Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

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Bem-vindo ao blog do PT de Mosqueiro, aqui nós discutimos a organização e atuação do Partido dos Trabalhadores nas relações sociopolíticas e econômicas do Brasil e do Pará. Também debatemos temas gerais sobre política, economia, sociedade, cultura, meio ambiente, bem como temas irreverentes que ocorrem no Mundo, no Brasil, no Pará, mas em especial na "Moca". Obrigado por sua visita e volte sempre!

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

ÚLTIMO DEBATE DAS PRÉVIAS DO PT- BELÉM

 

cddertyty

QUARTA- FEIRA, DIA 01 DE FEVEREIRO, ÀS 19H00

ASSOCIAÇÃO NIPO BRASILEIRA -

TRAVESSA 9 DE JANEIRO ENTRE MAGALHÃES E JOSÉ MALCHER, BAIRRO DE SÃO BRÁS – BELÉM/PA.

A Cuba que Dilma visita

29/01/2012

Por Emir Sader

Dilma vai encontrar Cuba em pleno processo de reciclagem de sua economia que necessita adaptar suas necessidades às condições do mundo contemporâneo. Cuba intensificou seu comércio com a Venezuela, a Bolívia, o Equador – através da Alba -, assim como com a China, o Brasil, entre outros países. Mas necessita dar um novo salto econômico, para o quê necessita de mais investimentos.

Leia o post na íntegra >>

A revolta da burguesa assalariada

Internacional| 30/01/2012

A revolta da burguesa assalariada

Em tempos de crise, o candidato óbvio para “apertar os cintos” são os níveis mais baixos da burguesia assalariada: uma vez que o seu mais-salário não cumpre nenhum papel econômico imanente, a única coisa que permite diferenciá-los do proletariado são seus protestos políticos. Embora estes protestos sejam nominalmente dirigidos pela lógica brutal do mercado, eles efetivamente protestam contra a gradual corrosão de sua posição econômica (politicamente) privilegiada. O artigo é de Slavoj Zizek.

