Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

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Bem-vindo ao blog do PT de Mosqueiro, aqui nós discutimos a organização e atuação do Partido dos Trabalhadores nas relações sociopolíticas e econômicas do Brasil e do Pará. Também debatemos temas gerais sobre política, economia, sociedade, cultura, meio ambiente, bem como temas irreverentes que ocorrem no Mundo, no Brasil, no Pará, mas em especial na "Moca". Obrigado por sua visita e volte sempre!

sexta-feira, 28 de março de 2014

Se pensar pequeno, o governo escorrega na goela conservadora

 

26/03/2014 - Copyleft

 

Para quem acha que capitalismo é apenas um sistema econômico, não uma relação de poder, o Brasil desta 5ª feira incentiva a revisão de conceitos.

por: Saul Leblon

Agência Brasil

(*) Nota atualizada em 27/03/2014 às 22 hs.


A marcha dos acontecimentos nas  últimas  48 horas:
- o Supremo aposentou  o domínio do fato e ressuscitou  o império da lei  para julgar o mensalão tucano;
- os que tentaram fatiar e vender a Petrobrás em 1997, agora  reivindicam uma CPI para defendê-la;
- a Standar & Poor’s rebaixa a nota do país em desacordo com a política fiscal enquanto o capital estrangeiro não para de comprar títulos do Brasil ;
- o Ibope  anuncia que a  aprovação ao governo  despenca , no mesmo dia em que o IBGE  divulga  o menor nível de desemprego no desde 2002  e a maior renda real  dos trabalhadores   em 12 anos.
Como entender a  feijoada de  paradoxos?
Olhando o calendário
Estamos a sete meses  das eleições presidenciais  de 2014; as pesquisas mostram Dilma na liderança, com chances  de vencer no 1º turno.
Os resultados  da economia  desmentem  a  guerra santa das expectativas.
Por enquanto.
Mas  o martelete conservador opera diuturnamente.
A dar um crédito --generoso-- ao passado do Ibope, a trepidação ininterrupta já teria provocado   uma trinca nas expectativas, suficiente para ressuscitar aquilo que o ciclo Lula tinha extirpado do imaginário brasileiro: o medo do futuro.
A associação entre o medo e o  futuro  forma um redemoinho  capaz de cegar a visão do presente e sepultar a disposição da sociedade para enfrentar os interditos ao passo seguinte do  seu desenvolvimento.
A manada  de bisão acantonada nas redações  dedica-se a isso com afinco: afia os cascos no chão e recobre o horizonte brasileiro de uma espessa  poeira cinza asfixiante. O chão treme.
É imperioso  ligar o aspirador de pó à passagem do tropel noticioso. A mesa do café da manhã fica  imprestável  quando  dividida com a edição do dia.
A culpa pelas más notícias nunca é do carteiro. OK. Exceto se ele exorbita  e troca a entrega da correspondência  pela ordem de despejo.
O  pisoteio  dos cascos isentos  faz mais ou menos isso ao reduzir  a partículas ínfimas  qualquer  saliência que desafie  a pauta do Brasil aos cacos.
Nenhum vestígio positivo do  passado e do  presente  mas,  sobretudo, os  brotos do  futuro, sobrevivem à passagem diária do tropel.
Repita-se:  isso,  há sete meses do pleito que pode dar um quarto mandato à coalizão  centrista comandada pelo PT.
Há quem ache merecido.
Até sorria ao ouvir o barulho do  Brasil esmigalhando sob as patas do tropel.
As alianças ‘escolhidas’  pelo PT, afinal, sem falar no próprio,  submeteram a sociedade  a uma camisa de força conservadora, diz Eduardo Campos, de braço dado com os Bornhausen, de conhecidos pendores mudancistas...
Há quem vá além e prefira  a parceria com autênticos partisans  de um novo amanhecer.
Combatentes  da cepa de um Jarbas Vasconcelos, por exemplo;  ou  da estirpe  de Agripino, le rouge, companheiros de caminho dos que levaram  ao Procurador Geral,  Rodrigo Janot, um pedido de investigação contra a Presidenta Dilma Rousseff pelo caso Pasadena.
A manada ganhou esta semana outro reforço  de notórios compromissos com o país.
A agencia  Standart  & Poor’s , cuja credibilidade é conhecida, mostrou a que veio  ao rebaixar  a nota do país para  pendurá-lo um degrau acima do patamar  a que estão relegadas alguns Estados falidos.
E não ficou nisso: ‘Os sinais enviados pelo governo ainda não são claros’, advertiu a agência no idioma da chantagem  imperial. ‘Podemos promover ainda um novo corte na nota’, reforçou a senhora Lisa Schineller , analista da agencia, em teleconferência  à mídia embevecida.
Em seguida foi direto ao  centro da sua meta  que é para ninguém ter dúvida do que é o principal na vida de uma nação:  ‘(a punição) é um reflexo da política fiscal (a economia para pagar os juros dos rentistas) ,’cuja credibilidade se enfraqueceu de forma sis-te-máti-ca’, escandiu a executiva  da ‘S& P’.Orgasmos intelectuais na plateia.
Nesse bacanal da isenção com a equidistância a ninguém ocorreu, naturalmente, perguntar-lhe se a mesma corrosão da credibilidade teria atingido a agência de risco pelo desempenho pregresso.
Em agosto de 2008 a  ‘S&P’ atribuiu ao banco Lehman Brothers  um esférico triple A: a nota máxima do ‘rating’ de credibilidade , da qual  ela afastou  o Brasil um pouco mais agora.Trinta dias depois o banco implodia  acionando a espoleta da maior crise do capitalismo desde 1929.
Há um outro recuerdo  ilustrativo do combustível que move a engrenagem por trás da fala assertiva da senhora Schineller.
A  ‘S&P’ foi responsável por rebaixar a nota do Brasil em julho de 2002.
As pesquisas do Datafolha mostravam então o candidato Lula na liderança das intenções de voto, com 38% da preferências dos eleitores, seguido de Ciro Gomes.
Só depois  vinha o delfim da eterna derrota conservadora: José Serra.
O risco da argentinização  sob um governo petista era o mote do jogral conservador, ao qual a S&P adicionou seu grave de tenor.
Como corolário da impoluta trajetória ética e técnica recorde-se que o governo norte-americano encontrou um erro de cálculo de ‘apenas’ US$ 2 trilhões nas contas que orientaram a mesma  Standard & Poor’s  a rebaixar o rating do país em 2012.
Essa a folha corrida. Cuja representação era aguardada  com ansiedade pela manada  e seus  candidatos amigáveis à sucessão.
A bala de prata não negou fogo.
Mas o day after da apoteose foi  talvez o maior fiasco já enfrentado  pelo jornalismo isento  que se vestiu de gala com  manchetes garrafais à espera de uma  3ª feira negra que não veio.
O  dólar caiu ao menor nível em quatro meses; o capital estrangeiro continuou  a desembarcar  --uma parte, ressalve-se, apenas para desfrutar dos juros altos--  mas US$ 9,2 bi em investimento efetivos aportaram no 1º bimestre.
A  Bolsa atingiu a maior pontuação desde setembro de 2013 (e continuou subindo, após a divulgação do Ibope desfavorável ao governo)
As ações da Petrobras se mantiveram em  espiral ascendente --e assim seguiram também após o Ibope.
Para finalizar, o Tesouro anunciou uma arrecadação recorde em fevereiro  –em frontal desacordo com o veredito da ‘inconsistência fiscal’  alegada pela ‘S&P’ para cortar o ‘rating’ do país.
O que aconteceu no day after --e no day after do day after-- na verdade, só reafimou aquilo que os indicadores tem mostrado neste início de ano, à revelia das manchetes alarmistas.
O Brasil tem problemas; sérios alguns  (leia ‘Quem vai mover as turbinas do Brasil?’).
Mas está longe de ser a terra arrasada produzida pelos cascos que esmagam e amesquinham tudo o que se opõe à pauta da economia que vai afundar –  'se não for hoje, de amanhã não passa'.
Nesta 2ª feira, por exemplo, o insuspeito jornal Valor reuniu 18 indicadores atualizados para medir a temperatura da economia  neste início de ano.
Treze dos dezoito  apontavam um desempenho positivo.
São eles:  renda, emprego, atividade industrial, vendas do varejo, vendas de serviços, venda de aços planos, crédito, inadimplência, nível de atividade do BC, vendas de automóveis, fluxo de veículos pedagiados e  vendas de papel para embalagem.
Dos cinco indicadores negativos, apenas um  se referia  a  atividade produtiva de fato: produção de automóveis (influenciada pela antecipação de vendas do final de 2013 e o fim da isenção do IPI)
Os demais  dizem respeito à formação das expectativas, diretamente contaminadas pela guerra eleitoral manipulada pela mídia  –intenção de consumo, confiança da indústria, confiança do consumidor, indicador antecedente da FGV.
Em resumo,  os mercados ,  ao contrário do jornalismo colegial, sabem que as candidaturas conservadoras não emplacam.
Enquanto cuidam de faturar, usam as redações  isentas, a exemplo dos serviços pagos, da  ‘Standard & Poor’s  e do Ibope,  para chantagear o final do governo Dilma.
Mas não só chantagear.
Também para engessar a presidenta-candidata no palanque de outubro .
E, no limite,  desossar sua eventual reeleição, circunscrevendo-a  num círculo de ferro de mercadismo  e mediocridade.
A transição de ciclo econômico vivida pelo Brasil apimenta esse embate.
Mas não é a sua determinação maior.
A determinação  dominante é o mutirão do dinheiro graúdo para engessar o governo em curso-- e, sobretudo a sua continudiade, a partir de 2015--  e impedir que ele seja de fato o portador  do  desejo mudancista do eleitorado  brasileiro, majoritariamente associado à condução do processo pela própria Presidenta-candidata.
O cerco está visível a olho nu.
Trata-se de espremer Dilma e tanger o  PT , obrigando-os a pensar pequeno.
Pensar um futuro governo menor que o país.
Uma campanha presidencial  menor que as possibilidades e urgências da Nação.
Com um programa de governo  --e uma estratégia eleitoral --  menor que a ponte necessária entre a prostração democrática que favorece a chantagem em curso, e a repactuação da  sociedade com o desenvolvimento, feita  de prazos e metas críveis  para a construção da cidadania plena .
Se pensar pequeno, o governo que finda ,e o seu novo mandato,  corre o risco de  caber na goela conservadora.
Que não  hesitará em mastiga-lo  até o último farelo.

