Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

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Bem-vindo ao blog do PT de Mosqueiro, aqui nós discutimos a organização e atuação do Partido dos Trabalhadores nas relações sociopolíticas e econômicas do Brasil e do Pará. Também debatemos temas gerais sobre política, economia, sociedade, cultura, meio ambiente, bem como temas irreverentes que ocorrem no Mundo, no Brasil, no Pará, mas em especial na "Moca". Obrigado por sua visita e volte sempre!

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Mais 2 mil médicos cubanos chegam ao Brasil nesta semana

atendimento básico

 

Profissionais participarão de cursos de adaptação no Distrito Federal, em Fortaleza, em Belo Horizonte de em Vitória

por Yara Aquino, da Agência Brasilpublicado 30/09/2013 12:23, última modificação 30/09/2013 12:25

marcello casal jr./abr

médico cubano maranhão

Médico cubano é recebido em cidade do Maranhão

Brasília - De hoje (30) até o final desta semana chegam ao Brasil mais 2 mil médicos cubanos para a segunda etapa do Programa Mais Médicos. Hoje, os primeiros 135 profissionais de Cuba desembarcam em Vitória. Na próxima segunda-feira (7), os 2 mil cubanos iniciam o módulo de avaliação que tem duração de três semanas com aulas sobre língua portuguesa e o sistema brasileiro de saúde pública. As informações são do Ministério da Saúde.

Além dos 2 mil cubanos, os 149 médicos com diploma do exterior que foram selecionados para a segunda fase do Mais Médicos iniciam o módulo de avaliação no dia 7. As aulas ocorrerão no Distrito Federal, em Fortaleza, Vitória e Belo Horizonte.

Na primeira fase do Programa Mais Médicos, 400 profissionais cubanos chegaram ao Brasil e passaram por curso de formação e avaliação. A previsão do Ministério da Saúde é trazer ao país, até o final do ano, 4 mil médicos cubanos. Esses profissionais vêm ao Brasil por meio de um acordo intermediado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Assim como os médicos com diploma do exterior que se inscreveram individualmente, os cubanos que vêm pelo acordo com a Opas não precisam passar pelo Revalida (Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior) e, por isso, terão registro provisório por três anos para atuar na atenção básica e com validade restrita ao local para onde forem designados.

Frei Betto: 'Maior acerto deste governo é a política de valorização do salário mínimo'

Rádio Brasil Atual

Para escritor e comentarista da Rádio Brasil Atual, aumento do mínimo nos últimos dez anos é conquista da luta dos trabalhadores

por Redação RBApublicado 30/09/2013

Para escritor e comentarista da Rádio Brasil Atual, aumento do mínimo nos últimos dez anos é conquista da luta dos trabalhadores

Marcello Casal Jr./ABr

Centrais Sindicais

Centrais sindicais marcham em Brasília, em março deste ano; para Frei Betto, conquistas se devem à luta unificada

São Paulo – Em sua coluna das segundas-feiras na Rádio Brasil Atual, o escritor e assessor de movimentos sociais Frei Betto classificou hoje (30) a política de valorização do salário mínimo do governo federal nos últimos dez anos como um dos principais avanços na gestão do Partido dos Trabalhadores desde que chegou à Presidência da República, em 2003. Segundo ele, este é um governo que, apesar de ser “atento às demandas dos patrões”, também assumiu propostas do movimento sindical.

“Nesses 10 anos de governo do PT, talvez o principal acerto tenha sido a política de valorização do salário mínimo. É um raro exemplo, em que o governo federal – tão atento às demandas dos patrões – escutou e assumiu as propostas do movimento sindical."

Em 2002, o salário mínimo foi estabelecido em R$ 200,00. Com o valor de R$ 678,00, que vigora desde janeiro deste ano, o piso acumulou um ganho real, desde 2002, de 70,49%. Segundo estudo do Dieese publicado em dezembro de 2012, os impactos dessa elevação devem corresponder a um incremento de renda de R$32,7 bilhões na economia, e R$15,9 na arrecadação tributária sobre o consumo.

Segundo Frei Betto, este aumento é resultado principalmente da pressão realizada pela mobilização organizada da classe trabalhadora. “A ação das centrais sindicais. Em 2004 houve uma campanha pela valorização do salário mínimo, com três marchas em Brasília para pressionar o Executivo e o Legislativo”, disse.

Segundo previsão do governo, que consta na proposta de Projeto da Lei Orçamentária Anual, enviada ao Congresso no final de agosto, o salário mínimo que irá vigorar a partir de janeiro de 2014 deve chegar a R$ 722,90, o que representa um aumento de 6,6%. “Ainda é pouco, resta um longo caminho a percorrer. O movimento sindical e os trabalhadores em geral ainda têm muito pelo que lutar e conquistar. Sabemos que governo é que nem feijão, só funciona na panela de pressão”, alerta.

Frei Betto afirmou ainda que houve real melhoria de renda do trabalhador e redução da desigualdade social no Brasil, fortemente puxados pela política de valorização do mínimo. No entanto, ele argumenta que há um caminho longo a ser percorrido, que valorize ainda mais a política salarial e contribua para a redução da desigualdade social.

“Segundo a revista Forbes, as 124 pessoas mais ricas no Brasil acumulam um patrimônio de R$ 544 bilhões de reais, o que representa cerca de 12% do nosso Produto Interno Bruto. Apesar do aumento da renda e da massa salarial dos trabalhadores, verificada nos últimos dez anos, a participação deles na riqueza nacional continua estagnada.”

Ouça aqui o comentário de Frei Betto na Rádio Brasil Atual.

domingo, 29 de setembro de 2013

Prêmio IgNobel

26/9/2013 - 11h27

por Drauzio Varella*

IgNobel Prêmio IgNobel

O símbolo dos Prêmios IgNobel inspira-se no Pensador de Rodin e é conhecido como “The Stinker”

A ciência contempla, com a devida pompa, algumas de suas realizações duvidosas.

Em 1991, a revista humorística Annals of Improbable Research criou o Prêmio IgNobel, para prestigiar as descobertas mais estranhas. Distribuído anualmente num dos salões da Universidade Harvard, o prêmio fez tanto sucesso na comunidade científica que hoje é aguardado com um grau de interesse semelhante ao do verdadeiro Nobel. Em 2013, os ganhadores do IgNobel foram:

  • Medicina

Masanori Niimi e colaboradores da Universidade Teikyo, em Tóquio, por haver demonstrado que ratos submetidos a transplante cardíaco vivem mais tempo quando escutam determinadas músicas. Enquanto os ratos mantidos em silêncio sobrevivem, em média, sete dias, aqueles que ouviram a ópera La Traviata viveram 27 dias. Os que foram obrigados a ouvir a cantora irlandesa Enya sobreviveram 11 dias.

  • Psicologia

Brad Bushman, da Universidade de Ohio, por provar que os homens quando tomam diversos drinques sentem que são mais atraentes do que nas ocasiões em que bebem menos. No estudo, os participantes eram convidados a beber antes de falar como se sentiam atraentes e espirituosos, diante de um júri encarregado de dar nota às mesmas características.

  • Probabilidade

Bert Tolkamp e colaboradores, do Colégio Rural da Escócia, foram premiados por duas pesquisas correlatas. Na primeira, demonstraram que “quanto mais tempo uma vaca permanece deitada, maior é a probabilidade de que se levante”. Na segunda, provaram que, “quando uma vaca fica em pé, não é possível prever com facilidade quando se deitará novamente”.

  • Física

Alberto Minetti, da Universidade de Milão, e colaboradores, por calcular qual deveria ser o valor da força da gravidade de um planeta para que um homem pudesse correr na superfície de um lago com água em estado líquido sem afundar.

  • Biologia e Astronomia

Marie Dacke, da Universidade de Lund, na Suécia, e colaboradores, pela demonstração de que certos besouros, quando se perdem, são capazes de encontrar o caminho de volta, orientando-se pelas estrelas da Via-Láctea.

  • Segurança

O americano Gustano Pizzo, pela invenção de um sistema eletromecânico capaz de isolar e aprisionar sequestradores de avião entre duas portas, para em seguida arremessá-los de paraquedas.

  • Química

Shinsuke Imai, do Japão, e colaboradores, pela descrição do processo bioquímico pelo qual as cebolas fazem as pessoas chorar.

  • Arqueologia

Brian Crandall, da Inglaterra, e colaboradores, por estudarem o destino dos ossos de um pequeno mamífero (musaranho), quando comido e digerido por humanos.

  • Saúde Pública

Kasian Bhanganada, da Tailândia, e colaboradores, pela publicação do artigo “Intervenção Cirúrgica em Amputações Penianas Epidêmicas em Siam”, na qual descrevem uma técnica que recomendam para esses casos, “exceto quando o pênis amputado foi parcialmente ingerido por um ganso”.

  • Paz

Alexander Lukashenko, presidente bielorusso, por decretar a ilegalidade do aplauso em público – ação usada como protesto irônico no país. E por autorizar a polícia a prender por essa contravenção um homem que tinha um braço só.

* Drauzio Varella é médico oncologista, cientista e escritor brasileiro, formado pela Universidade de São Paulo.

** Publicado originalmente no site Carta Capital.

(Carta Capital)

Muito cuidado naquela hora….!

 

Colombiano tem pênis amputado após overdose de Viagra

23/09/2013

do BOL, em São Paulo

  • Reprodução/The Sun

    Após vários dias com ereção constante, o homem passou a sentir dores e precisou amputar o órgão sexual

    Após vários dias com ereção constante, o homem passou a sentir dores e precisou amputar o órgão sexual

Segundo informações do jornal britânico "Daily Mail", um colombiano teve o pênis amputado após overdose de Viagra.

Morador da cidade de Gigante, na Colômbia, Gentil Ramírez, de 65 anos, teria ingerido várias pílulas do remédio contra impotência a fim de satisfazer a namorada. Depois de passar dias com ereção constante, Ramirez – que é fazendeiro e político da região – passou a sentir dores insuportáveis.

Ao ser atendido em um hospital em Neiva, o colombiano recebeu a notícia de que seu órgão genital estava inflamado, com fraturas e com sinais de gangrena.

Em seguida, a equipe médica informou ao paciente que a única opção seria a amputação do pênis, para que a inflamação não se espalhasse para outras partes do corpo.

Após a cirurgia, um médico disse a jornal local "La Nación": "O paciente apresentou hematomas nos testículos e pênis, foi tratado e está se recuperando bem".

