Paulo Daniel 11 de abril de 2011 às 16:53h
Por Paulo Daniel *
Primeiramente, cem dias para avaliar um governo é um tempo exíguo, outro ponto importante a destacar, é que não existe mudança na política econômica. Os superavits primários continuam, a valorização da moeda também e é bom lembrar, não existe um surto inflacionário, para isso, basta observar os ditos BRICs, ou então, outros países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Muitos chamam Lula de “irresponsável” com o orçamento brasileiro “forçando” Dilma a realizar um ajuste fiscal, é bom relembrar; em nenhum momento, Lula deixou de praticar superavits primários, aliás, reduziu drasticamente o deficit nominal, parte da herança maldita de FHC.
Dilma recebeu Obama, Lula recebeu Bush e com ambos não houve avanços concretos em relação aos produtos brasileiros nos EUA, particularmente os biocombustíveis. Lula intensificou a relação Sul-Sul, tanto que Dilma segue a mesma política, já viajou para Argentina e brevemente estará na China.
Em oito anos de governo Lula, o bolsa-família foi reajustado várias vezes acima da inflação, como Dilma fez no seu início de governo, e, sua meta maior é reduzir a pobreza extrema, apesar do aumento dos juros, a geração de empregos continua em alta, bem como os investimentos, mas apesar de ainda serem menores do que o dos chineses. E o consumo continua em alta, mas sem grande pressão sobre a capacidade de produção, daí deriva grande parte da alta aprovação da Presidenta.
Evidentemente há diferença no estilo de Dilma para com o de Lula, mas não de política. Despareceram aqueles(as) que afirmavam que Lula iria mandar ou comandar Dilma. Ou que Dilma não tinha experiência para comandar o nosso país. Erraram! E agora vivem o ostracismo.
Isso não quer dizer que Dilma deverá fazer mais do mesmo, mas sim avançar na melhoria e na qualidade de vida de nosso povo. Os sonhos dos(as) nossos(as) brasileirinhos(as) precisam ser para além de serem modelos ou jogadores de futebol. Ao contrário dos anos 80 e 90, a chance de errar é menor. Um dos grandes desafios não é somente o câmbio, os juros ou a inflação, mas sim na democratização do Estado brasileiro.
Repostado da Revista Carta Capital
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