Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

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Bem-vindo ao blog do PT de Mosqueiro, aqui nós discutimos a organização e atuação do Partido dos Trabalhadores nas relações sociopolíticas e econômicas do Brasil e do Pará. Também debatemos temas gerais sobre política, economia, sociedade, cultura, meio ambiente, bem como temas irreverentes que ocorrem no Mundo, no Brasil, no Pará, mas em especial na "Moca". Obrigado por sua visita e volte sempre!

sábado, 29 de junho de 2013

Puty recupera mandato no TSE

 

O TSE devolveu ontem o mandato ao deputado federal Cláudio Puty (PT-PA), suspendendo todos os efeitos da cassação decretada, há um mês, pelo TRE-PA. 

A liminar, da lavra do ministro Henrique Neves, assim conclui: 

"Dessa forma, considerando que os recursos, em breve, chegarão ao Tribunal e, tão logo ocorra o pronunciamento da d. Procuradoria-Geral Eleitoral, tais apelos e os demais elementos de prova poderão ser mais bem analisados, entendo ser prudente suspender, por ora, os efeitos das decisões regionais.


Por essas razões, defiro o pedido de liminar formulado por Cláudio Alberto Castelo Branco Puty, a fim de atribuir efeito suspensivo aos recursos ordinários por ele interpostos nos autos da Representação nº 3229-23, da Representação nº 3231-90 e da Ação de Impugnação de Impugnação Eletivo nº 7-13.
Comunique-se, com urgência, o Tribunal Regional Eleitoral do Pará e a Câmara dos Deputados."

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Ônibus - direto ao ponto

 

Por ANDRÉ COSTA NUNES


Problemas de Segurança Pública, Saúde Pública e Ensino Público, se houver vontade política, isto é, compromisso dos governos, todos, dá para resolver em uma geração. É muito tempo, mas é o mesmo que parar de fumar. No outro dia já se sentem melhoras.
Transporte Público dá para solucionar em seis meses! E só depende do prefeito.
Basta que prefeito e vereadores, deixem de ser reféns do cartel dos proprietários de ônibus e, pela metade do preço dos BRTs e elevados da vida, comprem 2.000 ônibus (ou quantos forem necessários), desses comuns, mesmo, mas com ar refrigerado, limpos, com acessibilidade e lotação respeitadas, passando a cada 15 minutos nas paradas obrigatórias, e acreditem, metade dos automóveis particulares permanecerá nas garagens desafogando as ruas.
Os detalhes legais e formais vêm depois da determinação de fazer. O interesse público prevalece.
Transporte público urbano é um caso emblemático do que não funciona na privatização. Não deu, não dá e não dará certo. Empresa privada vive de lucro. Tanto mais competente quando maximiza os ganhos com a mesma planta instalada, ou seja, quanto mais passageiros levar por menos ônibus. Empresa não faz filantropia e nem embarca no “tudo pelo social”. Ela existe para dar lucro e ponto final. E isto é aceito como dogma de fé. Clausula pétrea. A tal planilha de custos que baliza o preço da passagem faz o caminho perverso. Começa pelo lucro até chegar à tarifa que “tem que ser paga pelo povo”. Até por falta de opção. Monopólio, cartel, oligopólio e quejandos são assim, por definição, em qualquer lugar do mundo. E não admitem meio termo, negociação.
O negócio é tão escandalosamente lucrativo que os concessionários sequer reclamam dos ditos transportes alternativos. Kombis caindo aos pedaços trafegando com a porta aberta a pegar passageiros de qualquer maneira, até uns nos colos dos outros. Se não houver algum tipo de “acordo”, as infrações ao Código de Trânsito Brasileiro, somam pontos suficientes, em um único dia, para suspensão da habilitação do condutor.
Situações como esta é que podem a qualquer momento destampar a panela de pressão e cidadãos trabalhadores honestos, tolerantes, perdem a paciência e o controle. E, aí, se tal acontecer eles, que são as vítimas, violentados e vandalizados todos os dias serão execrados como violentos e vândalos. Esse filme é recorrente desde que, certa vez, foram aconselhados a comer brioches. Seria como uma Maria Antonieta rediviva a dizer que se não estão satisfeitos que vão de táxi.
Os últimos acontecimentos de revolta, pacífica, bem no estilo Gandhi, pela juventude dourada da classe média foi maravilhoso e, de certa maneira, inesperado, pela proporção que alcançou, mesmo com o viés de Cohn-Bendit. Imaginem quando a eles se juntar o chamado povão das madrugadas espremido por horas e horas em trens e ônibus velhos.
E o melhor, ou pior, é que, neste caso, a solução só depende do poder discricionário legal e legítimo do prefeito. Claro que para tal há que ter aquilo roxo. Fora isso é BRT e empurrar com a barriga. Simples assim.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Êta Policia Despreparada

 

Mais sobre a impressionante violência da Polícia Militar do Pará contra manifestantes do Movimento Belém Livre, na noite de ontem. Tem até vídeo da prisão de manifestantes dentro do Supermercado Nazaré. O vídeo mostra que eles não estavam a vandalizar coisa alguma.


Leia a reportagem anterior aqui: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2013/06/balas-de-borracha-spray-de-pimenta.html
A Perereca continua a omitir o sobrenome dos meninos e meninas que postaram suas histórias nas redes sociais.
Ramon: “Ontem, pude presenciar novamente a falta de respeito da ROTAM, POLICIA MILITAR, GUARDA MUNICIAL, POLICIA CIVIL, com os estudantes. Tinhamos um acordo, os manifestantes presos deveriam ser levados pra DIPOL, para q pudessemos acompanhar eles. O acordo foi feito tbm pela OAB e por alguns Defensores públicos q estavam lá, mas foi quebrado pela POLICIA. Corremos pra tentar parar o ônibus da policia, quando percebemos q eles mudaram o trajeto. Logo, fomos totalmente oprimidos pela policia, que cercou os estudantes e agrediu de todas as maneiras. Eu fui cercado por 15 policias, estava sozinho em uma rua. Eles me agrediram com socos e me bateram com armas. Só não fui mais agredido, pq tinham algumas câmeras me filmando. Até um repórter da SDDH ia sendo agredido. Tentaram me prender, mas não tinha viatura por perto e me levar algemado, nao deixaria eles se divertirem atirando nos estudantes. Fomos para o DRCO, só conseguimos sair de lá as 3 horas!”
Ketlen: “Meus amigos não precisaram "VANDALIZAR" (como a mídia e os filhotes de globo falam) nada! Fora encurralados pela cavalaria covardemente próximo a 16 em uma vila e foram ameaçados, xingados, humilhados. Meteram o cacete neles sem eles fazerem absolutamente nada. Estavam apenas cortando uma avenida pra se proteger do tumulto. Chegamos e vimos a cena, a cavalaria tocando terror, chamando as meninas de:"caceteira, agitadora do caralho." "Vocês são tudo um bando de maconheiro!" Os senhores moradores dessa rua ficaram pasmos com tamanha falta de respeito, agressividade e VANDALISMO por conta dos policiais. Então por favor, parem de falar o que não sabem! Esperem os vídeos serem apresentados e parem de julgar quem estava lá, tomando gás e botinada na cara enquanto quase todo mundo já estava em casa, em sua cama, no seu conforto chamando todo mundo de "vândalo" sem nem ao menos procurar fontes fidedignas de informação. Parem de acreditar na porra da mídia”.
José: “Depois de comprovar o quanto a polícia é mentirosa, covarde, e não está a serviço da população...depois de levar spray de pimenta na cara pelo mesmo cara que disse que estava ali para garantir meus direitos... depois de ver gente na parada de ônibus voltando do trabalho, e que não estava na manifestação, levar tiro de borracha... depois de ter sido coagido pela polícia covardemente...depois de ver os polliciais sem identificação, prontos pra nos agredir!!!!!!!!! manifesto meu nojo a toda essa corja de vândalos, estes sim, que exploram tanto as pessoas deste país! POLICIA ASSASSINA DE TRABALHADOR! POLICIA MENTIROSA! NUNCA VOU ESQUECER DO QUE VI E VIVI HOJE! Quero ver o que a mídia vai mostrar! Esses cúmplices de assassinos!”
Aqui, um vídeo com a PM a efetuar prisões dentro do supermercado Nazaré. Preste atenção aos gritos quando a PM se dirige para efetuar uma prisão.Veja que os jovens, apesar do que chegou a se espalhar nas redes sociais, não estavam vandalizando nada.

 

Balas de borracha, spray de pimenta, bombas de gás, cavalaria e pelotão de choque na repressão da PM aos manifestantes do Movimento Belém Livre. Imediações da Tamandaré, no centro de Belém, viraram “praça de guerra”. Supermercado Nazaré foi invadido pela polícia, gerando pânico entre mulheres e crianças. Pior: há quem suspeite que foi a própria polícia a armar o atentado contra a Prefeitura, atingida por um coquetel molotov.