Como resultado do incidente, o hospital emitiu um aviso alertando homens sobre o uso de medicamentos para disfunção erétil sem prescrição de seus médicos.

sábado, 28 de setembro de 2013

Crise, perspectivas e ações necessárias

 

A crise no cerne do capitalismo atingiu todos os países emergentes, desacelerando o crescimento econômico que vinham ostentando. Antes da crise, no período 2004/2008 a média anual de crescimento desses países foi de 7,5% e caiu para 5,4% no período 2009/2012, com perda de 2,1 pontos ou 29%. O Brasil sentiu o golpe e o impacto da crise nesses períodos fez com que o crescimento passasse de 4,8% para 2,7%, com perda de 2,1 pontos ou 44%, portanto acima dos países emergentes e da própria média mundial. Por Amir Khair.

Amir Khair (*)

 

A crise internacional pôs a nu a fragilidade financeira, monetária e fiscal dos países desenvolvidos, que estão sendo obrigados, para estimular o consumo, a operar com taxas de juros reais (excluída a inflação) negativas e desvalorizar suas moedas para crescer as exportações uma vez que o mercado interno anda de lado.
O socorro do Estado ao sistema financeiro para evitar o colapso por ele engendrado ampliou déficits fiscais e endividamentos públicos sem precedentes e, mantém posição problemática nas principais macrovariáveis desses países.
Impactos da crise - Por outro lado, a crise no cerne do capitalismo atingiu todos os países emergentes, desacelerando o crescimento econômico que vinham ostentando. Antes da crise, no período 2004/2008 a média anual de crescimento desses países foi de 7,5% e caiu para 5,4% no período 2009/2012, com perda de 2,1 pontos ou 29%.
A situação dos países desenvolvidos nesses mesmos períodos foi a seguinte: antes da crise o crescimento foi de 2,3% e caiu para 0,5%, com perda de 1,8 pontos ou 77%. Essas quedas atingiram de forma diferente esses países. Nos Estados Unidos e na Alemanha a queda foi de 53%, na Área do Euro 147% e no mundo a queda foi de 37%.
O Brasil sentiu o golpe e o impacto da crise nesses períodos fez com que o crescimento passasse de 4,8% para 2,7%, com perda de 2,1 pontos ou 44%, portanto acima dos países emergentes e da própria média mundial.
Medidas e perspectivas - Há que recuperar a perda ocorrida e para isso o governo vem tentando um coquetel amplo de medidas: desonerou setores e produtos, priorizou as empresas locais nas compras governamentais, ampliou a oferta de crédito e reduziu as taxas de juros nos bancos oficiais (BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), autorizou estados e municípios a ampliar o endividamento para investimentos, lançou os programas de concessões nos modais de transporte rodoviário, ferroviário, portuário e aeroviário, ampliou programas de renda e voltados à base da pirâmide social, com destaque para o Bolsa Família, Brasil sem Miséria, Minha Casa Minha Vida, Minha Casa Melhor (compras de móveis e eletrodomésticos) e vários outros estímulos.
Os resultados podem começar a ocorrer de forma mais visível a partir de 2014, uma vez que para este ano a previsões ficam abaixo da média registrada de 2009/2012 de 2,7%.
Mas, será que a expectativa do governo vai se viabilizar? Caso ocorra há grande probabilidade de novo mandato para Dilma Rousseff e, com o crescente impacto desse extenso programa de estímulos pode ser que ocorra cenário macroeconômico mais favorável no segundo mandato. Nesse caso a perspectiva de continuação do objetivo político da crescer com inclusão, como marca dos governos Lula/Dilma se consolide, afastando os riscos de volta a políticas econômicas mal sucedidas.
Resta, no entanto, responder aos clamores das manifestações de massa, colocando o Estado ao serviço da sociedade e não do poder econômico e do corporativismo que só visa se servir do Estado e não de servir à sociedade. O programa Mais Médicos é o primeiro teste de enfrentamento desse corporativismo. Tem tudo para dar certo e conta com decisivo apoio popular. Caso emplaque, abre a porta de avanços significativos na área de maior impacto na vida das pessoas que é a saúde.
Resta, também, avançar na área estratégica da educação. Os últimos anos registraram significativa melhora, especialmente com o Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico (FUNDEB), Prouni e escolas profissionalizantes. A formação da mão de obra tem muito a avançar e conta com recursos carimbados de vulto ao objetivo que o País necessita. A valorização do magistério caminha lado a lado com essa evolução e tem garantia legal de recursos para sua continuidade.
A recente decisão de destinar 75% dos royalties do pré-sal para educação e 25% para a saúde, pode garantir a sustentação financeira para o deslanche dessas importantes áreas sociais.
Falta - Mas tudo isso poderá ser ampliado e acelerado em seus resultados caso o governo ataque de forma firme o obstáculo do atraso do sistema financeiro e de setores que ocupam posições de monopólio e oligopólio e práticas de cartel, elevando preços e subtraindo recursos dos setores que competem e dos consumidores.
Há que derrubar, de fato, e não tão pouco como ocorrido, as taxas de juros do País, trazendo-as para o nível internacional. O governo tem as armas para isso independentemente do Congresso e teria o apoio da sociedade se atuasse firme nessa direção.
Quanto aos esquemas produtivos que impõem preços na economia e que ainda se encontram demasiadamente protegidos por tarifas e outras vantagens alfandegárias, o governo pode alterar isso removendo o excesso protecionista. Com isso poderá impedir a contaminação das cadeias produtivas, reduzir custos e preços da economia e derrubar a inflação. Quanto ao Copom, que só serve ao atraso e à farsa do controle inflacionário, o melhor para o País é fechá-lo, pois até agora só serviu ao rentismo dominante.
Vale acompanhar.
(*) Mestre em Finanças Públicas pela FGV e consultor

Falta de articulação e de mapeamento atrapalha melhora em índices de alfabetização

 

Educação

Organização aponta necessidade de reavaliação de programa federal para garantir avanços. Dados do IBGE mostram estabilidade entre 2011 e 2012, com taxa de analfabetismo em 8,6%

por Viviane Claudino, da RBApublicado 28/09/2013 12:36

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São Paulo – Ações articuladas serão necessárias para garantir uma nova fase de avanços na luta contra o analfabetismo no Brasil. A revisão dos programas atuais, a melhor articulação entre órgãos governamentais e um mapeamento mais preciso da demanda por ensino são indicados como as principais necessidades em torno da questão.

Para o coordenador de projetos da ONG Ação Educativa, Roberto Catelli Junior, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2012 (Pnad), divulgados ontem (27) pelo IBGE, apontam que é necessário reavaliar o Programa Brasil Alfabetizado, criado em 2003, voltado para a alfabetização de jovens, adultos e idosos em todo o território nacional.

A Pnad mostrou que o número de analfabetos no Brasil, com idade acima de 15 anos, passou de 12,9 milhões para 13,2 milhões de pessoas entre 2011 e 2012, o que indicou estabilidade. Com isso, a taxa de analfabetismo, que era de 8,6% em 2011, chegou a 8,7% em 2012, frente a 11,5% em 2004.

A maior concentração de analfabetos com essa idade está na região Nordeste, com 54% dos analfabetos do país, um contingente que soma 7,1 milhões de pessoas. Na região a taxa de analfabetismo medida entre pessoas com 15 anos ou mais foi de 17,4%. O valor é 0,5 ponto percentual acima da taxa de 2011 (16,9%) e 5,1% abaixo da medida em 2004 (22,5%).

No Centro-Oeste, a taxa de analfabetismo das pessoas acima de 15 anos passou de 6,3% em 2011 para 6,7% em 2012. Segundo o IBGE, a variação apresentada nas duas regiões não é estatisticamente significativa.

“O resultado (da Pnad) não é totalmente incompreensível. Os resultados do Brasil Alfabetizado não são públicos, não existem esses dados. E é necessário entender, de fato, até onde o sujeito que passa por esse programa está sendo alfabetizado”, afirma Catelli, que sugere, além da avaliação de desempenho, a promoção de seminários para articulação em redes públicas, da importância “que essas pessoas continuem a estudar. Ninguém acha que ser alfabetizado basta”.

A coordenadora do Centro de Referência Paulo Freire, Sonia Couto Feitosa, afirma que há necessidade de ações combinadas com outras secretarias, além de educação, para melhorar a eficiência no ensino. “Não sabemos porquê esse educando não vai à escola, se é por causa de longas distâncias, se é porque não há transporte. Não há mapeamento dessa demanda e não sabemos se há estímulo para esse aluno frequentar as aulas.”

Segundo os resultados da Pnad, o percentual de pessoas de 25 anos ou mais de idade sem instrução ou com menos de um ano de estudo caiu de 15,1% para 11,9% no Brasil, uma diminuição 3,4 milhões de pessoas em um ano. E o percentual de pessoas com nível superior completo passou de 11,4% em 2011 para 12,0% em 2012, um aumento de 6,5% (867 mil pessoas a mais), totalizando 14,2 milhões de pessoas.

“Essa expansão é natural, tendo em vista o número de políticas públicas nessa direção, como o ProUni, que permite que outras pessoas hoje tenham acesso à universidade”, afirma Roberto Catelli Jr.

“Reconhecemos o avanço da população mais pobre, que finalmente tem conseguido entrar nas universidades por causa dos programas sociais, mas fazemos uma ressalva: o dinheiro público deve ser investido na criação de mais universidades públicas, para garantir educação para todos”, destaca a educadora da Área de Educação de Adultos do Instituto Paulo Freire Jany Dilourdes Nascimento

Em 2012, o percentual de crianças de 6 a 14 anos que frequentavam a escola (taxa de escolarização) é o mesmo observado no ano anterior, 98,2%. Para os jovens de 15 a 17 anos, a taxa de escolarização em 2012 era de 84,2%, superior à de 2011 (83,7%). Na faixa de 18 a 24 anos, o percentual situava-se em 29,4%.

A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Teresa Campello, afirmou em entrevista coletiva ontem que o entendimento é de que realmente falta avançar no combate ao analfabetismo no país.“Você tem o aumento do nível de escolaridade em todas as faixas do Brasil. Existe um esforço grande em relação à educação, todos os demais dados mostram o aumento da escolaridade, em todas as faixas de renda. Nossa avaliação é que não teve aumento da taxa de analfabetismo no Brasil e nosso entendimento é o mesmo do IBGE, que permanece estável”, afirma

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Brasil é o 24º país mais feliz do mundo, aponta relatório por Redação do EcoD

Saúde
12/9/2013 - 11h15

 

gangorra Brasil é o 24º país mais feliz do mundo, aponta relatório

Medidas para alcançar o bem-estar populacional podem ser utilizadas de forma eficaz para avaliar o progresso das nações. Foto: Charlie Phillips

A Organização das Nações Unidas (ONU) lançou na segunda-feira, 9 de setembro, o Relatório sobre a Felicidade Mundial 2013 (World Happiness Report). Dos 156 países analisados, o documento apontou Dinamarca, Noruega, Suíça, Holanda e Suécia como os TOP 5 do ranking – todos são europeus. O Brasil aparece na 24° posição.