Repostado do portal Carta Maior

Lula usa 50 anos do golpe para exaltar democracia e pedir participação popular

 

28/03/201418h04

Do UOL, em São Paulo

'AO INVÉS DE RECLAMAR, PARTICIPE', DIZ LULA EM MENSAGEM SOBRE GOLPE

Em mensagem gravada em vídeo e divulgada nesta sexta-feira (28), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou os 50 anos do golpe militar para exaltar a democracia e cobrar participação dos que reclama do governo.

"A conquista da democracia foi fruto de uma intensa luta de grande parte de nossa sociedade. Essa luta que permite hoje que o povo tenha o poder de escolher livremente seus representantes", afirmou. "Temos que lembrar desse momento [ditadura] para valorizar o período democrático que existe hoje."

O ex-presidente dirigiu-se aos que estariam desanimados ou insatisfeitos com a política atual. "O momento não é de desanimar, o momento é de participar. O momento não é de ficar de cabeça baixa é de levantar a cabeça e lutar", disse. "A invés de lamentar, reclamar, participe. Quem sabe você possa ser o responsável da nossa tão sonhada e conquistada democracia", acrescentou o petista.

Lula afirmou ainda que "apenas em uma democracia, o povo pode ir às ruas e reivindicar seus direitos" e citou a Comissão Nacional da Verdade, instaurada pela presidente Dilma Rousseff para apurar violações praticadas na ditadura. "É o regime democrático que permite, inclusive, que possamos investigar o período autoritário."

Leia mais em: http://zip.net/bymXfS

terça-feira, 25 de março de 2014

CNJ investiga juiz do Pará suspeito de vender sentença para políticos

24/03/2014 18h19 - Atualizado em 24/03/2014 21h53

CNJ investiga juiz do Pará suspeito de vender sentença para políticos

Conselho Nacional de Justiça apura conduta de desembargador Maroja.
Advogado Leonardo Maroja, filho do acusado, nega recebimento de valores.

 

Decisão do CNJ abre investigação contra desembargador João Maroja (Foto: Camila Lima / O Liberal)

Decisão do CNJ abre investigação contra
desembargador João Maroja
(Foto: Camila Lima / O Liberal)

O plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu nesta segunda-feira (24) abrir um Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar a conduta do desembargador João José da Silva Maroja, do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA). Segundo denúncia do Ministério Público, Maroja teria recebido cerca de R$ 1,3 milhão em troca de decisões favoráveis a políticos paraenses. O TJPA informou que, tão logo seja notificado, dará cumprimento da decisão afastando o desembargador da sua função. Por telefone, o advogado Leonardo Maroja, filho do desembargador, negou as acusações.

A decisão foi unânime e se refere à gestão do desembargador no Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), que aconteceu entre 2009 e 2011. Segundo o CNJ, o Maroja teria usado do seu cargo para beneficiar candidatos que haviam sido cassados pela justiça eleitoral, concedendo liminares para recursos que ele mesmo havia negado anteriormente.

O procurador regional eleitoral apresentou declarações gravadas magneticamente, as quais sugerem que o desembargador Maroja proferiu a decisão de retorno motivado pelo pagamento de vultosa quantia que poderá chegar a R$ 1 milhão"

Francisco Falcão, ministro do CNJ

Segundo o corregedor nacional de justiça, Francisco Falcão, a procuradoria eleitoral apresentou gravações que reforçam a venda de sentenças. “O procurador regional eleitoral apresentou declarações gravadas magneticamente, as quais sugerem que o desembargador Maroja proferiu a decisão de retorno motivado pelo pagamento de vultosa quantia que poderá chegar a R$ 1 milhão”, disse o ministro.

Ainda de acordo com o CNJ, a venda de sentenças era intermediada pelo filho do desembargador, o advogado Leonardo Maroja. Por conta disso, além de instaurar o PAD e determinar o afastamento do desembargador, o Conselho acatou a proposta do ministro Falcão de enviar para a OAB informações sobre a conduta do advogado Leonardo Maroja, para que ele também seja investigado.

Nós não trabalhamos desta forma. É lamentável. Posso lhe assegurar que, se disseram que eu peguei R$ 1 milhão, não vi esse dinheiro. Estão me acusando por vingança política"

Leonardo Maroja, advogado

Advogado diz que acusação é injusta
Por telefone, Leonardo Maroja negou as acusações. "Nós não trabalhamos desta forma. É lamentável. Posso lhe assegurar que, se disseram que eu peguei R$ 1 milhão, não vi esse dinheiro. Estão me acusando por vingança política. São pessoas insatisfeitas com o resultado de processos, que espalharam o boato que o meu pai teria recebido cifras. O fato é que o meu advogado esteve ao CNJ e fez uma defesa concisa, mas infelizmente é muito triste. Eu não peguei valores, e meu pai tem princípios para não vender decisões. Esta sentença (do CNJ) é exagerada e injusta", disse o advogado.

 

Entenda o caso
Segundo o CNJ, Maroja recebeu a quantia do prefeito e o vice prefeito de Chaves, na ilha do Marajó, que foram cassados pela Justiça Eleitoral sob acusação de compra de votos na eleição de 2008. Após a cassação, os candidatos entraram com recursos que foram negados pelo TRE-PA.
Porém, um mês após a publicação da decisão, o próprio desembargador Maroja, que havia rejeitado o recurso especial, acabou concedendo liminar que permitiu o retorno dos três políticos aos respectivos cargos.

Leonardo Maroja, filho do desembargador, nega envolvimento com o prefeito cassado de Chaves, e atribui a acusação do MP a disputas políticas. Segundo ele, a decisão do tribunal foi em favor do então vice-prefeito, o que acabou conduzindo o prefeito cassado de volta ao cargo.

Juiz acusado de favorecer advogados também será julgado pelo CNJ
Ainda nesta segunda-feira, o CNJ decidiu revisar a decisão do TJPA, que em 23 de abril de 2013 julgou improcedentes as acusações contra o magistrado paraense José Admilson Gomes Pereira por suspeitas de tráfico de influência e venda de sentenças. O juiz foi alvo de um processo administrativo disciplinar (PAD) da época em que atuava na comarca de Novo Progresso, no sudoeste do Pará, nos anos de 2010 e 2011.

Para o ministro Francisco Falcão, a decisão do TJPA contraria evidências apontadas no PAD. Trechos de gravações e depoimentos teriam sido desconsiderados pelo plenário do Tribunal no julgamento do processo. De acordo com Falcão, duas pessoas, entre elas um advogado, negociavam o pagamento de propinas em processos sob a responsabilidade do magistrado. O G1tenta entrar em contato com o juiz José Admilson.

Fonte G1/Pa

quarta-feira, 19 de março de 2014

As 10 fotos mais misteriosas já tiradas

O homem sempre utilizou a fotografia para registrar momentos únicos e especiais. Mas, algumas pessoas, preferem fazer uso dessa tecnologia para fotografar cenas surpreendentes e misteriosas.

O que dizer de imagens sobrenaturais que, às vezes, aparecem nas fotografias, sem que nós possamos explicar o fato? Nos mais de 200 anos do surgimento da fotografia, algumas imagens marcaram a história do homem e ainda não têm explicação. Nesses casos, resta ao homem acreditar no sobrenatural.

Abaixo você vai conferir uma seleção das 10 fotos mais misteriosas já tiradas:

1 - Esfera de Marcianos – Fotografia tirada em 13 de setembro de 2012

Em 2004, uma pesquisa espacial realizada em Marte encontrou pequenas partículas circulares no solo do planeta vermelho. Mas, uma fotografia ainda mais estranha foi tirada em 2012, mostrando um grande número de esferas enormes no solo do planeta.
Essas esferas seriam supostamente formadas por hematitas, o que seria um possível sinal da existência de água em Marte. Os cientistas ainda não têm certeza sobre o que essas formações poderiam ser.
2 - O monstro do mar de Hook Island – Fotografia tirada em março de 1965

A fotografia de um suposto monstro do mar ficou famosa no mundo todo depois de 1965. Muitas pessoas alegaram que a foto não passava de uma montagem. Entretanto, ninguém pode afirmar o que seria aquele grande animal marinho que aparecia na foto. A cena foi fotografada em 1965 por Robert Le Serrec e foi amplamente discutida entre zoólogos.
3 – Satélite do cavaleiro negro – Fotografia tirada em 11 de dezembro de 1998

Essa fotografia é uma observação do primeiro satélite espacial fabricado pelo homem em 1960. Ela mostra um objeto sem identificação em órbita. Nem os pesquisadores norte-americanos, nem os russos foram capazes de dizer o que era o objeto. Depois daquilo, o objeto chamado de Cavaleiro Negro passou a aparecer e desaparecer em intervalos regulares de tempo.
Ele foi visto em algumas imagens captadas pela sonda STS-88 da Nasa no ano de 1998. Dando um zoom na imagem é possível ver detalhes daquilo que parece ser uma nave extraterrestre. No entanto, mais tarde o estranho objeto foi identificado como restos de algum aparelho fabricado pelo homem.
4 – A senhora de Babushka – Fotografia tirada em 22 de novembro de 1963

Em 22 de novembro de 1963, John Kennedy, o trigésimo quinto presidente dos Estados Unidos, foi assassinado com um tiro, em Dallas, no Texas. Durante a análise de algumas fotografias da cena do crime, a imagem de uma mulher misteriosa foi mostrada. 

Ela estava usando um casaco marrom e uma echarpe vermelha na cabeça. Ela pode ser vista em muitas fotos carregando uma câmera e tranquilamente filmando a cena. O FBI procurou por essa mulher durante anos, sem nunca ter conseguido encontrar o paradeiro dela ou descobrir sua identidade.