Slavoj Zizek - Blog da Boitempo

(*) Artigo publicado originalmente no blog da Boitempo

Embora os protestos sociais em curso nos países ocidentais desenvolvidos pareçam indicar o renascimento de um movimento emancipatório radical, uma análise mais detalhada nos compele a elaborar uma série de distinções precisas que, de alguma forma, embaçam essa clara imagem.
Três coisas caracterizam o capitalismo de hoje: a tendência de longo prazo de transformação do lucro em renda (em suas duas principais formas: a renda do “conhecimento comum” privatizado e a renda pelos recursos naturais); o papel estrutural mais forte do desemprego (a própria chance de ser “explorado” em um emprego duradouro é percebida como um privilégio); e a ascensão de uma nova classe que Jean-Claude Milner chama de “burguesia assalariada” [Veja Jean-Claude Milner, Clartes de tout, Paris, Verdier, 2011].
Para explicar a relação entre estas características, comecemos com Bill Gates: como ele se tornou o homem mais rico do mundo? Sua riqueza não tem nada a ver com o custo de produção daquilo que a Microsoft vende (pode-se até mesmo argumentar que a Microsoft paga a seus trabalhadores intelectuais um salário relativamente alto), isto é, a riqueza de Gates não é o resultado de seu sucesso em produzir bons softwares por preços mais baixos do que seus concorrentes ou por uma “maior exploração” de seus trabalhadores intelectuais contratados.
Se este fosse o caso, a Microsoft teria ido a falência há muito tempo: as pessoas teriam optado massivamente por programas como Linux que são de graça e, de acordo com especialistas, de melhor qualidade que os programas da Microsoft. Por que, então, existem milhões de pessoas que ainda compram Microsoft? Porque a Microsoft se impôs como um padrão quase universal, “quase” monopolizando o setor, uma espécie de personificação direta daquilo que Marx chamou de General Intellect (Intelecto Coletivo), o conhecimento coletivo em todas as suas dimensões, da ciência ao prático know how.
Gates se tornou o homem mais rico em algumas décadas através da apropriação da renda pela permissão de que milhões participem na forma do “intelecto coletivo” que ele privatizou e controla.
Deve-se transformar criticamente o aparato conceitual de Marx: por causa de sua negligência em relação à dimensão social do “intelecto coletivo”, Marx não vislumbrou a possibilidade de privatização do próprio “intelecto coletivo”. É isto que está no coração da luta contemporânea pela propriedade intelectual: a exploração tem cada vez mais a forma de renda, ou, como diz Carlo Vercellone, o capitalismo pós-industrial é caracterizado pelo “tornar-se renda do lucro” [Veja Capitalismo cognitivo, editado por Carlo Vercellone, Roma, manifestolibri, 2006].
Em outras palavras, quando, por conta do papel crucial do “intelecto coletivo” (conhecimento e cooperação social) na criação de riqueza, as formas de riqueza se tornam cada vez mais desproporcionais em relação ao tempo de trabalho diretamente empregado na produção, o resultado não é, como Marx parecia esperar, a autodissolução do capitalismo, mas a transformação gradual do lucro gerado pela exploração da força de trabalho em renda apropriada pela privatização do “intelecto coletivo”.
O mesmo acontece com os recursos naturais: sua exploração é uma das maiores fontes de renda hoje, acompanhada da luta permanente pra saber quem ficará com esta renda – os povos do Terceiro Mundo ou as corporações ocidentais (a suprema ironia é que, para explicar a diferença entre força de trabalho – que, em seu uso, produz mais-valia sobre seu próprio valor – e outras mercadorias – que somente consomem seu próprio valor em seu uso e, portanto, não envolvem exploração -, Marx menciona como exemplo de uma mercadoria ordinária o petróleo, a própria mercadoria que hoje é a fonte de extraordinários “lucros”…).
Aqui também não faz sentido vincular as altas e baixas do preço do petróleo com altos e baixos custos de produção ou preços do trabalho explorado – custos de produção são negligenciáveis, o preço que pagamos pelo petróleo é a renda que pagamos para os proprietários deste recurso por conta de sua escassez e oferta limitada.
A consequência deste crescimento na produtividade alavancado pelo impacto exponencialmente crescente do conhecimento coletivo é a transformação do papel do desemprego: embora o “desemprego seja estruturalmente inseparável da dinâmica de acumulação e expansão que constitui a própria natureza do capitalismo enquanto tal” [Fredric Jameson, em Representing Capital, Londres, Verso Books, 2011, p. 149], o desemprego adquiriu atualmente um papel qualitativamente diferente.
Naquilo que, possivelmente, é o ponto extremo da “unidade dos opostos” na esfera da economia, é o próprio sucesso do capitalismo (crescimento produtivo etc.) que produz desemprego (produz mais e mais trabalhadores inúteis) – o que deveria ser uma benção (menos trabalho duro necessário) se torna uma sina. O mercado global é, assim, em relação a sua dinâmica imanente, “um espaço no qual todos já foram, um dia, trabalhadores produtivos, e no qual o trabalho, em todos os lugares, foi aos poucos retirando-se do sistema” [Fredric Jameson, em Valences of the Dialetic, Londres, Verso Books, 2009, p. 580-1].
Isso é, no atual processo de globalização capitalista, a categoria dos desempregados adquire uma nova qualidade além da clássica noção de “exército industrial de reserva”: devemos considerar em relação a categoria do desemprego “aquelas enormes populações, que ao redor do mundo foram ‘expulsas da história’, que foram deliberadamente excluídas dos projetos modernizadores do capitalismo de primeiro mundo e apagadas como casos terminais sem esperança” [Jameson, em Representing Capital, p. 149]: os assim chamados estados falidos (Congo, Somália), vítimas da fome ou de desastres ecológicos, presos a “rancores étnicos” pseudo-arcaicos, objetos da filantropia e das ONGs, ou (frequentemente os mesmos personagens) da “guerra contra o terror”.
A categoria dos desempregados deve assim ser expandida para agregar uma população de largo alcance, dos temporariamente desempregados, passando pelos não mais empregáveis, até pessoas vivendo nas favelas e outras formas de guetos (todos aqueles desconsiderados pelo próprio Marx como “lúmpem-proletariado”) e, finalmente, áreas inteiras, populações ou estados excluídos do processo capitalista global, como os espaços em branco nos mapas antigos.
Mas esta nova forma de capitalismo não traz também uma nova perspectiva de emancipação? Nisto reside a tese de Hardt e Negri em Multidão: guerra e democracia na Era do Império [Rio de Janeiro: Record, 2005] onde eles pretendem radicalizar Marx, para quem o capitalismo corporativo altamente organizado já era uma forma de “socialismo dentro do capitalismo” (uma espécie de socialização do capitalismo, com os proprietários tornando-se cada vez mais supérfluos), de maneira que seria necessário apenas cortar a cabeça do proprietário nominal e nós teríamos socialismo.
Para Hardt e Negri, entretanto, a limitação de Marx foi estar historicamente limitado ao trabalho industrial mecanicamente industrializado e hierarquicamente organizado, razão pela qual a sua visão de “intelecto coletivo” seria como uma agência central de planejamento; somente hoje, com a elevação do trabalho imaterial ao padrão hegemônico, a transformação revolucionária se torna “objetivamente possível”. Esse trabalho imaterial se desdobra entre dois pólos: trabalho (simbólico) intelectual (produção de ideias, códigos, textos, programas, figuras etc. por escritores, programadores…) e trabalho afetivo (aqueles que lidam com afecções corpóreas, de médicos a babás e aeromoças).
O trabalho imaterial é hoje hegemônico no sentido preciso em que Marx proclamou que, no capitalismo do século XIX, a produção industrial em larga escala era hegemônica, como a cor específica dando o tom da totalidade – não quantitativamente, mas cumprido um papel chave, emblematicamente estrutural. Assim, o que surge é um inédito vasto domínio dos “comuns”: conhecimento compartilhado, formas de cooperação e comunicação etc. que não podem mais ser contidos na forma da propriedade privada – por quê? Na produção imaterial, os produtos já não são objetos materiais, mas novas relações sociais (interpessoais) – em suma, a produção imaterial já é diretamente biopolítica, produção de vida social.
A ironia é que Hardt e Negri se referem aqui ao próprio processo que os ideólogos do capitalismo “pós-moderno” celebram como a passagem da produção material para a simbólica, da lógica centralista-hierárquica para a lógica da autopóiese e da auto-organização, cooperação multi-centralizada etc. Negri é aqui efetivamente fiel a Marx: o que ele tenta provar é que Marx estava certo, que a ascensão do intelecto coletivo é, em longo prazo, incompatível com o capitalismo.
Os ideólogos do capitalismo pós-moderno estão afirmando exatamente o oposto: é a teoria marxista (e sua prática) que permanecem dentro dos limites de uma lógica hierárquica e sob controle centralizado do Estado, e assim não conseguem lidar com os efeitos sociais da nova revolução informacional. Existem boas razões empíricas para esta afirmação: de novo, a suprema ironia da história é que a desintegração do Comunismo é o exemplo mais convincente da validade da tradicional dialética marxista entre forças produtivas e relações de produção com a qual o marxismo contou na sua tentativa de superar o capitalismo.
O que arruinou efetivamente os regimes comunistas foi sua inabilidade em acomodar-se à nova lógica social sustentada pela “revolução informacional”: eles tentaram dirigir esta revolução com um novo projeto de planejamento estatal centralizado de larga escala. O paradoxo, assim, é que aquilo que Negri celebra como chance única de superação do capitalismo, é exatamente o que os ideólogos da “revolução informacional” celebram como ascensão de um novo capitalismo “sem fricção”.
A análise de Hardt e Negri possui três pontos fracos que, em sua combinação, explicam como o capitalismo pode sobreviver ao que deveria ser (em termos marxistas clássicos) uma nova organização da produção que o tornaria obsoleto. Ela subestima a extensão do sucesso do capitalismo contemporâneo (pelo menos em curto prazo) de privatizar o “conhecimento comum”, assim como a extensão com que, mais do que a burguesia, são os próprios trabalhadores que se tornam “supérfluos” (número cada vez maior deles torna-se não somente desempregado, mas estruturalmente inempregável).
Além disso, mesmo que seja verdade, em princípio, que a burguesia está progressivamente se tornando desfuncional, deve-se qualificar esta afirmação – desfuncional para quem? Para o próprio capitalismo. Isto quer dizer que, se o velho capitalismo envolvia idealmente um empreendedor que investia dinheiro (seu ou emprestado) em produção organizada e dirigida por ele próprio, recolhendo o lucro, hoje está surgindo um novo tipo ideal: não mais o empreendedor que possui sua própria empresa, mas o gerente especialista (ou um conselho administrativo presidido por um CEO) de uma empresa de propriedade dos bancos (também dirigidos por gerentes que não possuem os bancos) ou investidores dispersos. Neste novo tipo ideal de capitalismo sem burguesia, a velha burguesia desfuncional é refuncionalizada como gerentes assalariados – a nova burguesia recebe cotas, e mesmo se ela possui uma parte na empresa, eles recebem as ações como parte da remuneração pelo trabalho (“bônus por sua gerência bem sucedida”).
Esta nova burguesia ainda se apropria da mais-valia, mas da forma mistificada daquilo que Milner chama de “mais-salário”: em geral, a eles é pago mais do que o salário mínimo do proletário (este ponto de referência imaginário – frequentemente mítico – cujo único verdadeiro exemplo na economia global de hoje é o salário de um trabalhador numa sweat-shop na China ou na Indonésia), e é esta diferença em relação aos proletários comuns, esta distinção, que determina seu status. A burguesia no sentido clássico, assim, tende a desaparecer. Os capitalistas reaparecem como um subconjunto dos trabalhadores assalariados – gerentes qualificados para ganhar mais por sua competência (razão pela qual a “avaliação” pseudo-científica que legitima os especialistas a ganharem mais é crucial hoje em dia).
A categoria dos trabalhadores que recebem mais-salário não está, obviamente, limitada aos gerentes: ela se estende a todos os tipos de especialistas, administradores, funcionários públicos, médicos, advogados, jornalistas, intelectuais, artistas… O excesso que eles recebem tem duas formas: mais dinheiro (para gerentes etc.), mas também menos trabalho, isto é, mais tempo livre (para alguns intelectuais, mas também para setores da administração estatal).
O procedimento de avaliação que qualifica alguns trabalhadores para receberem mais-salário é, claramente, um mecanismo arbitrário de poder e ideologia sem nenhuma ligação séria com a competência real – ou, como diz Milner, a necessidade de mais-salário não é econômica, mas política: para manter uma “classe média” com o propósito de estabilidade social. A arbitrariedade da hierarquia social não é um erro, mas todo o seu propósito, de forma que a arbitrariedade da avaliação cumpre um papel homólogo à arbitrariedade do sucesso de mercado. Isto é, a violência ameaça explodir não quando existe muita contingência no espaço social, mas quando se tenta eliminar esta contingência.
É neste nível que se deve buscar pelo que se pode chamar de, em termos um tanto vagos, a função social da hierarquia. Jean-Pierre Dupuy [em La marque du sacre, Paris, Carnets Nord, 2008] concebe a hierarquia como um dos quatro procedimentos (“dispositivos simbólicos”) cuja função é fazer com que a relação de superioridade não seja humilhante para os subordinados: a hierarquia (a ordem externamente imposta de papéis sociais em clara contraposição ao valor imanente dos indivíduos – eu, portanto, experimento meu menor status social como totalmente independente do meu valor intrínseco); a desmistificação (o procedimento crítico-ideológico que demonstra que as relações de superioridade/inferioridade não estão fundamentadas na meritocracia, mas são resultado de lutas objetivamente ideológicas e sociais: meu status social depende de processos sociais objetivos, não de méritos – como diz Dupuy sarcasticamente, a desmistificação social “cumpre o mesmo papel, em nossas sociedades igualitárias, competitivas e meritocráticas do que a hierarquia nas sociedades tradicionais” [p. 208] – isto nos permite evitar a conclusão dolorosa de que “a superioridade do outro é o resultado de seus méritos e conquistas”; a contingência (o mesmo mecanismo, porém sem a sua forma crítico-social: nossa posição em escala social depende de uma loteria natural e social – sortudos são aqueles que nascem com melhores disposições e em famílias ricas); a complexidade (superioridade ou inferioridade dependem de um processo social complexo independente das intenções ou méritos dos indivíduos – digamos, a mão invisível do mercado pode causar o meu fracasso ou o sucesso do meu vizinho, mesmo que eu tenha trabalhado muito mais e seja muito mais inteligente).
Ao contrário do que parece, todos estes mecanismos não contestam ou sequer ameaçam a hierarquia, mas a tornam palatável, uma vez que “o que desencadeia o turbilhão da inveja é a ideia de que o outro merece a sua sorte e não a ideia oposta, a única que pode ser abertamente expressa” [p.211]. Dupuy extrai desta premissa a conclusão (óbvia, para ele) de que é um grande erro pensar que uma sociedade que seja justa e que se perceba como justa será assim livre de todo o ressentimento – ao contrário, é precisamente em tal sociedade que aqueles que ocupam posições inferiores encontraram uma válvula de escape para seu orgulho ferido em violentas explosões de ressentimento.
Aí reside um dos maiores impasses da China hoje: o objetivo ideal das reformas de Deng Xiaoping era introduzir um capitalismo sem burguesia (como classe dominante); agora, entretanto, os líderes chineses estão descobrindo dolorosamente que o capitalismo sem hierarquia estável (conduzida pela burguesia como nova classe) gera permanente instabilidade – portanto, que caminho tomará a China? Mais genericamente, esta é possivelmente a razão pela qual (ex-)comunistas reaparecem como os mais eficientes gestores do capitalismo: sua histórica inimizade com a burguesia enquanto classe se encaixa perfeitamente na tendência do capitalismo contemporâneo em direção a um capitalismo gerencial sem burguesia – em ambos os casos, como Stalin disse a muito tempo, “os quadros decidem tudo” (está surgindo também uma diferença interessante entre a China de hoje e a Rússia: na Rússia os quadros universitários eram ridiculamente mal pagos, eles de fato se confundiam com os proletários, enquanto na China eles são bem remunerados com um “mais-salário” como meio de garantir sua docilidade).
Além disso, esta noção de “mais-salário” também nos permite lançar novas luzes sobre os atuais protestos “anti-capitalistas”. Em tempos de crise, o candidato óbvio para “apertar os cintos” são os níveis mais baixos da burguesia assalariada: uma vez que o seu mais-salário não cumpre nenhum papel econômico imanente, a única coisa que permite diferenciá-los do proletariado são seus protestos políticos. Embora estes protestos sejam nominalmente dirigidos pela lógica brutal do mercado, eles efetivamente protestam contra a gradual corrosão de sua posição econômica (politicamente) privilegiada.
Lembremos da fantasia ideológica favorita de Ayn Rand (de seu Atlas Shrugged), a de “criativos” capitalistas em greve – esta fantasia não encontra sua realização perversa nas greves de hoje, que em sua maioria são greves da privilegiada “burguesia assalariada” motivada pelo medo de perder seu privilégio (o excedente sobre o salário mínimo)? Não são protestos proletários, mas protestos contra a ameaça de ser reduzido à condição proletária. Isto quer dizer: quem ousa se manifestar hoje, quando ter um emprego permanente já se tornou um privilégio? Não os trabalhadores mal pagos (no que sobrou) da indústria têxtil etc. mas o estrato de trabalhadores privilegiados com empregos garantidos (muitos da administração estatal, como a polícia e os fiscais da lei, professores, trabalhadores do transporte público etc.). Isto também vale para a nova onda de protestos estudantis: sua maior motivação é o medo de que a educação superior não mais lhes garanta um mais-salário na vida futura.
Está claro, obviamente, que o enorme renascimento dos protestos no último ano, da Primavera Árabe ao Leste Europeu, do Occupy Wall Street à China, da Espanha à Grécia, não devem definitivamente ser desconsiderados como uma revolta da burguesia assalariada – eles guardam potenciais muito mais radicais, de forma que devemos nos engajar numa análise concreta caso a caso. Os protestos estudantis contra a reforma universitária em curso no Reino Unido são claramente opostos às barricadas do Reino Unido em agosto de 2011, este carnaval consumista de destruição, a verdadeira explosão dos excluídos.
Em relação aos levantes do Egito, pode-se argumentar que, no começo, houve um momento de revolta da burguesia assalariada (jovens bem educados protestando contra a falta de perspectiva), mas isto foi parte de um amplo protesto contra um regime opressivo. Entretanto, até que ponto o protesto conseguiu mobilizar trabalhadores e camponeses pobres? Não seria a vitória eleitoral dos islâmicos também uma indicação da base social estreita do protesto secular original?
A Grécia é um caso especial: nas últimas décadas surgiu uma nova “burguesia assalariada” (especialmente na administração estatal superdimensionada) graças à ajuda financeira e empréstimos da União Europeia, e muitos dos protestos atuais, mais uma vez, reagem à ameaça de perda destes privilégios.
Além disso, esta proletarização da baixa “burguesia assalariada” vem acompanhada do excesso oposto: as remunerações irracionalmente altas dos grandes executivos e banqueiros (remunerações economicamente irracionais, uma vez que, como demonstraram as investigações nos Estados Unidos, elas tendem a ser inversamente proporcionais ao sucesso da empresa). É verdade, parte do preço pago por essa super remuneração é o fato dos executivos ficarem totalmente disponíveis 24 horas por dia, vivendo assim num estado de emergência permanente. Mais do que submeter estas tendências a uma crítica moralista, deveríamos interpretá-las como a indicação de como o próprio sistema capitalista não é mais capaz de encontrar um nível interno de estabilidade autorregulada e de como esta circulação ameaça sair do controle.