(Foto: Mayara Pina/Facebook)

No último dia 20, a gari Cleonice Vieira de Moraes, de 51,  morreu de uma parada cardíaca, em decorrência das bombas de gás lacrimogêneo atiradas a torto e a direito pela Polícia Militar do Pará, para dispersar manifestantes do Movimento Belém Livre (veja aqui os relatos sobre a impressionante violência policial: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2013/06/belem-em-transe.html).
Ontem, como se já não bastasse um cadáver, a PM voltou a arrepiar.
Segundo vários relatos, foi pra cima dos manifestantes com tudo a que tinha direito: cavalaria, batalhão de choque, balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta.
Transformou as imediações da avenida Almirante Tamandaré, no centro de Belém, em uma verdadeira “praça de guerra”.
E até invadiu o Supermercado Nazaré, na travessa São Francisco, causando pânico entre mulheres, velhos e crianças que se encontravam lá dentro, para capturar manifestantes que haviam se refugiado naquele estabelecimento.
Há relatos de prisões arbitrárias e, como num filme sobre as ditaduras latino-americanas, até de pessoas que teriam sido revistadas nas paradas de ônibus  e dentro de coletivos.
Aliás, até mesmo pessoas que nada tinham a ver com as manifestações, e que apenas se encontravam em paradas de ônibus nas proximidades, também teriam sofrido escoriações.
Os relatos dos manifestantes são chocantes. Como chocante é a quantidade de tiros que pode ser ouvida em um vídeo que circula na internet, mostrando a confusão.
E mais: estudantes suspeitam que a PM tenha não apenas se infiltrado nessas passeatas, mas até “armado” um incidente, para desgastar o movimento: o coquetel molotov atirado, ontem, contra a Prefeitura de Belém.
Além disso, sustentam, alguns dos manifestantes teriam sido detidos apenas por serem negros.
Coquetel Molotov
A manifestação do Movimento Belém Livre saiu das imediações do Mercado de São Brás às 18 horas e reuniu três mil pessoas, segundo a polícia, ou mais de cinco mil, segundo os manifestantes.
Eles pretendiam cobrar do prefeito Zenaldo Coutinho, do PSDB, mesmíssimo partido do governador Simão Jatene, a redução do preço das passagens de ônibus, coisa já obtida em várias capitais brasileiras, na esteira dos protestos que varrem o país.
Segundo os jornais Diário do Pará e O Liberal, tudo ia bem até por volta das 20h30, quando um “manifestante” atirou um coquetel molotov contra o Palácio Antonio Lemos, sede da Prefeitura de Belém.
A PM respondeu com bombas de gás lacrimogêneo, deteve um suspeito do atentado e os ânimos teriam se acalmado.
Mas depois, ao deter mais duas pessoas por suspeita de roubo (dizem estudantes nas redes sociais), os policiais teriam aproveitado para levar junto mais uns cinco manifestantes.
Ao verem os colegas detidos, alguns resolveram questionar o porquê dessas prisões, aparentemente, arbitrárias.
A polícia pretendia levar os detidos para a Divisão de Combate ao Crime Organizado (DRCO), talvez para enquadrá-los por formação quadrilha, como fez o governador de São Paulo, o também tucano Geraldo Alckmiin, com os manifestantes do Movimento Passe Livre.
No entanto, os policiais chegaram a um acordo com os manifestantes, permitindo que eles pudessem acompanhar os colegas detidos até a delegacia.
Mas, sabe-se lá por que, a PM teria quebrado o acordo, arrancando em alta velocidade com o ônibus no qual se encontravam os detidos.
Quer dizer: tentou arrancar.
Porque manifestantes se colocaram na frente do veículo e quase acabam atropelados.
Depois, o ônibus conseguiu seguir em frente e os demais policiais passaram a perseguir os estudantes pelas ruas do entorno – entre elas, a 16 de Novembro e a Tamandaré.
Alguns, para atrasar os policiais, chegaram a tocar fogo em pedaços de madeira que encontraram pelo caminho, erguendo barricadas.
Outros tentaram se refugiar no Supermercado Nazaré, na travessa São Francisco, que acabou invadido pela PM.
O fato teria provocado pânico entre as pessoas que se encontravam naquele estabelecimento e uma mulher teria passado mal.
Três manifestantes acabaram detidos lá dentro.
Ao todo, dez foram detidos ontem.
Momentos de terror
As primeiras informações divulgadas pela imprensa e pelas redes sociais davam conta de que “vândalos” teriam invadido o supermercado, para saqueá-lo - daí a ação da PM.
No entanto, não é isso o que dizem os manifestantes e pessoas que assistiram a confusão e a comentaram nas redes sociais.
Contou o jornalista Ruy Sposati, no Facebook: “A marcha desaguou na prefeitura, onde foi entregue carta com a pauta de reivindicações. Após a entrega, 5 pessoas foram presas arbitrariamente - entre elas um professor. O clima esquentou. Ficou acordado entre manifestantes e a polícia que todos eles iriam pra delegacia próxima à prefeitura, junto com os presos. Contudo, a polícia descumpriu a negociação com os manifestantes, mudando a rota da viatura e levando os presos para outra delegacia. O clima se tornou mais violento e animoso. A polícia começou a perseguir os manifestantes que exigiam o retorno dos presos. A cavalaria encurralou pessoas em becos e ruelas, com muito spray de pimenta e bombas de gás. Na rua 16 de Novembro, rolou confronto, barricada. Na rua São Francisco, a tropa de choque e a cavalaria encurralaram no supermercado e prenderam arbitrariamente dentro do supermercado 5 ou 6 pessoas, a maioria negras. Entrou uma tropa inteira aterrorizando quem havia se refugiado no mercado”.
Contaram estudantes, em conversas no Facebook (a Perereca recortou algumas postagens e vai omitir sobrenomes):
Felipe: “Saque ao Nazaré é o caralho, seus fdps. As pessoas entraram no supermercado para se defender da PM que tava atirando em todo mundo que estava na rua. Eu estava na parada de ônibus e fui atacado. Eles tocaram o terror no centro, perseguiram várias pessoas”.
Gabrielle: “GENTE NINGUÉM TAVA SAQUEANDO SUPERMERCADO. ELES ESTÃO FUGINDO DA POLÍCIA QUE PARTIU PRA CIMA DOS MANIFESTANTES COM ARMAS E ATIRANDO SEM NINGUÉM TER FEITO NADA”.
Jorge : “Um colega mora na São Francisco. A família dele tem um pequeno boteco. O mesmo afirmou que o confronto foi covarde. Bala pra tudo o que era lado”.
Gabrielle: “Isso mesmo Jorge, atiraram até em quem não era do movimento. Vi eles atirando a queima roupa em um rapaz que tava na parada de ônibus e na confusão acabou correndo. A policia fechava o cerco e atirava sem querer saber se estavam ou não no movimento”.
Eliane: Eu passei próximo a um ônibus que veio do pátio Belém e a polícia estava revistando todos...
Jeff: “É verdade, eu vi uns policiais revistando uma galerinha quando passei na Tamandaré”.
Samantha: “Na prefeitura parece que prenderam dois. Agora estavam atirando balas de borracha contra as pessoas nas paradas. Não sei se tem alguém ferido”.
Samantha (a mesma): “Neste momento, em Belém, a policia age com truculência e abuso de poder. Mesmo após o fim do ato, eles estão cercando, prendendo e atirando contra pessoas que andam na rua ou estão nas paradas. As pessoas (militantes e não militantes) que estão nos arredores do Shopping Iguatemi (Pátio Belém) estão vivendo cenas de medo e repressão.
Danilo: “Bomba de gás, tiro de borracha em pessoa desarmada e arma de choque elétrico. Eis a Polícia agindo”.
Danilo (o mesmo): “Choque dando cavalo de pau na minha frente. E gritando igual animal...."pra parede fdp...vagabundo...e apontado uma 12".
Stefany: “Pelo que me contaram alguns manifestantes entraram no supermercado para fugir do confronto e foram encurralados pela policia e alguns nem estavam nas manifestações e foram acusados! Depoimento de um senhor que estava no supermercado na hora.”
Denis: “A policia invadiu o supermercado Nazaré para prender os estudantes, eu estava lá e vi o despreparo dos policiais, tendo inclusive a garantia do gerente do supermercado proibiu a entrada da policia, armados intimidando o gerente os clientes crianças e adultos, inclusive eu, os estudantes pacificamente sem resistência ofereceram paz”.
Zaraia: “Acabo de chegar em casa e revoltado com o que aconteceu. Estávamos voltando pra casa e fomos encurralados pela PM na São Pedro - atrás do Pátio Belém - que apontou as armas em nossos rostos, nos ameaçando como se fôssemos criminosos... Um bando de psicopatas de armas na mão”.
Júlio: “A Polícia assassina do PSDB acabou de cercar, deter, agredir e até atirar indiscriminadamente em pessoas nas adjacências da Tamandaré. Até pessoas que não estavam na manifestação foram agredidas. Ficamos encurralados próximo ao shopping por muito tempo”.
Ricardo: “Galera acabei de chegar em casa e foi horrível o relato dos estudantes que entraram no ônibus que eu estava, apavorados com a perseguição e truculência da polícia ao reprimi-los do nada. Muitos são da UFPA e foram expostos a humilhação e ameaças de tiro. Como todos sabem quem reagiu do nada foi a polícia”.
Allan: “Só na minha falha conta, foram 2 prisões. Um professor universitário e um manifestante que estava sendo levado pra longe de tudo e de todos pra ser "enquadrado na lei". Esse segundo, acompanhei de perto, e na frente de todo mundo eu gritava perguntando o que tinha feito e ele mesmo dizia: "Tão me acusando de alguma coisa, eu também não sei". E foi levado pra longe da multidão, na surdina. Não pude fazer nada e como não tive ajuda, recuei”.
Caco: “Em Belém, manifestantes (e não vândalos) estão detidos na delegacia da Vileta. Acusações estão sendo feitas ao léu, sem testemunhas, provas, nada. Familiares estão sendo impedidos de entrar - só a imprensa teve autorização. Aliás, um aviso à imprensa paraense e aos interessados: não houve saque no Supermercado Nazaré. Manifestantes foram cercados pela PM e, pra não levarem bala, foram obrigados a correr rumo a um lugar com testemunhas. Entre eles, um dos detidos, acusado de atirar uma pedra numa viatura. Ninguém viu, ninguém sabe. De todo modo, flagrante se dá no local ou estou enganado? Manifestantes estão na frente da delegacia e prometem ficar até todos serem soltos”.
Tão ou mais preocupante é a suspeita entre alguns estudantes de que tenha sido a própria PM a “armar” o atentado de ontem.
Veja trechos da conversa de dois estudantes, no Facebook:
