Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

Bem-vindo ao blog do PT de Mosqueiro, aqui nós discutimos a organização e atuação do Partido dos Trabalhadores nas relações sociopolíticas e econômicas do Brasil e do Pará. Também debatemos temas gerais sobre política, economia, sociedade, cultura, meio ambiente, bem como temas irreverentes que ocorrem no Mundo, no Brasil, no Pará, mas em especial na "Moca". Obrigado por sua visita e volte sempre!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Faltam ‘poucas horas’ para a procissão do mastro do “Santo Phoderoso e Milagroso” da praia do Bispo em Mosqueiro – Belém – Pará: dia 01 de julho de 2011 - Barraca “Empata’s Phoda”

sexta-feira, 01 de julho de 2011

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Não falte!!! Todos os ‘fiés e leais’ seguidores  (devotos) do “Santo Profano, mas, Phoderoso e Milagroso” da ilha de Mosqueiro, estão convidados e devem se fazer presentes no dia 01/07/2011, na barraca ‘Empata’s Phoda’, na praia do Bispo, a partir das 12:00 horas. Lá vai rolar banho na praia, muita birita (cachaça, vodka, cerveja), feijoada, charque e sarda assada, música mecânica: MPB e Forró,  bandinha de música, foguetões,  e, também  a ‘procissão e o enterramento’ do mastro do São Cara…..!  Vá lá e faça qualquer pedido tipo como; cura de doenças: unha encravada, dor de cotovelo, lingua presa, queda de cabelo, coçeira (chato) no saco;  pagamento de dividas  e recebimentos de precatórios do “DUDU’; volta da mulher, do homem ou do ‘bisouro’ amado; passar no vestibular ou em concurso público; felicidade eterna; busca da beleza  greco-romana ou pelo menos diminuição da feiura facial e corporal; emagrecimento sem diéta; sucesso profissional; ganhar sozinho na mega-sena acumulada, etc. Com certeza o seu pedido (milagre) será atendido pelo Santo Padroeiro mais Phoderoso e Milagroso de Mosqueiro. Ele não deixa ninguém na mão, pois ele é do Cara……!? Lembre-se, “a fé e só a fé no Santo Phoderoso e Milagroso” pode solucionar seus problemas materiais e espirituais.

Obs¹: o melhor de toda essa ‘profanagem’ é que ela ocorre na beira da praia do Bispo.

Obs²: os milhares de devotos agradecem a “madrinha do mastro do São Cara….! de 2011”, a devota professora Alice Benedita (a ‘Alice’ do Claudionor) e ao padrinho do mastro do São Cara….! de 2011, o devoto professor Wagner Barros (o “calça frouxa”) pela singela contribuição a festa da divindidade da praia do Bispo. O Santo Phoderoso e Milagroso vai estar sempre aos seus lados, vóis iluminando de dia e de noite. Amém!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

A rebeldia dos jovens que nos faz tanta falta

A rebeldia dos jovens que nos faz tanta falta

Entre tantas frases estimulantes e provocadoras que as rebeliões populares no mundo árabe e agora na Europa, essencialmente protagonizada por jovens, fizeram ecoar pelo mundo afora, a que mais nos incomoda – com toda razão – é aquela que diz: “E quando os jovens saíram às ruas, todos os partidos pareceram velhos.”
Aí nos demos conta – se ainda não tínhamos nos dado – da imensa ausência da juventude na vida política brasileira. O fenômeno é ainda mais contrastante, porque temos governos com enorme apoio popular, que indiscutivelmente tornaram o Brasil um país melhor, menos injusto, elevaram nossa auto estima, resgataram o papel da política e do Estado.
Mas e os jovens nisso tudo? Onde estão? O que pensam do governo Lula e da sua indiscutível liderança? Por que se situaram muito mais com a Marina no primeiro turno do que com a Dilma (mesmo se tivessem votado, em grande medida, nesta no segundo turno, em parte por medo do retrocesso que significava o Serra)?
A idade considerada de juventude é caracterizada pela disponibilidade para os sonhos, as utopias, a rejeição do velho mundo, dos clichês, dos comportamentos vinculados à corrupção, da defesa mesquinha dos pequenos interesses privados. No Brasil tivemos a geração da resistência à ditadura e aquela da transição democrática, seguida pela que resistiu ao neoliberalismo dos anos 90 e que encontrou nos ideais do Fórum Social Mundial de construção do “outro mundo possível” seu espaço privilegiado.
Desde então dois movimentos concorreram para seu esgotamento: o FSM foi se esvaziando, controlado pelas ONGs, que se negaram à construção de alternativas, enquanto governos latino-americanos se puseram concretamente na construção de alternativas ao neoliberalismo; e os partidos de esquerda - incluídos os protagonistas destas novas alternativas na América Latina -, envelheceram, desgastaram suas imagens no tradicional jogo parlamentar e governamental, não souberam renovar-se e hoje estão totalmente distanciados da juventude.
Quando alguém desses partidos tradicionais – mesmo os de esquerda – falam de “politicas para a juventude”, mencionam escolas técnicas, possibilidades de emprego e outras medidas de caráter econômico-social, de cunho objetivo, sem se dar conta que jovem é subjetividade, é sonho, é desafio de assaltar o céu, de construir sociedades de liberdade, de luta pela emancipação de todos.
O governo brasileiro não aquilata os danos que causam a sua imagem diante dos jovens, episódios como a tolerância com a promiscuidade entre interesses privados e públicos de Palocci, ou ter e manter uma ministra da Cultura que, literalmente, odeia a internet, e corta assim qualquer possibilidade de diálogo com a juventude – além de todos os retrocessos nas políticas culturais, que tinham aberto canais concretos de trabalho com a juventude. Não aquilata como a falta de discurso e de diálogo com os jovens distancia o governo das novas gerações. (Com quantos grupos de pessoas da sociedade a Dilma já se reuniu e não se conhece grandes encontros com jovens, por exemplo?)
Perdendo conexão com os jovens, os partidos envelhecem, perdem importância, se burocratizam, buscam a população apenas nos processos eleitorais, perdem dinamismo, criatividade e capacidade de mobilização. E o governo se limita a medidas de caráter econômico e social – que beneficiam também aos jovens, mas nãos os tocam na sua especificidade de jovens. Até pouco tempo, as rádios comunitárias – uma das formas locais de expressão dos jovens das comunidades – não somente não eram incentivadas e apoiadas, como eram – e em parte ainda são – reprimidas.
A presença dos jovens na vida publica está em outro lugar, a que nem os partidos nem o governo chegam: as redes alternativas da internet, que convocaram as marchas da liberdade, da luta pelo direito das “pessoas diferenciadas” em Higienópolis, em São Paulo, nas mobilizações contra as distintas expressões da homofobia, e em tantas outras manifestações, que passam longe dos canais tradicionais dos partidos e do governo.
Mesmo um governo popular como o do Lula não conseguiu convocar idealmente a juventude para a construção do “outro mundo possível”. Um dos seus méritos foi o realismo, o pragmatismo com que conseguiu partir da herança recebida e avançar na construção de alternativas de politica social, de politica externa, de politicas sociais e outras. Os jovens, consultados, provavelmente estarão a favor dessas politicas.
Mas as mentes e os corações dos jovens estão prioritariamente em outros lugares: nas questões ecológicas (em que, mais além de ter razão ou não, o governo tem sistematicamente perdido o debate de idéias na opinião pública), nas liberdades de exercício da diversidade sexual, nas marchas da liberdade, na liberdade de expressão na internet, na descriminalização das drogas leves, nos temas culturais, entre outros temas, que estão longe das prioridades governamentais e partidárias.
Este governo e os partidos populares ainda tem uma oportunidade de retomar diálogos com os jovens, mas para isso tem assumir como prioritários temas como os ecológicos, os culturais, os das redes alternativas, os da libertação nos comportamentos – sexuais, de drogas, entre outros. Tem que se livrar dos estilos não transparentes de comportamento, não podem conciliar nem um minuto com atitudes que violam a ética publica, tem que falar aos jovens, mas acima de tudo ouvi-los, deixá-los falar. Com a consciência de que eles são o futuro do Brasil. Construiremos esse futuro com eles ou será um futuro triste, cinzento, sem a alegria e os sonhos da juventude brasileira.