(*) Traduzido por Chrysantho Sholl e Fernando Marcelino

A ENDOSCOPIA DA CRISE



A Grécia funciona como uma espécie de endoscopia em tempo real das consequências sociais e éticas da maior crise capitalista dos últimos 80 anos. A percolação da tragédia na pirâmide social do país escancara  os custos humanos de se preservar a riqueza financeira quando o mecanismo que a reproduz já não se sustenta. A educação pública teve um corte de 60% na Grécia este ano; crianças desmaiam de fome em sala de aula. O impasse global avança para o 4º ano de sacrifícios urbi et orbi. Mas nada disso parece sensibilizar a mídia demotucana, cuja leitura sugere que o único ponto do planeta onde há desrespeito a direitos humanos é uma ilha a 150 quilômetros de sua meca intelectual e política. (LEIA MAIS AQUI)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Paulo Romeu Schilling (1925-2012) - Escritor que ajudou a fundar o PT

28/01/2012 - 00h00 | da Folha.com

  • ESTÊVÃO BERTONI
    DE SÃO PAULO

Paulo Romeu Schilling tinha formação em contabilidade. Mas, nos 15 anos em que ficou sem pisar no Brasil, durante o regime militar, dedicou-se às palavras. Trabalhou em jornais e escreveu livros -foi autor de 32 obras.
Natural de Rio Pardo (RS), mudou-se na juventude para Porto Alegre, onde fez serviços como contador em escritórios, conta a filha Valéria. Até que começou a se envolver com movimentos sociais.
Em 1960, ajudou a criar o Master (Movimento dos Agricultores Sem Terra).
Durante o governo de Leonel Brizola (1959-1963) no RS, foi assessor do governador. Depois, coordenou a Frente de Mobilização Popular, fundada pelo próprio Brizola.
Em 1964, com o golpe, exilou-se no Uruguai. Trabalhou para o jornal "Marcha" e para a Prensa Latina, agência de notícias sediada em Cuba.
Em 1972, sua filha Flávia, então estudante, foi baleada no pescoço ao tentar fugir da polícia. Após sobreviver ao ferimento, a jovem foi presa e condenada por seu envolvimento com os Tupamaros.
Dois anos depois, Paulo foi expulso do Uruguai. Mudou-se para a Argentina. Só retornou ao Brasil após a Lei da Anistia (1979). No período, a mobilização para que sua filha fosse solta foi tão grande que o governo brasileiro passou a pressionar o Uruguai. Flávia acabou libertada.
Paulo ajudou a fundar o PT e colaborou com a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e com o Cedi (Centro Ecumênico de Documentação e Informação). Há cerca de 12 anos, afastou-se do trabalho.
Morreu anteontem, aos 86, de falência de órgãos. Teve quatro filhas e dois netos.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Muriramba

Por Alcir Rodrigues

GEDC4431

( Vista parcial da enseada do Muriramba)

 

Acolá, como pequenas tsunamis,

vêm vaticinando, lépidos,

os rugidos do mar-baía,

em forma de ligeiros tigres

―com garras e dentes espumantes ―

que atacam e dilaceram

a carne da indefesa falésia

da charmosa enseada do Muriramba...

 

GEDC4432

( Outra vista parcial da enseada do Muriramba)

 

Sangrando, a tabatinga vermelha

se desmancha, manchando

o pardo plasma do mar,

lavando e tingindo areias e rochas,

deslocando devagar as pedras da camboa,

remota lembrança ali deixada

por nossos ancestrais, pedaços

da história viva em pedras,

mixados ao fantasma dos peixes,

siris e camarões, afugentados todos

pela predatória captura industrial...

GEDC4445

( Mais umav ista parcial da enseada do Muriramba) 

 

As garras e dentes espumantes

na verdade sorriem e gargalham,

com sarcasmo

lembrando da afamada máxima:

 

                “Água mole,

                                 em pedra dura,

            tanto bate,

                                             até que fura”...

 

Mas os rugidos espumantes, ali,

não só dilaceram e arrancam nacos,

também lambem e acariciam,

transmudando-se em canções,

barcarolas de ninar, alimentando os devaneios

de quem vê e ouve, além de tudo o mais,

a fantasia e a beleza

de uma perenidade

de

          vaivém e enche-vaza, ondas

       de seres e sombras

, úmidos sons e ecos líquidos

                                  da dança da infinitude do devir...

 

 

 

GEDC4427

(Camboas no Ariramba, com vista da barraca Boêmios, próximas da Embratel. São resquícios do tempo passado, vestígios ancestrais que se recusam -–ainda bem!—a desaparecer, apesar dos apelos massivos e cruéis do “progresso”…)

                           *          *          *

Aproveitando a temática evocada pelo poema, vale a pena conversar sobre duas palavras: ‘Muriramba’ e ‘camboa’. A primeira é tratada hoje como um ‘amálgama’ lexical; ou seja, uma fusão de partes de vocábulos (dois ou mais), originando um híbrido vocabular. Por isso, alguns estudiosos do idioma materno (o português, na expressão brasileira da língua de origem lusa), também usam a terminologia ‘palavra-valise’, por conter dentro de uma palavra outras delas; ou ‘palavra-centauro’, neste caso, acentuando-se, mais ainda, o hibridismo vocabular. Fiquemos com o primeiro. ‘Muriramba’, na Ilha (do Mosqueiro), dá nome à enseada singela que intersecciona as enseadas das praias do Murubira (onde habitaram os indígenas da tribo dos ‘Morobiras’; daí sua denominação) e do Ariramba (espécie pequena de pássaro mariscador, conhecido também pelo nome de martim-pescador, com ocorrência comum naquela área, de onde vem a denominação da praia).

Já a palavra ‘camboa’, de origem tupi, consultando o Vocabulário terminológico cultural da Amazônia paraense (OLIVEIRA, Maria Odaissa Espinheiro de. Belém, EDUFPA, 2005. v. 2, p 70), tem a seguinte entrada no verbete:

Camboa: s.f. Lago artificial à beira-mar, no qual durante a maré alta o peixe miúdo entra. Esteiro que enche com o fluxo do mar e fica seco com o refluxo.

[Vejamos este exemplo dado no livro citado]

“[…] O Coló simplesmente desapareceu da popa da canoa na camboa, no pesqueiro, e até hoje ninguém sabe que fim levou o Coló[…] (C.C.Onde está Coló? Histórias de Cobra Grande. f. 273. Informante – Agripino Almeida da Conceição. Pesquisadora –Ana Cristina Lopes Borges ).”

Em dicionário eletrônico Aurélio, encontrei o seguinte:

Camboa

(ô). [Do tupi.]
S. f.
1.     Cercado armado em pequena depressão, junto ao mar, onde, na maré baixa, fica retido o peixe miúdo que ali penetra na preamar.
2.     Bras.  N.E.  Esteiro que enche com o fluxo do mar e fica em seco com o refluxo. [Var., nesta acepç.: gamboa]
3.     Bras.  MA Processo de pesca em que diversos pescadores, armados com a tarrafa, cercam com as suas canoas o cardume de peixes. `

Para nós, válidas são as duas primeiras acepções.

aproveitando o ensejo em que nos referimos à praia do Ariramba, reproduzimos abaixo uma grande passagem, muito bem-humorada,  da Apresentação do livro Ilha,capital Vila (ROCHA, Cândido Marinho. Ilha, capital Vila. Belém: Falangola, 1973, pp. 12-13):

Recentemente, [naquela época, 1973] um cronista social de Belém passou a citar a Ilha com o adorável adjetivo de bucólica, no sentido de inocente, simples, graciosa e não, certamente, como pastoril ou campestre. Considerando injusta a generalização do título, porque a Ilha não é totalmente pastoril, inocente, simples, graciosa e campestre – resolvemos modificar a qualificação. assim, consideramos bucólica a área abrangida pelos bairros e praias do Chapéu Virado e do Farol por serem os mais prestigiosos pelo elevado nível financeiro dos seus frequentadores, constituída a nomeação assim como uma espécie de sofisticação daqueles bairros. À Vila, em cujo mercado municipal é vendida uma indefinível sopa, demos o título de cólica. Ao bairro Morubira [SIC!], cujas praias apresentavam-se crivadas de pedregulhos, com raras casas de valor e de reduzido movimento social, coube a designação de melancólica. A bela praia do S. Francisco, assim titulada em homenagem a insigne santo da igreja e onde começam a surgir os primeiros prédios custosos, passou a ser católica. Ariramba é bem desenhada e graciosa enseada, de larga praia e limpas areias. Há la o frequentadíssimo bar e botequim “Ponto certo”, propriedade de um obsequioso Oliveira. A praia torna-se ainda mais simpática porque é orlada por alcantiladas ribanceiras, sobre as quais imponentes árvores se erguem, em vistoso balisamento [SIC!]. Em cima, na pista, jardins públicos e quadra iluminada de volei [SIC!], frequentados pelos veranistas, em desfile de beleza e saúde. Uma cabana chamada “Matapy” –em forma de guarda-sol coberto de palhas – é curiosa “boite” [boate, em português] e sede de tertúlias e serenatas, drincagens elegantes. Merece tudo isso justificado capítulo. Os arirambenses fundaram a “Sociedade dos Amigos de ariramba”, que promove o bairro em tempo de férias e das festas da igreja local´. É Ariramba – nome de pássaro que é o mesmo “Martin-Pescador” – pela atração do “Ponto Certo”, onde se bebe, recita e canta, e por sua frequência de gente sem preconceitos, gente natural e fraterna, muito procurada pelos banhistas de todos os outros bairros. À porta e ao balcão do despretensioso bar, aglomeram-se crianças, jovens, senhoras, cavalheiro, em qualquer traje, sem inibição alguma, para amplo relax, em variados tipos de bebidas. Por tudo isso, Ariramba é conhecida como a alcoólica.

Areião, velha e abandonada praia, possuiu grandeza n’outros tempos. Seu prestígio foi exageradamente aumentado pelos episódios decorrentes do rapto de Mainha pelo nosso personagem Zozó. Às vezes desce de prestígio, também exageradamente, pelo acúmulo dos detritos da maré que nela encostam. Consequência: é a hiperbólica.

Em suma, é assim a Ilha. Nem muito autêntica, nem muito irreal.

Tal como no livro.

                             Belém, dezembro de 1972.

(Palavras do próprio Cândido Marinho Rocha, no fundo, um admirador de Mosqueiro, mas também um grande gozador)

                                         *          *          *

Que pensaria Cândido Marinho se soubesse que, décadas mais tarde ao que escreveu, tanto descaso, desprezo e menosprezo pela limpeza e beleza da praia amada e decantada em prosa poética por ele fosse demonstrada pela agência distrital e prefeitura de Belém?

Confira, abaixo, o fato, comprovado em foto, que não me deixa mentir:

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(Fotos batidas na manhã de 21/01/2012 (sábado), por volta das 10:30h. Note-se, ao fundo das duas primeiras fotos, o complexo de torres da Embratel, comprovação cabal de que se trata da praia do Ariramba.)

                                            *     *     *

Apear da desadministração de Dudu e Ivanselina (Ô dupla dinâmica!), a praia ainda tem seu charme, seu pitoresco, sua beleza…

Retomemos as palavras de Marinho Rocha: “Ariramba é bem desenhada e graciosa enseada, de larga praia e limpas areias. Há la o frequentadíssimo bar e botequim “Ponto certo”, propriedade de um obsequioso Oliveira. A praia torna-se ainda mais simpática porque é orlada por alcantiladas ribanceiras, sobre as quais imponentes árvores se erguem, em vistoso balisamento [SIC!]. Em cima, na pista, jardins públicos e quadra iluminada de volei [SIC!], frequentados pelos veranistas, em desfile de beleza e saúde.”

Vejamos essa beleza, nas fotos a seguir, mesmo numa manhã chuvosa:

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(Foros batidas em 21/01/2012)

                                          *     *     *

AS CAMBOAS

Mas é importante salientar que em outros pontos de Mosqueiro as ‘camboas’, uma de nossas riquezas ancestrias, também ocorrem, fato referido na narrativa oral do Sr. Zeca Broa (infelizmente, já falecido há poucos anos), como de fato ele é conhecido pelos amigos.

