altura (veja aqui). Mas ele não merecia ter seu nome sequer pronunciado por esses dois beócios. Para minorar um pouco os nossos pecados, este foi um caso em que mesmo a imprensa, deslumbrada e mal intencionada, sentiu que não podia ficar do lado dos maus: foi obrigada a valorizar Nicolelis e seu trabalho. Isso é um alento, sem dúvida, mesmo que amanhã somente os especialmente interessados no tema se recordem de seu nome. O restante do povo estará injetando a tabela da copa na veia.
Entusiasta da ciência, sou fã de Nicolelis, ainda que lamentando que a brasilidade de sua pesquisa dependa de políticas públicas e recursos estrangeiros, como sempre. Mas ela existe e traz o nome do Brasil na frente. Para iluminar os caminhos de quem pode vir a ser o futuro da ciência brasileira, se chegar o dia em que ela, enfim, seja levada a sério.
Até lá, os gritos de gol serão dados das cadeiras de rodas e leitos de hospital, como hoje em dia.

A culpa é de Yúdice Andrade às 00:17:00

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Justiça suspende direitos políticos do ex-prefeito de Belém

16/06/2014 12h15 - Atualizado em 16/06/2014 12h46

Justiça suspende direitos políticos do ex-prefeito de Belém

Duciomar Costa foi punido por improbidade administrativa em 2005.
Ele foi multado em R$ 651 mil e está proibido de fazer contratos.

Do G1 PA

Prefeito de Belém pode pagar multa por irregularidades no BRT (Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Hoje)

Duciomar foi prefeito de Belém entre os anos de 2005
e 2012. (Foto: Oswaldo Forte/Amazônia Jornal)

O ex-prefeito de Belém, Duciomar Costa, teve os direitos políticos suspensos pela Justiça Federal por irregularidades na tentativa de compra de um hospital no ano de 2005. Ele foi condenado a pagamento de multa de R$ 651 mil e está proibido de fazer contratos com o poder público por cinco anos. Costa ainda pode recorrer.

Na decisão, divulgada pelo Ministério Público Federal (MPF/PA) nesta segunda-feira (16), o juiz federal autor da sentença, Rafael Lima da Costa, acredita que o modo como foi feita a compra do hospital, compra cancelada por determinação judicial, “demonstra o nítido propósito de burlar as regras constitucionais e legais estabelecidas, em prejuízo do próprio serviço público de saúde e em benefício indevido de particulares”.

saiba mais

A ação por improbidade foi levada à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2008. O MPF apontou diversas irregularidades na aplicação de recursos públicos federais pela prefeitura.

De acordo com o MPF, a compra não foi previamente aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde, houve dispensa indevida de licitação, preços superfaturados, e tentativa de fraudar restrições legais que impedem o poder público de fazer contratos com entidades privadas em dívida com o Estado.

Duciomar Costa foi prefeito de Belém entre os anos de 2005 e 2012. Durante seu último mandato foi iniciada a construção do BRT (Bus Rapid Transit), um modelo de ônibus expresso que seria uma alternativa para o transporte público na capital. A obra não foi concluída na gestão de Duciomar.

O G1 tenta contato com o advogado de Duciomar Costa, mas ele ainda não foi localizado.

domingo, 8 de junho de 2014

Economist: hegemonia da Globo não tem comparação no mundo!

 