Repostado do blog do Emir Sader

Cuba-Brasil, 25 anos do reatamento

 

Com financiamento do BNDES, constrói-se o Porto de Mariel, decisivo no fortalecimento econômico de Cuba. Será o maior porto do Caribe. Na prática, empresas brasileiras furam o bloqueio à Ilha. Em outro projeto, Brasil e Cuba estão cooperando na produção de vacinas para a África.

Beto Almeida

Neste mês de junho, completam-se 25 anos do reatamento das relações entre Brasil e Cuba. Era Sarney o presidente. A ruptura veio no golpe de 64. Sob a ditadura muitos trabalharam para pavimentar o caminho da retomada. Chico Buarque, o jornalista Fernando Moraes com o seu livro “A ilha”, a imprensa alternativa e de esquerda, Frei Betto e Frei Boff e tantos que fizeram um trabalho anônimo para que hoje Brasil e Cuba tenham as excelentes relações que possuem, Mas, podem expandir-se
Há uma nova situação política na região, que pode ser melhor aproveitada pela Solidariedade a Cuba, que também neste mês de junho, realiza sua Convenção Nacional. Para além de todas as bandeiras históricas já defendidas, há imensas possibilidades de ampliar e qualificar as relações bilaterais Brasil e Cuba, que neste momento já cooperam em programas importantíssimos.
Com financiamento do BNDES, constrói-se o Porto de Mariel, decisivo no fortalecimento econômico de Cuba. Será o maior porto do Caribe. Na prática, empresas brasileiras furam o bloqueio à Ilha. Em outro projeto, Brasil e Cuba estão cooperando na produção de vacinas para a África, inclusive na especialização de médicos timorenses formados em Cuba que passam pela Fiocruz antes da volta ao Timor.
Para citar mais um, Cuba e Brasil estão cooperando também no sistema de saúde do Haiti, com financiamento brasileiro de 80 milhões de dólares, mais pessoal e tecnologia. Eis porque Fidel, visionário, declarou em encontro internacional, em 2005, preferir soldados brasileiros a marines dos EUA no Haiti. Como indica o raciocínio de Castro, a cooperação Brasil-Cuba é estratégica para muitos povos. E pode ser qualificada com mecanismos de cooperação melhor trabalhados. Exemplo: na área da informação, colocando-se em prática o convênio da EBC com a Prensa Latina e a Telesur, para que o povo brasileiro escape do bloqueio informativo de que padece sobre as conquistas sociais da Ilha.

Beto Almeida: Jornalista, Membro da Junta Diretiva da Telesur.

Repostado do portal Carta Maior

Charge - J. Bosco

 

Acesse o Lápis de Memória

terça-feira, 28 de junho de 2011

Faltam ‘três dias’ para a procissão do mastro do “Santo Phoderoso” da praia do Bispo em Mosqueiro – Belém – Pará: dia 01 de julho de 2011 -Barraca “Empatas Phoda”

Terça-feira, 28 de junho de 2011

 

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Não falte!!! Vá lá e faça qualquer pedido: cura de doenças, pagamento de dividas, volta da mulher ou homem amado, passar no vestibular, felicidade eterna, busca da beleza  greco-romana, sucesso profissional, etc. Com certeza o seu pedido (milagre) será atendido pelo Santo Padroeiro mais Phoderoso de Mosqueiro. Ele não deixa ninguém na mão, pois ele do Cara……!? Lembre-se, “a fé remove montanhas, planaltos, planícies e depressões.”

NÃO HAVIA JORNALISTA EM BRASÍLIA QUE NÃO SOUBESSE DO CASO ENTRE FHC E MIRIAM DUTRA, ENVIADA PELO GLOBO A PORTUGAL

 

 

Palmério Doria

Assim como existe carro-forte, existe armário-forte. O do Caso FHC-Miriam Dutra não abria nem com pé-de-cabra até abril de 2000, quando Caros Amigos veio com a primeira reportagem sobre o assunto. A revista entrega o jogo logo de cara. “Por que a imprensa esconde o filho de 8 anos de FHC com a jornalista da Globo” é o título que ocupa toda a capa. Não entra em tricas nem futricas, denuncia o silêncio dos grandes grupos de comunicação diante de “Um fato jornalístico”, como diz o título da reportagem.

Por isso, os jornalistas que assinamos a matéria de 6 páginas – eu, Sérgio de Souza, Mylton Severiano, Marina Amaral, José Arbex e João Rocha – deixamos de lado quase todos os detalhes que cercam o romance para ir fundo no essencial: por que, quando lhe interessa, a mídia publica que Fulano ou Cicrano teve caso fora do casamento; e naquele caso, passou uma década escondendo o caso FHC-Miriam Dutra. Então, em 2000, não era o caso de contar que...

... o caso de amor começa com a bênção de outro par constante, Alberico de Souza Cruz, o todo-poderoso diretor de jornalismo da Rede Globo, e Rita Camata, a bela deputada federal do PMDB, sensação do Congresso, mulher do senador capixaba Gerson Camata, que um dia seria candidata a vice de Serra nas eleições presidenciais de 2002.

... mais saborosa que a pauta da Constituinte, as andanças do quarteto na noite brasiliense eram o grande assunto nos círculos políticos e nas redações. Contudo, os diálogos e as situações vividas por eles não renderam um mísero gossip em coluna social alguma.

... o bafafá com status de rififi que se instalou no gabinete de Fernando Henrique, ouvido no corredor por jornalistas do naipe de Rubem Azevedo Lima, e presenciado por seus assessores, quando Miriam Dutra foi comunicar-lhe a gravidez, seria digno dos melhores bordéis do Mangue – “Rameira!”, xingava o senador aos berros. Tudo com direito a efeitos especiais, arrematados por um chute de bico de sapato de cromo alemão no circulador de ar.

... a operação cala-a-boca-da-Miriam foi organizada por uma força-tarefa: Alberico de Souza Cruz; o então deputado federal José Serra; e Sérgio Motta, que tinha coordenado a campanha de Fernando Henrique para o Senado, seu amigo mais íntimo.

.. o trio maravilha se desdobra. Providencia a mudança da futura mamãe para apartamento mais confortável na Asa Sul – ao botar o colchão no caminhão, um dos carregadores alisou-o e disse para os colegas: “Este é do senador” (ah, esse povo brasileiro); e, depois do nascimento da criança, na medida em que se projetava a candidatura de Fernando Henrique à presidência, tratam de mudar Miriam para outro país. No caso, Portugal, onde a Globo era parceira da SIC – Sociedade Independente de Comunicação, primeira estação portuguesa de televisão privada. Aí a repórter iniciaria a longa carreira de última exilada brasileira, que chega aos nossos dias.

... Ruth Cardoso, antropóloga, pouco ficava em Brasília. Tocava vida própria em São Paulo, o que facilitava o caso extraconjugal do marido.

... Fernando Henrique não contou para Ruth Cardoso o caso extraconjugal durante certa viagem a Nova York como se propala, mas numa casa isolada nos arredores de Brasília, onde o casal descansava nos fins de semana. Foi pouco antes dele assumir a candidatura. Não se sabe, claro, o que conversaram. O certo é que, por volta das oito da manhã, jornalistas que ali davam plantão, viram um Gol sair em disparada, com Fernando Henrique ao volante e a mulher ao lado. E foram atrás deles até o hospital Sarah Kubitschek, onde o casal desapareceu.

... a futura primeira-dama reapareceria com um braço na tipóia no saguão do hospital; ao ser abordada pelos repórteres, perdeu sua habitual presença de espírito e afastou-os, quase explodindo:

“Me deixem em paz!”