Narrativa oral do Sr. José Bentes Bahia

Em meio a uma conversa informal, na sua propriedade, bem na beira de um igarapé (chamado de Tamanduaquara) o entrevistado, entre outras histórias, umas sobrenaturais, outras relatando fatos do cotidiano de outrora, algumas jocosas, relatou-nos esta:

Se eu for te contar história, meu irmão,é o dia inteirinho te contando história daqui do Mosqueiro. Tem história bonita e tem história feia.

Esse negócio de achar dinheiro, isso não é mentira, não. O pessoal já acharam muito dinheiro. Porque no livro mesmo diz que a maior fortuna tá enterrada na Baía do Sol, dos cabanos, que aqui tinha o maior forte cabano... a maior... soldado, exército... O Angelim que veio pra cá, o Eduardo Nogueira Angelim, ficou na Baía do Sol, né. Então, lá eles fizeram a camboa. Tem camboa na Baía do Sol que fica a cobra grande, entendeu? Tem até hoje.

Então, lá que eles conseguiram sustentar, né. Tinha 4 mil homens. Quando eles fracassavam em Belém, que eles saía daqui, eles ganhavam a guerra em Belém. Tinha muita gente, soldado.

Então diziam que aqui tá todo o dinheiro, dinheiro vivo. Diz que aqui tá todo o dinheiro enterrado da cabanagem, que eles pegavam todo o dinheiro dos caras, tomavam o dinheiro.

Inclusive, tem uma história do velho Ângelo, do velho Ângelo da Baía do Sol,pai do Beca. Tinha um preto que ficava lá dentro da taberna dele, (...) com ele... Tinha uma parte que vendia peixe que só, peixe. Tinha peixe salgado, que ele mandava praí pro Moju,pra trocar com farinha, milho... encheu canoa pra lá... E tinha um cupuaçuzar lá, tem um cupuaçuzar. Aí ele pegou e disse pro preto assim:

─ Preto ─ chamou lá o nome do preto ─ vai roçar, vai cair cupuaçu, vai logo roçar lá debaixo do cupuaçuzeiro, pra quando começar a cair não dar trabalho.

Aí o cara pegou o terçado e saiu pra lá, e ainda levou o filhozinho dele. Aí, tinha umas árvores dentro do mato. Ele pegou e disse assim:

─ Vai lá naquelas árvores lá.

Aí, quando ele viu, o preto velho, o moleque chegou com o pote.

─ Olhe, pai, esse pote que eu achei no cupuaçuzeiro.

Aí, o velho disse assim:

─ O que deixaram aí nesse pote? Destampa.

Destampou o pote. Tava cheio de moeda de ouro. Era grego... Que naquela época era libra, libra esterlina, né, libra. Era em grego, italiana, né? Aí ele pegou, botou a porra do pote no ombro. Chegou lá, entrou pelo lado assim, que era separado o peixe, era separado do comércio. Aí, ele botou o pote em cima da banca lá. Aí, chegou lá. O velho Ângelo, ele tomava uma cachaça, o velho Ângelo também tomava uma; tomava uma, ele tomava uma...

Aí, ele pegou o velho Ângelo assim pelo braço e disse:

─ Olha, português filha da puta, tu deixa de sacanagem comigo, viu? ─ O preto velho dizendo pro velho Ângelo.

Aí ele:

─ Por que, já?!... Que é?!...

─ Vem cá.

Ele se levanta, chega:

─ Olha lá, vê, foste bota, foste bota o pote cheio de dinheiro lá, pensando que eu sou ladrão. Eu não sou ladrão. Te manca comigo! Te manca comigo, português, viu? Te manca comigo!

Aí, o velho Ângelo disse pra ele:

─ É... agora eu to satisfeito, que deu pra ver que tu não é ladrão. Vai botar isso debaixo da cama.

Ele pegou e foi botar debaixo da cama. O filho do preto é que tirou uma moeda, entendeu? Ele usava, usava diz que lá na Baía do Sol, usava com um fio amarrado no pescoço, a moeda.

Pra tu ver... Aí que o velho Ângelo ficou rico demais, ficou. Essa história todo mundo conta lá na Baía do Sol. Não sou eu, não...

Tem enes histórias que tem no Mosqueiro... Eu te falei outro dia que não tá fazendo 10 anos, não tá fazendo 10 anos, o cara achou aqui no Mari-Mariaçu?... Já ouviste contar essa?

─ Não...

Palavra! Tá ali! Se tu quiser entrevistar o cara, tu vai. Tá vivo o cara! Olha, é mais ou menos assim... Eu não sei bem como é a história... Mas é mais ou menos... Uma vez fui pegar tucunaré, que lá tem muito tucunaré, tem uma mangueira...

E, com a uma expressividade contagiante, seu José quase não me deixava partir para casa, de tanta história que conhece e queria me contar.

image

(Foto batida pelo autor do texto, em fevereiro de 2006. Mostra o Sr. José Bentes Bahia em sua propriedade à beira do igarapé Tamanduaquara, no dia em que me concedeu entrevista. Uma figura o ‘seu’ Broa, como era conhecido por muitos. Muito obrigado, Seu Broa!)

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Tavinho Parabéns…

 

RELAÇÃO DOS CLASSIFICADOS NA REPESCAGEM DA UFRA

Agronomia/Belém - escola particular - João Francisco Costa Carneiro Junior, Laise da Costa Arruda, Rafaela Furtado da Cunha, Jamilly Conceição Silva Do Amaral, Yuri Veiga Monteiro, Diogo Tavares Gomes, Rayleno Yan Santana Oliveira, Jonatan Santos de Abreu, Letícia Ramos De Miranda, Jéssica Beatriz Silva da Silva, Ana Luiza Ferreira Martins, Thayane de Nazaré de Jesus Nascimento, Rita de Cassia Souza Da Silva, Jhully Hellen Lemos Vaz, Layse Barreto de Almeida, Cauã da Silva Chagas dos Santos, José Fernando Pinheiro da Silva Juni, Victor Hugo Oliveira da Silva, Moises Naison Rodrigues Oliveira, Larissa da Fonseca Pereira ,Tiago Gomes de Sousa, Cláudia Carolynne Torres de Souza ,Dário Lisboa Fernandes Neto, Fabio da Silva Barros, Christian Barros da Rocha, Erica Marques Dias, Everson Novaes Carvalho, Kamila Caetano de Moraes, Dyenny Dayanny Brito da Costa, Laís Carvalho Mcambira, Loriene Miranda Avelar, Flávia Letícia Silva Moraes, Jessyca Maria Miranda Cabral, Adriana Aparecida Duraes Fonseca, Bárbara Cristina Santos De Oliveira , Dharlisson Ferreira Simas, Monica Cristina Guimaraes Duarte, Lucas de Matos Ribeiro.

Agronomia/Belém - escola pública -

Andre Gustavo Campinas Pereira (nosso Querido pezudinho, Filho da Hellen e do professor Alcir Rodrigues, parabéns, Tavinho)

, Kactalilian Oliveira da Silva, Raine Marques da Costa, Deuzanira Mendes Cardoso, Deise Carvalho Pantoja, Luziane da Cunha Borges, Yuri Alexandrino Bandeira, Laíse Carla Almeida da Conceição, Flavia Lima Lobato, Betânia Ferreira Rêgo, Leila Cristina de Freitas Gonçalves, Monique July Ribeiro Cardoso, Luanna Tassara de Oliveira Santos, Lucas Souza Leite, Elian de Nazare de Sousa Dias,Valéria Santa Brigida Silva, Marília Vanessa Machado Rodrigues, Yuri Castro dos Santos Cunha, Jucimara Alves Silva, Aline Muniz Bandeira, Luiz Yago da Silva Diniz, Josiane Ferreira Corrêa , Thays Carmo Sodré, Dímison Garcia Blanco, Eliene Botelho Monteiro, Renata Ingrid Cardoso Carneiro, Ana Naiane da Silva Ferreira, Crislayne Azevedo Almeida, Quésia Sá Pavão.

Engenharia florestal/Belém - escola particular - Walber Lopes de Oliveira, Luiz Eduardo Franchi Junior, Adriano Santos do Amor Divino Lima , Yuji Dias Horiguchi, Luiz Felipe Soares Gomes, Claudio Anderson Martins Santos, Paulo Victor da Silva Carvalho, Luana do Carmo Maciel Dos Santos, Amanda Luana Fonseca Silva, Aline Brigido Ferreira, Andreza Gabriela Machado de Lima, Fernanda Vanessa Netto de Aragao, Eudes Salim Hohlenwerger, Renato Bismarck Feio Farias, Jéssica Anastácia Medeiros dos Reis, Felipe Pantoja Souza, Ananda Betina Barros Borges, Priscila do Nascimento Bezerra, Tiago Magalhães Ribeiro, Rafael Santos Ferreira, Admar Frank Queiroz Furtado, Mateus Chaves de Sousa Filizzola Lopes, Ronaldo Luiz Nascimento Costa Junior, Carina de Oliveira Risuenho, Patricia Goncalves Cordeiro.

Engenharia florestal/Belém - escola pública - Ivonete Araujo Gonçalves, Verena de Nazare de Oliveira Reis, Lourran Lucas Coelho de Almeida, Monik Evans de Jesus Lobato Basilio, Gleidson Guilherme Caldas Mendes, Kelly Costa Barros, Eurian Cohen Pinto, Keyth Syllene da Cruz Miranda, Iêda Alana Leite de Sousa Ousa, Juciane Martins de Sousa, Wellington de Oliveira Camanho, Jessica Priscilla da Silva Anselmo, Adriano Pereira Silva.

Medicina veterinária/Belém - escola particular - Fabíola Vasconcelos da Silva, Gustavo Souza Carneiro, Tais Fernandes Silva Vieira, Lucas Negrão Andrade, Daltro Castelar de Almeida Junior, José Coelho de Andrade Júnior, Camila Lins Bilby Baima, Cássia Cristine Costa Pereira, Ana Carolina de Souza Melo, Armanda Ingris Vieira de Lima, Natasha Cristina da Silva Pantoja, Lorenna Costa Malaquias, Brenda Farias Lanverly de Melo, Evelly Christinne da Silva Moraes, Lucélia Martins de Andrade, Caroline Oliveira Valério, Priscila Santos Rufino e Silva, Beatriz Lima Carneiro de França, Gianluca Quaresma Alves, Ronan Martins Maia, Igor Gabriel Marques, Luciano Coroa de Castro, Carla Karoline Azevedo da Silva, Marcela Brito de Sousa, Franklin William Pereira da Silva, Amanda Elise Moreira Gomes, Felipe André Brito Gonçalves

Medicina veterinária/Belém - escola pública - Francisco Licinio de Souza Ferreira Junior, Sara Leticia dos Santos Andrade, Emilly Beatriz Anastácio do Nascimento, Lisbethe Melo Sckyr Ahndrew, Victor Hugo Souza Teixeira, Fernanda Tainá Oliveira da Cruz.