Para a ONU, medidas para alcançar o bem-estar populacional podem ser utilizadas de forma eficaz para avaliar o progresso das nações. “Cada vez mais os líderes mundiais estão falando sobre a importância do bem-estar como um guia para seus países e para o mundo todo. O documento oferece evidências que a medição e análise sistemática da felicidade podem nos ensinar muito sobre as formas de melhorar o bem-estar e desenvolvimento sustentável do mundo”, pontua o revisor do relatório, o professor Jeffrey Sachs.

De acordo com o relatório, em uma escala que vai de zero a dez, em mais de 150 países entrevistados no período de 2010/12, a pontuação média ponderada pela população é de 5,1 de felicidade. Os fatores incluem: o PIB real per capita, expectativa de vida saudável, ter alguém com quem contar, liberdade percebida ao fazer escolhas de vida, a corrupção e a generosidade.

Os pesquisadores chegaram a conclusão que os países mais industrializados diminuíram os seus índices de felicidade, prova disso é que os números apontam aumento do bem-estar na África Subsaariana e na América Latina, enquanto que os Estados Unidos, por exemplo, aparecem em 17° lugar no ranking.

Lideranças

Ainda segundo o relatório, os líderes políticos devem atentar-se aos índices que afetam a felicidade. Os principais efeitos colaterais benéficos da felicidade são: pessoas felizes vivem mais, são mais produtivas, ganham mais, e também são melhores cidadãos.

A ONU alerta que os governos do mundo inteiro devem medir o bem-estar da população. O documento também explica o raciocínio por trás de suas novas diretrizes de padrão internacional para medir a felicidade.

Leia o relatório na íntegra (em inglês) aqui.

* Publicado originalmente no site EcoD.

(EcoD)

Presidente catalão convocará consulta sobre independência em 2014

Espanha

Artur Mas diz que região 'tem afeto pela Espanha, mas já não confia no Estado'

por OperaMundipublicado 25/09/2013

Albert Olivé/EFE

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A independência da Catalunha é um tema antigo que voltou com força total este ano

São Paulo – O presidente do governo autônomo da Catalunha, Artur Mas, confirmou hoje (25) que manterá o roteiro acordado com seus parceiros do partido Esquerda Republicana, o qual prevê a convocação da consulta “legal” sobre o “futuro político” da região em 2014.
Em sessão do Parlamento catalão, Mas afirmou que “seguirá até o fim” com seu plano de realizar a consulta e está disposto a utilizar todos os “instrumentos democráticos e legais” para consegui-lo, inclusive a convocação de eleições, que não descarta realizar antes de 2016, a data prevista inicialmente.
O presidente catalão, entretanto, não esclareceu qual será o conteúdo da pergunta feita na consulta. Ele não quis dizer se será uma pergunta direta sobre a independência ou apenas sobre uma mudança de status, como pedem os setores mais moderados da CiU (Convergência e União, confederação de partidos da Catalunha). Ainda assim, ele assegurou que, antes do final deste ano, apresentará a pergunta que deve ser feita aos catalães.
Além disso, Mas insistiu que esta consulta não violará a legalidade, como foi dito em suas intervenções anteriores, quando disse que o questionamento seria posto em prática “sim ou sim”.
Sobre as eleições, Mas afirmou que a antecipação não é o cenário que “deseja” e nem “o melhor”, mas assegurou que está disposto a convocá-las como último recurso caso “se se pretender silenciar a voz e impedir o voto das catalãs e dos catalães”.

O presidente lembrou o cordão humano realizado em 11 de setembro a favor da independência da região e disse que a manifestação foi “uma reclamação de dignidade”, afirmando que “mesmo os catalães que disconcordam com o que se reclamava ali não podem deixar de apreciar a grande força de transformação que havia, o principal motor de mudança da Catalunha”.
Artur Mas afirmou crer que “a Catalunha tem afeto pela Espanha, mas já não confia no Estado”, uma “percepção” que o anima a apostar na realização da consulta em 2014. Segundo ele, os catalães já sabem, a esta altura, “onde estão” em relação ao processo independentista “e que não há volta para trás”.
“As urnas são a solução, não o problema” afirmou Mas, interessado em deixar claro que planeja que a consulta seja realizada de um ponto de vista legal. Por isso, acrescentou que seus assessores do Conselho de Transição Nacional já identificaram até cinco vias legais para fazer o referendo, sem especificá-las.
Aproveitando a situação, Mas informou que este será o último ano de cortes de gastos motivados pela situação delicada das finanças catalãs, assegurando que para

o ano que vem não prevê “nem um euro a mais ou a menos”.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Pesquisa Ibope mostra crescimento de Dilma, que venceria no primeiro turno em 2014

Corrida eleitoral

Vantagem da presidenta sobre Marina Silva vai de 8 a 22 pontos de julho a setembro. Ex-senadora recua seis pontos, e Aécio Neves perde dois

por Redação RBApublicado 26/09/2013 19:25, última modificação 26/09/2013

Vantagem da presidenta sobre Marina Silva vai de 8 a 22 pontos de julho a setembro. Ex-senadora recua seis pontos, e Aécio Neves perde dois

Roberto Stuckert Filho/Planalto

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A petista tem mais que a soma de todos os adversários, que recuaram nas duas simulações

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff (PT) subiu de 30% para 38% das intenções de voto, aumentando de 8 para 22 pontos a vantagem sobre Marina Silva (Rede Sustentabilidade), que foi de 22% para 16%. Os dados constam de pesquisa do Ibope feita em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo, divulgado na noite de hoje (26). Em dois cenários, Dilma venceria no primeiro turno.

No primeiro, que inclui o senador Aécio Neves (PSDB), Dilma foi a 38%, ante 30% em julho, Marina caiu de 22% para 16%, o tucano foi de 13% para 11% e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), de 5% para 4%. Segundo a pesquisa, 31% dos entrevistados se disseram sem candidatos, 15% afirmaram sua intenção de votar em branco ou nulo e 16% não souberam responder.

Os números oscilam pouco com a inclusão de José Serra (PSDB). Dilma vai a 37%, Marina tem 16%, Serra fica com 12% e Campos, com 4%. Outros 30% dizem não ter candidato, 14% falam em votar branco ou nulo e 16% não sabem.

Em um cenário estimulado para o segundo turno, Dilma venceria Marina por 43% a 26%. Em julho, ainda sob o impacto das manifestações de rua, as duas estavam tecnicamente empatadas, com 35% e 34%, respectivamente. A presidenta também venceria Aécio ou Serra (45% a 21%) e Campos (46% a 14%).

A pesquisa foi feita dos dias 12 a 16, em todas as regiões. Foram entrevistados 2.002 eleitores. Segundo o instituto, a margem de erro máximo é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

Vacina brasileira contra dengue começa a ser testada no país em outubro

 

por Fernanda Cruz, da Agência Brasil

dengue Vacina brasileira contra dengue começa a ser testada no país em outubro

São Paulo – O Instituto Butantan, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), inicia em outubro os testes em seres humanos de uma vacina contra a dengue. A vacina está sendo desenvolvida para combater, em uma única dose, os quatro tipos da doença já identificados no mundo. Segundo Alexander Precioso, diretor de Ensaios Clínicos do Butantan, nenhum outro país tem uma vacina como essa.

A vacina começou a ser desenvolvida em 2006, juntamente com os institutos nacionais de Saúde dos Estados Unidos. Os vírus foram identificados no país norte-americano e, posteriormente, transferidos para o Butantan, em 2010.

A técnica utiliza o chamado vírus atenuado. “Isso ignifica que o próprio vírus da dengue é modificado para que seja capaz de fazer com que as pessoas produzam anticorpos, mas sem desenvolver a doença”, explicou Precioso.

Os cientistas já testaram a vacina em mais de 600 norte-americanos. “Os estudos lá mostraram que é uma vacina segura e que foi capaz de fazer com que as pessoas produzissem anticorpos contras os quatro vírus”, disse ele. O pesquisador explicou ainda que, nesses voluntários, não foram observados efeitos colaterais importantes, apenas dor e vermelhidão no local da aplicação, sensação comum para vacinas.

Porém, como os Estados Unidos não são uma região endêmica para a dengue, nenhum voluntário que recebeu a imunização havia contraído a doença antes. No Brasil, os testes vão envolver também pessoas que já tiveram dengue.

dengue2 Vacina brasileira contra dengue começa a ser testada no país em outubro

O cientista disse que, com base em estudos publicados no Sudoeste Asiático e nos Estados Unidos, pacientes com histórico de dengue poderão receber a imunização sem risco à saúde. “No início do desenvolvimento da vacina lá [nos Estados Unidos], algumas pessoas receberam vacina monovalente, só de um tipo, e depois outra dose de um vírus diferente, para ver se quem já tinha o passado de dengue correria risco”, explicou.

Em uma primeira etapa dos testes brasileiros, que começam nesta semana, serão recrutados 50 voluntários da capital paulista, todos adultos saudáveis e que nunca tiveram dengue, com idade entre 18 e 59 anos, de ambos os sexos. Eles vão ser imunizados em duas doses, com intervalo de seis meses entre elas.

A próxima etapa vai incluir pessoas com histórico de dengue e a vacina será aplicada em dose única. Serão 250 voluntários da capital paulista e da cidade de Ribeirão Preto, no interior do estado.

“Nós trabalhamos com a hipótese de que ela [vacina] será trabalhada em uma dose, mas nos primeiros 50 voluntários serão duas doses”, disse Precioso.“Os resultados de lá [Estados Unidos] demonstraram que a vacina já atua apenas com uma dose. Como ela vai ser, pela primeira vez, utilizada em uma região endêmica de dengue, vamos avaliar os dois esquemas [uma ou duas doses] e os dois tipos de população [já tiveram ou nunca tiveram dengue]”, acrescentou.

A terceira e última fase vai recrutar pessoas de diversas partes do país, de várias idades. “Ela vai gerar o resultado de que nós precisamos para solicitar o registro na Anvisa e, a partir daí, a vacina estará disponível”. A previsão dos pesquisadores é de que a vacina chegue à população em cinco anos.

* Edição: Graça Adjuto.

** Publicado originalmente no site Agência Brasil.

(Agência Brasil)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Globo censura Jorge Pontual e retira do site medicina cubana

 

Escrito por Davis Sena Filho

Por Davis Sena Filho — Blog Palavra Livre

Che Guevara efetivou a medicina preventiva e comunitária em Cuba, que foi exportada para inúmeros países e recomendada pela ONU E OMS

Se você, cidadão brasileiro, for ao site da Globo News e acessar o programa "Em Pauta", não vai conseguir ver e ouvir o jornalista Jorge Pontual, do programa "Sem Fronteiras", que trabalha em Nova Iorque para as organizações(?) dos Marinho.

