- no rosto frio e endurecido por trás do picolé
- num amontoado de gente
(acrobatas da agonia)
na espera
de se ensardinhar
nas latarias dos ônibus
- no andar do medo mais medroso
onde a vida
pisa apressada o asfalto
e tropeça no assalto
Entra dezembro sai dezembro:
- o nosso comércio é mais lixo
escandalosamente feio!
- a cidade fede
e por mais que se dê mais banhos
no Ver-o-Peso
não acaba o cheiro do abandono
Entra dezembro sai dezembro:
- vivemos a sacanagem
de um duduvidoso
desgoverno municipal
Entra dezembro sai dezembro:
- pode ser
que a cidade sorria
(em um só instante)
no andar inocente de um criança
caminhando para o Natal...
.
Ronaldo Franco. (RF)
Vampirizado do Blog do Poeta Ronaldo Franco: http://www.ronaldofranco.blogspot.com/
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