Engenharia de pesca/Belém - escola particular - Alex Miranda Cunha, Geyseanne Suely Teixeira Noronha, Renata Franco dos Santos, Tulio Ranieri Apollaro Rego, Luciane Marçal Oliveira, Breno Cristian Carvalho do Amaral, Lucas de Araujo Melo, Lucas Brasil Duarte, Ulisses Nunes da Silva, Samantha Cristina da Costa de Souza, Sávio Lucas de Matos Guerreiro, Jocivaldo Sanches Soares, Débora Evelyn Conceição Maravalho, Rafaela Cristiny Barbosa Campos.

Engenharia de pesca/Belém - escola pública - Leilane Cravo Custodio, Edmundo de Sousa Soares, Leonardo Horacio Leandro Buscaos, Isis Daiany Rosa da Costa, Gabriel dos Santos, Lorena Cristina dos Reis de Brito.

Zootecnia/Belém - escola particular - Jannes Mendonça dos Santos, Camile Irene Mota da Silva, Isabela Oliveira de A Torres Honorato, Marcos Vinicius da Silva Sarrazin, Giordan Cordovil Costa, Mayara da Silva Gonçalves, Yan Mathews Leray Barata, Bianca Caroline Silva da Cunha, Renata Lorena Barbosa Marques, Caroline Gonçalves Aires, Ricardo de Oliveira Julio, Rodolfo da Silva Pereira, Sabrina Augusta da Costa Arrais, Osias do Carmo Junior, João Pedro Coelho Gomes, Jamylle Brasil Gonçalves, Silas Nauar de Souza, Ana Julia da Costa Monteiro, Bianca Rodrigues de Freitas.

Zootecnia/Belém - escola pública - Tonilson Cardoso Alves, Valeria Priscila Pinto de Almeida, Leandro Santos Queiroz, Débora Aragão Pires da Silva, Arely Porto Martins, Marcus Vinicius Santa Brigida Cardoso, Amanda Cristina da Conceição Neves.

Licenciatura em computação/Belém - escola particular - Breno Guterres Nogueira, Stefanny Loiana de Oliveira Sousa, Igor Augusto Sampaio da Costa de Melo, Tiago Lobato de Souza, Maxwell Sousa Mendes, Arthur de Lima Rodrigues, Sheylana Cristina Nobre Portilho, João Márcio de Souza Melo, Katiane Monteiro de Sousa, Paulo Eduardo Godot e Silva, Jose Ribamar Correa de Souza Junior, Zenio Matheus Tavares Gentil, Wagner Portilho dos Santos, David Manoel Cunha de Moraes, Artur Miranda Maia.

Licenciatura em computação/Belém - escola pública - Frécia Fernanda Franco Pureza, Valquíria Cristina Gonzaga Arruda, Nilson Teixeira de Melo, Mauricio Martins Ribeiro, Gleise Batista Dos Reis, Haroldo de Jesus Ribeiro Guimaraes, Raimunda Michelli Teixeira do Nascimento

Bacharelado em informática agrária/Belém - escola particular - Fabrício Corrêa Brabo, Ananda Aboim Lima Pereira, Everton Eiji Vieira Kobayashi, Claudemir Sartori Junior, Brenna Carolina Almeida Garcia, Paulo José Lopes Queiroz, Luiz Rogério Shimada Gouvea, Vanessa Carolina Lima de Matos, Mauro Wendel de Souza Matos, Francisco Carlos Tavares Pereira, Aurimar Pereira da Silva Junior, Mauro Lúcio Ferreira Souza Junior, Greyson Piedade dos Santos.

Bacharelado em informática agrária /Belém - escola pública - Jaylson Medeiros da Silva, José Ademar de Almeida Júnior, Wellington Soares Paiva, Lucelia dos Reis Souza, Gabriel Amaral dos Santos, Lawrence Alves Felipe, Ytallo Kassio Franco de Souza, Samuel Kayse Alfaia dos Santos, Agenor Rodrigo Moura de Farias, Suelma de Sousa Batista, Jaqueline Alves Lira.

Engenharia ambiental /Belém - escola particular - Ivinny Barros de Araujo, Drielly de Fátima Sanches da Silva, Ádanna de Souza Andrade, Lucas Demetrius Lima de Freitas, Caroline Seabra Pinheiro, Alisson Santos de Souza, Carla Thais Moreira Paixão, Alice Catarina Oliveira de Morais, Marília Roberta Maia da Silva, Victor de Mendonça Petta, Tainah Maria Fonseca Ferreira, Kerolayne Castro Bezerra, Aline Azevedo Andrade, Letícia Maria dos Santos Carneiro, Sergio Antonio Batista dos Santos Filho, Wilton Carvalho Vilhena Júnior, Juliane Costa Nascimento, Ludmylla da Silva Moreira, José Diego Pereira da Costa, Filipe Gemaque de Araujo, Victor Martins Guedes, Lazaro Lopes Malato, José Victor Oliveira Nunes da Silva, Italo Vale Viana, Fernanda Fonseca da Silva, Jéssica Sousa Araújo, Telma Pereira Lobato Filha.

Engenharia ambienta / Belém - escola pública - Danniele do Carmo Gomes, Giovanni Alvaro Teixeira da Mata, Ricardo José de Farias Neto, Thaynara da Cruz Mota, Nilson de Oliveira Almeida, Irailce dos Prazeres Gomes, João André Lima Pereira, Patrick de Sousa Teixeira, Rodrigo Ribeiro Menezes, Juliana Carolina Santos do Nascimento, Sâmia Regina Chaves de Lima, Ewerton Leandro Teixeira Brandão, Mayco Andrett Lima Reis.

Agronomia/ Paragominas - escola particular - Talita Farias da Silva, Nazare do Socorro Farias Martins, Caroline da Silva Martins, Jhonatan Garcia Lopes, Helio José Medeiros Santos, Leandro Oliveira da Silva, Bruna Lorena Gomes Araújo, Orlando de Souza Morais.

Agronomia/Paragominas - escola pública - Debora Brenda da Silva Souza, Juliana Barbosa Soares, Kilvya Suelem de Sousa Oliveira, Gerson Trindade dos Santos Junior, Renan Freitas Barros, Rawsley Felipe Rodrigues Barbosa, Adrielly Albuquerque da Silva, Jonas de Sousa Silva, Claudinete Horacio de Souza, Mayara do Carmo Silva.

Engenharia florestal/ Paragominas - escola particular - Cintia Naiara Barbosa Farias, Rodrigo Soares da Silva, Tamires Farias de As, Carlos Henrique Saraiva Dias, Franciely Marques de Oliveira, Larissa Tavares da Trindade, Jamile Gomes Portela, Bruno Nunes de Almeida, Joyce Tavares de Sousa, Luciana Teixeira Coelho, Maria Karoline Moreira do Nascimento, Debora Caroline de Amorim Sarmento.

Engenharia florestal/ Paragominas - escola pública - Manuela Brasil Cavalcante, Adryene de Oliveira Batista, Maria Josè Souza Oliveira, Tays Santos da Silva

Agronomia/ Parauapebas - escola particular - Camila da Costa Cardoso, Stephany Pereira de Melo, Raquel Santos da Silva, Addson Breno Rodrigues Fernandes, Roannessa Siellen Nascimento Ramos

Agronomia/ Parauapebas - escola pública - Janaina da Silva Rosa, André Luiz Derze Marques

Engenharia florestal/ Parauapebas - escola particular - João Victor Gonçalves Santos, Francinaldo Farias Ramos, Roberta Kely Oliveira da Silva, Gabriel Toledo Moratti, Haila Cardoso de Oliveira, Daine Gonsalves da Silva, Paula e Silva Matos, Leidiane Araújo de Assunção, Anne Beatriz Sales Costa, Daiane da Costa Ferreira, Carla Evelyn Silva Medeiros, Ademar Mariano da Silva Filho

Engenharia florestal/ Parauapebas - escola pública - Jose de Paiva Santos Neto, Tayla da Silva Sousa, Marlane Lima de Souza, Gilson Bezerra A Cunha, Cleiton Sá da Silva

Zootecnia/ Parauapebas - escola particular - Vitoria Christini Araujo Barros, Daniel de Almeida Ferreira, Laís Cristina Wolff Chaves, Adriana de Jesus Franco, Joyceanne de Oliveira Pinheiro, Aline Caroline Jardim de Moraes

Zootecnia/ Parauapebas - escola pública - Erika Evilem Pereira Teixeira, Juan Ben Hur De Brito Sousa, Rafael dos Santos Souza, Keure Leiliane da Silva Guimaraes, Brenda Ketllen Moreira da Silva, Silvio Gonzaga Batista

Agronomia/ Capitão Poço - escola particular - Rafaela Guimarães da Fonsceca, Gabriela da Silva Melo Carvalho, Euzanyr Gomes da Silva, Maria Raimunda Ribeiro do Nascimento, Cesar Alexandre Saraiva de Sousa, Joao Fillipi dos Santos Nascimento

Agronomia/ Capitão Poço - escola pública - Rodrigo Martins da Costa, Bruna Bezerra da Silva, Shirlene Souza Oliveira, Maria Soraia Fortado Vera Cruz, Kamila Lima Nunes.

Depilação íntima total e irrestrita é novo padrão de sensualidade

 

LAURA CAPRIGLIONE
DE SÃO PAULO
FERNANDA REIS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Médicos ainda batem boca, mas as mulheres parecem ter resolvido a polêmica: pelos pubianos, melhor não tê-los. O resultado é que nunca como agora vaginas foram observadas tão de perto e, por que não?, acariciadas.

Xico Sá: "Sexo sem pelo não é sexo"
Para adeptos, depilação radical é questão de estética e higiene

Uma pesquisa realizada com 2.451 americanas pela Universidade de Indiana e pelo Instituto Kinsey para Estudos sobre Sexo, Gênero e Reprodução mostrou que:

1. Quanto mais jovens as mulheres (18 a 24 anos), maior a prevalência da remoção total ou parcial de pelos pubianos (87,7% das entrevistadas). No grupo com mais de 50 anos, 51,7% declararam não ter arrancado um só fio no mês anterior.

2. Mulheres que removeram todos os seus pelos pubianos pelo menos uma vez nos 30 dias anteriores tinham maior probabilidade de ter observado seus genitais no mesmo período.

3. E em que grupo se encontraram as mulheres mais confiantes em relação a sua imagem genital? Pois é. Entre as que fizeram a depilação íntima total ou parcial.

4. Por fim, as "peladas" reportaram índices de satisfação sexual significantemente maior do que suas colegas "cabeludas".

A mudança no padrão estético, que nos Estados Unidos aconteceu de uma década para cá, motivou a produção de vários estudos científicos. Foram migrantes brasileiras trabalhando como esteticistas que levaram a moda da depilação pubiana, praticada por aqui desde o advento do biquíni cavadão, para o outro lado do Equador.

Mas, mesmo na pátria das caça-pelinhos, os costumes estão mudando. As depiladoras admitem: se antes a moda era manter uma faixinha de pelos no meio (a parte que não apareceria mesmo usando biquíni), agora as meninas pedem a depilação ampla, total e irrestrita.

"A maioria já pede a depilação total", diz Maria Francisca Oliveira, do Salão Care, do Rio. "De 30 anos para menos, então, todas fazem."

Dói? "Dói sim, não vou mentir. E também custa caro --U$ 75 [ou R$ 132] a sessão. Por que elas então fazem? Três explicações: sexo, sexo e sexo", afirma a depiladora paulista Reny Ryan, 58, há 35 anos vivendo em San Francisco, Costa Oeste americana.