Pontual fala da medicina cubana, dos médicos cubanos e dá exemplos e números relativos aos serviços prestados por eles em diversos países, bem como cita a satisfação das populações locais que são muito agradecidas pelo trabalho comunitário, preventivo e humanizado dos médicos cubanos.

O jornalista expõe como a medicina cubana ficou famosa no mundo e conta que os médicos cubanos capitalistas, em 1958 e 1959, mudaram-se aos milhares para Miami, quando Fidel Castro, Che Guevara eCamilo Cienfuegos conquistaram o poder por intermédio da Revolução Cubana. A partir da imigração dos doutores, Cuba teve de reorganizar seu sistema de saúde e formar novos profissionais.

Como se observa, os médicos coxinhas são coxinhas em qualquer lugar e tempo, a mostrar sem pudor seus preconceitos, interesses financeiros e suas iras contra aqueles que vieram ao Brasil trabalhar para atender o povo brasileiro nos rincões e nas periferias deste País continente, que tem de ser justo e democrático com todos os seus filhos.

O vídeo em que o jornalista Jorge Pontual tece elogios e demonstra admiração pela medicina cubana foi censurado e não está mais no programa "Em Pauta", por motivos óbvios, pois não há quem não saiba que as Organizações(?) Globo efetivam oposição sistemática aos Governo trabalhista da presidenta Dilma Rousseff, assim como fez com o ex-presidente Lula.

Em contrapartida, o internauta vai ver vídeo no "Em Pauta" a colunista conservadora da Folha de S. Paulo e comentarista da Globo News, Eliane Cantanhêde, aquela que disse que o PSDB, partido de direita, é composto por uma "massa limpinha e cheirosa", e que, para agradar seus patrões e a si mesma, combate qualquer iniciativa do Governo trabalhista, que vise atender o povo brasileiro, bem como desenvolver o Brasil.

Cantanhêde chegou a afirmar que os médicos cubanos seriam escravizados e mais uma vez se percebe que a escrava é ela, porque se coloca em uma posição de capataz do sistema de capitais, das grandes corporações, inclusive a Globo, a optar em servir às pessoas que tem muito em prejuízo dos interesses dos mais pobres, que é a maioria da população brasileira. É isso aí.

Veja o Vídeo

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Globo censura: “Medicina cubana revoluciona

 

A frase acima e todo o comentário informativo do jornalista Jorge Pontual, correspondente da Globo em Nova York, foram retirados do site do programa Em Pauta, da Globo News; censura bruta; na tevê, foi ao ar, mas só porque ele falava ao vivo; Pontual, ao lado de Eliane Cantanhêde, deu uma aula sobre o assunto; disse que entrevistou pesquisadora americana Julia Silver para o programa Sem Fronteiras; dali extraiu informações que a Globo detestou; sistema de medicina comunitária foi criado por Che Guevara; médicos cubanos livraram 600 mil africanos da cegueira; Organização Mundial de Saúde recomenda modelo cubano para todo o mundo; "agora, os brasileiros vão desfrutar dessa medicina que revoluciona o modelo tradicional"; tudo foi cortado; furo é do site Tijolaço; assista ao video censurado

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Até os conservadores começam a julgar o julgamento do mensalão

BLOG DA HELENA

 

por Helena Sthephanowitz publicado 24/09/2013 15:11

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Joaquim Barbosa, presidente do STF: se erros foram cometidos, momento de aparecerem é agora

Se uma mentira é repetida mil vezes vira verdade (segundo Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda de Hitler), o que aconteceria se continuasse sendo repetida duas mil vezes? É possível que quem havia se convencido de que era verdade, acabe por desconfiar da insistência e reavalie a questão e se convença de que era mentira mesmo.

Talvez por isso a velha mídia queria tanto encerrar o julgamento do chamado mensalão antes do fim, ou seja, antes dos embargos infringentes . Desde de 2005 a velha mídia conta e reconta incessantemente uma história que interessa à visão da oposição tucana, ignorando boa parte dos fatos, circunstâncias, outros personagens e até provas que desconstroem muitas das versões em que se basearam algumas das condenações. A reavaliação de parte do processo, através dos embargos, pode levar muitos a perceberem que boa parte da história é outra e, pior, foi mal contada pela mídia.

A própria discussão sobre admissão de embargos infringentes na velha mídia chegou a ser de má fé. Foi algo como confundir a existência de habeas corpus com impunidade, porque casos como o do médico Roger Abdelmassih e do ex-banqueiro Salvatore Cacciola levaram às respectivas fugas. Óbvio que pode-se criticar a decisão pontual de um juiz ao conceder algum habeas corpus polêmico, mas confundir isso com sua eliminação é retornar à ditadura. Afinal foi durante a vigência do AI-5 que esta garantia legal foi suprimida.

Mas aos poucos, até conservadores que estavam em silêncio, começam a "sair do armário", apontando erros no chamado "mensalão". Um deles foi o jurista Ives Gandra Martins, que recentemente disse que não encontrou provas contra José Dirceu no acórdão da Ação Penal 470, e discordou da aplicação da teoria do domínio do fato, pois exigiria prova, e se houvesse, a teoria seria dispensável.

O advogado, professor e ex-governador de São Paulo, Cláudio Lembo, também conservador, escreveu o artigo "O mensalão e a democracia" com críticas e lições a tirar. A execração pública a que foram submetidos os réus o levou a comparar as sessões do nosso STF aos tribunais medievais. Elogiou o ministro Ricardo Lewandowski, entre os que "bravamente aplicaram a lei de forma impessoal", e concluiu sobre o magistrado: "Soube suportar posições de confronto com altivez e respeito ao Direito".

Lembo também criticou os meios de comunicação: "nem sempre foram imparciais no acompanhamento do importante episódio. (...) Alguns veículos aproveitaram a oportunidade para expor as suas idiossincrasias com agressividade. (...) Seria oportuno um maior equilíbrio na informação", disse, apenas para citar algumas passagens de seu artigo.

Aliás, o ministro Celso de Mello, cinco dias após dar uma verdadeira aula magna sobre os embargos infringentes com seu voto, falou ao jornal Integração de Tatuí, sua cidade natal. Lá, relatou que foi vítima de pressão midiática, via editoriais e artigos publicados por diversos veículos de comunicação.

À medida em que o chamamento à razão vai substituindo o uso propagandístico político do julgamento, estamos vendo que a previsão mais do que anunciada de que haveria o julgamento do julgamento do "mensalão" começa a se realizar. E, como vemos, no banco dos réus da história está também a velha mídia.

Lá se foi mais um.

 

DECRETO Nº 77.030/2013 – PMB, 03 DE SETEMBRO DE 2013.
O SECRETÁRIO MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo Decreto nº 66.222 de 16 de março de 2011, quanto à exoneração de funcionários,
DECRETA:
Art. 1º - A Exoneração do servidor FÁBIO ALBINO DA CRUZ PERALTA, do cargo comissionado de Assessor Superior DAS – da Agência Distrital de Mosqueiro, a contar de 31 de agosto de 2013.

AUGUSTO CÉSAR NEVES COUTINHO
Secretário Municipal de Administração

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Aécio Never apoia as soneguetes da Globo

Publicado em 23/09/2013

Miro se pergunta: por que o nobre senador do Rio de Janeiro não cobra o DARF ?

Imagem enviada pelo amigo navegante Marcio Palma, de Salvador

O Conversa Afiada reproduz texto implacável do Miro Borges, iluminado presidente do Barão de Itararé, entidade que reúne os que o Padim Pade Cerra chama de “sujos” e “nazistas”:

Aécio apoia “soneguetes” da Globo

Por Altamiro Borges
Em sua coluna de platitudes
(aqui no Conversa se diz que o Aécio é o “picolé de tofu”- PHA) na Folha (*) desta segunda-feira (23), o senador Aécio Neves, o cambaleante presidenciável tucano, explicita o seu apoio às atrizes da Globo que se vestiram de luto para protestar contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os embargos infringentes. Vale conferir a comovida e hipócrita mensagem:
*****

Não poderia encerrar a coluna de hoje, em que falo de internet, sem manifestar minha solidariedade às atrizes Carol Castro, Rosamaria Murtinho, Nathalia Timberg, Susana Vieira e Bárbara Paz. Para quem não acompanhou, exercendo o legítimo direito de expressão – que deve ser garantido a todo brasileiro, qualquer que seja sua opinião -, elas manifestaram a decepção pessoal com o resultado da votação dos embargos no caso do mensalão. Acabaram vítimas de violentos e injustos ataques realizados pelo exército digital, que, aparelhado, tenta constranger e intimidar todos aqueles que não se alinham às causas do projeto de poder instalado no país.
******
Haja falsidade e puxa-saquismo! Quem conhece as práticas do ex-governador e de sua poderosa irmã em Minas Gerais sabe que eles nunca respeitaram “o legítimo direito de expressão”. Denúncias sobre perseguição a jornalistas e blogueiros e sobre as relações promíscuas com veículos de imprensa – com base nas milionárias verbas de publicidade e em outros mecanismos menos públicos – são recorrentes. O Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais sempre fez duras críticas ao autoritarismo dos tucanos mineiros. Quanto ao “exército digital aparelhado”, o PSDB é famoso por contratar bandos de jagunços para promover calúnias e baixarias nas redes sociais.
A notinha de apoio de Aécio Neves, que não consegue deslanchar em sua candidatura e ainda enfrenta as bicadas sangrentas do seu maior rival interno (José Serra), visa apenas agradar o império midiático da família Marinho. O tucano poderia aproveitar o cômico episódio das “atrizes de luto” – já batizadas de “soneguetes” – para cobrar da Globo o pagamento da multa de R$ 730 milhões por sonegação fiscal. Como senador, ele também poderia solicitar à Comissão da Verdade que convoque a direção da grupo para explicar o seu apoio o golpe militar de 1964, conforme o jornal da famiglia confessou em recente editorial. Nada disso! Aécio Neves prefere se solidarizar com a “soneguetes” e bajular a Rede Globo!

Não deixe de ler “Terá Gandra defendido a Globo e a Folha ?”.

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Até tú, Brutus!