5 – O telefone celular do filme de Charlie Chaplin – Fotografia tirada em 6 de janeiro de 1928

Um dvd com extras do filme “O circo” de Charlie Chaplin mostra ao público algumas cenas das gravações de 1928. Nessas imagens há uma mulher que, aparentemente, está falando num telefone celular. O cineasta George Clarke afirma que a imagem demonstra a existência de viajantes do tempo.
A história se espalhou pela internet. Algumas pessoas disseram que, na verdade, a mulher estava segurando uma corneta. Mas isso não explica porquê a pessoa parecia estar sorrindo e conversando no momento em que segurava o suposto objeto.
6 – As luzes de Hessdalen – Fotografia tirada em 20 de setembro de 2007

Em 2007, um grupo de estudantes, professores e cientistas estabeleceram uma acampamento de ciências em Norway para estudar um fenômeno chamado de Luzes de Hessdalen. Numa noite clara, Bjorn Hauge se preparou para tirar uma foto com um tempo de exposição de 30 segundos.
A análise do espectrum da fotografia mostrou um objeto feito de silício, ferro, titânio e escândio. Essa não foi a única imagem feita do fenômeno. A imagem fez os cientistas quebrarem a cabeça tentando descobrir o que acontece no Vale Hassdalen.
7 – O rebelde desconhecido – Fotografia tirada em 5 de junho de 1989

Em 5 de junho de 1989, um dia depois do governo da China ter acabado com protestos de forma violenta em Beijing, fotografias foram tiradas na Avenida Chang’an, onde havia uma coluna de tanques de guerra. Na cena, um homem protestou sozinho parado na frente dos veículos.
Quem era o homem, ou o que aconteceu com ele depois daquela cena, continuam sendo um mistério. Mas a fotografia se tornou muito famosa no mundo todo e o homem misterioso se tornou um símbolo poderoso da resistência não violenta ao redor do planeta.
8 – Homem do espaço – Fotografia tirada em 23 de maio de 1964

Em 1964, Jim Templeton partiu para uma viagem de um dia para o Pântano Burgh junto com sua filha e sua esposa. Sozinho no pântano, ele decidiu tirar algumas fotos de sua filha. Quando as fotos foram reveladas, ele percebeu uma figura estranha aparecendo em uma das fotografias.
Ele reclamou com a fabricante de filmes Kodak, mas as análises mostraram que nada fora do convencional havia acontecido com o filme fotográfico. Nunca houve uma explicação para essa fotografia.
9 – O esquadrão de Goddard – Fotografia tirada em 1919

Uma fotografia do esquadrão de Goddard, que serviu na Primeira Guerra Mundial, apresenta um detalhe intrigante no canto superior direito. Um rosto aparece atrás dos oficiais e ele foi reconhecido como um ex-membro do esquadrão, chamado Freddy Jackson.
Esse oficial havia morrido acidentalmente dois dias antes da foto ser tirada e seu funeral foi realizado exatamente no dia da fotografia.
Veja o vídeo:

10 – Rocha Anormal – Fotografia tirada em 11 de dezembro de 1972

Essa fotografia não aparenta nenhuma anormalidade à primeira vista. AS17 – 136 20680 é o número de referência de uma foto tirada na Apollo 17 perto da rocha geophone, durante o último voo para a Lua. A foto foi listada como “em branco” pelos responsáveis por fotografias da Apollo 17.

A fotografia certamente passou por uma grande exposição à luz e a ruídos, o que revelou que a fotografia não era totalmente branca. O contraste mostrou uma suposta estrutura em formato de pirâmide, uma descoberta irônica, uma vez que as antigas ruínas de Stonehenge estavam representadas no emblema da missão.

Fonte: [ Youtube/Site de Curiosidade ]

terça-feira, 18 de março de 2014

Hoje (18/03/2014) não é o dia do PIG nas manchetes midiaticas.

 

Brasil é dos países do G20 que menos taxa ricos

 

Elite vive reclamando do excesso de impostos, mas estudos indicam que pobres são quem mais contribui para custear serviços públicos no país.

 

Por Mariana Schreiber, da BBC/ Imagem: Operários, Tarsila do Amaral

Levantamento da PricewaterhouseCoopers (PwC) feito com exclusividade para a BBC Brasil revela que o imposto de renda cobrado da classe média alta e dos ricos no Brasil é menor que o praticado na grande maioria dos países do G20 – grupo que reúne as 19 nações de maior economia do mundo mais a União Europeia.
A consultoria comparou três faixas de renda anual: 70 mil libras, 150 mil libras e 250 mil libras – renda média mensal de cerca de R$ 23 mil, R$ 50 mil e R$ 83 mil, respectivamente, valores que incorporam mensalmente o 13º salário, no caso dos que o recebem. Nas três comparações, os brasileiros pagam menos imposto de renda do que a maioria dos contribuintes dos 19 países do G20.
Nas duas maiores faixas de renda analisadas, o Brasil é o terceiro país de menor alíquota. O contribuinte brasileiro que ganha mensalmente, por exemplo, cerca de R$ 50 mil, fica com 74% desse valor após descontar o imposto. Na média dos 19 países, o que resta após o pagamento do imposto é 67,5%.
Já na menor faixa analisada, o Brasil é o quarto país que menos taxa a renda, embora nesse caso a distância em relação aos demais diminua. Quem ganha por ano o equivalente a 75 mil libras (cerca de R$ 23 mil por mês), tem renda líquida de 75,5% no Brasil e de 72% na média do G20.
As maiores alíquotas são típicas de países europeus, onde há sistemas de bem-estar social consolidados, mas estão presentes também em alguns países emergentes.
Na Itália, por exemplo, praticamente metade da renda das pessoas de classe média alta ou ricas vai para os cofres públicos. Na Índia, cerca de 40% ou mais, assim como no Reino Unido e na África do Sul, quando consideradas as duas faixas de renda mais altas em análise.
CARGA ALTA
Apesar de a comparação internacional revelar que os brasileiros mais abastados pagam menos imposto de renda, a carga tributária brasileira – ou seja, a relação entre tudo que é arrecadado em tributos e a renda total do país (o PIB) - é mais alta do que a média.
Na média do G20, 26% da renda gerada no país vão para os governos por meio de impostos, enquanto no Brasil o índice é de 35%, mostram dados compilados pela Heritage Foundation. No grupo, apenas os países da Europa ocidental têm carga tributária maior – França e Itália são as campeãs, com mais de 40%.
O que está por trás do tamanho da carga tributária brasileira é o grande volume de impostos indiretos, ou seja, tributos que incidem sobre produção e comercialização – que no fim das contas são repassados ao consumidor final.
Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), impostos indiretos representam cerca de 40% da carga tributária brasileira, enquanto os diretos (impostos sobre renda e capital) são 28%. Contribuições previdenciárias são outra parcela relevante.
O grande problema é que esses impostos indiretos são iguais para todos e por isso acabam, proporcionalmente, penalizando os mais pobres. Por exemplo, o tributo pago quando uma pessoa compra um saco de arroz ou um bilhete de metrô será o mesmo, independentemente de sua renda. Logo, significa uma proporção maior da remuneração de quem ganha menos.
O governo taxa mais a produção e o consumo porque esse tipo de tributo é mais fácil de fiscalizar que o cobrado sobre a renda, observa o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, João Eloi Olenike. "De tanto se preocupar em combater a sonegação, o governo acaba criando injustiças tributárias", afirma.
CONCENTRAÇÃO DE RENDA
Os governos federal, estaduais e municipais administram juntos uma fatia muito relevante da renda nacional. Por isso, a forma como arrecadam e gastam tem impacto direto na distribuição de renda.
Se por um lado os benefícios sociais e os gastos com saúde e educação públicas contribuem para a redução da desigualdade, o fato do poder público taxar proporcionalmente mais os pobres significa que ao arrecadar os tributos atua no sentido oposto, de concentrar renda.
Um estudo de economistas do Ipea e da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que, no Brasil, o Índice de Gini – indicador que mede a concentração de renda – sobe após a arrecadação de impostos e recua após os gastos públicos.
Segundo estimativas com dados de 2009, o índice era de 0,591, ao se considerar a renda original da população (antes do recebimento de benefícios sociais e tributos). O número recuava para 0,560 após o pagamento de benefícios como aposentadorias, pensões e Bolsa Família, mas subia novamente para 0,565 após considerar o pagamento de tributos.
O índice volta a cair após se analisar os impactos dos gastos públicos que mais reduzem a distribuição de renda, as despesas com saúde e educação, já que a maioria dos beneficiários desses serviços são os mais pobres. A partir de dados oficiais sobre o uso desses serviços, os economistas estimaram que esses gastos públicos reduziam o índice de Gini para 0,479 em 2009.
O saldo geral disso tudo é que, após o governo arrecadar e gastar, a desigualdade de renda caía 19% naquele ano. Mas num país tão desigual, a queda precisa ser maior, afirma Fernando Gaiger, um dos autores da pesquisa: "O tributo tem uma função de coesão social".
Não há boas comparações internacionais recentes disponíveis para a questão, mas um estudo de anos atrás do Banco Mundial indica que, em países europeus, a queda da desigualdade é de mais de 30% após a intervenção do Estado, mesmo sem se considerar os gastos em saúde e educação.
MUDANÇAS NOS IMPOSTOS
Os quatro especialistas ouvidos pela BBC Brasil defenderam a redução dos impostos indiretos, que penalizam mais os pobres, e a elevação da taxação sobre renda, propriedade e herança. "Seria uma questão de justiça tributária", diz o especialista em contas públicas Mansueto Almeida.
Gaiger, por exemplo, propõe que haja mais duas alíquotas de Imposto de Renda – uma de 35% para quem ganha por mês entre R$ 6 mil e R$ 13,7 mil e outra de 45% para quem recebe mais que isso.
Hoje, a taxa máxima é de 27,5%, para todos que recebem acima de R$ 4.463,81. Muitos não sabem, mas essas alíquotas são "marginais". Ou seja, apenas a parcela da renda acima desse limite é tributado pela alíquota máxima, não a renda toda.
No entanto, os especialistas observam que, embora seja justo ter mais alíquotas, isso não tem impacto relevante em termos de arrecadação, porque uma parcela muito pequena da população tem renda dessa magnitude. Segundo o IBGE, apenas 111.893 pessoas em todo o país disseram ao Censo de 2010 receber mais de R$ 20 mil por mês. (23.554 recebem mais de R$ 45 mil por mês e 11.851 recebem acima de R$ 75 mil por mês.)
O mais importante, defendem, é reduzir as possibilidades de descontos no Imposto de Renda. Hoje, por exemplo, é possível abater do imposto devido gastos privados com saúde e educação. Na prática, isso significa que o Estado está subsidiando serviços privados justamente para a parcela da população de maior renda, ou seja, que precisa menos. "É o bolsa rico", diz Gaiger.
Para 2014, a previsão é de que a Receita Federal deixará de arrecadar R$ 35,2 bilhões por causas de descontos e isenções desse tipo. Desse total, R$ 10,7 bilhões são deduções de gastos com saúde e R$ 4,1 bilhão de gastos com educação – somados, equivalem a 13% do total dos gastos federais previstos para as duas áreas neste ano (R$ 113,6 bilhões).
IMPOSTOS DEMAIS?
Apesar de ser lugar comum criticar o tamanho da carga tributária do Brasil, estudiosos do tema dizem que não há um número ideal.
"O tamanho da carga é uma escolha da sociedade. Se as pessoas quiserem serviços públicos universais e benefícios sociais, o recolhimento de impostos terá que ser maior. Se quisermos que a educação e a saúde sejam apenas privadas, por exemplo, a carga poderá ser menor", observa Samuel Pessoa, da FGV.
Na sua avaliação, a discussão mais importante não é a redução da carga tributária, mas mudar sua estrutura e simplificá-la, para diminuir as desigualdades e reduzir os custos das empresas com burocracia.