O pessoal do contra diz que se trata de mais um sintoma da clássica sujeição feminina aos homens, hoje convertidos à causa da depilação delas (para mostrar que não foi sempre assim, registre-se o furor que causou, em 1985, o nu peludo e cabeludo da atriz Claudia Ohana na "Playboy" nacional).

Se fosse simplesmente sintoma da sujeição feminina aos homens, como explicar que, na pesquisa americana, 86% das bissexuais e 74% das lésbicas se declarem total ou parcialmente depiladas, índices em tudo semelhantes aos 80% das heterossexuais?

Reny conta que, quando começou a depilar nos Estados Unidos, as mulheres chegavam pedindo para fazer sobrancelha e meia perna. "E só. Tive de ir com muito tato para convencer americanas puritanas a tirar toda a roupa e abrir as pernas para mim. É preciso ganhar a confiança, mas aí faço tudo: região pubiana, área anal, tudo."

Editoria de Arte/Folhapress

DESCOBERTA

Para a depiladora, essas mulheres percebem uma parte do corpo que nunca antes tinham visto. "Muitas surpreendem-se com a delicadeza da pele lisa e com sua própria aparência. Saem daqui com a disposição de comprar uma calcinha sexy", diz Reny, autora do livro "Confissões de uma Depiladora Brasileira nos Estados Unidos" (Matrix, 151 págs., R$ 24,90).

Segundo a pesquisa americana, parece haver uma correlação direta entre depilação e sexo oral. Mulheres que não removem pelos pubianos relataram, em 58,7% dos casos, ter recebido sexo oral nas quatro semanas anteriores à pesquisa. O índice subia a 70,8% para as que haviam feito uma remoção parcial e chegava aos 81,6% para aquelas sem pelo nenhum.

A dermatologista Mônica Aribi contraindica a depilação total: "Pelos protegem a região vaginal contra a invasão de bactérias e ajudam a manter a temperatura e o pH ideais para a região".

Cresce, porém, a corrente dos médicos que acham que a depilação --hoje em dia-- pode ser feita sem maiores prejuízos. "Com recursos como os sabonetes íntimos, a depilação não aumenta os riscos de infecção. Pode fazer, sim. Basta querer", diz a ginecologista Rosa Maria Neme, diretora do Centro de Endometriose São Paulo.

Entre as americanas, ainda é esmagadora a prevalência da depilação feita em casa, com a lâmina de barbear --como retratado na "Playboy" de agosto de 1995, com Adriane Galisteu no papel de raspadora e "raspadinha".

REMOÇÃO COM CERA

Os especialistas no assunto (médicos e depiladores) afirmam que a depilação com cera oferece um conforto maior para a mulher, desde que feita em local com alto padrão de higienização, sem reciclagem da cera.

O ginecologista Newton Busso diz que depilações feitas com cera reciclada expõem a mulher ao risco de contrair uma foliculite, inflamação do folículo piloso: "Como a cera é aplicada em uma temperatura alta, ela provoca a abertura do folículo, expondo-o mais a contaminações por bactérias."

Editoria de Arte/Folhapress

Fonte: Folha.com

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Campanha oposicionista no Jornal Nacional

Publicado em 23/01/2012

 

Por: Helena Sthephanowitz, especial para a Rede Brasil Atual

Havia duas notícias envolvendo o Ministério da Educação, na sexta-feira (20). A notícia boa e mais importante mereceu apenas 32 segundos: “Terminou o prazo de inscrição no ProUni, com o recorde de 1,2 milhões alunos inscritos". No sabado (21), o MEC antecipou a divulgação dos 195 mil bolsistas selecionados. Eficiente, não? Terminou sexta feira a inscrição e o resultado saiu no sabado.

O Jornal Nacional só mostrou a locutora lendo a notícia, nada de imagens do ministro da Educação, Fernando Haddad, mesmo que nesta mesma edição ele aparece dando entrevista ao telejornal, em outra matéria. Cenas de alegria de estudantes que conquistaram bolsa universitária, nem pensar.

Em outra notícia, o telejornal gastou 1 minuto e 37 segundos para tentar constranger o ministro, anunciando o "cancelamento" de uma prova que nunca existiu.

Além da prova anual do Enem, que já existe a cada fim de ano, o ministério planejava fazer outra prova em abril, ampliando para duas aplicações por ano. Para 2012, a iniciativa foi cancelada, por que o Ministério Público está fazendo novas exigências referentes à prova do ano passado, o que sobrecarrega a estrutura que cuida da logística das provas.

Nesse caso, o JN levou ao ar o ministro Haddad explicando o que a emissora julga ser problema. Por mais que o telejornal tenha tentado fazer uma edição que o constrangesse, o que se viu foi um William Bonner ranzinza, e um Haddad tranquilo, explicando à população algo que é razoável e compreensível de se entender.

Tiro no pé

O JN acabou dando um tiro no pé, ao fazer apenas o ministro ficar cada vez mais conhecido, com milhares de famílias satisfeitas com o Enem como oportunidade de acesso a 95 universidades públicas do Brasil, sobretudo famílias de baixa renda que não tem dinheiro para pagar viagens e inscrições em diversas cidades para fazer vários vestibulares. Ou ainda ao ProUni, que oferece bolsas em instituições particulares conveniadas.

Mas as eleições em capitais não serão só em São Paulo.

Em Recife, o prefeito é do PT e o governador do PSB. O Jornal Nacional resolveu dar destaque as notícias sobre  protestos  de aumentos de passagens de ônibus e repressão policial. Manifestações populares legítimas como aquela realmente são pauta para qualquer noticiário nacional.

O que está errado é que, há anos, quando acontecem manifestações em São Paulo, pelo mesmo motivo, o Jornal Nacional não chega a se comover. A prefeitura paulista, chefiada por Gilberto Kassab, estava nas mãos do DEM – migrou para as do PSD com o prefeito. A polícia é comandada por governadores tucanos. Em casos assim, parece diminuiu o interesse da Globo em mostrar cenas da PM jogando bombas de efeito moral e usando cassetetes contra os estudantes em horário nobre.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Resultado das prévias do PT em Mosqueiro

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O Diretório Distrital do PT de Mosqueiro informa o resultado das prévias na ilha:

  • Urnas usadas: duas
  • Militantes aptos a votar: 465
  • militantes que votaram 214
  • Puty: 78
  • Bordalo: 74
  • Fábio Pessoa: 33
  • Alfredo Costa: 17
  • João Moraes: 09
  • Paulo Gaia: 01
  • Voto Nulo 01

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Resultado das urnas separadamente:

  • Urna localizada na Cooperativa de Estudos Paulo Freire – bairro da Vila
  • Militantes aptos a votarem: 162
  • Militantes que votaram: 80
  • Fábio Pessoa; 31
  • Bordalo: 27
  • Puty: 14
  • Alfredo Costa: 05
  • João Moraes: 03
  • Paulo Gaia: 00

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Resultado das urnas separadamente:

  • Urna localizada na sede do Premier – bairro do Carananduba
  • Militantes aptos a votarem: 302
  • Militantes que votaram: 133
  • Puty: 64
  • Bordalo: 47
  • Alfredo: 12
  • João Moraes: 06
  • Fabio Pessoa: 02
  • Paulo Gaia: 01
  • Voto nulo: 01

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Prévias do PT em Belém apontam Cláudio Puty e Alfredo Costa para o 2º turno, dia 5.

 

Publicado por ascom Em 23/01/2012

Puty e Alfredo disputam 2º turno das prévias do PT em Belém

Os militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) em Belém foram às urnas neste domingo (22) para escolher o pré-candidato petista à Prefeitura da capital, e o resultado das prévias apontou para um segundo turno, no dia 5 de fevereiro, entre o deputado federal Cláudio Puty e o vereador de Belém Alfredo Costa. O vencedor do pleito terá o nome referendado na convenção do PT a ser realizada em junho deste ano.

Foram 45 urnas espalhadas por 19 locais de votação. Dos 9.011 petistas aptos a votar, 3.745 compareceram às urnas. O total de votos válidos foram 3.683. Antes da votação a militância petista foi mobilizada a votar através de oito debates com os candidatos, os quais reuniram, no total, mais de dois mil militantes.

Confira o resultado do 1º tuno das prévias em Belém:

1- Puty: 1.535 (41,68%)
2- Alfredo Costa: 1.274 (34,59%)
3- Bordalo: 774 (21,02%)
4- Fábio Pessoa: 51 (1,38%)
5 – Paulo Gaya: 30 (0,81%)
6- João Moraes: 19 (0,52%).

Repostado do portal do Partido dos Trabalhadores do Pará

PT comemora 32 anos de luta em defesa do povo brasileiro

 

Ato comemorativo será no dia 10 de fevereiro, no encerramento do Encontro Nacional de Prefeitos/as e Deputados/as Estaduais.

O Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores realiza no dia 10 de fevereiro, em Brasília, ato comemorativo dos seus 32 anos de fundação. A festividade ocorrerá durante o encerramento do Encontro Nacional de Prefeitos/as e Deputados/as Estaduais do PT. O evento, que será realizado no Centro de Eventos Brasil 21 (Plano Piloto), contará com a participação de dirigentes, militantes, ministros, parlamentares, prefeitos, lideranças sindicais e populares, além de representantes dos movimentos sociais e de partidos aliados.

Na comemoração do 32º aniversário de fundação, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, reafirma a posição do PT na defesa intransigente do povo brasileiro.

“Nestes 32 anos, o PT ajudou o Brasil a passar por grandes transformações, desde a luta pelo fim da ditadura, passando pelas Diretas Já, e contribuindo para a organização dos trabalhadores através da criação e construção da CUT. Depois, com a eleição de Lula e de Dilma, que fizeram com que o Brasil entrasse em um novo ciclo de transformação social e econômica. Podemos destacar os programas sociais que tiraram milhões de famílias da miséria, a geração de emprego e renda e a nova política para o salário mínimo, entre tantos avanços que ajudam o Brasil a ser hoje reconhecido e respeitado no cenário internacional”.

Rui Falcão também conclama os petistas a comemorarem a data com mobilização e alegria. “Por tudo isso, é importante celebrar essa história de 32 anos de lutas. Conclamamos toda a militância a realizar atos pelo país inteiro e os nossos parlamentares a usarem as tribunas para fazerem pronunciamentos em homenagem ao Partido, mobilizando assim a sociedade brasileira para que esse processo de transformação tenha continuidade na vida social e política do nosso País”, enfatiza o presidente do PT.

Durante as comemorações dos 32 anos de história, o PT também irá comemorar o Centenário de Apolônio de Carvalho, ativista histórico que assinou a primeira ficha de filiação ao Partido em 1980.