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Essa matéria da Economist faz algumas comparações arrepiantes entre o tamanho da Globo no Brasil e o tamanho das principais TVs norte-americanas.
Arrepiante por duas razões: 1) eu, que escrevo há anos sobre mídia, nunca tive acesso a essa informação; 2) agora temos noção melhor do papel nocivo da Globo na democracia brasileira.
A parte da reportagem que mais me interessou, como eu disse acima, foi a comparação entre Brasil e EUA, feita nos dois primeiros parágrafos. Eu mesmo traduzo:
Quando a Copa do Mundo começar no dia 12 de junho, dezenas de milhões de brasileiros irão assistir às festas na TV Globo, o principal canal aberto da televisão do país. Mas para a Globo será apenas mais um dia de grande audiência. Não menos que 91 milhões de pessoas, pouco menos da metade da população, passa pelo canal durante o dia: o tipo de audiência que, nos EUA, acontece apenas uma vez ao ano, e apenas para o canal que ganha o direito, naquele ano, de exibir o Super Bowl, o jogo dos campeões do futebol americano.
A Globo é certamente a empresa mais poderosa do Brasil, dado o seu alcance em tantos lares. O seu concorrente mais próximo, a Record, tem uma audiência de apenas 13%. O canal de TV mais popular dos Estados Unidos, a CBS, tem apenas 12% da audiência durante o horário nobre, e seus principais concorrentes oscilam em torno de 8%.
(…)
Em outro trecho da matéria, comenta-se o poder da Globo de moldar comportamentos no Brasil. “Seus programas também moldam a cultura nacional”. Não é assustador que esse poder fique concentrado em mãos de uma só empresa, de uma empresa que, por sua vez, consolidou-se na ditadura e que uma postura fortemente partidária e ideologizada?
A revista comenta que, em outros países latino-americanos, como na Argentina e no México, os governos estão combatendo o excesso de poder da mídia, mas o “governo brasileiro é mais dócil em relação aos proprietários de mídia”.
Repare que a Economist faz qualquer reparo “antibolivariano”, tanto que ela toma o cuidado de citar um governo de esquerda (Argentina) e um de direita (México).
E aí, Dilma, agora entende porque precisamos de uma lei para dar fim a esse monopólio? A hegemonia da Globo já está causando estranheza internacional!
O mundo está olhando mais para nosso país e uma das coisas que o tem surpreendido negativamente é a concentração midiática, que é uma faceta de nosso atraso cultural e político.
Afinal, queremos ou não ser um país democrático?
(Tijolaço)

domingo, 25 de maio de 2014

Do peleguismo à delinqüência

ALBERTO DINES 23 MAI 2014 - 19:49

 

A paralisação dos ônibus na última terça-feira confirmou as suspeitas de infiltração da grande delinquência nas manifestações promovidas pelos movimentos sociais

 

O Brasil ofereceu na última terça-feira, em São Paulo, importante contribuição para o descrédito do sindicalismo como instrumento de defesa dos direitos dos trabalhadores, quando uma facção da agremiação que reúne motoristas e cobradores de ônibus urbanos, numa operação de guerrilha, organizou uma greve-surpresa, trancou o trânsito na hora do rush e durante os dois dias seguintes estabeleceu o caos na maior metrópole do país.

A operação comprometeu seriamente a imagem de um sindicato (cujo histórico não é dos mais decentes) e que, na véspera, fechara um acordo com o patronato. Afetou drasticamente a vida de um milhão de trabalhadores de outros sindicatos impedidos de cumprir suas obrigações e prejudicou a sociedade ao descumprir a lei que determina que nas paralisações no serviço público seja garantido um funcionamento mínimo à população.

Mais grave: confirmou as suspeitas de infiltração da grande delinquência nas manifestações promovidas pelos movimentos sociais. Os agitadores retiraram as chaves dos ônibus nas garagens impedindo sua utilização, abandonaram alguns com pneus furados em importantes cruzamentos no perímetro central e depredaram mais de cem coletivos.

As autoridades atônitas denunciam a sabotagem, mas na véspera de um evento mundial com as dimensões da Copa do Mundo acautelam-se e procuram evitar um aumento das tensões com a entrada em cena das grandes centrais ávidas para incrementar a sua influência política. As polícias, por sua vez, mantêm a tática de minimizar a infiltração das facções criminosas imaginando com esse faz-de-conta que pode ocultar da população o poder crescente do crime organizado na vida nacional.

O sindicalismo moderno tem as suas origens na Revolução Industrial no final do século 18 e suas primeiras ações dirigiram-se contra as máquinas que ofereciam aos patrões a oportunidade de diminuir postos de trabalho e impor baixa remuneração. Marx e Engels lembraram em meados do século 19 que o proletariado deveria unir-se para obter melhores condições: o inimigo não era a máquina, mas aqueles que as empregavam para fomentar a desunião.

Nos anos 20 e 30 do século passado, o fascista Benito Mussolini adotou a “Carta del Lavoro” que serviu de inspiração a inúmeros governos autoritários, inclusive o “Estado Novo” implantado por Getúlio Vargas em 1937. Os sindicatos mudaram meta e táticas: o objetivo passou a ser o fortalecimento do Estado e não a melhoria das condições de vida e trabalho. O sindicalismo chapa-branca estimulado por Vargas apelidado de “pelego” (a pesada manta colocada entre os arreios e a pele dos cavalos para amenizar os efeitos do trote) foi igualmente utilizado na ditadura militar para oferecer uma base de apoio popular a um governo discricionário.