SEGREDOS DE POLICHINELO

Não havia, como não há hoje, jornalista em Brasília que não soubesse de tudo quanto se passa, às claras ou nos bastidores. Segredos de polichinelo. Veja fez uma reportagem, mandou repórter atrás de Miriam na Europa (não por coincidência, Mônica Bergamo, que viria a dar na Folha, em 2009, a notícia do reconhecimento do filho adulterino por Fernando Henrique, 18 anos depois). Mas, naquela época, a semanal nada publicou. Nós também fomos atrás dela na Espanha, onde Miriam passou a morar depois de Portugal – “Perguntem para a pessoa pública”, foi a única coisa que deixou escapar. Ao mesmo tempo, fomos atrás de uma história que envolveu toda a imprensa. E volta a envolver: a história de Tomás Dutra Schmidt. Que a maioria dos colegas, na sua anglofilia, transformou em Thomas. Está lá, no registro do cartório Marcelo Ribas, conforme cópia autenticada obtida por Marina Amaral, a quem bastou sair do hotel em Brasília, atravessar a pista e entrar no edifício Venâncio 2000, primeiro andar, onde a avó materna de Tomás foi declarante do nascimento, ocorrido a zero hora e quinze minutos de 26 de setembro de 1991.

Por que tanto segredo?, perguntamos a todos os jornalistas que ocupavam postos de comando nas publicações em que trabalhavam durante a campanha presidencial de 1994. Cada qual apresentou suas razões. Alguns simplesmente desqualificaram o fato. Outros apelaram para a uma ética jornalística válida apenas para FHC. Outros confessaram ainda que guardavam matéria “de gaveta” para a eventualidade de um concorrente sair na frente.

Tentando fazer Caros Amigos sustar a matéria, houve vários tipos de pressões, relatadas uma a uma na reportagem. Algumas sutis, outras ostensivas. Um amigo jornalista me acenou com emprego público na Petrobras, durante almoço na cantina Gigetto, quando julgavam que eu era o único autor do trabalho. Tinha sido enviado pelo lobista Fernando Lemos, cunhado de Miriam Dutra. O mesmo Lemos que mandou um dublê de jornalista e lobista à redação de Caros Amigos, dizendo estar intercedendo em nome da própria jornalista da Globo, o que ela negou de pés juntos lá em Barcelona. Um deputado federal do PT ligou-nos para dar “um toque”. Disse que o Planalto estava preocupado com “uma matéria escandalosa” que estaríamos fazendor. O afável colega Gilberto Mansur chamou Sérgio de Souza e seu sócio Wagner Nabuco de Araújo para jantar no Dinho’s Place da avenida Faria Lima. Começou suave, ponderando que a revista ia criar problemas para si própria, que aquele assunto era irrelevante, que, deixando aquilo pra lá, Caros Amigos passaria a ter o mesmo tratamento da grande imprensa em matéria de anúncios estatais. Vendo que Sérgio de Souza era irredutível, deixou claro que podíamos esquecer a publicidade oficial se publicássemos a matéria – o que já acontecia na prática.

ETERNAMENTE OTÁRIO

Na época, Gilberto Mansur, ex-diretor da revista masculina Status, um mineiro maneiro, era braço-direito do publicitário Agnelo Pacheco, que havia conquistado a confiança do secretário de Comunicação de FHC – e homem das verbas publicitárias, portanto. Falamos do embaixador Sérgio Amaral, porta-voz da Presidência, que o colunista de humor José Simão chamava de “porta-joia”, sempre com a pose de “nojo de nóis”. Juntos, Agnelo e Amaral “operavam” a Caixa Econômica Federal. Agnelo adorava dizer que era um dos depositantes do “Bolsa Pimpolho”, que financiava a vida de Miriam Dutra e seu filho no continente europeu.

O que não tem a menor relevância perto do Custo Brasil para alimentar a conspiração de silêncio em torno do romance. Existem hoje, no eixo Brasília-São Paulo, grupos de picaretas que ficaram ricos graças a esse adultério, bem como ao falso DNA agora brandido pela família Cardoso, a fim de evitar mais um herdeiro a dividir l’argent que FHC vai deixar. Absolutamente contra sua vontade, FHC cai de novo na boca do povo. Mesmo nas edições online dos grupos de comunicação que tanto faturaram para esconder o romance, seus leitores vêm com pérolas, tais como este comentário sobre a notícia da Folha do teste de DNA negativo, repercutindo nota da coluna Radar, de Veja – autora do furo:

A GLOBO DEU GOLPE DA BARRIGA EM FHC

O Brasil pagou caro essa pensão. FHC, quando era ministro da Fazenda, isentou de CPMF todos os meios de comunicação. Em 2OOO houve o Proer da mídia, que custou entre US$ 3 e US$ 6 bilhões aos cofres públicos. Ele também mudou a Constituição para permitir que a mídia brasileira, então falida, pudesse contar com 30% de capital estrangeiro. E autorizou que o BNDES fizesse um empréstimo milionário à Globo.

Ricardo J. Fontes

DNA falso você pode conseguir com qualquer R$ 10 milhões em qualquer esquina de São Paulo ou Washington, onde Tomás estuda. Mas, se FHC de fato não for o pai, o Brasil merece conhecer o pai verdadeiro, o homem que tomou dinheiro dos Marinhos e de FHC durante 20 anos e carimbou de vez o ex-presidente como, além de entreguista, zé-mané, trouxa, pangaré, terceirizado. Enfim, otário.

Mama África

 

Ainda chovem criticas ao cantor Chico César, secretário de Cultura da Paraíba, porque ele proibiu a contratação, pelo Estado, das bandas de “forró de plástico” – conforme definiu -, e duplas sertanejas, para animarem o São João paraibano.

Setores acostumados a mamar anualmente, nesse período junino, nas tetas avantajadas do chamado erário público, enriquecendo-se, e, ao mesmo tempo, a empresários de bandas conhecidas nacionalmente e inseridas no mercado, caíram de pau, chamando Chico de antidemocrático, ditador -, e falso estimulador das artes e culturas paraibanas.

Chico está coberto de razão.

Secretaria de Cultura tem missão de resgatar a cultura popular; não é nenhuma ‘Secretaria de Lazer’.

Quem já faz parte do mercado, como bem explicitou o compositor nordestino, que busque o próprio mercado para amealhar patrocínios privados.

Grupos de forró estilizado tem uma vida comercial intensa e não precisam do Estado.

Continuarão a existir e a fazer seus shows, independente da medida moralizadora da Secretaria Estadual de Cultura.

A maioria dos agentes inseridos na polêmica chegou a propagar a decisão de Chico César como postura de alguém preconceituosa com determinado tipo de música, ao mesmo tempo em que ele, como secretário de Estado, estaria querendo impor a todos “o que se gosta e se acredita como verdade única para falar e ouvir”.

Simone Duarte, jornalista do jornal Paraíba Agora, chegou a escrever artigo saracoteando o seguinte:

- “Como secretário de Cultura do Estado, Chico César deveria entender como os valores da cultura se internalizam no povo e como eles conduzem suas emoções entre si. A avaliação do outro, é um grande desafio, desafio esse notadamente esquecido pelo titular da Pasta”.

A moçoila raivosa, propositalmente fora do contexto, insinua que Chico César propôs vetar estilos musicais.

Fez a crítica dela contundente sem se preocupar em analisar a função de uma secretaria de Cultura, que é especificamente estimular a cultura local e de raiz.

Ademais, como Chico César disse na Globo News, a Paraíba não tem recursos nem para pavimentar as estradas acabadas do interior, quanto mais pagar altos cachês a forrozeiros de isopor.

O papel do Estado é promover a democratização das manifestações culturais, é dar uma opção de música diferente daquilo que grande parte das emissoras de rádio executa.

Estado pobre como a Paraába tem que fazer escolhas.

E uma das escolhas definidas por Chico César é de não financiar festejos juninos.

Em verdade, o que se construiu em torno da declaração do cantor de Catolé da Rocha foi uma falsa polêmica.

Quiseram demonizá-lo com intuito de forçar o seu afastamento do cargo.

 

PS: Originalmente no Blog do Hiroshi Bógea!