Clique aqui para ver a programação do Encontro Nacional de Prefeitos/as e Deputados/as Estaduais do PT

Saiba mais aqui sobre Apolônio de Carvalho

domingo, 22 de janeiro de 2012

Da série rola na rede:

 

Igreja para quem precisa de polícia

Da série rola na rede:
No Brasil a coisa mais fácil é fundar uma igreja, depois desfrutar as maravilhas das isenções e outros privilégios.
Conheça a história dos jornalistas que fundaram a Igreja Heliocêntrica tudo começou aqui.
E veja, a lista das igrejas fundadas em 2010:
Obs: Na série rola na rede reproduzo o que recebo por email e que acho interessante, não verifico a procedência, veracidade etc.
LISTA DE IGREJAS ABERTAS NO BRASIL EM 2010
- Igreja da Água Abençoada
- Igreja Adventista da Sétima Reforma Divina
- Igreja da Bênção Mundial Fogo de Poder
- Congregação Anti-Blasfêmias
- Igreja Chave do Éden
- Igreja Evangélica de Abominação à Vida Torta
- Igreja Batista Incêndio de Bênçãos
- Igreja Batista Ô Glória!
- Congregação Pass o para o Futuro
- Igreja Explosão da Fé
- Igreja Pedra Viva
- Comunidade do Coração Reciclado
- Igreja Evangélica Missão Celestial Pentecostal
- Cruzada de Emoções
- Igreja C.R.B. (Cortina Repleta de Bênçãos)
- Congregação Plena Paz Amando a Todos
- Igreja A Fé de Gideão
- Igreja Aceita a Jesus
- Igreja Pentecostal Jesus Nasceu em Belém (do Pará?)
- Igreja Evangélica Pentecostal Labareda de Fogo
- Congregação J. A. T. (Jesus Ama a Todos)
- Igreja Evangélica Pentecostal a Última Embarcação Para Cristo
- Igreja Pentecostal Uma Porta para a Salvação
- Comunidade Arqueiros de Cristo
- Igreja Automotiva do Fogo Sagrado
- Igreja Batista A Paz do Senhor e Anti-Globo
- Assembléia de Deus do Pai, do Filho e do Espírito Santo
- Igreja Palma da Mão de Cristo
- Igreja Menina dos Olhos de Deus
- Igreja Pentecostal Vale de Bênçãos
- Associação Evangélica Fiel Até Debaixo DÁgua
- Igreja Batista Ponte para o Céu
- Igreja Pentecostal do Fogo Azul
- Comunidade Evangélica Shalom Adonai, Cristo!
- Igreja da Cruz Erguida para o Bem das Almas
- Cruzada Evangélica do Pastor Waldevino Coelho, a Sumidade
- Igreja Filho do Varão
- Igreja da Oração Eficiente
- Igreja da Pomba Branca
- Igreja Socorista Evangélica
- Igreja A de Amor
- Cruzada do Poder Pleno e Misterioso
- Igreja do Amor Maior que Outra Força
- Igreja Dekanthalabassi
- Igreja dos Bons Artifícios
- Igreja Cristo é Show
- Igreja dos Habitantes de Dabir
- Igreja Eu Sou a Porta
- Cruzada Evangélica do Ministério de Jeová, Deus do Fogo
- Igreja da Bênção Mundial
- Igreja das Sete Trombetas do Apocalipse
- Igreja Barco da Salvação
- Igreja Pentecostal do Pastor Sassá
- Igreja Sinais e Prodígios
- Igreja de Deus da Profecia no Brasil e América do Sul
- Igreja do Manto Branco
- Igreja Caverna de Adulão
- Igreja Este Brasil é Adventista
- Igreja E.T.Q.B (Eu Também Quero a Bênção)
- Igreja Evangélica Florzinha de Jesus
- Igreja Cenáculo de Oração Jesus Está Voltando
- Ministério Eis-me Aqui
- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia
- Igreja Evangélica A Última Trombeta Soará
- Igreja de Deus Assembléia dos Anciãos
- Igreja Evangélica Facho de Luz
- Igreja Batista Renovada Lugar Forte
- Igreja Atual dos Últimos Dias
- Igreja Jesus Está Voltando, Prepara-te
- Ministério Apascenta as Minhas Ovelhas
- Igreja Evangélica Bola de Neve
- Igreja Evangélica Adão é o Homem
- Igreja Evangélica Batista Barranco Sagrado
- Ministério Maravilhas de Deus
- Igreja Evangélica Fonte de Milagres
- Comunidade Porta das O velhas
- Igreja Pentecostal Jesus Vem, Você Fica
- Igreja Evangélica Pentecostal Cuspe de Cristo
- Igreja Evangélica Luz no Escuro
- Igreja Evangélica O Senhor Vem no Fim
- Igreja Pentecostal Planeta Cristo
- Igreja Evangélica dos Hinos Maravilhosos
- Igreja Evangélica Pentecostal da Bênção Ininterrupta
- Assembléia de Deus Batista A Cobrinha de Moisés
- Assembléia de Deus Fonte Santa em Biscoitão
- Igreija Evangélica Muçulmana Javé é Pai
- Igreja Abre-te-Sésamo
- Igreja Assembléia de Deus Adventista Romaria do Povo de Deus
- Igreja Bailarinas da Valsa Divina
- Igreja Batista Floresta Encantada
- Igreja da Bênção Mundial Pegando Fogo do Poder
- Igreja do Louvre
- Igreja ETQB, (Eu Também Quero a Bênção)
- Igreja Evangélica Batalha dos Deuses
- Igreja Evangélica do Pastor Paulo Andrade, O Homem que Vive sem Pecados
- Igreja Evangélica Idolatria ao Deus Maior
- Igreja MTV, Manto da Ternura em Vida
- Igreja Pentecostal Marilyn Monroe
- Igreja Quadrangular O Mundo É Redondo
- Igreja Pentecostal Trombeta de Deus
- Igreja Pentecostal Alarido de Deus
- Igreja pentecostal Esconderijo do Altíssimo
- Igreja Batista Coluna de Fogo
- Igreja de Deus que se Reúne nas Casas
- Igreja Evangélica Pentecostal a Volta do Grande Rei
- Igreja Evangélica Pentecostal Creio Eu na Bíblia
- Igreja Evangélica a Última Trombeta Soará
- Igreja Evangélica Pentecostal Sinal da Volta de Cristo
- Igreja Evangélica Assembléia dos Primogênitos
- Ministério Favos de Mel
- Assembléia de Deus com Doutrinas e sem Costumes

sábado, 21 de janeiro de 2012

Prévias para escolha do candidato do PT a Prefeitura de Belém: É a militância petista da cidade das mangueiras, indo as urnas escolher, neste domingo (22/01/2012), o “candidato vermelho” e “futuro prefeito da capital do Pará”. É o Partido dos Trabalhadores de Belém dando um banho de organização e de democracia interna

 

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 O Diretório Distrital do Partido dos Trabalhadores de Mosqueiro, convida todos os seus militantes filiados em Mosqueiro, a participarem das prévias - eleição interna que escolherá o candidato petista a prefeitura de Belém, nas eleições de 2012.

A votação vai ocorrer neste domindo (22/01/2012), das 8:00 às 17:00 horas. Os locais de votação na ilha, são os seguintes:

* Cooperativa de Estudos Paulo Freire: localizado na Rua 15 de novembro (4ª rua), próximo a Agência Distrital de Mosqueiro, bairro da Vila.

* Sede do Premier (ex-templo da igreja Universal do Reino de Deus): localizado na Rua Lalor Mota, bairro de Caranduba.

Obs: Só poderão votar os militantes filiados que realizaram o pagamento da anuidade de 2011.

Após o período de debates entre os candidatos, chegou a hora de escolhermos o canditado da “Estrela Vermelha de Belém” que, com a força da militância petista e a sabedoria classe trabalhadora de Belém,  vai vencer as eleições e governar democraticamente a prefeitura da capital da Pará.

PT - II

“A Utopia está lá no horizonte.
Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos.
Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos.
Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei.
Para que serve a Utopia?
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar”.

Eduardo Galeano, escritor uruguaio.

É o Partido dos Trabalhadores e Trabalhadoras na sua caminhada histórica de luta ao lado classe trabalhadora. É o Partido Político que vem mudando (para melhor) a vida da classe trabalhadora brasileira, paraense, belenense e mosqueirense. Viva o PT socialista!  PT de massas! o PT inserido nos movimentos sociais!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Outro paradigma: escutar a natureza

Artigo | 16/1/2012 - 09h03

Outro paradigma: escutar a natureza

por Leonardo Boff*

15011 zoom1 300x225 Outro paradigma: escutar a natureza

Agora que se aproximam grandes chuvas, inundações, temporais, furacões e deslizamentos de encostas, temos que reaprender a escutar a natureza. Toda nossa cultura ocidental, de vertente grega, está assentada sobre o ver. Não é sem razão que a categoria central – ideia (eidos em grego) – significa visão. A televisão é sua expressão maior. Temos desenvolvido até os últimos limites a nossa visão. Penetramos com os telescópios de grande potência até a profundidade do universo para ver as galáxias mais distantes. Descemos às derradeiras partículas elementares e ao mistério íntimo da vida. O olhar é tudo para nós. Mas devemos tomar consciência de que este é o modo de ser do homem ocidental e não de todos.

Outras culturas, como as próximas a nós, as andinas (dos quéchuas e aimaras e outras) se estruturam ao redor do escutar. Logicamente eles também veem. Mas sua singularidade é escutar as mensagens daquilo que veem. O camponês do altiplano da Bolívia me diz: “eu escuto a natureza, eu sei o que a montanha me diz”. Falando com um xamã, ele me testemunha: “eu escuto a Pachamama e sei o que ela está me comunicando”. Tudo fala: as estrelas, o Sol, a Lua, as montanhas soberbas, os lagos serenos, os vales profundos, as nuvens fugidias, as florestas, os pássaros e os animais. As pessoas aprendem a escutar atentamente estas vozes. Livros não são importantes para eles porque são mudos, ao passo que a natureza está cheia de vozes. E eles se especializaram de tal forma nesta escuta que sabem, ao ver as nuvens, ao escutar os ventos, ao observar as lhamas ou os movimentos das formigas, o que vai ocorrer na natureza.

Isso me faz lembrar uma antiga tradição teológica elaborada por Santo Agostinho e sistematizada por São Boaventura na Idade Média: a revelação divina primeira é a voz da natureza, o verdadeiro livro falante de Deus. Pelo fato de termos perdido a capacidade de ouvir, Deus, por piedade, nos deu um segundo livro que é a Bíblia para que, escutando seus conteúdos, pudéssemos ouvir novamente o que a natureza nos diz.

Quando Francisco Pizarro, em 1532, em Cajamarca, mediante uma cilada traiçoeira, aprisionou o chefe inca Atahualpa, ordenou ao frade dominicano Vicente Valverde que, com seu intérprete Felipillo, lesse para ele o requerimento, um texto em latim pelo qual deviam se deixar batizar e se submeter aos soberanos espanhóis, pois o papa assim o dispusera. Caso contrário poderiam ser escravizados por desobediência. O inca perguntou de onde vinha esta autoridade. Valverde entregou-lhe o livro da Bíblia. Atahaualpa pegou-o e colocou ao ouvido. Como não tivesse escutado nada jogou a Bíblia ao chão. Foi o sinal para que Pizarro massacrasse toda a guarda real e aprisionasse o soberano inca. Como se vê, a escuta era tudo para Atahualpa. O livro da Bíblia não falava nada.

Para a cultura andina tudo se estrutura dentro de uma teia de relações vivas, carregadas de sentido e de mensagens. Percebem o fio que tudo penetra, unifica e dá significação. Nós ocidentais vemos as árvores, mas não percebemos a floresta. As coisas estão isoladas umas das outras. São mudas. A fala é só nossa. Captamos as coisas fora do conjunto das relações. Por isto, nossa linguagem é formal e fria. Nela temos elaborado nossas filosofias, teologias, doutrinas, ciências e dogmas. Mas este é o nosso jeito de sentir o mundo. E não é de todos os povos.