Claudio: “..... Cara.... Eu vi uma cena louca lá... Bem na hora que cheguei por trás dos batalhões... Vi três policiais armando algo em uma viatura do canil... Um falava para ou outro... Bora rápido com isso, vai vai vai....Este que falava vai vaivai... correr para o lado de um paredão do choque e se dividiram em duas filas e na feição deles dava pra ver que estavam prontos para a guerra, a movimentação foi tão estranha que nem vi os outros dois que estavam na viatura para que lado foram, e logo em seguida o coquetel foi jogado na prefeitura... Só que os manifestantes todos... Impressionante isso... Ficaram poucos em pé... Quase todos se abaixaram e gritaram SEM VIOLÊNCIA SEM VIOLÊNCIA, e como os policiais não esperavam esta reação, esperavam que muito endossassem o vandalismos... Ficaram todos lá frustrados se olhando sem saber o que fazer.... Isso tudo aconteceu em menos 5 minutos.... A primeira coisa que veio na cabeça... que aquilo tinha sido armado (...)”.
Jonathan: “Cara quando jogaram aquele molotov a gnt já tava cercado lá na praça, na hora veio umas daquelas caminhonetes lá da frente da Sé, na quinta feira tbm já tinha percebido que eles estavam exatamente preparados(como se esperando) pra algo como aquele rojão”.
Ontem estudantes também informavam, no Twitter, uma ameaça que teriam ouvido de um coronel da Rotam: a de que a PM vai “arrepiar” na próxima manifestação do Movimento Belém Livre, marcada para amanhã, 26, também com destino à Prefeitura.
Confira abaixo mais quatro depoimentos de manifestantes sobre os tumultos de ontem e, ao final, um vídeo que rola no Face mostrando a confusão na Almirante Tamandaré.
O vídeo é do O Bolg notícias.
Fernando: “A polícia de forma desnecessária e violenta iniciou um confronto com os manifestantes. As pessoas do movimento estavam negociando sobre manifestantes que foram presos injustamente sob a acusação de terem jogado pedra ou furtado (há suspeitas que existiam policiais infiltrados e que plantaram pedras e coquetéis molotov). 10 pessoas foram presas e só 2 eram ladrões. Nós conseguimos sentar na frente do ônibus da PM e impedir que eles fossem levados antes que as autoridades prestassem satisfação sobre as prisões e ficou acordado com a defensoria e o assessor de comunicação da PM ( e filmado pela mídia) que alguns representantes do movimento iam acompanhar os manifestantes presos,as pessoas liberaram a via e ao invés da PM esperar que nós acompanhássemos o ônibus, eles arrancaram e quebraram o acordo. Os manifestantes correram e impediram mais uma vez que o ônibus saísse, mas dessa vez a PM veio com o choque, cães e cavalaria e fechou as ruas e começou a atirar bombas nos manifestantes. Enquanto eu escrevo isso, várias pessoas ainda estão nas ruas e a PM brinca de GTA na rua jogando carros em alta velocidade pela rua e fechando as vias. Pessoas foram presas por estarem somente correndo”.
Inaê: “Ocorreram dois assaltos. Durante a confusão para prender os assaltantes suspeitos, prenderam mais 5 manifestantes SEM PROVAS. Fomos todos para a frente do Fórum (ao lado da Prefeitura) onde os manifestantes detidos estavam dentro de um ônibus. A polícia queria levar os detidos para a DRCO (Divisão de Repressão do Crime Organizado) no Bairro da Pedreira, ao contrário do ocorrido nas outras manifestações onde os detidos foram levados para a DIOE (Divisão de Investigação de Operações Especiais) na rua Avertano Rocha, próximo ao local da manifestação. DUAS COISAS ESTRANHAS: Realizar o procedimento de B.O. distante da manifestação e, esse procedimento ser realizado na divisão de repressão a crime organizado (...). Pois bem, cercamos o ônibus. DIVERSAS VEZES SENTAMOS E LEVANTAMOS AS MÃOS PARA MOSTRAR QUE ESTÁVAMOS DESARMADOS. Nossas únicas “armas” eram nossas câmeras, nossos únicos “escudos” eram nossas blusas, panos e máscaras para nos proteger do spray de pimenta. (...) QUERÍAMOS SABER QUEM ERAM OS DETIDOS, GARANTIR A INTEGRIDADE FÍSICA DELES E QUE A OCORRÊNCIA FOSSE FEITA NO LOCAL OU PRÓXIMO PARA QUE PUDÉSSEMOS ESTAR PRESENTES.(...) Então, foi acordado com a polícia, que GARANTIU que cumpriria o acordo, que os detidos seriam levados para a DIOE, que era próximo, sendo que o ônibus seria escoltado pelos manifestantes. Abrimos espaço para o ônibus sair. E sabe qual foi a palavra de honra da polícia?! O ÔNIBUS ARRANCOU! Na tentativa de impedir que o ônibus prosseguisse, cerca de 10 manifestantes se dispuseram na frente no ônibus acabando por serem ENCURRALADOS em uma ruela da Cidade Velha PELA TROPA DE CHOQUE. O restante foi impedido de acompanhá-los com spray de pimenta e cães. (...) Corremos pela rua 16 de novembro a fim de encontrar os que ficaram encurralados e tirá-los de lá. A policia cercou, avançou. Conseguimos nos juntar. Chegamos a Tamandaré. Lá alguns reuniram lixo e tacaram fogo nele fechando a 16 na tentativa de nos proteger. Mas o que nós éramos? Pessoas a pé acuadas, tentando proteger os nossos sem nada nas mãos. O que eles eram? Uma tropa de choque, muitos e muito bem armados, a pé, com carros e motos. (...) Todos saíram correndo. Se espalhando pelas ruas da Cidade Velha, procurando onde se proteger. Alguns entraram no Supermercado Nazaré para se proteger. A tropa entrou no mercado. Dos que estavam lá prenderam mais alguns. DOS QUE PRENDERAM, A MAIORIA ERAM NEGROS”.
Felipe: "São 23:43 da noite e eu acabo de chegar em casa após ser COVARDEMENTE PERSEGUIDO PELA POLÍCIA. Durante a manifestação que ocorreu hoje (24 de junho) 5 pessoas foram presas sem motivo claro e de forma completamente arbitrária e foram levadas para frente do Forum, próximo a prefeitura de Belém. Eu e muitas outras pessoas nos dirigimos para lá para impedir que um ônibus saísse do local com os 5 presos sem qualquer esclarecimento quanto a sua prisão. Após conversas com um defensor público e um advogado com crachá da OAB, nos foi garantido que poderíamos acompanhar o ônibus até a delegacia para onde os presos seriam levados. ISSO ERA MENTIRA. Assim que abrimos passagem para o ônibus ele avançou em alta velocidade tornando impossível que qualquer um de nós acompanhasse os presos. Nesse momento a tropa de choque avançou em nossa direção e SEM DAR QUALQUER EXPLICAÇÃO passou a nos ameaçar das mais diversas formas, eu vi claramente um jovem, sem proteção no rosto, sem qualquer arma, simplesmente questionando o motivo daquela ação levar spray de pimenta NOS OLHOS, DE UMA FORMA GRATUITA E COVARDE. O que se seguiu foi uma perseguição da polícia enquanto tentávamos compreender para onde o ônibus se dirigia, porém o ônibus seguiu um caminho que não havia sido o acordado e o perdemos de vista. A partir daí fomos obrigados a FUGIR de uma polícia BRUTA, CRUEL E EXTREMAMENTE VIOLENTA. Dispersamos pela Rua São Francisco e quando já estávamos caminhando percebemos que a tropa de choque, a cavalaria e outros carros da polícia estavam atrás da gente tentando nos encurralar. Muitos (inclusive eu) entraram no estacionamento do supermercado Nazaré na tentativa de sair pelo outro lado na rua 16 de novembro, quando percebemos que um carro da ROTAM estava fechando também essa saída, ou seja, ENCURRALANDO PESSOAS DESARMADOS EM UM ESPAÇO FECHADO SEM QUALQUER MOTIVO. Nos restou subir as escadas do supermercado e nos esconder lá dentro ouvindo berros dos policiais que nos diziam para nos deitarmos no chão. Depois de um certo tempo os policias entraram no supermercado CAUSANDO PÂNICO EM TODOS OS QUE ESTAVAM LÁ com gritos como "VAMO PRENDER O RESTO" e começaram a prender ALEATORIAMENTE pessoas, quer dizer, nem tão aleatoriamente assim pois as duas pessoas que foram presas SEM JUSTIFICATIVA, SEM ACUSAÇÃO, SÃO NEGROS”.
Daniel -“Tem policial no meio da manifestação. Encontramos um que não sabia disfarçar. Não cantava nenhuma música, apenas filmava, quando um senhor do meu lado desconfiou, ele respondia com uma agressividade que muitos conhecem. Depois dali muitos desconfiaram e ele saiu sem ninguém perceber. (...)Em um certo momento, caminhamos para o Fórum tentar negociar junto com uma galera a liberdade de alguns que estavam sendo preso arbitrariamente. Questionava o fato de ainda não terem encontrado o culpado de ter jogado a bomba que assassinou a gari. E questionava também esse tratamento diferenciado para o povo. Colocaram eles dentro de um micro Ônibus. Ficamos ali na frente impedido de eles irem embora. Até que apareceu um Defensor público, um advogado da OAB, e outros de terno e gravata, tentando negociar. Depois de muito bate e boca. Decidimos acompanhar o ônibus até a DIOE que estava ali próximo. Que era pra irmos acompanhado até lá. ISTO FOI O ACORDO! É aqui que tudo fica estranho e tirem suas próprias conclusões. Eles aceleram, descumprido o acordo, dobraram ali a rua em frente ao fórum, eu corri e parei em frente ao bonde, ele freou muito em cima, era eu ou Bonde. Depois outros me acompanharam e fecharam mais uma vez. A tropa se posicionou estrategicamente e fechou uma rua de esquina, o bonde entrou nessa rua, e tivemos que dar o balão pra tentar fechar antes da Tamandaré. Corremos bastante! Nessa hora, acho que comigo, não deviam ter nem 50 pessoas. Ficamos ali, parados, esperando. Iriamos acompanhar a tropa ate a DIOE, esperamos eles se aproximarem, e não demorou muito, disparam spray de pimenta, bombas, tiros! Corremos até a Tamandaré e tentamos bloquear a passagem, pegando compensados de uma casa de construção e colocamos fogo. Isso foi resistência! Ganhamos alguns minutos com isso. Aviso logo, que pelo menos neste grupo que estava comigo, estavam repórteres que não foram agredidos e não vi nenhuma loja sendo quebrada. Estávamos tentando bloquear a passagem e também ganhar tempo pra correr. Na Tamandaré, tinha policia para os dois lados, helicóptero, motos, e eu não enxergava muito bem nessa hora por conta do spray. Algumas viaturas aceleram pela Tamandaré pra nos atacar pela lateral, dos dois lados! Entramos em uma rua e ouvia tiros e tiros. Corremos e entramos no Lider ali próximo. Pensei que ali estaríamos seguro. Me enganei. Eles entraram, no supermercado cara! Se espalharam e começaram uma perseguição sem sentido. Uma mulher grávida passou mal. Eu vi um garoto chorando e isso era triste, era escroto demais.(...) Saímos por trás, e estavamos cercados pela TROPA. Nesse momento dois foram presos arbitrariamente, ou talvez por sua cor da pele. Ficamos cercados ali por um tempo.Caminhamos até o DIOE, com a tropa, PM, atrás da gente. Chegamos lá, nossos amigos e parentes de alguns, não estavam lá. Tudo isso foi filmado e registrado, procurem ver. Eles não tinham identificação, os carros não tinham placas, tudo isso foi registrado”.
Aqui, o vídeo referido acima (https://www.facebook.com/photo.php?v=467445080016011 ):