PS2: Por aqui falta alguém de coragem para dar uma controlada nos bregas e melodys e outras porcarias que infestam nossos ouvidos, além dessa porcaria que Chico César chamou de “Forrozeiros de Isopor”

domingo, 26 de junho de 2011

Deve estar doido mesmo

Diário do Pará, edição de 26/06/2011

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Pense antes de decidir se você é contra ou a fovor da divisão territorial do Pará

Pará forte e unido

Recebi por email e divido com vocês. Não conheço o autor, mas concordo com ele.
VAMOS MANTER UM PARÁ FORTE E UNIDO , POIS SOMENTE ASSIM PODEREMOS DESENVOLVER A REGIAO E REDUZIR AS DESIGUALDADES
1 – QUEM PAGA A CONTA. Diversos estudos demonstram a inviabilidade da relação tributos/despesas destes novos estados, ou seja, os estados já nasceriam falidos, e a União teria que complementar esta diferença, ou seja, todos os brasileiros iriam bancar esta despesa.
2 – ESTRUTURA: um novo estado demanda grandes investimentos em > estrutura governamental, então seriam criados um governo estadual, uma assembléia legislativa, um TJE, um MPE, um TCE, um TCM, cargos comissionados, etc. E o dinheiro para educação, saúde e segurança pública para essas populações? Não iria sobrar!
3 – POPULAÇÃO X TERRITÓRIOS: Há um equívoco quando dizem que o estado é muito grande por isso tem que dividir. Estes novos estados teriam uma população muito rarefeita, sendo que os dois teriam uma população menor do que o município de Belém, excluindo região metropolitana (Ananindeua, Marituba e Benevides, santa Isabel e Santa Bárbara). Será razoável um gasto tão grande para, em tese, beneficiar uma população bem pequena? Ressalte-se que criação de estados por si só, não gera riqueza, apenas para alguns. Vejam a região Nordeste (MA, PI, CE, RN, PB, PE, SE, AL,BA) é a região mais pobre do Brasil, enquanto que a região sul (RS, SC, PR) é a mais desenvolvida social e economicamente.
4 – FALÊNCIA DO ESTADO DO PARÁ. Mal ou bem o estado do Pará, possui uma estrutura governamental para atender todo o estado. Com a divisão os servidores públicos estaduais teriam o direito de optar em ficar ou voltar para o estado do Pará, além do pagamento dos servidores aposentados e pensionistas. Como o Pará iria bancar estes servidores, se ocorrer diminuição de receita? Os investimentos que o governo do Pará efetuou nestas regiões, Como o Pará iria quitar estes débitos? Se estes estados nascem livres de dívidas! como o Pará se sustentará com diminuição de receita, mas a continuidade de maior parte das despesas, já que ficará com a maior parte da população?
5 – RIQUEZAS NATURAIS: Quando o capitão-mor FRANCISCO CALDEIRA DE CASTELO BRANCO no ano de 1616 fundou o povoado de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, estas riquezas naturais (Serra dos Carajás), Rio > Tocantins (Tucurui) Rio Xingu (Belo Monte), Rio Tapajós (Alter do Chão) entre outras já pertenciam a Provincia de Grão-Pará e Maranhão. Assim, não se sustenta o argumento daqueles que chegaram no Pará, durante a colonização da Amazônia, de que essas riquezas seriam suas e que Belém se apropria delas, sem dar retorno para essas regiões.
6 – AUSÊNCIA DE PARAENSES NO SUL DO PARÁ – Um dos argumentos dos separatistas é de que na região de Carajás não teria paraenses. Esta informação é equivocada. O último censo do IBGE listou a origem dos habitantes do Sul do Pará. O maior contingente populacional são de nascidos no estado do Pará (40%), em 2º lugar, Maranhense (20%), 3º Tocantinenses, 4º goiano etc. A grande confusão dos separatistas é afirmar de que existem poucos paraenses no Sul, na verdade, existem > poucos belenenses nestes lugares, a maioria ocupantes de cargos públicos. Em uma reunião na cidade de Redenção na época, quando eu respondia lá, foi levantada esta situação, de que existem pouco paraenses no Sul do Pará. Tinha um mineiro, um paulista e um goiano e eu questionei quais deles eram oriundos de suas capitais de seus respectivos estados. Nenhum!!!!!!!! Era de capital de estado, e sim do interior!!!!, apenas eu era oriundo de Belém.
7 – DIFERENÇA CULTURAL – UM dos argumentos é de que existem diferenças culturais entre o sul do Pará e o resto do Pará. Outra informação equivocada, somente de Xinguara pra baixo e pro lado direito com destino até São Félix do Xingu, que a cultura é diferente, pois Marabá, Parauapebas, Tucurui a cultura paraense é dominante ou muito relevante, além do quê este fato por si só não justifica a criação de um estado.
8 - INTERESSE PESSOAL X INTERESSE COLETIVO – um dos aspectos que se observa, é que algumas autoridades destas áreas efetua um raciocínio dentro de uma perspectiva individual (o que eu ganho com a separação? do que propriamente o interesse coletivo. Em uma audiência eleitoral na
comarca de Curionópolis, os advogados de Parauapebas e Marabá estavam comentando acerca da distribuição dos Cargos no futuro estado do Carajás. Lá foi dito que o atual prefeito de Parauapebas, Darci seria conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Governador seria Asdrúbal ou Giovani, sendo uma vaga de senador seria para um deles. O prefeito de Curionópolis Chamonzinho seria dep. Federal. Em Marabá, alguns juízes estão eufóricos com a possibilidade de virem a ser desembargadores, inclusive uma já se intitula futura presidente do TJE/Carajás ou desembargadora. Alguns advogados já estão fazendo campanha pela separação para entrarem pelo quinto constitucional como desembargadores ou entrar como Juiz do TRE/Carajás. Questiono onde está o interesse público tão almejado?
9 – PLEBISCITO – A legislação é clara sobre quem seriam os eleitores do plebiscito. A população diretamente interessada (art. 18, §3º da Constituição Federal) A legislação ordinária já regulamentou o tema. > Art. 7º da lei nº 9709/98. In verbis: “Art. 7o Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4o e 5o entende-se por população diretamente interessada tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmembramento; em caso de fusão ou anexação, tanto a população da área que se quer anexar quanto a da que receberá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo percentual que se manifestar em relação ao total da população consultada." Bom creio que não há dúvidas acerca do tema. Após a publicação do decreto legislativo do plebiscito de Carajás, a Assembléia Legislativa do Estado de Goiás, ajuizou ação perante o STF requerendo liminarmente que apenas os moradores da região sul e sudeste do Pará a ser cindida (Carajás) seja ouvida no plebiscito, excluindo o oeste do Pará, Região Metropolitana de Belém, região da Transamazônica, região Nordeste e ilha do Marajó. O Relator é o Ministro Dias Tófoli, e o Estado do Pará, foi citado e já apresentou Memoriais e argüindo a ilegitimidade ad causam, e no mérito, que todos os paraense possam opinar. Com que ética se espera destes cidadãos que estão a frente desses movimentos separatistas? Que dizer então que como paraense nato, não posso opinar sobre os rumos do meu estado?
10 – PLANEJAMENTO DO DESENVOLVIMENTO – Entendo a relevância deste debate, pois as mazelas que existem no interior do estado devem ser enfrentadas para se propiciar maior cidadania e dignidade a estas populações. A mera divisão territorial não é o remédio adequado para sanar subdesenvolvimento. O Jornal “FANTÁSTICO” apresentou matéria especial acerca do lugar mais violento do Brasil, com índices de taxas de homicídio superior a regiões que estão em guerra, perdendo apenas para Honduras. É a região do Entorno do DF (estado de Goiás) onde a pobreza é alarmante, os médicos pediram transferência ou exoneração, postos de saúde fechados e a PM de Goiás tem medo de trabalhar lá. Fica apenas 40 quilômetros do Palácio do Planalto (Casa da Dilma), distância equivalente entre Belém e Santa Isabel. E 60 quilômetros de Goiânia, distância equivalente entre Belém e Castanhal. Constatem que no centro político do Brasil existe esta região carente de políticas públicas, o que rechaça os argumentos dos separatistas, de que a pobreza do interior do Pará seja decorrente da distância de capital Belém. No meu entendimento, o que falta é melhorar a gestão da administração pública, devendo atuar com mais agilidade e competência, combater a corrupção e os vícios dos serviços públicos, e aumentar os investimentos na Educação, Saúde e Segurança Pública, com maior capacitação dos profissionais da área e melhorias salariais e das condições de trabalho. Creio que atuando desta forma, existem chances concretas de resgate da dignidade dessa população do interior e de todo o Estado do Pará.
Gurupá, 11 de junho de 2011.
LUIZ GUSTAVO DA LUZ QUADROS
PROMOTOR DE JUSTIÇA TITULAR DE GURUPÁ

terça-feira, 21 de junho de 2011

Presença morta

 

“A política de saúde do governo do Estado vai desandar, pois, ao invés de estimular e criar infraestrutura para melhorar a atenção primária à saúde (com promoção à saúde e prevenção de doenças), só se preocupa com a alta complexidade, construindo hospitais e realizando transplantes nos hospitais regionais – Santarém, Marabá e Araguaia. O que é melhor: ter vários hospitais deficientes ou manter os atuais funcionando em sua plenitude? Ter transplantes funcionando precariamente em vários locais ou montar uma estrutura melhor em Belém? A população merece respeito.