Quem liquidou o peleguismo foi o líder Luis Inácio Lula da Silva a partir das greves no ABC, São Paulo, nos fins dos anos 70 com o saneamento dos sindicatos, especialmente os de metalúrgicos, reconduzidos ao caminho original de lutar por melhores condições sociais e políticas.

Três décadas depois, é preciso que os seguidores de Lula não permitam a substituição dos pelegos por malfeitores. Há indícios de que alguns militantes estão deixando os escrúpulos de lado para obter apoios em esferas próximas ao crime organizado. A proximidade das eleições justificaria a jogada. É insanidade.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Dez perguntas e respostas para entender a compra de Pasadena.

 

1 – Qual foi o objetivo da compra da refinaria de Pasadena?O propósito da Petrobras era capturar as altas margens do petróleo processado nos Estados Unidos na época. Como o petróleo proveniente do campo de Marlim era pesado e valia menos, era necessário processá-lo em uma refinaria mais complexa. Assim, após o refino tradicional, seria possível transformar os derivados pesados em produtos mais leves e mais valorizados.

Foi realizado um mapeamento de oportunidades nos Estados Unidos e duas consultorias de renome apontaram efetivas oportunidades de operação no Golfo do México. Essas informações indicavam a viabilidade da compra da refinaria de Pasadena. Logo em seguida, a planta deveria ser modernizada e ampliada para processar o petróleo de Marlim.

2 – Quanto a Petrobras pagou pela refinaria?
Foram desembolsados US$ 554 milhões com a compra de 100% das ações da PRSI-Refinaria e US$ 341 milhões por 100% das quotas da companhia de trading (comercializadora de petróleo e derivados), totalizando US$ 895 milhões.
Adicionalmente, houve o gasto de US$ 354 milhões com juros, empréstimos e garantias, despesas legais e complemento do acordo com a Astra. Desta forma, o total desembolsado com o negócio Pasadena foi de US$ 1,249 bilhão.
3 – Qual foi o preço pago pela Astra pela refinaria?
A Comissão de Apuração Interna, instaurada em março pela companhia, apurou que a Astra não desembolsou apenas US$ 42,5 milhões pela compra da refinaria. Este suposto valor, a propósito, nunca foi apresentado pela Petrobras.
Até o momento, análises da Petrobras indicam que a Astra desembolsou pelo conjunto de Pasadena aproximadamente US$ 360 milhões. Deste valor, US$ 248 milhões foram pagos à proprietária anterior (Crown) e US$ 112 milhões correspondem a investimentos realizados antes da venda à Petrobras.
Cabe destacar que a operação não envolvia apenas a compra da refinaria, mas sim um negócio bem mais amplo e diversificado. A unidade industrial de refino era parte menor de um complexo empreendimento que envolvia, também, um grande parque de armazenamento, estoques nos tanques, contratos de comercialização com clientes e contratos com a infraestrutura de acessos e escoamento. Envolvia, ainda, conhecimentos sobre o mercado e demais competências para operar no mercado norte-americano, em uma das zonas mais atrativas dos Estados Unidos.
4 - Afinal, a compra foi um bom ou um mau negócio?
Na época da compra, o negócio era muito vantajoso para a Petrobras, considerando as altas margens de refino vigentes e a oportunidade de processar o petróleo pesado do campo de Marlim no exterior e transformá-lo em derivados (produtos de maior valor agregado) para venda no mercado americano.
Posteriormente, houve diversas alterações no cenário econômico e do mercado de petróleo, tanto brasileiro quanto mundial. A crise econômica de 2008 levou à redução do consumo de derivados e, consequentemente, à queda das margens de refino. Além disso, houve a descoberta do pré-sal, anunciada em 2007. Assim, o negócio originalmente concebido transformou-se em um empreendimento de baixo retorno sobre o capital investido.
5 – Como a compra da refinaria foi aprovada?
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou em 2006 a compra de 50% de participação em Pasadena, pelo valor de US$ 359 milhões. A operação estava alinhada ao planejamento estratégico vigente, que determinava a expansão internacional da Petrobras, contribuindo para o aumento da comercialização de petróleo e derivados produzidos pela companhia.
6 – As cláusulas “Put Option” e “Marlim” estavam no resumo executivo?
O resumo executivo originado pelo Diretor da Área Internacional e apresentado ao Conselho de Administração sobre a compra da refinaria de Pasadena não citava as cláusulas de “Marlim” e “Put Option”, nem suas condições e preço de exercício.
7 – Por que a Petrobras comprou os outros 50% da refinaria?
A partir de 2007, houve desentendimentos entre a Petrobras e a Astra em relação à gestão e ao projeto de expansão da refinaria. Em dezembro daquele ano, a Astra enviou à Diretoria Internacional da Petrobras uma carta de intenções para a venda dos outros 50%. Em março de 2008, a Diretoria da Petrobras apreciou e submeteu a proposta de compra ao Conselho de Administração, que não a autorizou. A Astra exerceu sua opção de venda (“Put Option”) e a Petrobras assumiu o controle da integralidade da refinaria ainda em 2008, após disputa judicial. Em 2012, tomando por base laudo arbitral confirmado judicialmente, houve uma negociação final entre as partes, considerada completa e definitiva.
8 – Qual foi a razão do desentendimento entre Astra e Petrobras?
A Astra não concordou em fazer investimentos na ampliação e modernização do parque de refino. A intenção era ampliar a capacidade de Pasadena para 200 mil barris por dia, que era a solução desejada pela Petrobras e que se mostrava mais interessante para processar o petróleo de Marlim.
9 – Qual é a situação atual da refinaria?
A refinaria, que tem capacidade de refino de 100 mil barris por dia, está em plena atividade, opera com segurança e vem dando resultado positivo este ano. A unidade tem localização privilegiada, num dos principais centros de petróleo e derivados dos Estados Unidos. Opera com petróleo leve, disponível nos Estados Unidos a partir do crescimento da produção local de óleo não-convencional (tight oil).
A Petrobras já recebeu propostas pela compra de Pasadena, mas decidiu manter a refinaria fora do pacote de desinvestimentos até que sejam concluídas as investigações em curso. Só então decidirá o que fazer, considerando as condições do mercado.
10 – Como o caso está sendo apurado na Petrobras?
No dia 24 de março, foi instaurada uma Comissão Interna de Apuração na Petrobras sobre a aquisição da refinaria de Pasadena para esclarecer todas as questões que vêm sendo discutidas na sociedade. Além disso, a companhia é fiscalizada e colabora com os órgãos de controle como o TCU, a CGU e o Ministério Público. Desde novembro de 2012, foram respondidas 16 solicitações do TCU e cinco da CGU sobre Pasadena.
(Petrobras- Fatos e Dados/via 007BONDeblog)