Os andinos nos ajudam a relativizar nosso pretenso “universalismo”. Podemos expressar as mensagens por outras formas relacionais e includentes e não por aquelas objetivas e mudas a que estamos acostumados. Eles nos desafiam a escutar as mensagens que nos vem de todos os lados.

Nos dias atuais devemos escutar o que as nuvens negras, as florestas das encostas, os rios que rompem barreiras, as encostas abruptas, as rochas soltas nos advertem. As ciências da natureza nos ajudam nesta escuta. Mas não é o nosso hábito cultural captar as advertências daquilo que vemos. E, então, nossa surdez nos faz vítimas de desastres lastimáveis. Só dominamos a natureza, obedecendo-a, quer dizer, escutando o que ela nos quer ensinar. A surdez nos dará amargas lições.

Veja o livro O Casamento do Céu com a Terra: mitos ecológicos indígenas, Moderna, São Paulo 2004.

* Leonardo Boff é teólogo/filósofo.

** Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Rede Globo: Escândalo é derrubar pés de laranja. Estupro na própria casa não.

Rede Globo: Escândalo é derrubar pés de laranja. Estupro na própria casa não.

17 de janeiro de 2012

Por Igor Felippe Santos*
Em O Escrevinhador


A Globo fez um escândalo sem precedente quando, em 2009, trabalhadores rurais derrubaram pés de laranjas (menos de 1% do total na área, contaminados por agrotóxicos, de acordo com o governo dos Estados Unidos) em protesto para denunciar que a fazenda era grilada pela Cutrale, as terras ficam no município de Borebi, na região de Iaras (SP).

Foram dias e dias de exposição por mais de uma semana, dia e noite, das imagens (sem contextualizá-las) de um trabalhador rural passando o trator sobre os pés de laranja. Esse escândalo teve como consequência a instalação de uma CPMI contra a Reforma Agrária, a paralisação da criação de assentamentos e tentativa de desmoralização do MST.

Agora suspeita-se que um integrante de um reality show, o BBB12, teria feito sexo sem consentimento com outra participante, desmaiada e sem consciência, o que configuraria estupro. Esta denúncia não vai aparecer no Jornal Nacional, no Bom Dia Brasil, no Jornal Hoje e no Jornal da Globo? As imagens, inclusive, não estão mais no arquivo da Globo…

Escândalo para a Globo é fazer um protesto contra a grilagem de uma empresa transnacional, contra a pobreza no campo e pela Reforma Agrária. Mas a suspeita de estupro dentro da suas instalações, transmitido ao vivo por suas câmeras (com consentimento da produção do programa?), não está sujeita a virar notícia.

Não dá nem para dizer que são dois pesos e duas medidas. Porque o escândalo no caso da Cutrale era a grilagem das terras, que foi omitida, assim como o episódio no BBB12. A Globo cria os escândalos que quer. E com todo o seu poder apaga aqueles que se configuram como tal que não convêm para seus interesses. Aposto que, daqui uma semana, o programa transcorrerá como se nada tivesse acontecido…

Tanto que a “história” e os “procedimentos” para a continuidade da “atração” já foram combinados entre produção e participantes, uma vez que “por volta das 19h30 desta segunda-feira, o áudio do pay-per-view do programa foi cortado e só voltou às 20h20. Às 20h, os brothers que estavam na área externa da casa tiveram que entrar imediatamente” (de acordo com o blog SRZD).

Não há democracia num país que tem uma emissora de TV que manda e desmanda, escandaliza e “des-escandaliza” (transforma verdadeiros escândalos em… nada). É hora da sociedade se movimentar e pressionar para que o governo federal jogue peso no projeto de regulamentação dos meios de comunicação. É preciso colocar amarras nesse monstro criado pela ditadura chamado Organizações Globo, que deveria escandalizar todos aqueles que defendem a democracia.

Igor Felippe Santos é jornalista, editor da Página do MST, do conselho político do jornal Brasil de Fato e do Centro de Estudos Barão de Itararé.

O "mano" que Elis cantou para sempre

Cultura

O "mano" que Elis cantou para sempre

Por: Vitor Nuzzi, Rede Brasil Atual

Publicado em 19/01/2012

São Paulo – "Você precisa conhecer o nosso mano que está no exílio. Ele sabe mais do que eu e Chico juntos." Era o que Henfil dizia a Aldir Blanc, parceiro de Chico Mário, o Chico da frase. O "mano" era Herbert de Souza, o Betinho, que morava na Canadá. O compositor se sensibilizava com o carinho dos irmãos e gravou a história na mente, conforme conta Dênis de Moraes no livro "O Rebelde do Traço  - A Vida de Henfil". Nessa história ainda se juntarão dois personagens, João Bosco e Elis Regina. Estava para nascer o hino não oficial da anistia, uma história ainda incompleta do Brasil.
Antes disso, Elis e Henfil tiveram de superar desentendimentos, originados quando o cartunista "enterrou" a cantora no chamado Cemitério dos Mortos-Vivos, devido à participação (forçada) na Olimpíada do Exército. Quando ficaram frente a frente, Elis queixou-se de injustiça. Mesmo achando que ela "fraquejou", conforme disse a Regina Echeverria no livro "Furacão Elis", Henfil "desenterrou-a". Reconciliaram-se.

De volta para Aldir Blanc, que em certa noite de sábado foi chamado por João Bosco para colocar letra em uma melodia recém-composta. Era uma homenagem a Charles Chaplin, que morrera no final de 1977, e inspirada na canção Smile. "Primeiramente, fizemos algo meio chapliniano, mas depois resolvemos extrapolar, aproveitando a letra para falar do sufoco dos exilados", contou Aldir no livro sobre Henfil. Foi aí que apareceu o "irmão do Henfil" – de quem Aldir sempre ouvia falar –, além das Marias e Clarices, representando as mulheres que perderam os maridos por causa da ditadura. Maria, mulher do operário Manuel Fiel Filho, e Clarice, que era casada com o jornalista Vladimir Herzog.
Faltava o toque final, a interpretação. Elis e Henfil ouviram juntos a música, cantada por João Bosco em um gravador. E o cartunista conta que "desabou" após ouvir a interpretação de Elis, com arranjo de César Camargo Mariano. "Eu desmontei ali. Quando Elis botou a voz, e eu percebi principalmente que ela estava botando mais a emoção do que a técnica, aí eu desbundei. Quando acabou a música, percebi que a anistia ia sair, e olha que estávamos no começo da campanha, mal juntávamos quinhentas pessoas."
Completa ou não, a anistia saiu, no mesmo ano (1979) em que O Bêbado e a Equilibrista foi lançada. Henfil ligou para Betinho, pôs a música na vitrola e falou: "Escuta aí, mano..."

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Brasil é segundo país mais desigual do G20, aponta estudo

Representante da Oxfam no país recomenda continuidade dos programas sociais do governo e alerta que mercados podem criar empregos, mas não redistribuem renda

Por: Agência Brasil

Publicado em 19/01/2012

Brasil é segundo país mais desigual do G20, aponta estudo

Cidadãos brasileiros buscam sobrevivência em lixão do país. Diferenças entre os mais ricos e mais pobres do país diminui (Foto: Arquivo RBA)

Brasília - O Brasil é o segundo país com maior desigualdade do G20, de acordo com um estudo realizado pela Oxfam - entidade de combate à pobreza e a injustiça social presente em 92 países. Segundo o trabalho entitulado "Deixados para trás pelo G20", apenas a África do Sul fica atrás do Brasil em termos de desigualdade. Mas mesmo estando nas últimas colocações, o Brasil é mencionado pela pesquisa como um dos países onde o combate à pobreza foi mais eficaz nos últimos anos.

Como base de comparação, a pesquisa também examina a participação na renda nacional dos 10% mais pobres da população de outro subgrupo de 12 países, de acordo com dados do Banco Mundial. Neste quesito, o Brasil apresenta o pior desempenho de todos, com a África do Sul logo acima.

A pesquisa afirma que os países mais desiguais do G20 são economias emergentes. Além de Brasil e África do Sul, México, Rússia, Argentina, China e Turquia têm os piores resultados. Já as nações com maior igualdade, segundo a Oxfam, são economias desenvolvidas com uma renda maior, como França (país com melhor resultado geral), Alemanha, Canadá, Itália e Austrália.

Avanços

A Oxfam indica medidas eficazes do Brasil no combate à pobreza nos últimos anos. O estudo cita dados que apontam a saída de 12 milhões de brasileiros da pobreza absoluta entre 1999 e 2009, além da queda da desigualdade medida pelo coeficiente de Gini, baixando de 0,52 para 0,47 no mesmo período (o coeficiente vai de zero, que significa o mínimo de desigualdade, a um, que é o máximo).

A pesquisa prevê que, se o Brasil crescer de acordo com as previsões do FMI (3,6% em 2012 e acima de 4% nos anos subsequentes) e mantiver a tendência de redução da desigualdade e de crescimento populacional, o número de pessoas pobres cairá em quase dois terços até 2020, com cinco milhões de pessoas a menos na linha da pobreza.

No entanto, a Oxfam diz que, se houver um aumento da desigualdade nos próximos anos, nem mesmo um forte crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) poderá retirar um número significativo de brasileiros da pobreza. "Mesmo que o Brasil tenha avanços no combate da pobreza, ele é ainda um dos países mais desiguais do mundo, com uma agenda bem forte pendente nesta área", disse  o chefe do escritório da Oxfam no Brasil, Simon Ticehurst.

"As pessoas mais pobres são as mais impactadas pela volatilidade do preço dos alimentos, do preço da energia, dos impactos da mudança climática", acrescentou. Para ele, é importante que o governo dê continuidade às políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família, e que o Estado intervenha para melhorar o sistema de distribuição. "Os mercados podem criar empregos, mas não vão fazer uma redistribuição (de renda)", afirma.

Ticehurst diz que, para reduzir a desigualdade, o Brasil também precisa atacar as questões da sustentabilidade e da resistência a choques externos. "As pessoas mais pobres são as mais impactadas pela volatilidade do preço dos alimentos, do preço da energia, dos impactos da mudança climática. O modelo de desenvolvimento do Brasil precisa levar isso mais em conta".

Para o representante da Oxfam, a reforma agrária e o estímulo à agricultura familiar também é importante para reduzir a desigualdade. "Da parcela mais pobre da população brasileira, cerca de 47% vivem no campo. Além disso, 75% dos alimentos que os brasileiros consomem são produzidos por pequenos produtores, que moram na pobreza", disse TiceHurst.

"É preciso fechar esse circuito para que os produtores que alimentam o país tenham condições menos vulneráveis e precárias". Segundo o estudo da Oxfam, a maioria dos países do G20 apresenta uma tendência "preocupante" no sentido do aumento na desigualdade. A entidade afirma que algumas dessas nações foram "constrangidas" pelas reduções significativas da desigualdade registradas nos países de baixa renda nos últimos 15 anos.

"A experiência do Brasil, da Coréia do Sul e de vários países de renda baixa e média-baixa mostra que reduzir a desigualdade está ao alcance dos dirigentes do G20", diz o texto.

Com informações da BBC Brasil