Para piorar a saúde no Estado, o governador resolveu recriar um projeto já fracassado: a Secretaria Especial de Proteção Social, que vai responder, entre outros, pelo Hemopa, Santa Casa, Ofir Loyola e Gaspar Viana, um retorno ao velho fatiamento da saúde e, certamente, a uma política clientelista, tendo como moeda de troca essas instituições. Um atraso, pois ignora preceitos básicos do Sistema Único de Saúde (SUS), como uma rede regionalizada e hierarquizada; descentralização e atendimento integral com direção única em cada esfera do SUS. Só esperamos que não ressuscite também o a enganação do programa “Presena Viva”, que mais parecia “Presença Morta”, com tantos prejuízos que causou ao erário. Alguém precisa avisar ao governador que o SUS é um sistema único de saúde, e não múltiplo.”


(Do Sindicato dos Médicos do Pará, em sua coluna semanal.)

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O números, reais de mortes no campo. Para o Governo Jatene parar de falar bobagem e ir trabalhar.

 

Blogs e jornais de grande circulação estão publicando números falsos sobre os conflitos fundiários no Pará. Esses números procuram contestar a associação entre conflitos fundiários e o Governo Jatene, feita pela propaganda televisionada do PT, no Pará e comentada, no dia de ontem, em todo o país. Porém, o fato é que se trata de uma associação correta de idéias, ainda que lamentável.
O números, reais de mortes no campo, fornecidos pela Ouvidoria Agrária Nacional, são os seguintes:

ANO             Nº Mortes P Conflito Fundiário

2003           19

2004           04

2005           04

2006           05

2007           05

2008           02

2009           01

2010           07

A Ouvidoria Agrária também relata que outras 9 mortes no campo podem ter ocorrido, no Pará, em 2004. E que, em 2005, podem ter havido outras 11 mortes, além das 4 relatadas.

Esses números significam que, entre 2003 e 2006, durante o primeiro governo Jatene, ocorreram 32 mortes por conflito fundiário. Um número que, na verdade, pode ser elevado para 52, conforme investigações que não foram concluídas no devido tempo.

Se considerarmos que foram 32 mortes, ainda assim é mais que o dobro das mortes ocorridas quando o PT governou o estado. Não é o tipo de comparação que se deva fazer, mas são números reais.

Fala-se, por aí, dos dados da Comissão Pastoral da Terra. Ora, é preciso ler os relatórios da CPT. Eles mencionam, sempre, dois valores distintos: o número de mortes violentas ocorridos em assentamentos rurais e o números de mortes ocorridas em assentamentos decorrentes de conflitos fundiários. São coisas diferentes.

Sempre tem um canalha tentando falsear os números.

Ah, e tem outra coisa que precisa ser dita: Durante o governo do PT nenhum inquérito deixou de ser aberto, nenhuma morte decorrente de conflito fundiário deixou de ser investigada. Todas elas constituem processo em curso.

Em vez de falar bobagem, o governo Jatene deveria é ir trabalhar.

Repostado do Blog : Huponemata do Professor Fábio de Castro

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Governo comemora queda do risco da dívida do país a nível menor do que EUA

Por: Anselmo Massad, Rede Brasil Atual

Publicado em 15/06/2011

Governo comemora queda do risco da dívida do país a nível menor do que EUA

Guido Mantega fala a jornalistas sobre a redução sobre o risco da dívida brasileira (Foto: Wilson Dias/ABr)

São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, comemoraram a queda da percepção de risco pelo mercado em relação à dívida pública brasileira, anunciada nesta quarta (15). Um dos indicadores usados para se avaliar as chances de um credor – público ou privado – deixar de pagar o que deve, chamado de Credit Default Swap (CDS), sugere que o Brasil apresenta menor risco de calote do que os Estados Unidos.

O CDS é negociado por investidores e especuladores do mercado financeiro. É considerado uma espécie de seguro usado como proteção contra o risco de o devedor não ter condições de quitar suas obrigações. Na terça-feira (14), o CDS do Brasil estava em 41,2 pontos-base, enquanto o norte-americano estava em 49,7 pontos.

"Pela primeira vez na história, o risco do Brasil é menor do que o risco dos Estados Unidos", destacou Mantega, em entrevista à imprensa depois de café da manhã com a presidenta Dilma Rousseff e os governadores de estados do Nordeste e do Norte, no Palácio do Planalto.

Na prática, isso significa que, atualmente, quando se faz um seguro sobre a dívida brasileira, paga-se menos do que no caso da dívida norte-americana. Mantega lembrou que existe um volume de mais de US$ 70 trilhões nesse tipo de operação.

O ministro disse ainda que está feliz com a notícia porque ela representa a solidez da economia brasileira e a confiança dos investidores sobre o Brasil. “A presidenta Dilma ficou satisfeita pelo fato de o Brasil ter um risco menor do que os EUA. Isso mostra que estamos praticando um política econômica correta”, disse.

Augustin, em audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional, atribuiu o fato a política de manter elevados superávits primários – economia do governo para pagar juros – e de redução gradual da dívida líquida do setor público. "Essa é uma demonstração de que os resultados (da política fiscal brasileira) são reconhecidos pelo mercado. Isso reflete a estratégia de cumprimento de metas fiscais que temos conseguido apresentar e colocar para o país”, afirmou o secretário.

“Ainda que circunstancial, trata-se de algo inédito na história ou mesmo um fato impensável que pudesse ocorrer em algum momento”, disse o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, ao jornalista Guilherme Barros. Segundo ele, o resultado tem relações com as dificuldades enfrentadas pela economia dos EUA e tensões no Congresso do país norte-americano a respeito do teto de endividamento autorizado pela legislação.

Risco-país

Até 2004, o governo brasileiro sofria com as oscilações do chamado risco-Brasil. O índice igualmente a possibilidades de um país deixar de pagar a dívida mas era cotado pela JP Morgan, uma agência de investimentos. Outra diferença entre o risco-país que atormentava a equipe econômica do início do governo Luiz Inácio Lula da Silva e o GDS é que o cálculo da corretora usa como base justamente os títulos da dívida dos Estados Unidos, considerados os papéis de maior liquidez do mundo e de risco de calote zero.

A partir de 2005, embora o índice continue a ser cotado diariamente, sua oscilação perdeu relevância no debate econômico. Aquele ano foi emblemático porque teve a antecipação do pagamento de parcelas que o Brasil devia ao Fundo Monetário Internacional (FMI), indicando que o país estava em um processo de acúmulo de reservas internacionais e tinha  "fôlego" para manter compromissos com o mercado financeiro.

Eclipse Lunar hoje, curta (é de graça)

Brasil verá a Lua nascer eclipsada nesta quarta-feira
Fenômeno astronômico pode ser observado a olho nu entre o pôr do sol e às 19 horas

Tania Valeria Gomes e Alexandre Gonçalves

SÃO PAULO - A maioria dos brasileiros verá a Lua nascer eclipsada nesta quarta-feira, 15. O fenômeno ocorre quando o Sol, a Terra e a Lua estão alinhados, com nosso planeta no meio.

As regiões que poderão observar o eclipse do início ao fim estão na África, no Oriente Médio, na Ásia e na Oceania. Norte-americanos não conseguirão ver o fenômeno e os europeus, assim como os brasileiros, só verão o fim. A última ocorrência de um eclipse como este, com o tempo de duração semelhante, foi em julho de 2000, de acordo com informação da Nasa.