Postado por Ana Célia Pinheiro às 09:35

Fonte: Blog  A Perereca da Vizinha

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Por que “no te Callas”

 

Tem Bocudo que não consegua se manter com sua deficiência calado, e quando abre a boca consegue desagradar a todos, e olhem que o som irritante que o mesmo produz e faz questão de “irradiar” é simplesmente horrivel, o mesmo conseguiu mais uma vez ser citado no jornal do Barbalhão (Diário do Pará), leiam a nota da Coluna do Guilherme Augusto de Hoje:

 

Guilherme

bucólica 1Bucólica II

Bocudo IBocudoII

domingo, 23 de junho de 2013

DESABAFO DE UMA ESTUDANTE E MORADORA DA ILHA.


É trágica para não dizer CÔMICA, a atitude de um pseudo-jornalista e de uma rádio que se diz comunitária na vila de Mosqueiro ao tentar "criminalizar", ofender, menosprezar o movimento de protesto pacífico liderado por jovens/estudantes, ocorrido ontem a tarde na ilha. O pseudo-jornalista, que na verdade é sociólogo neoliberal, se sente paladino da moral, da ética e dos bons costumes da política mosqueirense, belenense e paraense. Sobrevive através do cargo de assessor político (político de partido de direita), já foi assessor do ex deputado Cezar Colares, do deputado Nilson Pinto, do senador Mário (tapiocacouto), e agora acumula o cargo de marido de vereadora e dono de Ong e rádio comunitária. No seu horário da rádio comunitária de hoje (22/06), perdeu a noção de sensatez, equilíbrio e respeito com os jovens estudantes de Mosqueiro que organizaram a manifestação de ontem a tarde, no qual os jovens reivindicavam direitos constitucionais e de cidadania: melhor educação pública, melhor atendimento nos postos de saúde, transporte digno, saneamento e atividades de esporte e lazer tão ausente na vida da juventude mosqueirense nos últimos anos e na atualidade.O "jornalista bocudo" metralhou desaforos e verborragias à professores da escola Honorato Filgueiras e Paulo Freire, a siglas partidárias (PT) e o sindicato de trabalhadores (SINTEPP). Para o "marido da vereadora", "assessor político", "dono da rádio e da Ong", os jovens estudantes de Mosqueiro não tem autonomia , pensamento próprio, criticidade e necessidade de condições de vida mais adequados ao seu crescimento intelectual, políticos e filosófico na ilha. A ira do jornalista bocudo foi atiçada porque vários estudantes teceram críticas ao prefeito Zenaldo, ao agente distrital e a vereadora Eduarda, devido a situação caótica em que se encontra na ilha: transporte interno, péssimas condições no atendimento nos postos de saúde municipais, ao abandono do trapiche da vila e do cais de arrimo da praia do Porto Artur e da falta de políticas públicas municipais voltadas para práticas de esportes, lazer e cultura no distrito. Senhor, "marido da vereadora", respeite os jovens estudantes de Mosqueiro, (lembre-se que um dia o senhor foi jovem e estudante) e na época com o pensamento crítico e de esquerda, parece que o senhor esqueceu o passado ! E vem seguindo a risca o seu professor de sociologia Fernando Henrique Cardoso). Nós estudantes de Mosqueiro, temos sim pensamento e vontade própria, o movimento realizado foi apartidário, e teceu críticas ao Zenaldo, ao Jatene e a Dilma, ninguém estava com camisas , bandeiras de partidos ou sindicatos. Aprenda senhor "jornalista bocudo" a ter austeridade, aprenda que no processo democrático podemos criticar e ser criticados, e que na democracia a participação popular é fundamental para a construção da cidadania. Aceite e respeite o pensamento e atitudes diferente e as adversidades políticas, seja sociólogo de FATO, e lembre-se do multiculturalismo. Aprenda com Nelson Rodrigues que dizia: "toda a unanimidade é burra!".

O Gigante acordou?‏

Pra garotada que decidiu reivindicar seus direitos e foi pra rua fazer isso, alguns esclarecimentos que podem ajudar a dinamizar um raciocínio, e continuemos com nossas justas cobranças!!!


