Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

INFORME SOBRE O I CONGRESSO DA TENDÊNCIA PETISTA ARTICULAÇÃO DE ESQUERDA (AE)

Durante os dias 29, 30 e 31 de julho, a Articulação de Esquerda realizou seu Congresso
Parece piada pronta: congresso de esquerda sempre termina em racha, mas para inaugurar um novo período, o da Articulação de Esquerda rachou antes de começar.

Aos fatos: criada em 1993, a partir de uma cisão da então corrente majoritária do PT, a Articulação de Esquerda convocou para os dias 29, 30 e 31 de julho seu Primeiro Congresso. Antes e ao longo de 18 anos de existência, a AE já havia realizado 6 seminários e 12 conferências.
A decisão de convocar um Congresso (e não apenas uma conferência) estava relacionada à compreensão de que o PT, após oito anos governando o Brasil, está diante de desafios de novo tipo, frente aos quais se faz necessária uma reflexão mais profunda.

O Congresso foi convocado no início de 2011. Foram publicadas 13 Tribunas de Debate. Ocorreram congressos municipais e estaduais em 18 estados.  E a militância foi se polarizando em torno de duas teses: “Inaugurar um novo período” e “Em defesa de nossa história” (disponíveis na www.pagina13.org.br).

No final de junho, a discussão política ganhou um ingrediente regimental.  A direção nacional da tendência aprovou uma auditoria sobre o processo de filiação ocorrido na AE da Bahia. Para os signatários da tese “Inaugurar um novo período”, tratava-se de uma tentativa de manipular o resultado do Congresso.  Para os signatários da tese “Em defesa da nossa história”, tratava-se de passar a limpo as dúvidas sobre o crescimento ocorrido naquele estado, que entre os dias 1 e 30 de junho, evoluiu de 193 para 794 filiados.
A auditoria, inconclusa, descobriu desde indícios de pagamento coletivo até filiados não petistas. Numa pesquisa preliminar, 242 nomes não constam do Cadastro Nacional de Filiados do PT. Dos que constam no CNF, 59 filiaram-se entre abril e julho de 2011.

Frente a problemas de tal magnitude, a direção nacional da AE decidiu que só o Congresso da tendência poderia credenciar os delegados eleitos na Bahia. Para os signatários da “Inaugurar”, isto foi um golpe contra a democracia, que os levou a sair da tendência, não sem antes avisar que impediriam que o Congresso se instalasse no local para o qual fora convocado. Para os signatários do “Em defesa da nossa história”, tratava-se de impedir que métodos que sempre criticamos quando adotados no PT, alterassem o caráter militante da tendência.

O restante do enredo é conhecido e, com variantes, já foi assistido centenas de vezes ao longo da história da esquerda brasileira: o grupo que decidiu sair da AE aprovou um manifesto (ver box), onde informam que decidiram sair da tendência.  Como é usual nestes casos, os que saíram se apresentam como a verdadeira maioria, oprimida pela minoria que controlava a  direção da tendência.

A verdade é outra. A Articulação de Esquerda está presente em 25 estados do país (todos, exceto Roraima e Acre). Destes, 18 estados fizeram Congressos estaduais.  No dia 29 pela manhã, havia 76 delegados regulares em condições de credenciamento; 22 delegados que só poderiam credenciar-se, caso fosse paga a contribuição financeira dos respectivos estados; e 36 delegados que só poderiam credenciar-se, caso o Congresso autorizasse.

Como havia 70 delegados/as (de 14 estados) credenciados no Congresso da AE, o máximo que poderia haver do outro lado era 64 delegados/as. Talvez por isto, os que decidiram sair da AE não divulgaram nenhuma lista de delegados/as, o que desmontaria a tese de que são a maioria.

Seja como for, o Congresso da AE foi inaugurado no dia 29 de julho, na sede nacional do PT. A mesa de abertura foi dirigida por Iriny Lopes, Múcio Magalhães e Bruno Elias. No sábado e no domingo, o
Congresso foi realizado no Hotel San Marco, sendo integralmente transmitido online, via internet. As resoluções do Congresso já estão disponíveis no www.pagina13.org.br e serão distribuídas como encarte da edição 101 do jornal Página 13.

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