Este é um dos dois eclipses lunares deste ano, mas o único que será visível para os brasileiros. O outro ocorrerá em dezembro. Além destes, teremos ainda dois eclipses solares, um em 1º de julho e outro em 25 de novembro. O próximo eclipse lunar que poderá ser visto no Brasil por completo está previsto apenas para setembro de 2015.

O astrônomo e professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Paulo Sérgio Bretones explica que o eclipse lunar desta quarta-feira se iniciará por volta das 15h22, o que significa que não será percebido no Brasil porque a Lua não terá nascido no horizonte. Por volta das 16h22 a Lua cheia estará totalmente coberta pela sombra da Terra. Em São Paulo, por exemplo, a Lua ficará visível por volta das 17h25, quando já estará eclipsada. Dois minutos depois, o Sol vai se por. Portanto, o satélite estará escuro, mas o crepúsculo ainda iluminará o céu por alguns minutos. Às 18h02 a Lua começará a deixar a sombra e às 19h02 ela estará novamente iluminada pela Sol por completo.

"Desta vez a Lua estará dentro do eclipse e vai estar nascendo e ao mesmo tempo que o sol estará se pondo. A Lua vai começar a ser visível quando já estiver eclipsada, então o grande desafio para os observadores será notar que a Lua já está lá. Ela vai estar bem apagada," avisa Bretones.

A observação do fenômeno poderá ser feita com binóculos, lunetas e telescópios amadores, de acordo com o pesquisador.
O Estadão

A menina birrenta que humilhou a ditadura

 

Olha que barato a merecer leitura do país!

O fato está sendo contado pelo Correio Braziliense, e o reproduzimos na íntegra, pela simbologia histórica:

Belo Horizonte — Uma das imagens (acima) que mais marcaram os sentimentos de desagrado da população sobre o regime militar no Brasil ocorreu por acaso. Para muitos, a foto, de 5 de setembro de 1979, mostrava a pureza de uma criança que desde pequena já sabia que a ditadura era cruel e dura com as pessoas, mas é a própria personagem do retrato — a garotinha marrenta de cinco anos que se recusava a cumprimentar o presidente da República João Baptista Figueiredo — que explica o motivo de estar emburrada naquele dia e ter recusado o aperto de mão do último general a governar o país. “Na época eu não entendia o que os militares representavam. Sou de uma época em que criança era só criança e se preocupava mais em brincar e se divertir. Minha mãe estava danada comigo e queria que eu cumprimentasse o presidente, assim como todo mundo que estava lá. Mas acabei contrariando a todos porque era o meu jeito de menina”, explica Rachel Clemens, hoje com 37 anos.

O episódio ocorreu durante um almoço no Palácio da Liberdade, quando João Batista Figueiredo esteve na capital mineira para o lançamento do carro a álcool. O pai de Rachel, que trabalhava no Departamento de Estradas e Rodagens (DER), foi um dos convidados para almoçar com o presidente e levou a família para o evento. “Não estava muito impressionada com o fato de que iria almoçar perto do presidente e só depois, quando voltamos para o salão, que percebi o burburinho das pessoas comentando minha indelicadeza, mas lembro que meu pai não chegou a me repreender. Daquele período, eu ficava sabendo que muita gente tinha medo da polícia, mas nem sabia a razão”, lembra.

Raquel procurou o autor da imagem, o fotógrafo Guinaldo Nicolaevsky, que também tentou descobrir quem era a personagem da foto. O fotógrafo, que morreu em 2008, chegou a fazer uma campanha na internet para tentar descobrir o nome da menina. “Toda vez que via alguma equipe de reportagem nas ruas, perguntava se conheciam o autor da tal foto que tinha uma menina marrenta que não cumprimentou o presidente. Mas ninguém dava atenção. Então, não cheguei a conhecê-lo. Nos últimos dias, a foto voltou à mídia e, de repente, meu blog começou a ter muita procura, com pessoas até agradecendo e falando da importância da imagem. Sempre respondo que é um grande orgulho e que teve um valor simbólico positivo para as pessoas”, afirma.

A caçada pela garotinha da foto mobilizou muitas pessoas nas redes sociais e, quando descobriu que era procurada, Rachel decidiu abrir o jogo e contar como foi o dia em que “sem querer” entrou para história. “Teve gente que até me falou para pedir dinheiro para aparecer, mas isso é inconcebível. Quando fiquei sabendo que muita gente procurava por mim, senti um dever de revelar o que aconteceu naquele dia. Perguntaram até se eu cumprimentaria o presidente Figueiredo hoje. Mas penso que o mais importante não é cumprimentar ou não os políticos e sim cobrar seus erros e se indignar com os escândalos que eles se envolvem”, diz. A identidade da menina que se recusou a cumprimentar o general foi revelada pelo Facebook. Ela postou a famosa foto em sua página com a pergunta “Adivinha quem era essa garotinha?”. Logo, sua página foi inundada com comentários de pessoas de todo o Brasil.

Rachel Clemens, hoje, com 37 anos

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Repostada do Blog do Hiroshi Bógea!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Pará concentra quase 20% das cidades com mais assassinatos

 

Quatro pessoas foram mortas em áreas rurais do Estado em menos de 15 dias

José Henrique Lopes e Amanda Polato, do R7

Das 100 cidades com os maiores índices de homicídio do país, 17 estão no Pará. O Estado, que nas últimas semanas voltou às manchetes do noticiário nacional por mortes ocorridas em conflitos agrários, registrou em dez anos um crescimento de 273% no número de assassinatos.
Segundo dados do Mapa da Violência, o total de homicídios no Pará, que em 1998 foi de 769, saltou para 2.868 dez anos depois.
No ranking nacional, em 2008, o Estado ocupava o quarto lugar entre os mais violentos quanto à taxa de homicídios para cada 100 mil habitantes: 39,2. À frente, estavam Pernambuco (50,7), Espírito Santo (56,4) e Alagoas (60,3). Em 1998, no entanto, o Pará era apenas o 19º colocado, com 13,3 homicídios. Ou seja, ganhou 15 posições em dez anos.
A média referente ao Brasil, ainda em 2008, era de 26,4 para cada 100 mil habitantes. A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera como marca aceitável qualquer número inferior a 10 homicídios para cada 100 mil habitantes.
O Pará, além disso, tem o primeiro, o quarto e o sexto municípios com as maiores taxas de homicídio registradas em 2008. Os três estão no leste do Estado, exatamente onde se concentram os conflitos no campo.
O campeão é Itupiranga, com 160,6 homicídios para cada 100 mil habitantes. Marabá contou 125 assassinatos para cada 100 mil habitantes. Em Goianésia do Pará, a taxa foi de 109,6.