 

Versão cannabis do Skank. Ou será o contrário?
Skank é uma variedade de maconha (cannabis sativa) que, por ser cultivada em laboratório, produz um efeito concentrado. Não chega a ser uma substância transgênica porque a estrutura molecular de sua semente não é modificada. O que muda é o cultivo. É feito em estufa com tecnologia hidropônica — é plantada em água, como certas espécies de alface.
A diferença do skank para a maconha comum é a capacidade entorpecente. O princípio psicoativo é o tetra-hidro-canabinol (THC). A maconha comum tem uma concentração de THC em torno de 2,5%; no skank, chega a 17,5%. É uma espécie de supermaconha, portanto.
Este post, porém, não pretende fazer pregação contra a maconha, vale frisar. Até porque, este Blog defende sua liberação e, inclusive, a de todas as outras drogas, haja vista que o proibicionismo só serve para criar mercado para o crime organizado, que sofreria um duro golpe se, como em países nórdicos que liberaram as drogas, o Brasil parasse com essa tolice de permitir o uso de drogas pesadas como o álcool enquanto proíbe outras só para satisfazer preconceitos.
Mas por que, então, a explicação do que é a supermaconha skank? É só para contextualizar a jogada de marketing de um grupo musical que leva o nome da substância.
O grupo “Skank” é comandado pelo vocalista Samuel Rosa, que, em sua recente apresentação no Rock in Rio, de forma escancaradamente visível misturou a apologia que faz à maconha com política a fim de ganhar espaço na grande mídia que faz oposição ao PT. Espaço sobretudo na Globo, mas não só.
No último sábado, o grupo “Skank” fez uma apresentação no palco Mundo, no Rock in Rio. Antes de entoar seu sucesso “É uma Partida de Futebol”, o grupo exibiu no telão por trás de si imagens dos protestos que aconteceram no país em junho, mostrando os manifestantes gritando o famoso bordão “Vem pra rua”, com direito a integrantes do show vestirem a máscara característica do grupo oposicionista de direita “Anonymous”, que tentou armar um protesto nacional contra Dilma Rousseff no último dia 7 de setembro.
Eis que chega a hora de entoar a versão adaptada pelo “Skank” a partir do sucesso de Roberto e Erasmo Carlos “É Proibido Fumar”. Os reis da Jovem Guarda não compuseram a música nos anos 1960 pensando em maconha, mas, após a adaptação do “Skank”, nos shows deste grupo as plateias jovens passaram a adicionar a palavra “maconha” ao refrão.
“É proibido fumar”, canta o “Skank”. E o público completa: “maconha”.
Após começar a politizar o show, então, o vocalista e guitarrista Samuel Rosa teve uma sacada de gênio para ganhar mídia favorável. Gritou para o público:
– Maconha é proibido, mas mensalão pode fazer de novo, né?
Quem é que está “fazendo mensalão de novo”? O STF, segundo o músico…
Mas foi a conta. O show do “Skank” ganhou um super destaque no Jornal Nacional de sábado. Apesar de o telejornal ter dito que “A tarde deste sábado (21) no Rock In Rio foi de muita música brasileira”, o único grupo brasileiro que teve espaço na matéria de 3m44s foi o “Skank”, além de uma menção a Pepeu Gomes e a Moraes Moreira durante 3 ou 4 segundos.
A matéria começou com os preparativos do “Skank” para o show, mostrando o grupo fazendo “massagem para relaxar” e, em seguida, apresentando entrevista em que o vocalista Samuel Rosa fez apologia ao seu grupo musical, dominando a matéria quase inteirinha.
Já no domingo, a Folha de São Paulo pôs o “Skank” em sua primeira página, com uma foto de Samuel Rosa em grande destaque, sob a manchete “Dia do POP”. A matéria diz que o sábado, no Rock in Rio, teve “altos e baixos” entre os artistas que se apresentaram.
Os “baixos” ficaram por conta do norte-americano Phillip Phillips, segundo a matéria, que diz: “Desconhecido para quem não acompanha o programa de calouros da TV ‘American Idol’, no qual ele surgiu, Phillips fez uma mistura sem sal de rock, pop, folk e batidas dançantes”.
Adivinhe agora, leitor, por conta de quem ficaram os “altos”… Claro que por conta do novo herói “pop” da mídia partidarizada: o “Skank”.
O comportamento laudatório da grande mídia a Samuel Rosa e seu “Skank” tem ainda um outro componente: estimular artistas a faturarem mídia favorável dando declarações políticas que ajudem na interminável luta de meia dúzia de barões da mídia para elegerem algum tucano – ou, na pior das hipóteses, Marina Silva – no ano que vem.
Resta saber se fazer politicagem barata em um show em que os ingressos custam, em média, R$ 200 reais (fora o custo dos baseados), como o Rock in Rio, servirá para convencer quem não pode nem sonhar em gastar tanto dinheiro a votar em quem as famílias Marinho e Frias, entre outras, querem que seja eleito presidente da República.

domingo, 22 de setembro de 2013

Mortalidade na infância do Pará é a segunda maior do Brasil

domingo, 22 de setembro de 2013

Mortalidade na infância do Pará é a segunda maior do Brasil. Em 22 anos, estado subiu do 11º para o 2 º lugar e hoje só perde para o Amapá. Queda da mortalidade de crianças do Pará foi a quarta pior do Brasil e ficou abaixo da média nacional e até da Região Norte.

A taxa de mortalidade na infância do Pará já é a segunda maior do Brasil e só perde para o Amapá.

A cada mil crianças que nascem no Pará, 24,1 morrem antes de completar cinco anos. No Amapá, as mortes são de 29,0 por mil.

Em 1990, a mortalidade na infância do Pará era ainda maior: 53,3 por mil nascimentos.

No entanto, o estado ocupava a 11ª posição do ranking nacional, atrás de Alagoas, Paraíba, Ceará, Pernambuco, Maranhão, Rio Grande do Norte, Bahia, Sergipe, Piauí e Acre.

No Acre, o 10º colocado, a mortalidade de crianças menores de 5 anos alcançava 65,1 por mil nascimentos; em Alagoas, o primeiro do ranking, chegava a 117,8 por mil – o dobro do Pará.

Mas entre 1990 e 2012, ou seja, em 22 anos, a mortalidade na infância caiu nesses estados muito mais do que no Pará.

No Pará, a queda foi de 54,8%. No Ceará, por exemplo, 82,3%.

Com isso, a taxa de mortalidade do Ceará baixou de 91,6 para 16,2 por mil nascidos vivos.

Os dados são do Ministério da Saúde e foram manchete do jornal O Liberal deste domingo, 22/09 (caderno Atualidades, página 9).

O jornal, porém, preferiu destacar a redução paraense da mortalidade na infância.

Mas essa redução de 54,8% do Pará foi a quarta menor do Brasil, à frente apenas de Roraima (52,8%), Mato Grosso (51,8%) e Amapá ( 33,9%).

No entanto, Roraima e Mato Grosso possuem taxas de mortalidade na infância de 21,6 por mil nascimentos – ou seja, menores que a do Pará.

Na verdade, a queda paraense de mortalidade na infância ficou abaixo da média nacional (que foi de 68,5%) e até da média da Região Norte (56,1%).

E mais: no Pará, o número de mortes de crianças de até 5 anos por mil nascimentos (24,1) é superior à média do Brasil (16,9) e até da Região Norte (23,2), a mais alta entre as regiões brasileiras.

O Pará foi, também, um dos 10 estados brasileiros que ainda não alcançaram um dos “Objetivos do Milênio” da Organização das Nações Unidas (ONU): a redução dessa mortalidade para 20 crianças por mil, até 2015.

Além do Pará, continuam abaixo da meta os estados do Maranhão (23,4), Acre (22,8), Amazonas (22,6), Bahia (22,0), Piauí (21,7), Tocantins (21,6), Roraima (21,6), Mato Grosso (21,6) e Amapá (29,0).

Entre os estados que já alcançaram a meta da ONU estão 6 que apresentavam taxas de mortalidade na infância maiores que a do Pará, em 1990: Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Veja acima o quadro extraído do jornal O Liberal.

E abaixo, nos quadrinhos (clique em cima deles para ampliar) uma parte da reportagem do jornal:

Leia mais sobre a queda da mortalidade na infância registrada no Brasil, que foi a maior da América Latina: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/13295/162/brasil-registra-maior-queda-entre-os-paises-da-america-latina.html

Repostado do blog: Perereca da Vizinha

sábado, 21 de setembro de 2013

Sujeira entre cartel e tucanos rompe décadas de blindagem

política

Protegidas pela imprensa e por uma maioria esmagadora na Assembleia Legislativa, pessoas encasteladas no governo de São Paulo desde 1995 desdenham das finanças do estado e da vida de passageiros

por Cida de Oliveirapublicado 15/09/2013 10:54, última modificação 15/09/2013 10:55

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Protegidas pela imprensa e por uma maioria esmagadora na Assembleia Legislativa, pessoas encasteladas no governo de São Paulo desde 1995 desdenham das finanças do estado e da vida de passageiros

milton michida/flickr.governosp

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SUJO E PROFUNDO Apesar de tantas denúncias, as obras do Metrô de São Paulo nunca foram investigadas por uma CPI

Não nasceram em julho, quando a revista IstoÉ ­pu­­bli­cou reportagem sobre o caso, as denúncias da empresa alemã Siemens de prática criminosa de cartel em diversas licitações para o transporte ferroviário do estado. O que os executivos da companhia detalharam ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) envolve um esquema de pagamento de propinas para viciar concorrências públicas desde o governo Mário Covas (1995-2001), passando pelas administrações de José Serra (2007-2010) e de Geraldo Alckmin (2001-2006 e desde 2011).

Datam de 2008 as primeiras de um total de 15 representações encaminhadas ao Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal pela bancada petista na Assembleia Legislativa do estado, apontando denúncias de superfaturamentos e aditamentos de contratos. Nenhuma foi concluída. O jornalista Gilberto Nascimento, hoje no jornal Brasil Econômico, havia revelado em 2009, em reportagem na Carta Capital, documentos que a imprensa desprezou e dados como novidades por jornais e TVs no início de agosto.

Nos bastidores da política, circulam burburinhos de que as denúncias de corrupção no ninho tucano só foram jogadas no ventilador por obra de “fogo amigo” no interior do próprio PSDB, entre os grupos de Aécio Neves e de José Serra­, que vivem em briga de foice no túnel, ambos com muitos amigos nas redações.

Em São Paulo, contratos suspeitos somam R$ 30 bilhões e teriam sido firmados com superfaturamento de 30% – segundo a Siemens. Isso representaria R$ 9 bilhões, o suficiente para pagar a construção de 20 quilômetros de metrô, nas contas dos parlamentares da oposição. Conforme a revista, a manipulação de licitações e a corrupção de políticos e autoridades governistas continuaram mesmo depois do escândalo da Alstom, de 2008. A multinacional francesa assinou 237 contratos com o estado, de 1989 a 2009, somando R$ 10,6 bilhões. Na época, o Ministério Público suíço descobriu o pagamento de propinas do grupo a funcionários da gestão paulista. Algo em torno de R$ 848 milhões.