Os profetas midiáticos do caos (Mirian Leitão, Ronaldo Sardenberg, Merval Pereira, Diogo Mayanard, Joelmir Beting, William Bonner e muitos outros) que vomitam todo dia análises negativas sobre a economia brasileira precisam ter umas aulas com Paul Krugman. Tá bom do PIG (Partido da Imprensa Golpista) se instalar no México e começar a fazer previsões negativas sobre a economia do país da tequila.

 

Paul Krugman: “O Brasil está se saindo muito bem”

por Márcia Pinheiro*

Paul Paul Krugman: O Brasil está se saindo muito bem

O economista Paul Krugman em sua palestra no Fórum Brasil: Diálogos para o Futuro. Foto: André Luy

Em evento de CartaCapital e Instituto Envolverde, Nobel de Economia lembrou que os mercados se apaixonam e desapaixonam por países em desenvolvimento, de forma sazonal

O economista norte-americano e Prêmio Nobel Paul Krugman disse nesta terça-feira 18 que o Brasil não enfrenta tantos problemas hoje em dia.“É importante olhar para trás de vez em quando e entender que momento de desastre nós passamos”, disse Krugman ao abrir o evento “Fórum Brasil – Diálogos para o Futuro”, de CartaCapital, em São Paulo. “Enfrentamos o segundo maior desastre da história. O primeiro foi a Grande Depressão. A crise recente afetou seriamente o Produto Interno Bruto (PIB) das economias desenvolvidas. O crescimento agora persiste lento, após o auge da crise de 2008/2009.”

No evento, Krugman lembrou que a Comissão Europeia considera um crescimento de 1% na região, em vez de 0,5%, o que pode ser visto como a “medida do sucesso agora”. “A catástrofe foi evitada, mas o crescimento dos países avançados é ainda vagaroso”, disse antes de lembrar que a recuperação econômica de hoje é mais lenta quando se compara com a referente à crise de 1929.

Ao analisar a crise posterior em distintas regiões do mundo, o economista contou ter se surpreendido com a profundidade do comprometimento político dos países de moeda única, como a Grécia. No entanto, afirmou, o problema fundamental da política é a resposta comum dos países avançados com a política monetária – não totalmente eficaz, dadas as condições das economias. “A questão é: o que fazer para reanimar a atividade com taxa de juros zero ou negativa? As políticas fiscais poderiam ser usadas para complementar a monetária, mas isso era impossível tanto na Europa, por causa da Alemanha, como nos Estados Unidos, em função da oposição dos republicanos”, lembrou. “Uma política monetária não convencional não foi tão efetiva como se esperava. Há um processo de nos habituarmos com esta situação econômica fraca e reduzirmos nossas expectativas. Estamos em risco de deflação? Talvez.”

Sobre o problema da dívida dos países, Krugman fez o diagnóstico: “A Europa já está na situação japonesa”, afirmou ao se referir ao baixo crescimento com baixa inflação. “Há um jargão para isso: a estagnação secular. Nos EUA, tivemos duas bolhas recentemente: da tecnologia e das hipotecas. No auge dessas bolhas, havia pleno emprego e inflação sob controle.”

Ele lembrou ainda que o nível de investimentos está caindo, pois agora o crescimento populacional é mais vagaroso. Além disso, ressaltou, a tecnologia emprega pouco. “Um quadro que também piora o nível de endividamento dos países avançados.”

FED. Durante sua palestra ainda o economista norte-americano apontou que a presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, é “dovish” (pacifista, em tradução livre) na questão das taxas de juros. “A taxa real de juros dos títulos de dez anos está 1%, e perto de zero na Europa. Por isso, os retornos estão muito baixos”, observou. “Então, há dinheiro vagando à procura de remunerações mais atraentes. Isso acaba gerando bolhas, como está ocorrendo. O que tende a ser uma preocupação para os mercados emergentes, os chamados Brics (Brasil, Índia, China e África do Sul)”. Segundo Krugman, nestes países o retorno dos investimentos é bom. No Brasil, por exemplo, a taxa de câmbio efetiva sofreu na crise de 2008, mas os investidores voltaram e depois perceberam que as expectativas eram superiores à realidade. “Os mercados se apaixonaram por alguns países em desenvolvimento. Depois, se desapaixonaram, como ocorre sazonalmente. Agora, o momento é do México”, afirmou.

Segundo Krugman, economias emergentes, como a brasileira, têm se mostrado mais resilientes. Com o fim do problema de dívida externa, o Brasil tem menos exposição ao câmbio, tem mais estabilidade, com a inflação sob controle e a política fiscal mais responsável. As corporações brasileiras, por meio de entidades offshore, tomaram muito empréstimo externo no valor de 300 bilhões de dólares, que é menos de 15% do PIB, lembrou, o que também não preocupa. “O Brasil exporta primariamente commodities e vai sofrer com a desaceleração da China. Não estamos falando de catástrofe, mas algo que pode ser manejável.”

O que preocupa é a China, disse Krugman, “mesmo porque as estatísticas não são totalmente confiáveis”. “Este país não vai crescer às mesmas taxas, os investimentos serão reduzidos”, alertou ao fazer um diagnóstico da China e, consequentemente, do Brasil. “A China precisa mudar a proporção entre investimento e consumo. Já o Brasil está se saindo muito bem”, concluiu.

* Editora da Envolverde, especial para CartaCapital.

** Publicado originalmente no site Carta Capital.

(Carta Capital)

Pesquisa identifica sinais de encolhimento de Mercúrio

BBC

18/03/2014 07h10 - Atualizado em 18/03/2014 07h35

Pesquisa identifica sinais de encolhimento de Mercúrio

O planeta mais próximo ao Sol está cerca de 7 km menor do que quando sua crosta se solidificou há mais de 4 bilhões de anos.

Da BBC

 

O esfriamento da porção mais interna de Mercúrio teria resultado em um encolhimento de 7km (Foto: NASA/JHU-APL/CARNEGIE)

O esfriamento da porção mais interna de Mercúrio teria resultado em um encolhimento de 7km (Foto: NASA/JHU-APL/CARNEGIE)

O planeta Mercúrio está hoje cerca de 7 km menor do que quando sua crosta se solidificou há mais de 4 bilhões de anos, segundo uma pesquisa feita pela agência espacial americana, a Nasa. O menor planeta do Sistema Solar - e o mais próximo ao Sol - se esfriou ao longo do tempo provocando um enrugamento da superfície.

Cientistas perceberam pela primeira vez o fenômeno quando a sonda Mariner 10 passou próximo ao planeta nos anos 1970. No entanto, imagens recentes do satélite da Nasa Messenger permitiram que os pesquisadores aperfeiçoassem suas estimativas a respeito do tamanho da retração do planeta.

E, conforme artigo divulgado na publicação científica "Nature Geoscience", o encolhimento é significativamente maior do que se pensava anteriormente.

saiba mais

Resultados diferentes
O Mariner fez duas passagens por Mercúrio, em 1974 e 1975, e fotografou cerca de 45% da superfície do planeta. Nessas imagens foram evidenciadas longas marcas que demonstravam que rochas haviam sido deslocadas para cima, enquanto o planeta encolhia.

A partir dessas evidências, pesquisadores calcularam que Mercúrio deve ter diminuído o seu raio por cerca de 1 a 3 km ao longo de sua história. Mas esse resultado entrava em conflito com estudos de modelagem do planeta realizados na época que sugeriam uma contração muito maior, ocorrida nos 4 bilhões de anos.

O satélite Messenger ajudou a resolver essa inconsistência. Desde que ele entrou na órbita de Mercúrio, em 2011, já fotografou 100% do planeta. Isso permitiu um estudo mais amplo das características de Mercúrio. A nova avaliação calculou que a retração chega a 7 km do raio do planeta - estimativa mais próxima dos estudos de modelagem.

Paul Byrne, principal autor do estudo e cientista do Carnegie Institution for Science, em Washington, também ficou maravilhado com as características da superfície do planeta apontadas no monitoramento.

"Algumas dessas crateras são enormes", ele disse à BBC. "Há uma estrutura geográfica chamada Enterprise Rupes, localizada no hemisfério sul, que tem 1 mil km de comprimento e 3 km de relevo. É uma versão de cadeias montanhosas em Mercúrio. Trata-se de algo surpreendente, dado o reduzido tamanho do planeta. Imagina ficar diante delas?".

Relevância
O interior de Mercúrio é bem diferente do da Terra, que tem uma extensa crosta e um manto envolvendo seu núcleo de metal. Com mais de 4.000 km de diâmetro, o núcleo de metal do planeta é bem mais dominante. Ele é coberto apenas por um verniz rochoso fino com pouco mais que 400 km de espessura.

Embora parte do núcleo ainda esteja em forma líquida, uma parte terá esfriado e solidificado, resultando na perda de volume. A Europa e o Japão planejam lançar uma missão conjunta à Mercúrio para acompanhar as observações feitas pelo Messenger.

A sonda Bepi Colombo deve ser lançada em 2016. Um de seus principais pesquisadores será Dave Rothery da Open University na Grã-Bretanha. "As pessoas costumavam pensar que a Terra estava encolhendo - que de fato está um pouco, mas não podemos ver por causa da maneira como as placas tectônicas são criadas e destruídas na Terra", explicou.

"Antes de entendermos as placas tectônicas, as pessoas pensavam que as cadeias de montanhas da Terra eram formadas porque o planeta estava encolhendo e forçando o material para cima, e as áreas de acumulação de sedimentos aconteciam onde a crosta era forçada para baixo pela contração. Sabemos agora que, de modo geral, essa ideia é errada, mas este é o processo em Mercúrio, porque é um planeta com uma única placa."

O estudo é relevante para cientistas que tentam entender planetas fora do nosso Sistema Solar. Muitos deles podem também ter apenas uma única placa e apresentar características na superfície muito semelhantes às observadas em Mercúrio.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Petistas se manifestam em Belém em favor da candidatura do partido ao governo do Pará

sexta-feira, 14 de março de 2014

Foto: Marcos Barbosa.

Puty e militantes caminham
pelas ruas do Comércio, Belém.

Depois apresentaram  e protocolaram os termos do manifesto
por "Candidatura própria, já!" e a pré-candidatura de Puty a governador do Pará na sede estadual do PT

Foto: Marcos Baerbosa. Na sede do PT, um grupo de militantes com Puty.