Em entrevista ao R7, o secretário de Segurança Pública do Estado, Luiz Fernandes Rocha, admitiu a gravidade da situação, mas disse que o governo vem adotando ações para baixar as estatísticas.
- Nós temos um trabalho de redução de homicídios, e redução principalmente daqueles crimes mais graves, como tráfico de drogas e roubo. Nesse primeiro quadrimestre, [comparando] com o primeiro quadrimestre do ano passado, já tivemos redução de 15% de homicídios no Estado.
Rocha evitou apontar as principais causas de homicídio no Estado, mas mencionou o tráfico de drogas como um dos motores da violência local.
- Esse tráfico influi muito nos crimes de homicídio e roubo. Só nos primeiros quatro meses [de 2011], mais de 1.300 traficantes foram presos. Com isso, houve redução dos homicídios.
Quanto às ocorrências no leste e no sul do Estado, vinculadas à luta no campo, ele afirmou que as ações de segurança serão intensificadas.
Conflitos
A região leste do Pará tem um longo histórico de conflitos no campo. Foi lá, na cidade de Eldorado dos Carajás, que 19 trabalhadores sem-terra foram mortos pela Polícia Militar quando bloqueavam uma rodovia, há 15 anos. O episódio, que ganhou o nome de massacre, alcançou repercussão internacional.
Dados da CPT (Comissão Pastoral da Terra) apontam que, entre 2001 e 2010, 160 pessoas foram assassinadas no Pará em conflitos agrários. No mesmo período, o Brasil contou 376 mortes.
Em maio, os brasileiros voltaram a acompanhar episódios de violência que envolvem sindicalistas e agricultores naquela região. Foram quatro mortes em menos de 15 dias, sendo três na região de Nova Ipixuna e uma em Eldorado dos Carajás.
Preocupado, o governo decidiu promover uma operação militar emergencial na região da Amazônia e prometeu mapear os casos mais graves de pessoas que vivem sob ameaça de morte, que receberão proteção policial.
O professor Carlos Alberto Feliciano, coordenador do Nera (Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária), da Unesp, lembra que a região Norte, além de concentrar uma série de problemas que dão origem aos conflitos, ainda sofre com a ausência das autoridades.
- Na Amazônia, a questão principal é a ausência do Estado, em relação ao controle do território. Ali tem tudo misturado: grilagem de terra, terras devolutas, militantes da causa ambiental, todos os setores envolvidos em uma região. Quando há a ausência do Estado, os conflitos se acirram cada vez mais.
Na opinião de Feliciano, enquanto o governo não interferir diretamente para resolver a questão da propriedade da terra, promovendo a reforma agrária, demarcando áreas e regularizando o que ainda está indefinido, o quadro pouco será alterado.
- Não adianta criar projetos e infraestruturas se a posse da terra é indefinida. Se há indefinição, há disputa por aquele território. O Estado tem que tomar uma posição, primeiro identificar, fazer uma varredura do processo de grilagem, porque aí você consegue identificar os atores envolvidos, quem de fato ocupa a região e quem especula.

Fonte: R7

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Taí uma proposta interessante, dormir mais para melhorar…

Boa noite

Todos precisamos dormir de 7 a 8 horas por dia para que a nossa máquina orgânica funcione melhor. Este fato é de domínio público.

Um período de 7 horas de sono ininterrupto por noite parece ter alguma relação com uma menor taxa de mortalidade entre nós, humanos.

Como, graças ao advento da luz elétrica, televisão e internet, entre outros fatores, o número de horas dormidas só faz diminuir (caiu de uma média de 8 para 6 e meia, nos últimos 50 anos, nos EUA), parece ter chegado a hora de uma “revolução noturna”.

E o problema se acentua com o nosso próprio envelhecimento, que leva invariavelmente a uma queda na qualidade do sono.

Os idosos ficam sonolentos mais cedo, mas levam mais tempo para dormir, além de acordarem muitas vezes ainda de madrugada.

Os estágios mais profundos do sono, o dito sono REM, aquele no qual a mente processa as memórias e as emoções, aliviando o stress, também diminuem com a idade.

Nas décadas mais avançadas de nossas vidas, temos menos horas ao ar livre e consequentemente menos exposição ao sol, poderoso regulador do ciclo sono/vigília.

O uso de bebida alcoólica na esperança de um sono melhor é um engano comum: o álcool desorganiza o sono tremendamente e não trás repouso real.

Uma boa noite de sono acarreta em melhorias na memória, concentração, humor, produtividade e até no sistema imunológico.

Mas como efetivar o tão precioso sono restaurador?

Talvez pudéssemos começar resistindo à tentação de realizar “mais uma tarefa importante” no final do dia, deixando para amanhã. E tratando doenças ou situações mórbidas que possam interferir no sono (como depressão, ansiedade, diabetes, reumatismos e apnéia do sono).

Que tal apagar as luzes às 22:00h?

Postado por Scylla Lage Neto

Repostado do Blog Flanar

sexta-feira, 3 de junho de 2011

STF Barra pretensão de Jader

Ministro Joaquim Barbosa negou pedido de retratação feito pelo político

BRASÍLIA

THIAGO VILARINS

Da Sucursal

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa negou ontem o pedido de retratação feito por Jader Barbalho (PMDB-PA) da decisão que barrou sua candidatura ao Senado com base na Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/10). A decisão do ministro ocorreu no Recurso Extraordinário (RE) 631102, de sua relatoria, e dentro do qual o pedido foi feito pelo ex-deputado. Em outubro passado, o recurso do peemedebista foi o primeiro a ter um resultado prático na corte, apesar do empate em cinco votos a cinco. Na época, por meio de um critério de desempate, os ministros não aceitaram o recurso de Jader e mantiveram seu registro indeferido.

No entanto, no último mês de março, o STF, já com quorum completo, modificou seu entendimento sobre a aplicação da ficha limpa nas eleições de 2010. Seis ministros entenderam que as previsões de inelegibilidade nela contidas não poderiam ser aplicadas para as eleições do ano passado, sendo válidas apenas a partir das eleições de 2012. Na visão da maioria as novas regras de inelegibilidade alteram o processo eleitoral. Por isso, deve ser observado o artigo 16 da Constituição Federal, que prevê o princípio
da anualidade.

A partir desse novo entendimento, Jader Barbalho recorreu ao ministro Joaquim Barbosa para que, em decisão monocrática, o relator se retratasse quanto à decisão do Plenário para, então, determinar que a Lei da Ficha Limpa não se aplicaria ao seu caso. Barbosa negou a retratação com o argumento de que o acórdão da decisão que barrou sua candidatura ainda não foi publicado. Por essa razão, o parlamentar paraense não tem como a reconsideração da corte neste momento.

Fonte: Portal ORM

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Menos Amazônia

 

Menos Amazônia

- Lúcio Flávio Pinto

A aprovação da realização do plebiscito sobre a redivisão do Pará poderá ser a oportunidade de discutir a sério a grave questão do perfil geográfico da Amazônia. Unidades menores permitirão corrigir os erros evidentes no processo de ocupação da região ou apenas irão incrementar seus efeitos desastrosos? Eis a questão.

Na semana passada, meia dúzia de deputados federais, na condição de líderes partidários, decidiram, em votação simbólica, sobre a configuração física do segundo maior Estado da federação brasileira, o Pará. Graças a uma manobra dos parlamentares paraenses, defensores do desmembramento dos 1,2 milhão de quilômetros quadrados que constituem o Pará atual, foi aprovada a realização de plebiscito sobre a criação de dois novos Estados nesse território: Carajás e Tapajós.

Os deputados Giovanni Queiroz (do PDT), Lira Maia (DEM) e Zequinha Marinho (PSC) ameaçaram obstruir a pauta da Câmara Federal se os projetos do desmembramento do Pará, que tramitam há vários anos, não fossem aprovados apenas pelos líderes, sem precisar ir ao plenário para a votação coletiva. O governo, empenhado em limpar a pauta para aprovar seus principais itens, cedeu.

Os separatistas escolheram bem o dia, uma quinta-feira, quando a maioria dos parlamentares já deixou – ou está saindo de – Brasília para seus redutos eleitorais. O deputado Chico Alencar, que não cedeu a sigla do PSOL para a empreitada, questionou a legitimidade da decisão, mas foi vencido pela impetuosidade dos emancipacionistas.

Quanto o tema é a Amazônia, há pouco empenho das grandes lideranças políticas, por desinteresse ou desconhecimento da região. Com mais acuidade, se atentaria para a circunstância (nada casual) de que o principal projeto na pauta da Câmara, que proporcionou o acordo de lideranças, é o do novo Código Florestal, impasse que o governo (e, mais do que ele, os ruralistas) quer ver logo resolvido.

Celeumas à parte, o projeto significa a manutenção e aprofundamento da cultura do desmatamento na última porção do país onde ainda podia ser implantado um inovador modelo florestal, justamente a Amazônia. Ao invés de procurar adequar a forma de ocupação da região às suas características físicas, dentre as quais a cobertura vegetal é essencial, confirma-se e agrava-se a visão do colonizador, de conversão da floresta em pastos, campos de cultivo, cidades, indústrias, estradas, etc. O colonizador continuará a modificar a paisagem para que ela reflita sua condição de homo agrícola, derrubador de árvores.

A redivisão do Pará, que tem sua tradição história em relação à parte oeste do Estado, tornou-se coerente com essa forma de integrar a Amazônia ao território nacional, a partir de uma posição centralizada de mando, com ordens que baixam de Brasília, categóricas, indiferentes às peculiaridades locais, à distinção substancial da Amazônia na relação com as outras partes do Brasil, praticamente despojadas de sua riqueza florestal.