quinta-feira, 1 de maio de 2014

A realidade aqui, não está como lá!

 

“Aumento do desemprego, redução de salários, corte em aposentadorias e pensões, redução em investimentos sociais”. Essas manchetes não são da realidade brasileira atual, nem são do "famigerado e desastrado" governo do FHC (1995-2002). São manchetes da realidade de países da União Européia: Espanha, Portugal, Grécia, França, Inglaterra e outros. E ainda tem coxinha e ultra-esquerdista tentando disseminar a ideia de que o Brasil está a beira de um colapso econômico e social! Xô Urubus do Ver-o-Pêso!

PELO MUNDO

Sindicatos contestam medidas de austeridade da União Europeia

Na Espanha, onde desocupação afeta 6 milhões de trabalhadores, centrais realizam protestos em 70 cidades. Na Alemanha, milhares vão às ruas com mote 'Um bom trabalho. Uma Europa social'

por Redação RBA publicado 01/05/2014 12:21, última modificação 01/05/2014 14:49

Espanha

Desemprego na Espanha foi de 7,9% a 25,9% em sete anos

São Paulo – As centrais sindicais espanholas CCOO e UGT realizarma nesta quinta-feira manifestações em cercad e 70 cidades para celebrar o 1º de Maio com o mote “Sem emprego de qualidade não há recuperação”. Os sindicalistas condenam as medidas de austeridade que vêm sendo adotadas pelo governo desde o estouro da crise de 2009. Cortes de gastos sociais , contenção de políticas públicas, adoção de medidas recessivas que contêm o crescimento têm sido as exigências da Comissão Europeia para assegurar empréstimos aos países endividados.