Acompanhe abaixo o manifesto

Manifesto da Frente Petista por uma Candidatura Própria do PT ao Governo do Pará

1. O Partido dos Trabalhadores é reconhecidamente o maior partido do Brasil e da América Latina, possui uma grande história e papel destacado na redemocratização do país, na organização e defesa da classe trabalhadora, na implementação das políticas sociais de combate à miséria, de valorização do salário mínimo, que combinou crescimento econômico com desenvolvimento social. O PT mudou a cara do país através de políticas públicas que buscam transformar a nação num lugar menos injusto, desigual e feliz para a maioria do seu povo.

2. Em 2014 o PT tem o desafio de reeleger a presidenta Dilma em condições de realizar um mandato que avance nas conquistas democráticas do povo brasileiro - implementar a reforma política, tributária, urbana e  agrária, além de democratizar os meios de comunicação. Para isso o PT necessita ser capaz de construir alianças eleitorais pautadas na coerência programática e cuja estratégia seja claramente a realização de mudanças estruturais em nossa sociedade. 

3. Acreditamos que o PT do Pará deve enfrentar o desafio de liderar um bloco de forças de esquerda e progressistas capaz de derrotar o governo Jatene/PSDB. Afinal, temos clareza que o maior e principal inimigo da classe trabalhadora e da juventude do Pará e do Brasil são os tucanos e seus governos de proliferação da miséria e de 'faz de conta' na mídia. O governo do PSDB tenta insistentemente  iludir e esconder do povo do Pará o caos generalizado em que vivemos, representado pelo assustador aumento da violência e da insegurança, pelo descaso com a saúde da população,  no desmonte das políticas sociais implementadas no Governo Popular (2007 - 2010). O governo Jatene/PSDB é desastroso em realizações e se tornou motivo de constrangimento e vergonha até para seus aliados. Derrotar o governo Jatene, acreditamos é tarefa prioritária para o PT do Pará e para a esquerda democrática e progressista. 

4. O compromisso prematuro de dirigentes do PT em apoiar um candidato da base aliada, desrespeita a democracia interna partidária, fragiliza enormemente a campanha de Dilma em nosso estado e obviamente, não apresenta uma alternativa transformadora para o Pará, já que aposta prioritariamente na aliança com forças políticas tradicionais do estado, responsáveis, por ação e omissão, pelas mazelas de nosso povo.

5. Esses dirigentes propõe que apoiemos um candidato cujo grupo político teve papel fundamental na derrota do governo Ana Júlia, e que até seis meses atrás fazia parte do governo Jatene, ocupando secretarias estratégicas, e que, portanto, também é responsável pelo pífio resultado do atual governo. 

6. O PT no Pará tem história e força politica para incidir na conjuntura politica eleitoral de 2014: governamos 23 prefeituras no estado, temos varias vice-prefeituras, uma forte e combativa bancada de 8 deputados estaduais e 4 deputados federais, além de historicamente estamos ligados as lutas dos movimentos sociais e populares.

7. Não necessitamos de sacrifícios inúteis, que desmobilizam nossa militância e simpatizantes, além de fragilizar politicamente nossos gestores municipais. Nas eleições de 2010, mesmo sem o engajamento do PMDB do Pará na campanha presidencial, nossa Companheira Dilma teve, no Primeiro Turno, 47, 93% (equivalente a 1.699.799 votos) e no Segundo Turno 53,2% (1.791.443 votos).  Hoje, como demonstram recentes pesquisas eleitorais, o PT está fortalecido em nosso estado. Mesmo sem candidato lançado, temos bons nomes para a disputa. A presidenta Dilma, por sua vez, tem preferência de 68% dos eleitores.  Esses dados comprovam que a tática de um "chapão" liderado por PMDB na qual setores da direção do partido apoiam não é a melhor alternativa eleitoral para derrotarmos as elites e oligarquias e para garantirmos uma vitória robusta de Dilma no Pará.

8. Queremos olhar nos olhos do/as paraenses com o brilho do orgulho de sermos petistas, que lutam incansavelmente para o Pará acompanhar as transformações e avanços por que passa o Brasil. Foi com esses objetivos e compromissos que apresentamos o nome do deputado federal Cláudio Puty para ser o candidato do PT ao governo do estado e este aceitou esta tarefa para debater com a militância e a sociedade uma alternativa política nas eleições de 2014. Deputado Puty tem o apoio de militantes, diversas tendências, agrupamentos, parlamentares, dirigentes e simpatizantes do PT. 

9. Neste sentido, a Frente Petista por uma Candidatura Própria ao Governo do Estado do Pará,CONCLAMA a participação dos militantes, filiados, dirigentes e simpatizantes para dialogamos sobre os rumos que devemos seguir nestas eleições. Queremos fortalecer o PT do Pará, porque acreditamos que neste momento histórico somente nosso partido pode apresentar uma candidatura viável que lidere uma ampla aliança progressista que represente a derrota das oligarquias e dos tucanos.

Saudações aos militantes, filiadas e filiados petistas contamos com o seu apoio!

Belém, Pa, março de 2014.

Postado por ARTesquerda

sábado, 8 de março de 2014

O Globo prega arrocho dos salários

Brasil

 

Criado: Quinta, 06 Março 2014 08:44

Escrito por Daniel Pearl Bezerra

  Por Altamiro Borges - Blog do Miro:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em pleno Carnaval, nesta terça-feira (4), o jornal O Globo publicou um editorial que mereceria a dura repulsa do sindicalismo brasileiro. Sem meias palavras, o diário patronal prega abertamente a volta política de arrocho praticada durante o triste reinado de FHC. Com o título “Desindexação urgente”, ele critica o acordo firmado entre o ex-presidente Lula e as centrais sindicais de valorização do salário mínimo e afirma, na maior caradura, que esta política pode resultar na explosão da inflação no país. E o velho fantasma inflacionário usado para atacar o rendimento dos trabalhadores, garantir os lucros exorbitantes dos empresários, facilitar o rentismo dos especuladores financeiros e – de quebra – ajudar o discurso oposicionista contra o governo Dilma Rousseff.

Segundo o jornal, a atual política de valorização do salário mínimo – que garante a reposição da inflação, mais ganho real equivalente à variação do PIB de dois anos antes – foi “fixada por decreto presidencial” e “é passível de injunções políticas”. Duas mentiras descaradas. Esta política foi fruto de um acordo com as centrais sindicais, que representam muito mais a sociedade do que a bilionária famiglia Marinho, e tem regras bem definidas, sem qualquer risco de “injunções políticas”. Com base nestas mentiras, O Globo até reconhece que a atual política “assegurou ganhos expressivos tanto para trabalhadores como para a grande maioria de aposentados e pensionistas da previdência social” e “tem impacto ainda sobre os salários que estão ligeiramente acima do piso”.
Mesmo assim, o jornal afirma que ela prejudica o Brasil. “Se por um lado tal regra de fato deu previsibilidade à política de valorização do mínimo, por outro instituiu um mecanismo de indexação que ignora a conjuntura. A variação do PIB de dois anos antes pode não ser compatível com a situação da economia no momento em que o ajuste é repassado ao salário mínimo”. Para o jornalão patronal, a atual política de valorização do salário mínimo “ignora as condições da economia”, “não tem relação com a produtividade do trabalho” e “tira competitividade das cadeias produtivas (pela elevação dos custos)”. Neste sentido, blefa O Globo, “em vez de se conseguir que haja um avanço da massa salarial, asfixia-se a galinha dos ovos de ouro”. O cinismo do diário é descomunal!
Com base nele, o jornal decreta: “Tal regra tem data para terminar: 2015. A indexação automática, e inflexível, não pode se perpetuar. Pela importância do salário mínimo no conjunto da economia brasileira, essa indexação se transformou em fonte de pressão sobre a inflação”. O Globo nada diz sobre o impacto positivo da política de valorização do salário mínimo, que aqueceu o mercado interno e evitou que a crise capitalista mundial fosse ainda mais destrutiva no Brasil. Nada fala sobre os milhões de brasileiros que finalmente tiveram acesso ao consumo nem sobre os milhões de empregos criados como resultado desta política. Se dependesse da famiglia Marinho, o Brasil não teria leis trabalhistas e nem assalariados – e voltaria à época da escravidão pura e simples!

Lá no PT do Ceará, está como cá, no PT do Pará!

 

quinta-feira, 6 de março de 2014

PT Ceará: A “periferia” quer coerência e ousadia

Por Rafael Tomyama*


O embate entre as forças internas que defendem uma candidatura própria do PT e os que querem a continuidade da aliança com a oligarquia dos Gomes no Ceará reproduz o dilema que atravessa o partido em nível nacional: num cenário de incertezas, manter-se numa tática conservadora ou arriscar um novo salto de ousadia - o que viabilizou o seu crescimento histórico no passado.

Acomodação subserviente

2014 iniciou com o lançamento de manifestos contra e pró manutenção da aliança do PT com os irmãos Gomes no governo desde 2006. Em discussão, a melhor tática eleitoral para viabilizar a reeleição da Presidenta Dilma e a manutenção das políticas sociais e econômicas implementadas pelo PT em nível nacional.

A eleição interna do PT, ocorrida no ano passado, apontou uma aparente composição majoritária favorável à continuidade da política de submissão ao grupo oligárquico (familiar) no controle do governo do Ceará. O clã dos irmãos do atual governador Cid Ferreira Gomes, originário de Sobral, na zona norte do Estado, domina várias legendas partidárias e mantém o PT sob seu controle, remunerando o apoio de sua ala governista pelo favorecimento com cargos e benesses.

Esta suposta maioria, conforme denunciado pela Articulação de Esquerda, forjada ao custo da imobilização de um extraordinário montante de recursos para pagamento de filiações em massa, teve como objetivo manter o amplo poderio do chamado "Campo Democrático". Apesar do nome, o grupo se caracteriza por suas práticas bem pouco democráticas, tencionando com a solapar o debate interno, gerando um "clima de já ganhou" pró-aliança, que tornaria inútil qualquer contestação.

Tal grupo, liderado pelo deputado federal José Guimarães, é uma espécie de ala à direita da tendência nacional CNB (Construindo Um Novo Brasil) que por sua vez, utilizou métodos semelhantes de cotização coletiva em vários estados, para reeleger o atual presidente Rui Falcão e, em conjunto com outras forças, compor o segmento majoritário no Diretório Nacional do PT.

A política da maioria da CNB no Ceará de alinhamento ao governismo, se justifica a si mesma pelo discurso de que haveria uma certa "dívida de gratidão ao sacrifício" da oligarquia e seu grupo pela fidelidade à base aliada do governo Dilma. Seu objetivo, todavia, é movido por algo menos nobre e mais pragmático: viabilizar a candidatura de Guimarães ao Senado.