Por André Nunes
E agora José?
A passagem do ônibus retrocedeu, a PEC 37 foi ou vai para saco, mas, e agora José?
José para onde se uma grande parte dessa rapaziada sabe muito pouco do que se passa?
Alias, sente os efeitos, mas não sabe os motivos.
É certo que o apelo por menos corrupção é uma pauta necessária, mas, a meu ver, a rapaziada pode resolver isso a partir de uma fiscalização maior dos gastos públicos e, principalmente, votando melhor nas próximas eleições.
Contudo, o Brasil é muito grande e desigual. As pautas são desiguais e o devir pode acabar com a unidade atual desse movimento que estamos vendo nas ruas do Arroio ao Chuí.
A Lei Kandir, você sabe o que é? Como afeta o Pará?
Você sabia que essa lei, entre 1997 e 2010, retirou do Pará a quantia de R$21,5 bilhões (vinte e um bilhões e quinhentos milhões de reais)?
Você sabia que o Formosa, o Líder e o Nazaré pagam mais imposto que a Vale do Rio Doce?
Você sabia que no primeiro trimestre desse ano a Vale lucrou 6 bilhões de Reais e faturou 22 bilhões (http://www.valor.com.br/empresas/3099492/vale-lucra-r-62-bi-no-1)?
E como se não bastasse, essa lei obriga o Governo do Pará a devolver todo o imposto pago pela Vale para outro Estado?
Que, se a Vale comprar um carro em SP para usar aqui e pagar ICMS para aquele Estado, é o Pará que tem que devolver?
Absurdo?
Isso é só o começo.
Nenhum país sério exporta o minério bruto ou semielaborado. É burrice.
O Pará, em 2012, contribuiu com a balança comercial brasileira com 13,4 bilhões positivos enquanto que SP arruinou com um déficit de 18,4 bilhões negativos.
Em outras palavras, SP importou mais que exportou gerando uma necessidade de dólares de 18,4 bi para pagar a conta e o Pará contribuiu com 13,4 bi para pagar essa conta.
Logo a gente, o primo pobre pagando a conta do primo rico?
Ressaltando que é em dólares.
Tá bom? Não? Então tem mais.
Tem também a injustiça do ICMS sobre a energia elétrica.
No Brasil, o ICMS é taxado uma parte na origem e outra parte no destino.
Se você compra uma Televisão na Yamada, saiba que a Yamada já pagou 7% para SP e vai repassar esse valor para o produto, portanto, você paga imposto para SP apesar de poder nunca ter ido lá.
A lógica é: quem é produtor no Brasil se dá bem.
Porém, entretanto, todavia, com a energia elétrica essa lógica não vale.
Com a energia elétrica a tributação se dá exclusivamente no destino.
Então de nada vale ter a 5ª maior hidroelétrica do Mundo, que arruinou a navegabilidade do rio Tocantins, se não podemos cobrar por isso.
E o fato de o royalty do minério ser sobre o lucro líquido enquanto que no petróleo é sobre o faturamento bruto?
Qual a diferença?
Vamos fazer um pequeno cálculo rasteiro: Se a Vale faturou 22 bilhões e lucrou 6, só em um trimestre, significa que em um ano faturará 88 bilhões (22 x 4).
Desses 88 bilhões, segundo o DNPM, 60% correspondem ao minério de ferro, ou seja, 52 bilhões.
Vamos supor, também, que o ferro do Pará corresponda a 60% desse valor.
Isso corresponderia a 31 bilhões de faturamento bruto que o nosso ferro dá para a Vale.
Como o royalty do ferro é de 3%, se fosse pelo bruto dariam 930 milhões de reais, mas como é pelo lucro líquido, seguindo o mesmo raciocínio, seriam 240 milhões.
Isso só com o ferro. Ainda falta o ouro, a bauxita, etc. Sacou?
Em síntese, uma das pautas urgentes para o Brasil, digo, para o Pará é o estabelecimento de um novo pacto federativo.
Sem ele, nada vai mudar ou vai mudar muito pouco para os paraenses, mesmo que o MP possa investigar e mesmo que um partido de monges tibetanos assuma o poder.
Nesse novo pacto, o bolo, que é um só e de um tamanho pré-determinado, vai ter que ser redividido.
É justamente nesse ponto que as passeatas vão se separar.
Quando se dividir esse bolo na base do “de cada qual segundo sua capacidade e para cada qual segundo suas necessidades”, o bicho vai pegar.
O Governador de SP vai dizer pra passeata dele que a passeata do Pará quer tirar dinheiro do povo paulista e o nosso Governador vai dizer que a passeata dos paulistas não quer dar a parte que nos cabe.
Foi assim com o Cabral, Governador do Rio, quando da distribuição do royalty do pré-sal e o carioca embarcou na dele, lembra?
E agora José?

sábado, 22 de junho de 2013

10 Motivos para dizer não a PEC 37

 

PROTESTO – Zenaldo e vândalos turvam a paz

        Em Belém, os protestos que tomam as ruas do Brasil, e que aqui, nesta última quinta-feira, 20, desembocaram em frente ao Palácio Antônio Lemos, sede da prefeitura, tiveram sua paz turvada na esteira do ardil do prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB), cuja farsa serviu de senha para a ação dos vândalos, previsivelmente reprimidos pela Polícia Militar. Pelos antecedentes de Zenaldo, é difícil dissociá-lo da truculência dos cúmplices retroativos da ditadura militar que sepultaram o caráter pacífico dos protestos na capital paraense. Em se tratando do atual prefeito de Belém - que apoiou e sucedeu Duciomar Costa (PTB), o nefasto Dudu, cuja impunidade é emblemática da afrontosa desfaçatez da escumalha togada -, o passado condena, porque ele, em verdade, não renega, mas apenas dissimula a recôndita vocação totalitária, que pontuou sua militância na política universitária.

        Nos seus tempos de militância política na UFPA, a Universidade Federal do Pará, Zenaldo Coutinho ganhou visibilidade por liderar um ruidoso grupo de direita, escrustado no curso de direito, que se contrapunha à maré esquerdista que se disseminou no movimento universitário, com a abertura política. O assustador, no caso, não era se tratar de um grupo com um discurso de direita, porque isso – para desgosto dos intolerantes de esquerda – faz parte do pluralismo democrático, seguindo a sábia premissa de que a liberdade é, sobretudo e principalmente, a liberdade de quem discorda de nós. O repulsivo era o modus operandi de Zenaldo e dos zenaldetes, a inclinação compulsiva pela truculência, pela violência física, cultivada pelos porradeirosa serviço dos direitistas. Na época, não por acaso, o atual prefeito de Belém tinha como fiel escudeiro, e amigo íntimo (segundo a versão corrente), um certo Bacalhau, que assim dizia chamar-se por supostamente ser “grande e gostoso”.

        O tempo passou, Zenaldo assumiu uma postura light e fez carreira parlamentar, incorporando, porém, alguns dos piores vícios que vicejam na política partidária, como, por exemplo, tornar-se um vagabundo profissional, que jamais teve um único e breve emprego, como a maioria dos demais mortais. A despeito do discurso de suposta probidade, ele chafurda-se com a escória que diz combater e prospera no rastro do mais execrável proselitismo político, apostando no assistencialismo, que fixa as massas ignaras na miséria, ao invés de ajudá-las a desta se libertar.

 

 

PROTESTO – Farsa afronta a população

        A farsa de Zenaldo Coutinho (foto, na coletiva organizada após os incidentes), ao protagonizar um suposto impasse com os manifestantes que reivindicavam a redução das tarifas de ônibus, soa a uma afronta à população de Belém em geral, e aos usuários dos transportes coletivos em particular. Ele claramente apostou na ação dos vândalos, para criminalizar os protestos e desqualificá-lo politicamente, passando a imagem de vítima da intolerância. Assim não fosse, o prefeito de Belém e seu aliado político, o governador Simão Jatene – como ele, do PSDB -, já deveriam estar debruçado nas planilhas de custo das passagens de ônibus, para examinar a possibilidade de reduzi-lo. R$ 2,20, atual preço da passagem de ônibus em Belém, é um valor exorbitante, diante do parco nível de poder aquisitivo da massa de usuários.

        A recorrente inépcia dos inquilinos do poder, independente de sigla partidária, faz Belém patinar em índices sociais pífios. Belém, repetindo o que já recordou o blog é das capitais brasileiras a com a maior economia informal e um dos mais elevados índices de desemprego, um terreno fértil para a escalada da criminalidade, do que resulta ser a segunda capital - proporcionalmente à população - mais violenta do Brasil, abaixo apenas de Recife.

Fonte: Blog do Barata!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Tropa de choque dispersa manifestantes em Belém

 


No G1, há pouco:
20/06/2013 19h57 - Atualizado em 20/06/2013 20h19
Tropa de choque da PM chega na prefeitura para dispersar grupo. Confusão começou após prefeito ser hostilizado por manifestantes. Prédio foi atingido por pedras e rojões.
Do G1 PA
A tropa de choque da Polícia Militar chegou ao Palácio Antônio Lemos, sede da prefeitura de Belém, para tentar dispersar o grupo de manifestantes que causa tumulto em frente ao prédio nesta quinta-feira (20). Homens da tropa de escudos da Guarda Municipal ocupam a prefeitura para zelar pelo patrimônio público enquanto manifestantes chutam as portas na tentativa de invadir a sede do governo municipal. Os policiais conseguiram fazer um cordão de isolamento para impedir que os manifestantes invadissem a prefeitura.
Os policiais usam bombas de efeito moral e disparos de balas de borracha para dispersar a população que permanece na frente do prédio, agitando bandeiras. A confusão começou quando o prefeito Zenaldo Coutinho desceu do gabinete para dialogar com cerca de 15 mil pessoas que participavam de um protesto pacífico em Belém nesta quarta-feira (20), mas o prefeito foi recebido com pedradas e disparos de rojões por uma minoria de manifestantes exaltados que acompanhavam o ato pacífico.
Um guarda municipal ficou ferido e teve de ser removido do local. O prefeito também deixou o prédio, que teve janelas quebradas pelo grupo.Segundo a polícia, pelo menos 30 pessoas foram detidas e encaminhadas para a Divisão de Investigações e Operações Especiais (DIOE) em Belém.
http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2013/06/tropa-de-choque-da-pm-chega-na-prefeitura-para-dispersar-grupo.html

PROTESTO - Pororoca de esperança

CHARLES ALCANTARA*

A Almirante Barroso foi tomada por uma pororoca de gente, quase a totalidade jovens estudantes, na histórica tarde-noite de 17 de junho.

