Em comunicado por email, o Diretor Executivo da CFSC, Andrew Fisher, agradeceu ao MST pelo esforço de garantir a soberania alimentar brasileira e do mundo. Segundo ele, o Movimento foi escolhido em função do excelente trabalho de conscientização social sobre o direito de produzir e consumir alimentos saudáveis, de baixo custo e sem o uso de defensivos agrícolas. O Diretor Executivo da CFSC também destacou o grande valor das ações locais realizadas pelo MST em todo o país em prol da produção de alimentos agroecológicos.
Em texto, ele disse: “o MST foi escolhido para receber o prêmio devido ao excelente trabalho, promovendo soberania alimentar através da conscientização da população, ações em nível local, desenvolvendo e implementando programas e políticas; reconhecendo a importância de ações coletivas para que ocorram mudanças sociais; reconhecendo as conecções globais no trabalho de soberania alimentar e demonstrando claro reconhecimento da importância de mulheres nas questões de agricultura e alimentação”.
Para o MST, ganhar mais esse prêmio significa que os esforços para romper com o modelo agrícola capitalista vigente não tem sido em vão. Em outras palavras, reflete a importância de se discutir, em nível nacional, as reais consequências geradas pelo uso de organismos geneticamente modificados e de agrotóxicos.
Itelvina Masioli, Coordenadora Nacional do Setor de Relações Internacionais do MST, comentou que ao conceder este prêmio ao Movimento, a CFSC também reafirma o projeto baseado na Reforma Agrária e na soberania alimentar como saída fundamental para, de fato, acabar com a fome e a miséria no país e no mundo.
“Esse modelo da agricultura industrial, do agronegócio, é daninho a sociedade. Ele gera trabalho escravo, não produz alimentos e nem empregos. Pelo contrário, ele destrói a natureza”, declarou Itelvina.
Para ela, o prêmio é sobretudo uma motivação para que todos os militantes sociais, que dedicam suas vidas ao trabalho árduo no campo, continuem enfrentando as dificuldades. “Mas, fazendo com que a terra conquistada com tanta luta e perda de vidas ceifadas pelo latifúndio seja usada sustentavelmente, respeitando a natureza”, completou.
A escolha do MST para receber o Terceiro Prêmio Anual de Soberania Alimentar também demonstra que essa não é uma luta individual, apenas do MST. Envolve o empenho de toda a sociedade brasileira pela terra, pelo meio ambiente, pelos direitos dos trabalhadores do campo e da cidade. “Essa é a filosofia do movimento: lutar pela terra, pela Reforma Agrária e pela transformação social”, afirmou Itelvina.
Para fazer jus à premiação, o MST desenvolve várias atividades pelo país com o intuito de resgatar o sentido da alimentação saudável, dentre elas, a produção de alimentos para os municípios onde estão os assentamentos, para as feiras locais, além de viabilizar o consumo de alimentos saudáveis nas escolas públicas, por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
O MST não foi a única organização camponesa a ganhar o prêmio. No ano passado, a Via Campesina foi a felizarda. Assim, “mais uma vez, a CFSC mostra que a luta da Via Campesina e do MST tem reconhecimento internacional e que é uma alternativa de produção agrícola para os povos”, disse Itelvina.
“A luta do MST é uma luta de interesse de toda a sociedade brasileira que acredita ser possível construir um outro projeto de agricultura, um outro projeto de sociedade baseado em valores, em justiça, em direitos sociais garantidos…”, completou a Coordenadora Nacional do Setor de Relações Internacionais do MST.
Cerimônia de entrega
A cerimônia de entrega está prevista para acontecer no dia 6 de novembro. Em nome do movimento, um militante irá receber o prêmio, onde também irá falar sobre o MST e sobre o conceito de “soberania alimentar” defendido pelo movimento.
Coalizão Comunidade Soberania Alimentar
A CFSC é uma coalizão nacional com mais de 600 organizações dedicadas a construir sistemas de alimentação que sejam saudáveis, sustentáveis, justos e democráticos, através de possibilitar que a voz das comunidades sejam ouvidas e que tenham capacidade, formação e qualificação para mudanças. Eles estão comprometidos em erradicar a fome, promovendo saúde pública e apoiando a agricultura sustentável através de ações, de educação, de pesquisa e de organização.
Fonte: MST
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