Não que a realização do plebiscito represente um fato negativo. Pelo contrário: finalmente a questão espacial da segunda unidade federativa brasileira poderá ser discutida a sério. Agora haverá conseqüências concretas e graves. Não será mais apenas um evento no calendário acadêmico dos debates sem fim ou sem responsabilidades.

No prazo de seis meses deverá ser promovido o plebiscito. Com maiores probabilidades, de imediato visando Carajás, que agora depende apenas da sanção da presidente Dilma Rousseff. O projeto do Tapajós ainda deverá passar pelo Senado. É possível que na câmara alta se repita o que aconteceu na semana passada, mas não se pode descartar a hipótese de aparecer um complicador, que atrase a tramitação da matéria e retire a simultaneidade dos dois projetos. Sem esse imprevisto, também o plebiscito para a criação do Estado do Tapajós irá à sanção da presidente. Não é provável que ela vete a decisão do parlamento.

Não que aprove a iniciativa. Ao invés disso, a chefa do poder executivo terá muitos motivos para não querer que o desmembramento do Pará prospere. A implantação dos dois novos Estados imporá ao governo federal, pelos próximos 10 anos, nova descapitalização, com a necessidade de suplementar – com alguns bilhões de reais a cada ano – a insuficiência de meios das duas novas unidades federativas para caminhar com as próprias pernas durante os primeiros anos de sua implantação. Do que menos a administração petista precisa no momento é de despesas compulsórias – imprevistas e de peso bem razoável como essas.

Para os mais realistas, a decisão da semana passada dos líderes dos partidos na Câmara é tão simbólica quanto os seus votos. É improvável que a maioria do eleitorado paraense aprove o retalhamento do seu Estado presente. Ao contrário da interpretação conveniente dos separatistas, o entendimento constitucional do Supremo Tribunal Federal é de que a consulta não pode ser feita apenas junto à população localizada na área prevista para os novos Estados. O plebiscito tem que abranger todos os eleitores do Estado.

Mesmo que a maioria deles queira dividir o Pará em três, o resultado do plebiscito será submetido aos 41 deputados da Assembléia Legislativa, sem poder decisório, apenas como função consultiva. Depois precisará da aprovação de uma lei complementar, com a adesão da maioria do Congresso Nacional, em votação individual, sem acordos de liderança, para se tornar realidade. Um caminho ainda longo e complicado.
O Pará que remanescerá dos dois projetos de redivisão tem 60% da população total do antigo Estado, o que pode ser o suficiente para definir a votação. Maciça maioria nesse território votará contra o retalhamento, que acaba com uma das bandeiras seculares do Estado: sua grandeza física, um aval ao qual os seus habitantes esperam sempre poder recorrer para sacar suas esperanças de futuro. Do 2º lugar, abaixo apenas do Amazonas, o Pará que sobraria da redivisão se tornaria a 19ª unidade federativa nacional.

Esse Pará, com apenas 20% da sua área original, ficaria com 60% da população, privado do antigo capital de recursos naturais estocados para viabilizá-lo. Com boa parte do seu território já desmatado e exaurido, teria que refazer sua definição, mais se assemelhando a um Estado da faixa de transição entre o Nordeste e a Amazônia, como o Maranhão. A utopia do futuro grandioso desapareceria. De resto, também para Carajás, vítima maior do desmatamento recente.

Mas pelo menos os dois novos Estados teriam melhores condições para se desenvolver, libertos da tutela da antiga capital e de uma elite incapaz de atentar para as paragens mais remotas de uma unidade administrativa com tamanho equivalente ao da Colômbia, mas com um sexto da sua população? É de se duvidar, no mínimo.

Os dois projetos de lei são coerentes com o modelo colonial de ocupação da Amazônia, não com sua continuidade histórica, embora o Estado do Tapajós seja uma antiga e fundada reivindicação dos habitantes dessa região. Carajás, resultante de iniciativa do senador Mozarildo Cavalcante, que nunca se sensibilizou pelas raízes de Roraima, o Estado que representa no parlamento, consolidará a transformação da paisagem amazônica em sertão, despojando-a do que sobrou de floresta nativa por um processo de desmatamento avassalador.

É este o destino selado de São Félix do Xingu, que, só por uma obtusidade do atores econômicos e a conivência criminosa dos agentes públicos, se tornou o município brasileiro com o maior rebanho de gado (no futuro Carajás, o efetivo será de 20 milhões de cabeças). Quantos milhões de árvores os campos de pastagens sacrificaram? Qual foi a perda dessa conversão irracional?

O Xingu é a prova viva dos erros e distorções de projetos de modificação do espaço amazônico concebidos a toque de caixa, para atender a interesses imediatos. É nessa bacia que se concentra o último grande estoque de mata nativa da margem direita do rio Amazonas em território paraense. Associar São Félix do Xingu ao Estado de Carajás é complementar a obra de legalização do desmatamento ironicamente embutida no novo Código Florestal, que, de florestal mesmo, tem apenas o nome. São Félix devia ser protegido para experimentar uma exploração florestal moderna.

Se é assim em São Félix, em Altamira a existência do Estado do Tapajós se manifesta um completo despropósito. O único elemento de identidade entre a maior cidade do Xingu e a maior do Tapajós, Santarém, destinada a ser a capital da nova unidade, é que ambas sofrem os efeitos do avanço selvagem das frentes econômicas. Historicamente, nem diálogo há entre os dois pólos. É inteiramente artificial a inclusão de Altamira no Tapajós. O efeito será o mesmo que alimenta os ressentimentos contra Belém. O Xingu deveria formar uma unidade a parte, o que não seria de estranhar se o vértice do planejamento fossem os rios e não as estradas de rodagem.

Com 718 mil quilômetros quadrados, o proposto Estado do Tapajós será o terceiro maior do Brasil, inferior apenas ao Amazonas e a Mato Grosso. Com 16% da população atual do Pará e 57% do seu território, terá uma densidade demográfica apenas maior do que a de Roraima, equivalente à do Amazonas, quatro vezes menor do que a paraense de hoje. Como Santarém poderá dar a essa vasta jurisdição um tratamento melhor do que o dispensado pelo atual Pará? Apenas renovará os conflitos que motivam a reação dos nossos dias?

Com estas e várias outras contestações, ainda assim a realização do plebiscito é um avanço no tratamento da identidade do Pará. Ao invés de se continuar a discutir se a redivisão deve ocorrer ou não, a partir de agora a tarefa passará ser avaliar, no curto período de seis meses, a viabilidade dos projetos de emancipação. Viabilidade numa perspectiva mais ampla do que a da auto-suficiência econômica: abarcando também as dimensões social e econômica.

Os dois projetos têm uma deficiência fatal: ignoram o rio Amazonas e as bacias dos seus afluentes, os verdadeiros divisores do ambiente e os instrumentos de povoamento e civilização durante séculos, até que as estradas, responsáveis pelo maior abalo traumático da história amazônica, tumultuassem tudo, massacrando a história anterior com os novos elementos trazidos pelos imigrantes, pessoas físicas ou jurídicas.

Mesmo que eles conseguissem realizar as promessas que apresentam, a conseqüência das modificações espaciais seria acelerar a descaracterização do conteúdo amazônico da geografia e aumentar a condição do homem como um ser estranho à paisagem – e hostil a ela. A estrada de rodagem triunfando de vez sobre o rio. Por isso, o próximo alvo será o Amazonas. As espinhas de peixe marginais à BR já estão se formando pelo sul do Estado.

O plebiscito só será negativo se o processo a seguir continuar a ser liderado apenas pelo punhado de políticos que conseguiram a aprovação dos dois projetos. O que lhes interessará será conquistar o apoio dos eleitores, mesmo sem conscientização sobre a questão, este, sim, o grande desafio para quem estiver preocupado em melhorar – e não em piorar – a condição amazônica do Pará. E, por extensão, de toda a região. Dividindo não para governar, dominando o governo, mas para juntar forças sinérgicas. Para mudar de verdade.

Repostado do Blog do Hiroshi Bógea