        Eu nunca havia cantado tantas vezes seguidas o hino nacional. Ontem, cantei-o até a garganta não aguentar mais.

        Sozinho, em meio à multidão e à profusão de vozes e caminhares, também me vi entoando o hino do Pará.

Foi lindo!

O que vai acontecer depois dessa manifestação?

        Não sei e nem quero me ocupar disto agora.

A passeata resolveu alguma coisa?

Mas quem disse que a passeata tinha a pretensão de resolver alguma coisa?

Passeatas não são feitas para resolver problemas, mas para denunciá-los, apontá-los.

E a onda de protestos no Brasil, que em Belém prefiro chamar de pororoca, não apenas denunciou problemas sociais graves e crônicos, como demonstrou que tem muita gente – mas muita gente mesmo – que não está mais disposta a aceitá-los como normais ou naturais.

        É maravilhoso ser mais um na multidão, ser diferente de todos e todas que ali caminhavam juntos e, ao mesmo tempo, ser igual a todos eles e todas elas.

        A pororoca deixou marcas, não de destruição, mas de esperança de dias melhores.

        Povo nas ruas é o maior temor dos políticos e dos “donos” do poder.

Povo nas ruas é o melhor antídoto contra os corruptos, demagogos e hipócritas que dominam a cena política nacional e local.

Povo nas ruas é a melhor – se não a única – forma de mudar o Brasil e o Pará.

* Charles Alcantara é servidor de carreira da Sefa, a Secretaria de Estado da Fazenda, e presidente do Sindifisco, o Sindicato dos Servidores do Fisco Estadual do Pará. Este artigo está no Blog do Charles Alcantara e pode ser acessado pelo link abaixo:

http://charlesalcantara.wordpress.com/2013/06/18/povo-nas-ruas-pororoca-de-esperanca/

Arnaldo Jabor e Cia agora pedem desculpas?

 

Marco Antonio Araujo

Agora todo mundo apoia a mobilização que tomou as ruas do País. Começo a ficar preocupado. Tudo conspira para que o movimento seja enterrado vivo logo mais, ao alvorecer deste dia 17. Até o Arnaldo Jabor voltou atrás em suas críticas peçonhentas aos “vândalos” e “arruaceiros”. Então tô fora.

Quando vi as revistas semanais (inclusive a tonitruante Veja) baixarem o tom acintosamente, passando a desdizer tudo que dias antes afirmavam categoricamente, suspirei, mas não me deixei abater. O que fizeram os barões da mídia com todos os  editoriais que pediam mais rigor (portanto, mais violência) contra os rebeldes sem causa que ocuparam as avenidas e os noticiários? Quanta cara de pau! Mas ok.

Logo em seguida, Geraldo Alckmin entrou na fila da penitência e, desavergonhadamente, sem pedir desculpas nem nada, informou que a PM não vai mais usar balas de borracha contra o povo de São Paulo. Parou por quê? Por que parou? E, sem perceber o ridículo da sua decisão, também informou que seriam distribuídos coletes de identificação aos jornalistas que se cadastrassem para cobrir o “evento”. Fiquei sem entender: e que abadá o cidadão comum usaria para não levar porrada da polícia? Ato falho, governador!

Comecei a ficar cabreiro. Algo muito grave estava acontecendo. Claro! Esses caras são profissionais. Não à tôa estão no poder há séculos. Devem estar tramando algo bem sórdido, agora que se viram acuados, desmascarados, corajosamente desafiados pelo povo “ordeiro e pacífico”. Lascou.

Eu posso falar de cara limpa que sempre enxerguei o tsunami que vinha logo atrás da marolinha da turma do Passe Livre. Antes de a pancadaria comer solta, defendi a importância vital dessa gente que não aceita ser tratada como gado em ônibus e estações do metrô.

Então, peço licença para me retirar. Ao menos, me permito olhar com profunda desconfiança para essa unanimidade que se criou. Se deixo os inimigos marcharem ao meu lado, sabendo o quanto são poderosos, burro sou eu. Querem pegar carona no fusquinha do povão? Ah, vá. Parasitas. Tudo tem limite.

Simbolicamente, ao retirar todas as canalhices que disse contra a garotada, Arnaldo Jabor está enfiando um punhal nas costas de quem finge apoiar. Se oportunistas como Jabor não forem barrados no baile da cidadania, farão o que sempre fazem: vão ficar de camarote vendo o povo apanhar na rua, para depois desceram no campo de batalha e lamentar os mortos e feridos. Crocodilagem pura.

Sai pra lá, Jabor e companhia! O povo não é bobo. O povo não é bobo. Conhece esse refrão?

domingo, 16 de junho de 2013

Manifesto BRT Belém


“Reunião Aberta – “Não é por centavos, é por Direitos”

Quando? Domingo, dia 16 de junho 2013

Horas: 16h

Local: Anfiteatro da praça da República

Manifesto por uma #BelémLivre

Quando? SEGUNDA, DIA 17 de junho de 2013

Horas: 16h

Concentração: Mercado de São Brás

Impulsionados pelas recentes manifestações contra o aumento das tarifas de ônibus pelo país, nós, belenenses, também queremos ter um espaço para debater sobre as nossas questões, como por exemplo o mal que mais têm nos atingido diariamente: o trânsito caótico na entrada e saída de Belém, o BRT.

O problema do trânsito de Belém não é isolado de outros problemas. Entendê-lo como um problema transversal e que engloba também outras cidades da chamada Região Metropolitana de Belém (RMB) é um dos desafios que queremos discutir com todos.

Há mais de 20 anos, estudos sobre o trânsito de Belém são realizados por um projeto que passou por vários governos e gestões. Hoje, já não existe partidarismo, mas uma luta incansável pela solução. Luta essa que a política partidária só atrasou. Estudos de 20 anos não precisam ser desperdiçados. A busca pela integração do sistema de transportes se coloca como uma forte solução para o problema do trânsito e do transporte em Belém. Mas afinal, você sabe o que é integrar o transporte da RMB? Existem outras soluções?

Pensando nisso, propomos o “Não é por centavos, é por Direitos” neste domingo, dia 16 de junho, às 16h, convidando todos os belenenses a debater não só sobre as obras do BRT, mas sobre todo o problema do transporte urbano, no Anfiteatro da praça da República.

O convite é aberto a todos para propor melhorias sobre o trânsito de Belém e as obras do BRT que estavam paradas desde dezembro passado e foram retomadas essa semana. No encontro de domingo também será discutido sobre a manifestação que ocorrerá na segunda, 17.

Nesta segunda-feira, dia 17 de junho, às 16h, vamos caminhar por uma #BelémLivre. O ponto de encontro será no Mercado de São Brás, vamos passar pelo BRT e encerraremos a nossa manifestação na praça da República.

Contamos com a presença de todos. Todos por uma #BelémLivre. Livre da insegurança, livre do provincianismo, livre da mentalidade fechada, livre do preconceito, livre da falta de educação e livre da ignorância.

PEDIDO: Em todas as fotos compartilhadas pelas redes sociais, por favor, escrevam a hashtag #BelémLivre e vamos viralizar o que discutiremos este domingo e no Manifesto de Segunda!

VAMOS ÀS RUAS BELÉM!”

“Dudu”, de novo bronqueado!!

 

Duciomar

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Protestos: Por que esses vândalos não sofrem em silêncio?

 

Leonardo Sakamoto

13/06/2013 08:40

 

Alguém acha que a realidade vai mudar apenas com protestos on line ou cartas enviadas ao administrador público de plantão? Ou que a natureza de uma ocupação de terra, de uma retomada de um território indígena ou de uma manifestação urbana não pressupõe um incômodo a uma parcela da sociedade?

Fiquei bege ao ler propostas de que manifestações populares em São Paulo passem a ser realizadas no Parque do Ibirapuera ou no Sambódromo. Pelo amor das divindades da mitologia cristã, o pessoal só pode estar de brincadeira! Desculpe quem tem nojo de gente, mas protesto tem que mexer mesmo com a sociedade, senão não é protesto. Vira desfile de blocos de descontentes, que nunca serão atendidos em suas reivindicações porque deixam de existir simbolicamente. “Quesito: Importância social. Sindicato dos Bancários, nota 10. Movimento Passe Livre, nota 10. Movimento Cansei, nota 6,5.”