A empresa foi punida em todos os países onde aplicou a prática. Menos no Brasil. Só em abril de 2011 o Superior Tribunal de Justiça abriu investigação sobre o – ainda – vice-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP), Robson Marinho, suspeito de receber propina da Alstom para conseguir contratos adicionais. Chefe da Casa Civil de Covas entre 1995 e 1997, ele teria movimentado US$ 3 milhões, segundo autoridades suíças.

Com a repercussão da denúncia da Siemens, Alckmin afirmou não ter conhecimento de esquema e que, se o caso do cartel for comprovado, “o estado é vítima”.
A denúncia ao Cade veio a público um ano depois de um incêndio criminoso na P.A. Arquivos, em Itu (SP). A firma de digitalização de documentos tem entre seus clientes o Metrô. Em julho do ano passado, nove homens encapuzados roubaram dez computadores e incendiaram o galpão – . É provável que ali houvesse documentos relacionados a irregularidades.

Em 1996, para alavancar a campanha de José Serra à prefeitura, Covas retomou obras do Metrô, apesar dos contratos considerados irregulares e superfaturados pelo Ministério Público e pelo TCE. Na época, o tribunal apontava favorecimento a empreiteiros na construção do trecho Clínicas-­­­-Vila Madalena, da Linha Verde. Em 1998, ­Covas apresentou os trens da espanhola Renfe, que os “doou” ao estado com a condição de receber R$ 93,2 milhões por um contrato para reforma e adaptação.

Em abril de 2004, o TCE suspendeu a continuidade da licitação da Linha Amarela, com obras estimadas em R$ 786 milhões. Dos sete consórcios aptos à disputa, venceram o Via Amarela, formado pela CBPO, OAS, Alstom e Queiroz Galvão; e o Camargo Corrêa, com Siemens, Mitsui e Andrade Gutierrez.

Três anos depois, sete pessoas morreram quando uma cratera se abriu próximo às obras da estação Pinheiros. Dezenas de representações foram encaminhadas ao Ministério Público, que em novembro de 2008 já contabilizava mais de 20 inquéritos para apurar irregularidades em contratos com a Alstom. Dezesseis desses inquéritos eram para investigar a CPTM, que em 2005 assinou contratos de R$ 50,7 milhões com a multinacional francesa. Inquéritos, arquivados por falta de provas, foram reabertos.

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Tristes coincidências

A longa temporada de suspeitas coincide com um período em que a população passou a ser cada vez mais prejudicada por acidentes e panes no transporte paulista. O Metrô, que durante muitos anos foi símbolo de qualidade, não acompanhou o crescimento da demanda – nem com a expansão da rede, nem, ao que parece, com a conservação. Um dos episódios mais marcantes é o de 21 de setembro de 2010. Problemas entre as estações Pedro 2º e Sé, entre as 7h50 e 9h15, deixaram desesperados os passageiros, que quebraram os vidros, desceram e andaram por túneis e vias.

O Metrô chegou a dizer que uma blusa impedira o fechamento das portas, lideranças tucanas afirmaram ser intriga da oposição e um laudo técnico atestou se tratar de problemas no fornecimento de energia. Em julho de 2011, dois trens se chocaram na estação Barra Funda, deixando 42 feridos. Nova colisão em maio de 2012, entre as estações Penha e Carrão, por falha no sistema de automação, deixou 49 feridos. No 5 de agosto passado, um trem descarrilou a 300 metros da estação Barra Funda. Causa: quebra de um jogo de rodas na composição. Ninguém se feriu.

Os problemas na CPTM também são cada vez mais frequentes. Em julho de 2000, nove pessoas morreram e 115 ficaram feridas num acidente na estação de Perus. Uma composição vazia não conseguiu parar num trecho de declive. Segundo o sindicato dos trabalhadores da empresa, recomendações de um relatório da investigação das causas só começaram a ser implementadas um ano depois.

Em maio de 2008, uma pane levou 2 mil pessoas a sair da composição e a ocupar os trilhos entre as estações Tatuapé e Brás. O ar-condicionado foi desligado, após problema no sistema de freio que levara ao acionamento do sistema de emergência. Houve confusão e depredação.

No final de novembro de 2011, um técnico e dois engenheiros da CPTM foram atropelados e mortos por um trem de passageiros quando testavam uma composição. Um quarto atropelado sobreviveu.

A empresa chegou a afirmar que as vítimas não seguiam normas de segurança. Dois meses adiante, outros dois trens se chocaram entre as estações Itapevi e Engenheiro Cardoso, deixando feridos cinco passageiros e o maquinista. Em fevereiro de 2012 a empresa demitiu por justa causa o maquinista de um trem que descarrilou na Linha Esmeralda.

Em março, problema no sistema de tração de um trem causou tumulto e quebra-quebra no Brás, com seis pessoas detidas; no final do mês, novo “apagão”: a quinta pane no sistema num mesmo dia deixou passageiros revoltados e houve depredações. Em julho do ano passado, duas composições se chocaram na Barra Funda, matando cinco pessoas e deixando 47 feridas. Em dezembro, dois trens bateram em Francisco Morato, ferindo 29.

Aumentou a pressão sobre os parlamentares que apoiam o governador Alckmin. É praxe na Assembleia Legislativa o esforço para impedir a abertura de CPI que incomode o Palácio dos Bandeirantes. A oposição (PT, PCdoB, PSOL e um deputado do PDT) não consegue alcançar as assinaturas necessárias para superar a blindagem montada pela base do governador (PSDB, PDT, PV, PMDB e PSD). “Uma maioria dá guarida para o governador”, lamenta o líder do PT na Casa, Luiz Cláudio Marcolino. É possível que parte desses acidentes pudesse ser evitada se recursos públicos não tivessem tomado o trem errado.

DIÁRIO DO PARÁ – Mantida greve dos jornalistas

 

        Está confirmada para esta sexta-feira, 20, a greve dos jornalistas do jornal Diário do Pará e do DOL, o Diário Online, do grupo de comunicação da família do senador Jader Barbalho, o morubixaba do PMDB no Pará. Na esteira de reivindicações por melhorias salariais e de condições de trabalho, a paralisação foi confirmada ainda na noite desta quinta-feira, 19, após o desfecho da reunião de uma comissão de jornalistas do Diário do Pará e doDOL com a direção do jornal dos Barbalho, encerrada sem a perspectiva de um acordo entre as partes. “Informamos aos diretores desta empresa e a todos os colegas jornalistas, de todos os veículos de comunicação do Pará e do Brasil, que não ficaremos mais calados diante de todas as atrocidades que enfrentamos para realizar nosso trabalho. Nenhum de nós se conformará com um salário líquido que não chega a mil reais, com as frequentes horas extras nunca pagas, com cadeiras e computadores sucateados, que prejudicam nossa saúde com cada vez mais gravidade, com a falta até mesmo de água potável na copa e de papel higiênico nos banheiros”, anteciparam os jornalistas, em carta aberta à direção do grupo RBA, Rede Brasil Amazônia de Comunicação, publicada na fanpage criada no Facebook, para postar atualizações sobre o movimento.

        A perspectiva de greve justificou uma sessão na Câmara Municipal de Belém nesta quinta-feira, para debater a situação dos jornalistas, convocada por iniciativa da vereadora Meg Barros (PSol), universitária de jornalismo. A sessão teve a participação do jornalista Leonardo Fernandes, cuja demissão do Diário do Pará é atribuída a uma retaliação da direção do grupo RBA, Rede Brasil Amazônia de Comunicação, na tentativa de abortar a greve dos seus jornalistas, pela via da intimidação.

        Em um “Comunicado aos jornalistas”, enviado por e-mail a todos os funcionários do jornal, a direção do Diário do Pará, diante da perspectiva de greve, atribui a mobilização a uma suposta manipulação política, com críticas ácidas à diretoria do Sindicato dos Jornalistas, que mantém uma relação conflitiva com o grupo RBA. Na evidente tentativa de desqualificar a greve, o comunicado reporta-se inclusive, embora sem nominar os personagens do imbróglio, ao episódio da covarde agressão de Ronaldo Maiorana, um dos proprietários do grupo de comunicação da família Maiorana – cujo principal jornal, O Liberal, é o concorrente direto do Diário do Pará –, a Lúcio Flávio Pinto, a pretexto da menção feita pelo jornalista, em um contexto bem específico e justificável, sobre o passado do patriarca dos Maiorana, Romulo Maiorana, já falecido, e da sua viúva, dona Déa Maiorana. Na ocasião, a pretexto de solidarizar-se com Lúcio Flávio Pinto, o Sindicato dos Jornalistas emitiu uma nota na qual tergiversou sobre a ignominiosa agressão e disparou críticas contundentes contra o grupo de família do senador Jader Barbalho, do qual são inimigos figadais os Maiorana. Lúcio Flávio Pinto, recorde-se, é ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas e, diante da nota, declinou da suposta manifestação de solidariedade.

        O comunicado da direção do Diário do Pará soou a um endurecimento, por parte dos Barbalho, e provocou indignação entre os jornalistas do jornal da família do senador Jader Barbalho. “É uma clara tentativa de desmobilizar nosso movimento”, sublinha um texto na fanpage criada no Facebook pelos grevistas. “O comunicado fala em manipulação política, radicalismo desnecessário, ‘avaliação incorreta dos fatos’, como se não conhecêssemos a realidade da redação – salários aviltantes, ar-condicionados sem manutenção, cadeiras quebradas, computadores insuficientes e sequer água potável”, acrescenta o texto, diante da nota dos Barbalho.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Cobrir o rosto é o de menos

 

Os Black Blocs não são radicais e a esquerda não pode ser condescendente com isso. Eles fazem ações epidérmicas, levianas e superficiais. Radical quer dizer ir à raiz das questões. Qual a radicalidade de se juntar meia dúzia de garotos hidrófobos e depredar a fachada de um banco? Em que isso penaliza o sistema financeiro?