O cenário eleitoral recente no Ceará foi modificado pela manobra abrupta dos irmãos Gomes que, da noite para o dia, abandonaram o PSB de Eduardo Campos e ingressaram com malas e bagagens na sigla direitista PROS.

Porém para os petistas governistas, o fenômeno da volatilidade organizativa do PFG, partido dos Ferreira Gomes - alcunha que denota o espraiamento de seus tentáculos - a movimentação oscilante não é propositalmente enxergada como inerente ao oportunismo político e da ausência de projeto ideológico definido.

A mudança para a legenda recém-criada, além de permitir a permanência na heterogênea base aliada da presidenta Dilma, foi a forma de obter a garantia de que os mandatários não tivessem contestados os seus mandatos, visto que a curiosa legislação eleitoral brasileira acaba produzindo tal tipo de excrescência jurídica.

No entanto, a definição da aliança ou não no estado está alinhada com a tática nacional do PT, que coloca como prioridade central a reeleição da Presidenta Dilma. Trata-se de uma tática extremamente conservadora, porque duvida da própria capacidade de mobilização de sua força hegemônica na sociedade brasileira.

Assim sendo, a tática idealizada pela CNB visa vencer nos principais estados do Sul e Sudeste, reservando a maioria das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste como moeda de troca para aplacar os ânimos de "aliados" oligárquicos em cada estado, que chantageiam a propalada governabilidade do PT no plano federal.

É, portanto, uma tática da centralização nacional, da hierarquização dos estados, divididos entre os "importantes" e os "bucha-de-canhão" e reprodutora da lógica do capital da exclusão das "periferias" pelo centro de gravidade econômico. Parece que nada aprenderam com as jornadas de junho de 2013.

Outros planos

Na contramão desta tendência retrógrada, um conjunto de forças políticas internas - dentre as quais a Articulação de Esquerda - defende a tese da candidatura própria do PT no Ceará.

A ex-prefeita Luizianne Lins (DS) aparece como a maior expressão deste bloco, mas não estariam descartados outros nomes, como o do Senador José Pimentel, que permanece como alternativa do planalto, caso as negociações tomem um rumo imprevisto.

O "imprevisto" responde pelo nome de Eunício Oliveira, Senador do PMDB que insiste na sua candidatura ao governo e, como afirma, independente de ser alvo do apoio dos Gomes ou não. Eunício é um homem de negócios, genro do patriarca Paes de Andrade e uma das principais lideranças do PMDB nacional.

Ele recusou recentemente o convite para assumir um Ministério no governo federal e a movimentação foi interpretada como uma tentativa de tirá-lo da corrida eleitoral no Ceará. Inversamente, o faminto PMDB pressiona o PT pelo apoio no estado, devido aos arranjos para manutenção da aliança nacional.

Como parte do movimento de pressão, Eunício dá sinais que dialoga com setores oposicionistas e deixa vazar a notícia de que poderia contar inclusive com o apoio do hoje adversário do governo, Tasso Jereissati (PSDB).

Como reação às cobranças de Eunício, apareceram rumores de que o governador Cid Gomes poderia vir a se licenciar para concorrer ao Senado, apoiando um nome do PT de sua confiança ao governo. O tal "plano B" parece ser mais um balão de ensaio, afetando diretamente o interesse de Guimarães na disputa pelo Senado.

Devido ao envolvimento de seu nome em escândalos constrangedores, a candidatura de Guimarães ao Senado, no entanto, só parece viável com a unidade do atual bloco aliado no poder.

Ocaso tucano

A propósito da paradoxal situação do PSDB no Ceará, costela da qual se origina o PFG: do processo de reviravoltas nas composições das legendas partidárias, o tucanato deixou de deter a maior votação na Assembleia Legislativa do Ceará para sofrer um completo esvaziamento de seus deputados para as neolegendas PROS e Solidariedade.

O gradual desmonte do PSDB no estado, após a derrota de Tasso Jereissati na disputa pelo Senado em 2010, ao contrário de resultar de um suposto avanço do "campo progressista", na verdade, se deu pela substituição dos "coronéis do asfalto", ocupando o papel que o tassismo desempenhou na relação hegemônica entre os poderes econômicos e político no estado.

Ousadia da vontade

Mas voltando ao assunto, a divisão da base aliada à Dilma no Ceará é o combustível que impulsiona a tese de uma candidatura do PT ao governo. Além do PMDB, o PR de Roberto Pessoa, ex-prefeito de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza e desafeto do governador Cid Gomes, também pretende lançar candidato ou compor uma heterogênea (e improvável) aliança com outros partidos de oposição.

Se os partidos aliados nacionalmente estão divididos localmente, por que não seria plausível uma candidatura do PT? Questionam os defensores da viabilidade eleitoral de uma candidatura petista.

A divisão local dos aliados nacionais também reflete o desconforto de parte do eleitorado com o desgaste do governo estadual após 8 anos de gestão e de acúmulos de fracassos na áreas da segurança, abastecimento d'água e má aplicação de verbas em obras faraônicas ou sem funcionamento adequado por falta de planejamento.

Em política, como se sabe, nem sempre a soma resulta num resultado positivo. Um arranjo distinto pode beneficiar a candidatura da Dilma no Ceará e fortalecer ainda mais o peso eleitoral do PT que, conforme os dados de pesquisa citada por Luizianne, tem 38% da preferência do eleitorado.

Por isso mesmo a preocupação dos Gomes em manter o PT sob seu mando.

A própria Luizianne é um produto da ousadia. Ela se elegeu prefeita de Fortaleza porque o PT municipal recusou a tese de apoio à outra legenda e lançou a candidata por uma pequena margem de votos no encontro partidário.

A analogia parece mais apropriada, contudo, com o encontro estadual do PT-CE em 1994, quando por uma pequena maioria se aprovou a coligação com a chapa governista tucana de Tasso Jereissati, que cumpria, na época, o mesmo papel de confluência dos interesses dominantes.

O Diretório Nacional do PT, então comandado por Rui Falcão e a ala à esquerda do PT, recusou a malfadada aliança.

Hoje, ao inverso, Rui Falcão parece infelizmente rendido à uma perspectiva bem mais pragmática. É dela que emana uma política subalterna aos interesses conservadores com os quais o campo majoritário petista permanece aliado.

*Rafael Tomyama é membro do Diretório Estadual do PT-C

repostado do blog Artesquerda

sexta-feira, 7 de março de 2014

Deu na Forbes: o patrimônio dos brasileiros mais ricos

28/01/2014 - Copyleft

 

A revista de negócios e economia, Forbes, publicou semana passada na quarta-feira, 22 de janeiro, a lista dos 100 grupos e pessoas mais ricas do mundo.


José Carlos Peliano (*)

Arquivo

A revista americana de negócios e economia, Forbes, publicou semana passada na quarta-feira, 22 de janeiro, a lista dos 100 grupos e pessoas mais ricas do mundo, de acordo com levantamento que faz anualmente, cujas fortunas alcançam cifras na casa de bilhões de dólares. De propriedade da companhia de mesmo nome, é uma publicação com artigos e reportagens sobre finanças, investimento, indústria e marketing.
Como todo tipo de levantamento de rendas e patrimônios, este pode não ter retratado com fidedignidade os números respectivos seja por conta da infinidade de fontes para as avaliações dos ativos líquidos em cada país e no exterior, seja por conta da disposição dos afortunados de informarem ou não suas situações de riqueza, além da possibilidade de não haver em muitos casos total e verdadeira correspondência entre o bem possuído e o nome de quem se apresenta realmente como detentor.
Assim, os números coligidos pela revista podem tanto estar subdimensionados quanto superdimensionados em alguns casos ou outros. A avaliação final, no entanto, não invalida nem o levantamento, nem o quadro final uma vez que as cifras são tão elevadas, e de difícil visualização para todos nós cidadãos comuns, que erros eventuais menores ou maiores não perturbam significativamente nem de longe os resultados encontrados. A única possibilidade de dúvida ou falha se refere a um informante ou outro se ver mal colocado na lista por se achar em posição subvalorizada em relação aos demais.
A riqueza para quem acumula como negócio ou profissão nunca tem limite para cima que satisfaça, qualquer um que esteja na faixa dos melhores aquinhoados em rendas e patrimônios vai continuar querendo sempre mais. Nesse grupo de bilionários ninguém é solidário com os demais, o lema é competir para subir e subir para competir.
Pois bem, entre os 100 bilionários mais ricos do mundo apontados pelo levantamento da Forbes encontram-se 5 brasileiros listados abaixo:
Os 5 maiores bilionários brasileiros segundo a Forbes
1. Jorge Paulo Lemann (Cervejaria) - US$ 17,8 bilhões (33º)
2. Joseph Safra (Banco) - US$ 15,9 bilhões (46º)
3. Antônio Ermírio de Moraes e família (diversos) - US$ 12,7 bilhões (74º)
4. Dirce Navarro de Camargo e família (Construção) - US$ 11,5 bilhões (87º)
5. Eike Batista (Mineração e petróleo) - US$ 10,6 bilhões (100º)