Parar a cidade, inverter o campo, subverter a realidade. Ninguém faz isso para causar sofrimento aos outros (“ah, mas tem as ambulâncias que ficam presas no trânsito” – faça-me um favor e encontre um argumento decente, plis), mas para se fazer notado, criar um incômodo que será resolvido a partir do momento em que o poder público resolver levar a sério a questão.

Ser pacifista não significa morrer em silêncio, em paz, de fome ou baioneta. A desobediência civil professada por Gandhi é uma saída, mas não a única e nem cabe em todas as situações.

Rascunhei em outro texto essas ideias, mas decidi dar prosseguimento a elas depois de ler os comentários de um post que fiz, na semana passada, sobre os protestos contra o aumento das passagens em São Paulo. É trágico como milhares de pessoas não entendem o que está acontecendo e, tomando uma pequena parte pelo todo, resumem tudo a “vandalismo”. Não defendo destruição de equipamentos públicos, por considerar contraproducente ao próprio movimento, pela escassez de recursos públicos, por outras razões que já listei aqui antes. Mas é impossível para os organizadores de uma manifestação controlarem tudo o que acontece, ainda mais quando – não raro – é a polícia que ataca primeiro.

E, acima de tudo, não compactuo com uma vida bovina, de apanhar por anos do Estado, em todos os sentidos e, ainda por cima, dar a outra face, engolindo as insatisfações junto com cerveja e amendoim no sofá da sala.

Muitos detestam sem-terra, sem-teto e povos indígenas. Abominam a ideia de que o direito à propriedade privada e ao desenvolvimento econômico não são absolutos. Mas os direitos humanos são interdependentes, indivisíveis e complementares. O que é mais importante? Direito à propriedade ou à moradia? Não passar fome, locomover-se livremente ou desfrutar da liberdade de expressão? Todos são iguais, nenhum é mais importante que o outro. Intelectuais que pregam o contrário precisam voltar para o banco da escola.

E direitos servem para garantir a dignidade das pessoas, caso contrário, não são nada além de palavras bonitas em um documento quarentão.

Leio reclamações da violência das ocupações de terras – “um estupro à legalidade” – feitas por uma legião de pés-descalços empunhando armas de destruição em massa, como enxadas, foices e facões. Ou contra povos indígenas, cansados de passar fome e frio, reivindicando territórios que historicamente foram deles, na maioria das vezes com flexas, enxadas e paciência.  Ou ainda manifestantes que exigem o direito de ir e vir, tolhido pelo preço alto do transporte coletivo, e que resolvem ir às ruas para mostrar sua indignação e pressionar para que o poder público recue de decisões que desconsideram a dignidade da população. Todos eles são uns vândalos.

Por que essa gente simplesmente não sofre em silêncio, né?

Caro amigo e cara amiga jornalistas, falo com todas as letras: não existe observador independente. Você vai influenciar a realidade e ser influenciado por ela. E vai tomar partido e, se for honesto, deixará isso claro ao leitor. Sei que há colegas de profissão que discordam, que dizem ser necessário buscar uma pretensa imparcialidade, mas isso é só metade da história. Deve se buscar ouvir com decência todos os lados de um fato para reconstruí-lo da melhor maneira possível. Afirmar que existe isenção em uma cobertura jornalística de um conflito, contudo, só seria possível se nos despíssemos de toda a humanidade.

Isso sem contar que tentar manter-se alheio a reivindicações justas é, não raro, apoiar a manutenção de um status quo de desigualdade e injustiça. Coisa que, por medo, preguiça, vontade de agradar alguém ou pseudo-reconhecimento de classe, a gente faz muito bem.

Manifestações populares e ocupações de terra e de imóveis vazios significam que os pequenos podem, sim, vencer os grandes. E os rotos e rasgados são capazes de sobrepujar ricos e poderosos. Por isso, o desespero inconsciente presente em muitas reclamações sobre a violência inerente ou involuntária desses atos.

Muitas das leis desrespeitadas em protestos e ocupações de terra não foram criadas pelos que sofrem em decorrência de injustiça social, mas sim por aqueles que estão na raiz do problema e defendem regras para que tudo fique como está. Você pode fazer o omelete que quiser, mas se quebrar os ovos vai preso.

Enquanto isso, mais um indígena foi emboscado e morto a tiros no Mato Grosso do Sul. Mas tudo bem. Devia ser apenas mais um vândalo, não um homem de bem.


Sobre o autor

    Leonardo Sakamoto é jornalista e doutor em Ciência Política. Cobriu conflitos armados e o desrespeito aos direitos humanos em Timor Leste, Angola e no Paquistão. Professor de Jornalismo na PUC-SP, é coordenador da ONG Repórter Brasil e seu representante na Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

MPF processa governo do PA pelo abandono de terminal hidroviário

 

 

Terminal foi construído em 2010 por R$ 7,5 milhões, mas nunca foi utilizado.
Segundo denúnbcia do MPF, a obra está se deteriorando, em Belém.

Do G1 PA

O Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública contra o governo do Pará pelo abandono do Terminal Hidroviário de Belém, concluído em dezembro de 2010 com recursos federais e estaduais mas nunca aberto para a população. O terminal custou R$ 7,5 milhões aos cofres públicos. Questionado pelo MPF, o governo do Pará informou em 2012 que tem um projeto de construir outro terminal de passageiros em Belém e que a obra seria reaproveitada como um Centro de Reabilitação para Pessoas com Deficiência.

De acordo com o MPF, o governo chegou a devolver à Caixa Econômica Federal as verbas federais gastas na obra. Mas não tomaram nenhuma medida concreta para o reaproveitamento do espaço do Terminal Hidroviário. E ao examinar o projeto do novo terminal hidroviário, no centro da capital paraense, o MPF concluiu que ele não será suficiente para atender a demanda dos usuários de transporte hidroviário da cidade.

“Ainda que o Estado do Pará entenda haver possíveis inconsistências que inviabilizassem o uso integral do Terminal Hidroviário, é fato que, mesmo após 30 meses da sua inauguração, continua em total abandono o Terminal, sem a utilização para o fim originário e sem que qualquer alternativa para ocupação da área tenha sido implementada”, diz a ação do MPF.

Segundo o processo, o estado alegou que o terminal foi construído em área imprópria para ser usado como porto de passageiros e que a proximidade com uma embarcação naufragada impediria o uso. Mas a Caixa Econômica Federal, a Marinha do Brasil e a própria Secretaria de Estado de Meio Ambiente aprovaram o terminal sem obstáculos ao funcionamento. “Embora haja embarcação naufragada, a situação não se constitui em impeditivo”, informou a Marinha ao MPF.

Em uma primeira vistoria no local, em maio de 2012, o MPF já havia constatado o total abandono da estrutura. “O terminal estaria, aparentemente, pronto para uso, com sua estrutura quase toda completa, contando com banheiros, banheiros acessíveis, fraldários, terminal de embarque, informações, passarela de embarque e desembarque, guichês de atendimento, dentre outros”, concluiu a vistoria.

Em nova vistoria um ano depois, no último mês de maio, a situação permanecia sendo de total abandono. “Além do local não estar sendo utilizado para o fim a que foi construído, não há qualquer tipo de manutenção para conservar as suas estruturas, estando o bem público em estado de deterioração, com poeira, lixo e mato crescendo por todo o espaço”, concluiu a segunda vistoria.

Na ação, o MPF pede que a Justiça Federal obrigue o governo paraense a dar imediata destinação à obra do Terminal Hidroviário Luiz Rebelo Neto, colocando-o em funcionamento com os ajustes que forem necessários. Se a Justiça concluir que o funcionamento como porto é impossível, o MPF pede que ela determine a imediata destinação do espaço para outro fim público, evitando o desperdício de recursos.

O G1 tentou contato com o governo do estado, por meio da Companhia Docas do Pará, mas não obteve retorno.

Nota do Blog, espaço construído no Governo PETISTA da Ana Júlia, que a inépcia e o descuido, próprias do (des) governo dos TUCANOS, resolveu abandonar a obra, mais uma deste Desgoverno …

terça-feira, 11 de junho de 2013

Já chega de “calixo”

Joelma anuncia fim da Calypso em show no Recife

Da Folha Online
A banda Calypso vai acabar, segundo declaração da vocalista Joelma (na foto) durante show em Recife (PE), no sábado (8).
Joelma, que é casada com o guitarrista Chimbinha, causou polêmica recentemente ao fazer declarações sobre casamento gay e "conversão" de homossexuais.
A atual declaração também promete fazer algum barulho. Os fãs da banda fizeram do assunto um dos mais comentados nas redes sociais na madrugada de ontem.
O empresário do grupo correu para negar que o fim da banda é imediato --o Calypso tem contratos e compromissos profissionais até, pelo menos, o fim de 2014.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Onanistas juramentados, chorai! Editora Abril pode decretar hoje o fechamento da Playboy.