Gilberto Maringoni

A esquerda não pode, em hipótese alguma, ser condescendente com as ações dos Black Blocs.
Assim como é imperativa a condenação da violência policial, deve-se igualmente negar qualquer aprovação a táticas individualistas, desagregadoras e isolacionistas de grupelhos que se valem de manifestações para desatar sua bílis colérica sobre orelhões, lixeiras e vitrines de lojas.
Qual o programa dito radical dos Black Blocs?
Nenhum, pois os Black Blocs não são radicais. Fazem ações epidérmicas, levianas e superficiais.
Radical quer dizer ir à raiz das questões. Qual a radicalidade de se juntar meia dúzia de garotos hidrófobos e depredar a fachada de um banco? Em que isso penaliza o sistema financeiro?
Baixar em um ponto as taxas de juros é algo muito mais eficiente e danoso à especulação do que as travessuras de meninos e meninas pretensamente rebeldes que cobrem os rostos para parecerem malvados ou misteriosos.
Aliás, qual a finalidade de máscaras e rostos ocultos, além do desejo infantil de um dia ser Batman, Zorro ou National Kid e sair por aí saltando sobre prédios e vivendo aventuras espetaculares? De se ter uma identidade secreta, na qual de dia enfrenta-se uma vidinha besta e à noite, na calada, devolve-se anonimamente à sociedade o mal que se esconde nos corações humanos, como dizia o Sombra em voz gutural?
O pior é que as peripécias dos blocos de blaques isolam os protestos da população que a eles poderia aderir e reduz o ímpeto das mobilizações à idéia de baderna pura e simples. Que acaba sendo complementar à violência policial. Ambas se justificam e se explicam.
Trotsky tem um texto admirável chamado “Por que os marxistas se opõem ao terrorismo individual”, escrito em 1911. Ali, o revolucionário russo opõe a consequente manifestação coletiva a ações estrepitosas de poucos indivíduos tomados de fúria aleatória.
O seguinte trecho tem a precisão de um compasso:
“Para nós o terror individual é inadmissível precisamente porque apequena o papel das massas em sua própria consciência, as faz aceitar sua impotência e volta seus olhos e esperanças para o grande vingador e libertador que algum dia virá cumprir sua missão”.
E mais adiante, completa:
“Nos opomos aos atentados terroristas porque a vingança individual não nos satisfaz”.
Os Black Blocs têm uma ação deletéria. Acabam justificando a violência policial para um grande número de potenciais participantes de mobilizações de protesto. Exacerbam o reacionarismo existente na sociedade e transformam movimentos sociais em sinônimo de vandalismo. Animam pit bulls existentes nos aparelhos de segurança, como o boçal que atende pelo nome de capitão Bruno, da tropa de choque de Brasília.
Os Black Blocs não organizam nada, não querem nada.
E podem fazer com que manifestações maciças virem nada.

Gilberto Maringoni, jornalista e cartunista, é professor de relações internacionais da Universidade Federal do ABC. Doutor em história pela Universidade de São Paulo, é autor de “A Venezuela que se inventa – poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez” (Editora Fundação Perseu Abramo).

Repostado do Portal Carta Maior

Cadê a foto do luto pela Rede Globo?

 

De onde menos se espera é que não vem nada mesmo. A frase do Barão de Itararé deveria ser legenda da bandeira brasileira. Ou servir de lema para a Rede Globo. No mínimo, vir inscrita nos crachás de Susana Vieira, Bárbara Paz, Carol Castro, Rosamaria Murtinho e Nathália Timberg. Dá uma olhada na foto abaixo e me diga se não tenho razão.

FOTO 1 Cadê a foto do luto pela Rede Globo?

Não, as atrizes não estão divulgando uma nova montagem da Família Adams. Nem de “A Casa de Bernarda Alba”, soturna tragédia do espanhol Garcia Lorca. Ou “Senhora dos Afogados”, dramalhão antológico de Nelson Rodrigues. As meninas estão apenas pagando mico em protesto contra os embargos infringentes. Sim! O tal voto do ministro Celso de Mello. Elas estão se levando a sério! Vergonha alheia.

Quando vi a imagem constrangedora, me perguntei: elas não têm senso de ridículo? Não percebem como é bizarro fazer pose de mártires da democracia? Não tinham o que fazer? Leram o livro doLobão e piraram na caretice? A favor delas, apenas a mais estupenda coragem de se expor ao escárnio público.

A foto foi postada nas redes sociais no começo da tarde do dia 19, quando ainda empesteava o ar o chamamento da revista Veja para que o País vestisse luto: a Nação fora traída pelo Supremo Tribunal Federal! O sonho de ver os petralhas e mensaleiros atrás das grades se transformou no pesadelo a que a Pátria foi submetida durante as duas horas em que o ministro do STF dava uma "aula de Direito" a favor da "impunidade". Dramático. Sono.

O momento exige um gesto! E as meninas do black botox não se furtaram ao compromisso histórico de lutar pelos fortes e opressores, ops, fracos e oprimidos. Só faltou convidar Regina Duarte e Maitê Proença para a mais assustadora foto a ser publicada na revistaCaras. O marketing pessoal não tem limites.

Resta a dúvida: que expressão de desgosto essas senhoras reservaram para quando a Rede Globo tiver que apelar ao STF na ação pública em que a emissora é acusada (com "provas robustas", como diria Joaquim Barbosa) de sonegar estimados R$ 600 milhões, por ocasião das transmissões da Copa de 2002.  A empresa não nega. Dinheiro público, mermão. Ou, como já disse aqui, para efeito de comparação, 32 edições do Criança Esperança. O equivalente a quatro mensalões que tanto indignam esse elenco global. Haja embargos infringentes, imprudentes e indecentes.

Haja maquiagem. E haja Photoshop, como o que captou a essência do que realmente queriam as movediças rebeldes: era dia de rock, bebê:

FOTO 11 Cadê a foto do luto pela Rede Globo?

Fonte: http://noticias.r7.com/blogs/o-provocador/2013/09/20/cade-a-foto-do-luto-pela-rede-globo/

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O envenenamento das abelhas

 

Sociedade

O envenenamento das abelhas

por Inês Castilho, do Outras Palavras

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Prestadoras de inestimáveis serviços ambientais, elas sucumbem a agrotóxicos, monocultura, manejo inadequado. Como viverá a humanidade se desaparecerem? Em sua recente participação no III Encontro Internacional de Agroecologia, em Botucatu (SP), a cientista indiana Vandana Shiva

Repostado do Portal Envolverde.

Greve na Rede Estadual: A enrolação de Jatene fez a educação parar

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A luta dos (as) trabalhadores (as) em educação do Pará está pulsante e não vai parar. De tanto o governo estadual ignorar a pauta dos trabalhadores e protelar com prazos que não se cumprem, a assembleia geral, realizada na manhã de hoje (18), na Sede Social do Club do Remo, definiu por ampla maioria: É greve na rede estadual de ensino a partir do dia 23/09…

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Com crítica a teses 'autoritárias', Celso de Mello garante novo julgamento a 12 réus

ap 470

Em voto de minerva, decano do STF lembra que a justiça não pode subordinar-se a pressões externas nem agir de maneira 'instintiva, arbitrária, injusta ou irracional'

por Redação RBApublicado 18/09/2013

Em voto de minerva, decano do STF lembra que a justiça não pode subordinar-se a pressões externas nem agir de maneira 'instintiva, arbitrária, injusta ou irracional'

Pedro Ladeira/Folhapress

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Entendeu, Gilmar? Decano diz a colegas que Corte não deve seguir o clamor popular, mas as leis

São Paulo – Jornalistas de Brasília chegaram a fazer uma bolsa de apostas sobre quanto tempo duraria o voto de minerva do ministro Celso de Mello na histórica sessão de hoje (18) do Supremo Tribunal Federal (STF). Falava-se em três, quatro e até cinco horas. Mas Mello, ainda que sob forte pressão da imprensa tradicional, que clamava pelo encerramento do processo, não precisou de mais de 20 minutos para deixar claro que desempataria o jogo a favor de um novo julgamento para 12 dos 38 réus da Ação Penal 470, conhecida por mensalão.

Desde o início do processo, no final de 2007, essa é a primeira vez que os principais réus na ação conseguem uma vitória importante no tribunal. Com o voto de Mello, 6 dos 11 ministros entenderam cabíveis os embargos infringentes, impondo a primeira derrota ao relator do processo, o agora presidente Joaquim Barbosa.

Celso de Mello criticou fortemente os ministros que, na sessão da semana passada, defenderam a subordinação das decisões judiciais ao “clamor das multidões”.

“Os julgamentos do STF, para que sejam imparciais, isentos e independentes, não podem expor-se à pressão externa, sob pena de completa subversão do regime de direitos e garantias individuais, assegurados a qualquer réu”, disse o ministro. E prosseguiu: “O dever de proteção das liberdades fundamentais dos réus é encargo constitucional deste tribunal, mesmo que o clamor popular se manifeste contrariamente”.

Estes embargos, previstos no regimento interno do STF, é que garantem a possibilidade de novo julgamento nos casos em que houve pelo menos quatro votos pela absolvição dos réus.

Entre os 12 que podem ter as penas reduzidas, com a análise de mérito dos recursos, estão os petistas José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e João Paulo Cunha. Eles e outros cinco réus tiveram quatro votos pela absolvição na acusação de formação de quadrilha. Para os outros réus, isso ocorreu nos crimes de lavagem de dinheiro.

A legalidade ou não dos embargos dominou os debates no STF durante as últimas semanas. O presidente do tribunal e relator da AP 470, ministro Joaquim Barbosa, defendeu a tese de que os embargos infringentes estavam extintos por uma lei de 1990 – que trata da tramitação de processos em tribunais superiores e não diz nada sobre eles. Outros quatro juízes também entenderam assim.

Os demais, porém, argumentaram que a omissão dos embargos, no texto da lei, não significava sua extinção – já que o direito continua previsto no regimento interno da Corte.

Direitos fundamentais

Celso de Mello, que já havia se manifestado pela aceitação dos embargos em outras ocasiões, começou hoje lamentando que não tenha conseguido votar na semana passada, quando Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes dominaram os debates com votos longos, mas disse que os dias que se seguiram permitiram que ele aprofundasse "ainda mais" sua convicção.

Na sequência, ele fez uma explanação sobre a importância do amplo direito de defesa a pessoas acusadas de quaisquer crimes. Segundo o ministro, esse é um direito fundamental do estado democrático.

Mello lembrou que exatamente hoje, 18 de setembro, completam-se 67 anos da promulgação da Constituição Brasileira de 1946, “que restaurou a liberdade e dissolveu a ordem autocrática do Estado Novo”.

A Carta de 1946 substituiu a de 1937, elaborada no período autoritário do governo Getúlio Vargas. Conhecida como “Polaca”, a constituição de Vargas considerava que pessoas acusadas eram automaticamente culpadas e tinham de provar sua inocência, conforme lembrou o ministro em sua fala na Corte.

Segundo Mello, a Constituição de 1946 restaurou no Brasil “a supremacia do direito e do respeito às liberdades fundamentais (…), garantindo às partes, de modo pleno, o direito a um julgamento justo, imparcial e independente”.

Para Celso de Mello, o STF e nenhum outro tribunal pode reagir de maneira “instintiva, arbitrária, injusta ou irracional”. Na semana passada o ministro Luís Roberto Barroso já havia feito uma advertência de que a avaliação do caso deveria ser feita à luz da Constituição, e não do clamor de setores da imprensa, o que lhe valeu um chamamento de "novato" por Marco Aurélio Mello.

Hoje, o decano complementou: “A resposta do poder público (para acusações criminais) há de ser uma reação pautada por regras que viabilizem a instauração de um processo que neutralize as paixões exacerbadas das multidões”.