Total dos 5 brasileiros mais ricos - US$ 68,5 bilhões (Fonte: Forbes)
A soma dos 5 maiores bilionários do Brasil, todavia, não chega a superar a cifra do bilionário mais rico do mundo, Carlos Slim, mexicano, da área de telecomunicações, com fortuna estimada em US$ 73 bilhões. Mas a soma consegue, sim, ultrapassar o total de toda a renda auferida pelas pessoas de 10 anos e mais em idade de trabalho no país. Senão vejamos.
Tomando como referência os dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD) de 2011, os últimos publicados e disponibilizados pelo IBGE, obtém-se a distribuição dos rendimentos da população economicamente ativa (PEA), de 10 anos e mais de idade, por faixas de salario mínimo e rendimento médio de cada faixa. Logo, calcula-se a renda total do conjunto desses indivíduos que declararam rendimentos do trabalho principal na semana de referencia do levantamento, multiplicando-se o rendimento médio de cada uma das faixas pelas respectivas frequências (números de informantes).
A renda total calculada da PEA chega, então, em R$ 119,7 bilhões em 2011, a qual, ao ser atualizada para o ano de 2013, utilizando as taxas oficiais de inflação de 2012 (5,84%) e 2013 (5,91%), atinge a cifra de R$ 134,2 bilhões. Voltando agora à soma dos 5 bilionários mais ricos do Brasil, US$ 68,5 bilhões, e convertendo-a em reais para valores de 2013 (utilizando-se a taxa média anual de câmbio do ano), apura-se R$ 147,8 bilhões.
Os 5 bilionários brasileiros mais ricos conseguem juntar um patrimônio líquido em imóveis, plantas industriais, toda sorte de papeis financeiros e demais ativos, equivalente a 1,1 vez o total de toda a renda do trabalho apurada no país. Cada real ganho por um trabalhador no mercado equivale a 1,1 real de patrimônio líquido dos cinco bilionários brasileiros.
Se os montantes dos bilhões de propriedade dos mais ricos mostram a pujança de seus negócios herdados, associados com canais do Estado e multiplicados pelos titulares e famílias, o outro lado da cifra comparativa mostra os ganhos anuais que recebem todos os trabalhadores brasileiros, dos melhores e aos piores posicionados no mercado.
De um lado, o vigor do capitalismo em suas mais diversas manifestações nas mãos dos donos da economia, de outro o trabalho produtivo de quem leva adiante a expansão econômica pelo esforço de sua força de trabalho manifesta em experiências, aptidões e conhecimentos acumulados.
O valor da propriedade do capital e o valor do trabalho empregado. Outro retrato rascante do fosso social presente na sociedade brasileira, onde poucos acumulam demais e milhões de outros cuja soma de rendimentos não chega a ser nem igual.
A melhoria da desigualdade registrada pelos índices que a mensuraram nos últimos anos no Brasil se vale única e exclusivamente da incorporação de mais trabalhadores ao mercado, entrando nas faixas mais baixas de rendimentos, alguns conseguindo subir um pouco mais para atingir as faixas pertencentes à classe média. Apenas isso. Nada mais além disso.
O exercício comparativo feito aqui serve para alertar que o acúmulo de riqueza é bom economicamente para o país, mas quando elevado ao extremo, reunido em poucos domínios, é desastroso socialmente. Aumenta o fosso social, acirram as diferenças, alimentam rebeldias e protestos, incentivam desmandos de toda sorte e guardam no meio social uma bomba relógio que mais dia menos dia pode chegar a explodir às vezes sem ter nem para que, às vezes de forma organizada através de campanhas de grupos que se sentem injustiçados.
Democracia não se faz somente com direitos de ir e vir, opinar, se manifestar, se reunir, sentir e viver cidadania. Democracia se ganha com ganhos justos, sem diferenças abissais entre ricos e pobres, sem distonias de propósitos e projetos para a construção de uma nação afluente, irmanada, poderosa.
* Economista (Doutor/Unicamp)

Comentário do blog: E as aves de rapinas (elites burguesas) que vem se produzindo historicamente desde do período colonial brasileiro, acumulando e concentrando a riqueza nacional, ainda reclamam da alta carga tributária e dos baixas taxas de lucro existentes no país..  Só mesmo sendo burguês, neoliberal e filiado ao PSDB e DEM para defender e reproduzir  o ideário da globalização. Xô ave bicuda!

Globalização exige mais proteção social e não menos, diz economista

06/03/2014 - Copyleft

 

Proteções sociais adequadamente projetadas não apenas podem aumentar o bem-estar social, mas devem também favorecer maior crescimento.


Roberto Pizarro (*)

Blog do Autor http://pizroberto.blogspot.com.br/2010/11/perfil-de-roberto-pizarro.html

Em seu recente livro “A busca pela segurança”, o economista Joseph Stiglitz nos diz que a globalização incrementou a escala e a velocidade dos perigos econômicos e sociais. Há maior insegurança. Os problemas mundiais atravessam as fronteiras rapidamente. Os países com abertura econômica rápida e radical, como o Chile, recebem os impactos inevitáveis da crise em outras latitudes. O último exemplo foi o fracasso das hipotecas subprime nos Estados Unidos, o que afetou seriamente as finanças e a atividade produtiva em todo o mundo – e que, na América Latina, produziu uma forte queda no crescimento econômico.
Por outro lado, a globalização reduziu a capacidade do Estado no âmbito tributário. Os países emergentes, em vez de entrar em um acordo, acabam competindo na redução de taxas para atrair investimentos. Dessa forma, o capital transita através das fronteiras, evitando os lugares em que considera haver maior pressão impositiva e se dirige àqueles países que lhe outorgam um trato mais favorável.
Isso ainda é favorecido pelos Tratados de Livre Comércio (TLC), que obrigam um trato privilegiado ao capital, além de uma segurança jurídica inédita, garantida pelos bancos privados internacionais – o FMI, o Banco Mundial e a OMC.
Consequentemente, a falta de proteção social não apenas tem impacto direto nas condições de vida das pessoas, mas também um efeito macroeconômico que nem sempre se compreende.
Além disso, essas organizações forçam os países no sentido de abolir qualquer norma que ajude a estabilizar os fluxos de capital através das fronteiras, com efeitos traumáticos para a macroeconomia. O mesmo, no entanto, não acontece com o trabalho: não existe livre mobilidade através das fronteiras. Como consequência, o capital alcança seu maior lucro onde não há regulações; existem melhores taxas de lucros e menos impostos, mas o trabalho não pode se movimentar livremente aos lugares onde existem os melhores salários.
Com baixos níveis de captação tributária, o Estado é minimizado e reduz sua capacidade de cumprir com suas funções de proteção de direitos. A abertura econômica gera incerteza e a falta de proteção social do Estado é acentuada.
A debilidade da proteção social é consequência de um Estado frágil, com captação insuficiente de impostos, mas é também o resultado de políticas deliberadas de privatização dos serviços sociais, agora transformados em negócios: saúde, educação e orçamento.
O Chile é um exemplo significativo de falta de segurnaça social. Os baixos níveis de sindicalização e negociação coletiva debilitaram o trabalho decente. As aponsentadorias são baixíssimas e estão sujeitas às decisões de investimento das AFP (Administradoras de Fondos de Pensiones). A educação é muito cara. A saúde para os pobres e para os setores médios depende de maus hospitais, abarrotados de doentes mal atendidos, enquanto que a saúde para os ricos (das Isapres) é cara e discriminatória contra as doenças preexistentes e as mulheres grávidas.
A debilidade dos sindicatos, em nome da flexibilidade trabalhista, fez melhorar a taxa de lucros do capital, mas impôs elevados custos às pessoas, restando a elas as economias ganhas ao longo de sua vida, e com impacto visível na perda de sua segurança.
O pensamento neoliberal e suas políticas supõem que a livre mobilidade do capital, as baixas taxas, os menores investimentos públicos no bem-estar social, o trabalho flexível e inclusive a redução das proteções ambientais melhoram a competitividade dos países e lhes conferem maior agilidade no marco da economia global. E isso favoreceria o crescimento, a eficiência e o bem-estar social.
Stiglitz ressalta que essa visão é um erro profundo, já que “... a globalização desenfreada levou ao aumento da desigualdade e da falta de segurança. E a falta de segurança solapa a boa disposição dos indivíduos para empreender atividades de grande rentabilidade com altos riscos, fazendo com que o crescimento diminua”.
Consequentemente, a falta de proteção social não apenas tem um impacto direto nas condições de vida das pessoas, mas também um efeito macroeconômico que nem sempre é compreendido. De fato, quando a verba das aposentadorias e dos salários é deteriorada, o consumo e a poupança são reduzidos. Mais ainda, quando a educação é muito cara, grande parte da renda familiar se torna vulnerável e, inclusive, comprometida com futuros e custosos créditos. Por outro lado, a falta de proteção social impede os afetados de assumir riscos. Portanto, um Estado mínimo, que não cumpre com suas funções sociais básicas, desanima os inovadores e a todos aqueles dispostos a assumir riscos.
Em suma, diferentemente do que prega o pensamento neoliberal, a globalização aumentou a necessidade de proteção social. É necessária maior segurança. A globalização nos coloca o desafio de manter a estabilidade econômica, mas também exige um redesenho da segurança das pessoas. Proteções sociais adequadamente projetadas não apenas podem aumentar o bem-estar social, mas devem também favorecer maior produção e crescimento.
(*) Economista da Universidade do Chile, com estudos de pós-graduação na Universidade de Sussex (Reuni Unido). Pesquisador do Grupo Nueva Economia, foi decano da Faculdade de Economia da Universidade do Chile, ministro do Planejamento e reitor da Universidade Academia de Humanismo Cristão (Chile).

Artigo publicado no AmericaEconomia.


Tradução: Daniella Cambaúva

quinta-feira, 6 de março de 2014

EUA preveem 50% de chances de ocorrência de "El Niño" em 2014

EFE

06/03/2014

Miami (EUA), 6 mar (EFE).- A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) previu nesta quinta-feira 50% de possibilidades que neste ano aconteça o fenômeno de "El Niño", uma corrente de águas quentes no Pacífico que altera o clima de grandes áreas do planeta.
Segundo um boletim divulgado hoje pela NOAA, foi detectado um aumento da temperatura do mar no centro do oceano Pacífico e vários "modelos dinâmicos" de previsão antecipam que nos próximos meses "El Niño" poderia desenvolver-se.
"El Niño" é uma corrente de água quente que percorre o Pacífico americano e costuma provocar, segundo os especialistas, uma temporada de maior instabilidade meteorológica, com chuvas mais intensas na América do Sul e um menor número de furacões no Atlântico.
"A previsão em consenso é que há 50% de probabilidade aproximadamente de desenvolvimento de 'El Niño' durante o verão (junho-setembro) ou outono (setembro-dezembro)", diz o comunicado do centro meteorológico com sede em Miami.
No entanto, e embora todos os modelos prevejam um aquecimento no Pacífico tropical, existe "uma incerteza considerável" em relação ao fenômeno.
Segundo as previsões, se os ventos do oeste continuam combinados no oeste do Pacífico equatorial, "o desenvolvimento de 'El Niño' poderia ser mais provável".
Os meteorologistas da NOAA explicam, no entanto, que qualquer previsão de longo prazo deve ser vista com precaução, especialmente pela "tendência geral de condições mais frescas durante a década passada".
O fenômeno de "El Niño" se caracteriza por um aquecimento anormal da corrente Humboldt, ou Corrente do Peru, o que provoca chuvas mais intensas e períodos muito úmidos em geral na América do Sul.
O aumento das temperaturas nas águas do oceano Pacífico provoca um aquecimento da atmosfera e, como consequência disso, a formação de tempestades e instabilidade meteorológica, segundo os especialistas.
"El Niño" também costuma produzir um menor número de furacões no Atlântico, embora a temporada de 2013 já tenha sido estranhamente baixa, com apenas dois furacões de categoria menor.
Esta baixa incidência no número de furacões no 2013 suscitou o interesse dos meteorologistas, que em novembro passado qualificaram este fato como um "enigma" e se perguntaram se isso antecipava "o final de um ciclo de furacões intensos".
O nome "El Niño" foi cunhado há um século pelos pescadores peruanos do porto nortista de Paita, que observaram que aparecia na época do Natal, motivo pelo qual a chamaram de corrente do "Niño Cristo" ("Menino Jesus").