 

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247 – Cortar até mil funcionários, economizar R$ 100 milhões dentro de um faturamento, no ano passado, superior a R$ 2,8 bilhões e superar a ausência de Roberto Civita. Tudo isso não parece estar tirando o sono dos irmãos Giancarlo, o Gianca, e Victor Civita Neto, o Titi, os novos maiorais do Grupo Abril. Afinal, na semana passada eles já começaram as demissões por cerca de 70 jornalistas que ocupavam cargos de direção nas muitas superintendências da editora. O que está efetivamente preocupando a dupla é outra decisão a ser tomada: a de fechar ou manter aberta a revista Playboy. A lista das revistas que serão “descontinuadas” pela Abril sai nesta segunda-feira 10.
Um dos emblemas da Abril, que publica a revista fundada por Hugh Heffner desde o final da década de 1970, a Playboy virou uma máquina de dar prejuízos. A circulação da mensal sofreu o maior tombo entre todas as fortes quedas verificadas na editora, com suas vendas reduzidas em 38, 52%, caindo de 221,7 mil exemplares para 136,3 mil exemplares vendidos no último mês. O preço de capa, hoje superior a R$ 10, se deprecia rapidamente, com exemplares de apenas quatros meses atrás podendo ser comprados em bancas que os guardam por menos da metade do preço, como revela o pesquisador Leandro Mendes em seu blog Revista que Amamos. Como a Playboy não tem as chamadas matérias quentes, mas ancora-se em fotos de mulheres famosas nuas, essa depreciação é um dos elementos que acentua a queda da circulação. Por que, afinal, comprar caro hoje o que se pode pagar barato logo em seguida?
O dilema da Playboy, no entanto, é ainda mais profundo. Nascida com o apoio de um grande público adolescente, a revista ressente-se hoje da migração desse público para a internet, onde a oferta de fotos – e vídeos – sensuais, com mulheres de sonhos, é ampla e franca. Por que comprar uma revista de papel, com ensaios estáticos, se uma busca no google pode oferecer muito mais diversão a custo zero, é outra pergunta que, ao que parece, os leitores da revista estão se fazendo.
Há mais. Para manter um time de estrelas em suas capas, como a atriz Flavia Alessandra, entre outras, a Playboy, mesmo sem concorrentes para seu antigo padrão de beletrismo, hoje aviltado, usou contra si própria sua fórmula de glamour. Isto é: passou a oferecer cachês altíssimos, que muitas vezes envolveram a concessão de participação de até 50% no valor da capa da publicação para suas estrelas, além de um pagamento fixo. Essas remunerações chegaram, muitas vezes, a mais de um milhão de reais a cada mulher. No entanto, apesar de tanto dinheiro envolvido, muitas capas encalharam, como a da, digamos, intelectual Fernanda Young, a que se comentou na ocasião da publicação.
Pagando caro e, mesmo assim, sem garantia de vendas, a Playboy passou a ter seu número de páginas reduzido. Os ensaios comprados da revista americana, que contribuíram para o sucesso da revista, desapareceram de suas páginas. As famosas entrevistas, onde se encontravam revelações inéditas de personagens famosos, perderam a ‘pegada’, recaindo sob o leito do tradicionalismo. Os antigos famosos diretores de redação foram substituídos, com o passar dos anos, por jovens quadros de carreira da Abril. A qualidade da publicação, é claro, se ressentiu.
Manter, pelas aparências, ou fechar, em razão da contabilidade, a Playboy é a decisão mais difícil da nova dupla de mandatários do Grupo Abril, onde a morte de Roberto Civita resultou não na ascensão de quadros de carreira, mas simplesmente na passagem de comando para seus filhos homens. O que eles fizerem será informado ao mercado como a decisão mais correta. Lá dentro, sim, mas aqui fora a ótica é outra.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Cai o 4° “Secretário” de Zenaldo

 

Há algumas horas atrás o Secretário de Saúde de Belém, Médico Joaquim Ramos pediu exoneração do cargo, já chega a quatro o numero de “secretários”, que pediram exoneração desde o inicio do Mandato do Prefeito “que não é Mágico” Zenaldo Coutinho, anteriores a Joaquim Ramos, a agência distrital de Icoaraci (ADIC), atualmente se encontra no terceiro Agente Distrital, em Mosqueiro (ADMOS) o comerciante “Rubilota”, ex-agente distrital de Mosqueiro, também já foi substituído pelo Empresário (promotor de festas) da Noite, Raimundo Gilberto (giba), vamos esperar e torcer para que não aconteça como no mandato do megaenrolado (des)Prefeito D. Costa, onde ocorreram sete trocas de secretário de saúde em oito anos de desmando do sujismundo, o que culminou com a falência do atendimento à Saúde em nossa sofrida Belém e adjacências!!! cruz, credo…

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Avaliação bem regular

 

Acabou de ser divulgada a primeira pesquisa de opinião pública sobre o governo de Zenaldo "Não Sou Mágico" Coutinho. A pesquisa do Instituto Acertar foi divulgada pelo Blog do Bacana, que fornece algumas informações sobre a metodologia da coleta de dados.
Não sou cientista político. Mas sou brasileiro e, como tal, adoro meter o bedelho em assuntos sobre os quais não tenho especial capacidade de avaliar. Para mitigar a minha prepotência, deixo claro que neste assunto fui chamado, sim, porque sou eleitor, morador e contribuinte de Belém; logo, a matéria é do meu interesse mais direto. Além disso, deixo claro que meus comentários são meras impressões leigas, sem nenhuma pretensão de segurança ou cientificidade.
No mais, deixo clara a minha rejeição ao PSDB e seus quadros, o que certamente influencia de forma prévia a minha percepção do caso. Ao menos tenho a honestidade de declará-lo ostensivamente.
Aparentemente, os dados têm sido interpretados como favoráveis à atual gestão municipal. Mas não acho que seja bem assim. Explico-me.

Coutinho foi eleito com 56,61% dos votos válidos, nada de consagrador, mas um índice superior aos 47,3% de aprovação registrados na pesquisa. Ou seja, em apenas quatro meses (a coleta de dados se deu na primeira quinzena de maio), sem nenhum incidente, considerando apenas a rotina administrativa, o prefeito já não conseguiu emplacar a mesma aceitação de outubro passado. Além disso, esse percentual abrange três faixas de análise, correspondentes a "ótimo", "bom" e "regular positivo". Como o melhor índice é "bom" (27,4%), vá lá que não esteja mal na foto. Mas apenas 3,2% de "ótimo" já é sintomático.
Outrossim, não me arvoro em discutir com estatísticos, mas eu não estou pessoalmente convencido de que "regular" devesse ser considerado como aprovação do governo, seja lá que governo for.
Mas o segundo quadro é ainda mais problemático:

Desde a campanha eleitoral do ano passado se comentava à boca miúda que qualquer prefeito eleito teria uma oportunidade de ouro de ser considerado um verdadeiro estadista, porque qualquer mequetrefe superaria, e muito, Duciomar Costa. Mas 34,8% dos entrevistados considerou a gestão atual igual à anterior. Eu me mataria, se fosse o prefeito. A coisa piora quando se observa que os que apontaram uma melhoria foram apenas 35,9%. O nada desprezível índice de 9% aponta piora (eu me mataria e me condenaria à execração da memória). Ao todo, a gestão tucana é mal-avaliada, em comparação à Era das Trevas Totais, por nada menos que 43,8% dos entrevistados!
Honestamente, você acha mesmo que se pode considerar essa uma avaliação positiva? Vamos chutar o balde: 20,3% dos entrevistados ainda não sabem dizer se Coutinho é melhor. Se um cara me dissesse não saber se eu sou melhor ou pior do que Duciomar Costa, eu já me mataria. Juro por Deus.
Arrisco um palpite final: a avaliação desfavorável de Coutinho é decorrência de que, em seus quatro meses de governo — aliás, até agora — não aconteceu nada. Políticos vivem de fazer de um palito uma floresta inteira, de modo que, quando nada é apresentado, é porque nada existe, de fato. Apenas a velha ação de limpeza de canais (a mais velha estratégia de todo neoprefeito) e a continuação de algumas obras, ainda que de fato muito importantes.
O imbróglio BRT, p. ex., continua como dantes. A imprensa comum noticiou que os contratos com a Caixa Econômica Federal já foram assinados e, a partir daí, a ordem de serviço poderia sair em 30 dias, mas o prefeito tentaria liberá-la em 7 dias. Claro que este prazo expirou e, por enquanto, nem sinal de retomada das obras. É claro que isso irrita o cidadão comum e pesa em eventual avaliação.
Chamo a atenção, por fim, para o fato de que o principal padrinho de Coutinho é o governador Simão Jatene, de quem se pode falar que, estando no terceiro ano de seu mandato, ainda não disse a que veio. Os governos de propaganda, marca maior do tucanato, já não funcionam como antes, embora paguem muito bem (como tem noticiado a jornalista Ana Célia Pinheiro em uma série de reportagens, em seu blog). Então se o afilhado puxar o padrinho, já era.
Estou aberto às réplicas. As educadas, por favor, como educada foi esta postagem.

Repostado do Blog Flanar

Fonte: http://blogflanar.blogspot.com.br/2013/06/avaliacao-bem-regular.html