Tribunal de princípios

Depois de fazer uma longa defesa técnica sobre a legalidade dos embargos infringentes, tentando neutralizar os argumentos dos que os supõem extintos, Celso de Mello voltou a se debruçar sobre os princípios dos estado de direito, destacando que estes não podem ser vistos como “meras tecnalidades ou filigranas jurídicas” – segundo o que têm dito articulistas dos meios de comunicação sobre a possibilidade do segundo julgamento.

O ministro lembrou da polêmica sobre o Pacto de São José da Costa Rica, da Corte Interamericana de Direitos Humanos. O pacto, que garante o direito ao “duplo grau de jurisdição” a qualquer reú (ou segundo julgamento), foi assinado pelo Brasil em 1992.

O Brasil, assinalou Mello, submeteu-se “voluntária e soberanamente” ao pacto e, por isso, é obrigado a cumpri-lo em todo caso em que o Estado é parte, sendo condenado no foro internacional caso não o faça. “O Brasil reconheceu formalmente a obrigatoriedade de sua submissão ao pacto”, reforçou ele.

A necessidade de respeitar do Pacto foi levantada na semana passada pelo ministro Teori Zavask e contestada pelo seu colega Gilmar Mendes – que chegou a dizer aos jornais, ontem, que o STF não poderia se transformar numa “corte bolivariana”.

Celso de Mello salientou hoje que, se não quiser cumprir o pacto, o Brasil tem de se retirar da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Ele lembrou que a “República Bolivariana da Venezuela” fez isso recentemente, justamente por não concordar com a decisão da corte internacional em favor de um cidadão venezuelano que pedia o direito a um segundo julgamento em seu país.

Ao citar o episódio, Mello olhou para Gilmar e repetiu, separando as sílabas: “veja bem, República Bo-li-va-ri-a-na da Venezuela”.

Mello invocou também o artigo 26 da Convenção de Viena, de 1969, segundo a qual “todo tratado obriga as partes a cumpri-lo de boa fé”, sendo que as legislações dos estados nacionais não podem se sobrepor às regras ali definidas.

“Essas não são meras tecnicalidades jurídicas ou filigranas interpostas num debate tão sério como este”, disse o ministro.

“Esse é um tribunal de princípios. (Ao aceitar o embargos) o STF está prestando reverência ao seu compromisso institucional de respeitar e fazer respeitar direitos, garantias e liberdades fundamentais (…) O interesse protegido aqui não é o individual, mas o interesse público”.

Próximos passos

Com a aceitação dos embargos, o julgamento deve ser retomado em 2014. Nos recursos, os advogados de defesa deverão alegar falhas e eventuais erros na manipulação de informações envolvendo as condenações iniciais.

A expectativa é que, nesse processo, também venha à tona um inquérito paralelo aberto pelo ex-procurador Geral da República Antonio Fernando de Souza, em 2006, para aprofundar as investigações a respeito das denúncias do suposto mensalão. Por obra de Souza e do ministro Joaquim Barbosa, o inquérito permanece sob sigilo até hoje. Nem os advogados dos acusados tiveram acesso a ele.

Especula-se que as provas recolhidas nessa investigação paralela derrubariam parte das teses que levaram à condenação dos réus na ação principal.

domingo, 15 de setembro de 2013

Transgênicos: uma nova semente

Transgênicos: uma nova semente
A companhia Dow Agrosciences, do grupo Dow Chemicals, vai lançar no Brasil uma nova semente transgênica de soja, imune a três agrotóxicos. Significa uma nova etapa na transgenia mundial, porque o chamado sistema Enlist ainda não foi aprovado nos Estados Unidos, onde está em análise desde 2009. Por Najar Tubino
> LEIA MAIS | Meio Ambiente | 12/09/2013

Os números não mentem: maioria quer democracia na mídia

Lalo Leal

Pesquisa revela que não é a qualidade que define a audiência das TVs, mas a falta de opção. E que, apesar da propaganda contrária da imprensa, a maioria quer a democratização da mídia

por Lalo Lealpublicado 14/09/2013

Pesquisa revela que não é a qualidade que define a audiência das TVs, mas a falta de opção. E que, apesar da propaganda contrária da imprensa, a maioria quer a democratização da mídia

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O debate em torno da democratização da comunicação acaba de ganhar um reforço importante. Uma pesquisa sobre o tema promovida pela Fundação Perseu Abramo permite agora discutir o papel da mídia em cima de dados concretos. Sabia-se, por exemplo, que a TV aberta – apesar do avanço da internet – continuava sendo o meio mais utilizado pelos brasileiros para informação e entretenimento. Agora temos números: 94% fazem isso, 82% deles todos os dias.

À frente da internet e dos jornais, empatados em 43%, está o rádio, com 79% (69,2% ouvem diariamente). Presente nas regiões mais remotas do país e nas grandes cidades, sua voz é ouvida por ribeirinhos na Amazônia e pelos motoristas presos nos congestionamentos urbanos, com uma força político-eleitoral que ainda está para ser medida.

A pesquisa teve caráter nacional e ouviu 2.400 pessoas, com margem de erro que varia de dois a cinco pontos percentuais. Soube-se por ela que 57% dos brasileiros leem jornais, mas quase a metade (46,2%) só lê o do bairro ou da cidade em que mora. Muito atrás aparece o segundo jornal mais lido: o Extra, com 5,9%. Os jornalões – Folha de S.Paulo (4,5%), O Globo (3,1%) e O Estado de S. Paulo (3%), com leitores concentrados no Sudeste – revelam não ter a projeção nacional por eles apregoada. Entre as revistas o dado é preocupante: 76% leem esse tipo de publicação, dos quais 50,2%, a Veja. Conhecendo a linha editorial da revista fica clara a necessidade de uma alternativa capaz de contrabalançar os efeitos negativos que ela causa à sociedade.

Na internet, o Facebook (38,4%) e o Twitter (25,5%) são os preferidos dos brasileiros. Os portais de notícias – Globo (16,7%), UOL (12,6%), Terra (7,3%) – vêm depois: seis em cada dez entrevistados dizem buscar informações e notícias nesses sites, reforçando a convicção de que a internet é responsável pelo declínio dos jornais impressos.
Quanto ao conteúdo, não há uma percepção de que os meios de comunicação, quando tratam de política e economia, defendam os interesses da população. Só 7,8% acreditam nisso. Os demais dizem que eles defendem os interesses dos próprios donos (34,9%), dos que têm mais dinheiro (31,5%) e dos políticos (20,6%).

Em relação à TV, a pesquisa concretiza o que os estudiosos já inferiam. A maioria dos brasileiros (71,2%) não sabe que as emissoras de rádio e TV são concessões públicas. E quando passam a ser perguntados sobre o que veem na tela mostram uma clareza maior: 43% dizem não se ver representados na TV e 25% se consideram retratados negativamente. Grande parte avalia às vezes ou quase sempre como desrespeitoso o tratamento dado à mulher (64%), aos nordestinos (63%) e aos negros (66%) nos programas das emissoras.

O remédio está na regulação dos meios. Os entrevistados concordaram com essa necessidade, mostrando que a campanha sistemática da mídia, comparando regulação à censura, surte pouco efeito. Deveria haver mais regras para o funcionamento das TVs para 71%. E na opinião de 77,2% deveriam ser estabelecidas e aplicadas por um órgão ou conselho representativo da sociedade, como ocorre em vários países democráticos.
A maioria (entre 50,9% e 65,8%) se manifestou contra a veiculação de palavrões, a exposição gratuita do corpo da mulher, de imagens de cadáveres, de crueldade com animais, de nudez e sexo, violência e morte e de uso de drogas. Também se mostrou contrária a cenas de violência e de humilhação de gays e lésbicas, assim como ao humor que ridiculariza as pessoas. E mais: 88,1% não querem propaganda de bebida alcoólica na TV.

São dados que não aparecem no Ibope e não têm nada a ver com audiência. A pesquisa revela como é enganosa a afirmação de que a TV mostra o que as pessoas querem ver. Veem, na verdade, por falta de opção ou para não deixar a casa silenciosa. Repostado do Portal Rede Brasil Atual

sábado, 14 de setembro de 2013

Professores encerram greve

Amazônia Jornal
Edição de 14/09/2013


Abertura de diálogo pela prefeitura fez com que os docentes decidissem voltar à sala de aula na segunda-feira, 16

A greve dos professores municipais de Belém terminou. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp) aceitou a proposta do prefeito Zenaldo Coutinho, que pedia o fim da greve. A decisão foi acatada em assembleia da categoria na manhã de ontem;

À tarde, Sintepp e prefeitura se reuniram na Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) e formalizaram o acordo, no qual ficou estabelecido que os dias parados não serão descontados, e que os professores que entraram em greve deverão repor as aulas perdidas em um calendário que será montado com os diretores das escolas e a Secretaria Municipal de Educação (Semec). Durante a negociação, a prefeitura aceitou suspender a multa de R$20 mil aplicada ao sindicato pela justiça. Mesmo assim, os professores manterão o estado de greve, o que significa que podem retornar a paralisação caso julguem necessário.

"É um momento para festejar a decisão tomada, pois quem ganha é a comunidade escolar. É de absoluta convicção da atual gestão proporcionar o melhor para os alunos. Não queremos contrariar a decisão do juiz, mas vamos tomar as providências necessárias para que os dias paralisados não sejam descontados", disse Zenaldo.

Ficou acordado, ainda, que a comissão formada por integrantes da Semec e do Sintepp irão elaborar e analisar uma proposta para a eleição de diretores nas escolas de ensino fundamental, estudo que deverá estar concluído até o final deste mês. A expectativa é que, também até o final de setembro, seja lançado edital e a partir de outubro dando início à qualificação e à votação dos candidatos.

Para valorizar os professores da rede municipal, a prefeitura dará um tablet para cada docente, no total de 3.500 aparelhos. A gestão planeja a extensão do Programa CredLivro para os professores que atuam na rede. A prefeitura garantiu que irá estudar o aumento do vale-alimentação no ano que vem.

Para o coordenador do Sintepp em Belém, Aldo Vasconcelos, apesar do pouco avanço a categoria decidiu sair de greve devido a promessa de diálogo. "Na verdade, desde que a gente teve a audiência ontem (anteontem), nós não saímos satisfeitos com os pontos para nossa categoria. O piso salarial sem acordo, não tivemos o reajuste do vale-alimentação que está há vários anos sem revisão, mas ficaram amarradas as comissões para discutir alguns pontos. A assembleia de hoje (ontem) de manhã, decidiu apostar no diálogo com a prefeitura", disse.

Na próxima segunda-feira, às 17h, os professores reunirão com representantes do Instituto de Previdência e Assistência do Município de Belém (Ipamb) para discutir a qualidade do serviço de saúde.