Leia mais em: http://zip.net/bvmJkK

quarta-feira, 5 de março de 2014

O porto de Mariel, Brasil, Cuba e o socialismo

 

Com Mariel, Brasil rompe concretamente o bloqueio imperialista contra Cuba, disse o marinheiro aposentado Jorge Luis, que já esteve em portos brasileiros.


Carta Maior

Beto Almeida (*)

Agência Brasil

Havana - Tem sido extremamente educativo registrar, aqui em Havana, a reação do povo cubano diante da inauguração do Porto de Mariel. Expressando um elevado nível cultural, uma mirada política aprofundada sobre os fenômenos destes tempos, especialmente sobre a Reunião de Cúpula da Celac que se realiza por estes dias aqui na Ilha, tendo como meta central, a redução da pobreza, os cubanos revelam, nestas análises feitas com desembaraço e naturalidade, todo o esforço de 55 anos da Revolução Cubana feita na educação e na cultura deste povo.
Mariel, uma bofetada no bloqueio
Poderia citar muitas frases que colhi ao acaso, conversando com os mais diversos segmentos sociais, faixas etárias distintas, etc, mas, uma delas, merece ser difundida amplamente. O marinheiro aposentado Jorge Luis, que já esteve nos portos de Santos e Rio de Janeiro, que vibra com o samba carioca, foi agudo na sua avaliação sobre o significado da parceria do Brasil com Cuba para  construir o Complexo Portuário de Mariel. “ Com Mariel,  Brasil rompe concretamente o bloqueio imperialista contra Cuba”, disse. E adverte: “ Jamais os imperialistas vão perdoar Lula e Dilma”. Ele não disse, mas, no contexto do diálogo com este marinheiro negro, atento ao noticiário de televisão, leitor diário de jornal, informado sobre o que ocorre no Brasil e no mundo,  estava subentendido, por sua expressão facial, que ficava muito claro porque Dilma é alvo de espionagem dos EUA.
O tom da cobertura do oposicionismo impresso brasileiro, pré-pago, à inauguração do Porto de Mariel, não surpreende pela escassa informação que apresenta, muito menos pela abundante insinuação de que tratar-se-ia apenas  de um gasto sem   sentido,  indefensável, indevido.  Ademais, sobram  os  rançosos preconceitos de sempre, afirmando que o Brasil estaria financiando a “ditadura comunista”,  tal como este oposicionismo chegou a mencionar que seria esta a única razão para empreender um programa como o Mais Médicos, que salva vidas e que tem ampla  aprovação  da sociedade brasileira.
É necessário um jornalismo de integração
Informações objetivas sobre o significado e a transcendência do Complexo Portuário de Mariel certamente faltarão ao povo brasileiro. Primeiramente, porque o oposicionismo midiático não permitirá sua difusão, numa evidente prática de censura. E, por outro lado,  nem o PT ou as forças que sustentam politicamente   o governo Dilma e estas iniciativas robustas da política externa brasileira,  com tangíveis repercussões sobre a economia brasileira, possuem uma mídia própria para esclarecer o significado de Mariel, ante um provável dilúvio de   desinformações sobre a sociedade brasileira.
Primeiramente, deve-se informar que o financiamento feito pelo BNDES, algo em torno de um bilhão reais na primeira fase,  não se trata de uma doação a Cuba. É um empréstimo, que será pago. As relações bilaterais Brasil-Cuba registram crescimento contínuo nos últimos anos.
Além disso, está condicionado à contratação de bens e serviços na economia brasileira, além de envolver cerca de 400 empresas,  sendo, portanto, um dos fatores a mais que explicam porque há contínua expansão no mercado de trabalho brasileiro, com uma taxa de desemprego das mais baixas de sua história. Ao contrário do que ocorre, por exemplo,  na Europa, onde aumenta o desemprego e há eliminação de direitos trabalhistas e sociais conquistados décadas atrás.
Dinamização das forças produtivas
Além disso, Mariel vai ser  - por enquanto , Dilma inaugurou apenas a primeira fase  -  o maior porto do Caribe, com capacidade para atracar navios  de calado superior a 18 metros, e  também , podendo movimentar mais de 1 milhão de conteiners por ano. Terá um impacto especial para o comércio marítimo também direcionado ao Pacífico, via Canal de Panamá. Para isto, vale lembrar da importância da participação da China, crescente, na economia latino-americana, em especial  com o Brasil. Tanto o gigante asiático como empresas brasileiras, já manifestaram interesse em instalarem-se na Zona Econômica Especial a ser  implantada em Mariel, onde também já foi construída uma rodovia moderna, estando em construção, uma ferrovia.
De alguma maneira , Havana retoma uma posição de destaque no comércio marítimo internacional,  pois já foi o maior porto da América Latina,  ponto de conexão de várias rotas, tendo sido, por isso mesmo, uma cidade com mais de 70 por cento de habitantes portugueses,  quando Portugal era um grande protagonista na marinha mercante internacional. Havana já teve, também,  uma das maiores indústrias navais do mundo.
Cuba  sempre impulsionou a integração
O tirocínio do marinheiro negro Jorge Luis é perfeito. Depois de suportar décadas de um bloqueio que impediu os cubanos a compra de uma simples aspirina no maior e mais próximo mercado do mundo, os EUA, a Revolução Cubana, tendo resistido a ventos e tempestades, sobretudo às agressões  imperialistas, soube preparar-se para esta nova etapa da história, simbolizada pela existência de uma Celac que vai se consolidando, pouco a pouco. Não sem enfrentar ações desestabilizadoras, lançadas contra os países mais empenhados na integração regional latino-americana, como Venezuela, Bolívia, Equador, e, também, pelas evidentes ações hostis contra Brasil e Argentina. Cuba investiu parte de seus modestos recursos na solidariedade internacional. Seja no envio de 400 mil homens e mulheres para derrotar  o exército racista da África do Sul que havia invadido Angola, como também para promover , em vários quadrantes, com o envio de professores, métodos pedagógicos, médicos e vacinas, a eliminação do analfabetismo e o salvamento generalizado de vidas. É o caso, por exemplo,  do programa Mais Médicos, não por acaso tão injustamente desprezado pela oligarquia midiática, que vocaliza os laboratórios farmacêuticos multinacionais.
Como defender que salvar vidas merece desprezo?
É certo que todas as economias caribenhas e latino-americanas  serão dinamizadas com a entrada em funcionamento do Porto de Mariel, gerando mais empregos, possibilitando novas opções comerciais. É emblemático que China esteja firmando um acordo estratégico de cooperação com a Celac. Para uma economia cercada de restrições, sem  capacidade de investimentos,  sem engenharia nacional para fazer esta obra por conta própria,  o Porto de Mariel, é um imenso  descortinar de possibilidades para Cuba. Os gigantescos navios chineses, de uma China que consolida sua posição como a segunda potência comercial mundial, não podiam mais aportar no velho Porto de Havana, o que resultava numa limitação operacional e logística, com impactos econômicos negativos de grande monta. O Porto de Havana será readaptado para o turismo e a economia cubana, no seu conjunto, recebe, com Mariel um enorme impulso para a dinamização de suas forças produtivas. A atendente do hotel onde estou instalado me confessava hoje o interesse de ir trabalhar em Mariel, porque, segundo disse, o futuro está por ali e são empregos mais promissores.
Mariel e seus impactos internacionais
Realmente,  para um economia que perdeu a parceria que tinha com a União Soviética, que resistiu durante o período especial com as adaptações inevitáveis  para salvar o essencial das conquistas da Revolução,  o que Mariel significará é de extraordinária relevância. E é exatamente na dinamização das forças produtivas da Revolução Cubana que se localizam  as chaves para muitas portas que podem ser abertas para uma maior dedicação de meios , recursos e iniciativas visando a integração latino-americana. E,  neste quebra-cabeças, a política estratégica implantada por Lula, continuada por Dilma,  é ,inequivocamente, muito decisiva. Que outro país poderia fazer um financiamento deste porte para a construção de Mariel?
Por último, pode ser muito útil uma reflexão sobre os diversos pensadores, formuladores e também executores de políticas de integração. Desde Marti,  aquele analisou a importância da “nossa Grécia”, numa referência ao significado da civilização Inca, mas que também  formulou o conceito de Nuestra América,  até chegando ao pensamento de Getúlio Vargas, criador do BNDES, o banco estatal de fomento que está financiando a construção do Porto de Mariel, uma estupenda ferramenta integradora. Tudo converge para a abertura de uma nova avenida para dar trânsito à integração. Seja pela sabedoria dos povos da região que estão sabendo apoiar, com o seu voto,  os governos que mais impulsionam estas políticas, seja pelos avanços concretos que estas políticas integradoras têm registrados, apesar da insistência nada profissional do jornalismo de desintegração em reduzir tudo a zero.
Futuro socialista
A força e a necessidade histórica das ideias se vêm comprovadas nesta inauguração da primeira etapa do Porto de Mariel, em plena reunião da Celac, sem a presença de Estados Unidos e Canadá, patrocinadores históricos da desintegração entre os povos. A simbologia da justeza histórica do pensamento martiniano, nos permite, agora,  afirmar, também, que José Marti é um dos autores intelectuais de Mariel. E,  retomando o otimismo realista do marinheiro Jorge Luis, constatamos que  a dinamização das forças produtivas da Revolução Cubana que a parceria entre Cuba e Brasil possibilita, foi estampada na frase final do discurso do presidente cubano, General  Raul Castro: “Mariel e a poderosa infraestrutura que o acompanha são uma mostra concreta do otimismo e  da confiança  com que os cubamos  olham o futuro socialista e próspero da Pátria”. O marinheiro negro captou o significado essencial  destes dias. Não por acaso, a Marcha das Tochas, que celebra com chamas que não se apagam, as ideias de Marti, em seu aniversário, ontem - com mais de 500 mil manifestantes, maioria esmagadora de jovens - teve, na  primeira fila, além de Raul, os presidentes Evo Morales, Nicolás Maduro, Pepe Mujica,  Daniel Ortega. As ideias de Marti, materializadas nestes avanços produtivos e integradores, como Mariel, vão iluminando o futuro socialista de Cuba e, com isto, da integração latino-americana.
(*) Beto Almeida, de Havana, Membro do Diretorio da Telesur