A redução da taxa de desemprego no país de 27% para 25,9%, comemorada pelo governo, é contestada pelas centrais – “estamos diante de um imensa operação de propaganda”, alertou o secretário-geral da CCOO, Ignacio Fernández Toxo ao final da manifestação na cidade de Bilbao. Há sete anos, antes da crise, a Espanha tinha 1,7 milhão de desempregados (7,9% da população economicamente ativa); a taxa atual representa um contingente de 6 milhões de pessoas. Os sindicatos denunciam ainda a precarização do trabalho e a queda brutal na renda dos salários, o aumento da pobreza e da concentração de renda.

Na Alemanha, um dos países menos afetados pela crise, os sindicatos promoveram dezenas de protestos nas ruas das principais cidades do país, reunindo milhares de manifestantes. A temática é semelhante: "Um bom trabalho. Uma Europa social". As manifestações pedem o fim das políticas de austeridade e ajuda para combater o desemprego no sul da União Europeia (UE).

A principal manifestação da Federação de Sindicatos Alemães (DGB) ocorreu em Bremen, onde o líder da organização, Michael Sommer, alertou para o impacto das polícias de "cortes" em países como Espanha, Itália e Grécia, e defendeu novamente a aplicação de um "Plano Marshall" – que representou ações sistemáticas do Estado voltadas a dirigir os países devastados pela guerra à recuperação econômica.

Sommer apoiou "investimentos milionários" em infraestrutura, energia e serviços sociais para criar emprego, e convocou os cidadãos a votarem nas próximas eleições europeia, em 25 de maio, para se obter uma UE mais justa e social. Os organizadores reclamam da política alemã, mas não esconderam sua satisfação diante de dois projetos aprovados nas últimas semanas pelo governo de coalizão formado pelos conservadores de Angela Merkel e os sociais-democratas: a reforma da previdência e a implementação de um salário mínimo interprofissional.

Na França, por outro lado, a clima de intatisfação social tende a se agravar. Apelando para valores como à “responsabilidade e a credibilidade internacional” da segunda maior potência da zona do euro, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, defendeu na terça-feira os maiores cortes de gastos públicos na história moderna da França. Às véspera do 1º de Maio, o Parlamento francês acabou as medidas de austeridade com 265 votos pelo sim, contra 232 nãos. Houve 41 abstenções do Partido Socialista, o partido do governo, que em nada contribuirão para recompor a credibilidade da legenda, triturada pela adesão à cartilha da Comissão Europeia.

Outro lado
RICARDO STUCKERT/ILBob King
Sindicalistas americanos agradecem apoio de brasileiros a campanha na Nissan: direito humano a se organizar

Nos Estados Unidos, o movimento sindical cada vez mais abalado, sobretudo no setor privado, tenta reagir aos ataques empresariais ao direito de organização. Um dos maiores sindicatos do país, o United Auto Workers (UAW), que representa os trabalhadores do setor automotivo, trava há dez anos batalha emblemática contra a fábrica da montadora Nissan instalada na cidade Canton, estado do Missippi. A conduta da empresa na região reúne uma série de práticas que contrariam normas internacionasi de direito do trabalho à organização – que vão desde a intimidação dos funcionários para que não deem vazão à campanha de sindicalização do UAW até ameaças de se retirar da cidade.

O presidente da entidade, Bob King, visitou ontem (29) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede do Instituo Lula. Ambos conversaram sobre a preocupação com a situação do movimento sindical e dos trabalhadores no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e na África. “Nos Estados Unidos, como a força do movimento caiu muito, uma melhora da economia não é transferida para os trabalhadores”, diz Bob King, que veio ao Brasil para participar dos eventos das centrais sindicais no 1º de maio.

O ex-presidente já chegou a enviar uma carta para o CEO da empresa, o brasileiro Carlos Goshn, sobre a luta dos trabalhadores locais pelo direito à organização sindical. Na mensagem, Lula comunica preocupação as dificuldades impostas à filiação sindical pela montadora e lembra que direito o de sindicalização é um direito humano universalmente reconhecido e uma exigência taxativa da Organização Internacional do Trabalho. “Chega a ser difícil de acreditar – e me causa um sentimento de indignação – que a Nissan mantenha essa atitude de intransigência e intolerância em uma planta norte-americana”, escreveu.

Repostado do portal Rede Brasil Atual