Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

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sexta-feira, 30 de julho de 2010

Mastro de São Car[V]alho*

Hoje, 31/07/2010 (sábado), o Santo Sacana do Bispo será homenageado com o ritual da derrubada do Glorioso Mastro de São Car[v]alho. Participe.

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O Mastro já derrubado e cortado para a Fogueira Sagrada!

Incontáveis e de natureza vária são os santos do catolicismo, talvez nestes termos até ultrapassem os deuses da mitologia greco-romana. No entanto, na quadra junina, apenas quatro são homenageados: Antônio, o casamenteiro; João, o profeta, primo e precursor de Jesus; Pedro, o pescador e “primeiro papa”; e Marçal, “primeiro bispo de Limoges” e evangelizador da Aquitânia.

Importa esclarecer que o mês de junho, ou melhor, o mês de Juno – a poderosa deusa grega, esposa de Zeus, o “pai dos deuses” – coincidiu em determinados países da Europa com o apogeu de certas festas religiosas pré-cristãs e até mesmo pré-pagãs, se é que se pode assim nomeá-las, em homenagem à fecundidade da Mãe-Terra.

O superstrato cultural e religioso latino, imposto a todos os territórios conquistados por Roma, não pôde ser capaz de suprimir as antigas manifestações religiosas do mês junino, mês que mais tarde a igreja católica apostólica romana quis chamar de joanino, em homenagem ao santo profeta, primo de Jesus. É daí que surge a expressão quadra joanina.

Não foi pouco o que a igreja católica fez para transformar os antigos costumes, adaptando-os às festas em homenagem aos santos do catolicismo. É óbvio que não se obteve total êxito nessa empreitada, pois o que até hoje ainda subsiste são amálgamas de costumes religiosos se superpondo uns aos outros. O sincretismo, portanto, preside as festas juninas e, para a grande maioria de seus devotos, é quase impossível distinguir nos rituais de agora o que é herança cristã e o que ficou como resquícios de religiosidade pré-cristã.

Sem dúvida, os mastros dos santos compõem parte significativa desses resquícios, e isso não ocorre diferentemente na ilha de Mosqueiro, espaço com grande riqueza dessas manifestações sincréticas, divididas entre romaria, missa, preces, imagem e bandeira do santo, de um lado (o lado considerado “religioso”). E de outro: o mastro, a festa dançante com música estridente e o alto consumo de bebidas alcoólicas (o lado considerado “profano”), tudo isso embalado pelas explosões dos fogos.

Nesse contexto, o Mastro de São Caralho, já com uma tradição que remonta há pelo menos 20 anos, apresenta-se como marco diferencial, por não existir como parte constituinte de festividade nenhuma, mas sim por ser ele mesmo a própria festividade. Some-se a isso o fato de propor uma recusa à tradição sincrética, por ‘inventar uma tradição’ própria de profanidade, remontando ao mitológico deus grego Príapos, o São Caralho daquela época.

O São Caralho é milagroso e phoderoso; sua índole, contestatória e anti-hipócrita; sua longa e dura luta sempre será contra qualquer forma de discriminação, não aceitando interferência alguma de qualquer tipo de “otoridades”, quaisquer que sejam. Sua festividade não tem fins lucrativos. E como o mastro é reciclado, é também, enfim, um “santo” ecológico. Por isso, seu número de ‘devotos’ vem se expandindo numa proporção geométrica. Trata-se de uma divindade do povo, não das elites.

Então, quem quiser participar da derrubada do mastro, esteja convidado desde já. Que venha, divirta-se à vontade. Todos sempre serão muito bem-vindos, contanto que demonstrem o devido e circunspecto respeito pelo SANTO. Do contrário, a dimensão da heresia poderá ser proporcional ao TAMANHO do castigo ao qual o incrédulo será submetido (ou será... submetido?).

PRIAPUS

Uma representação de Nosso Santo: PRIAPUS, o deus grego protetor de pomares´. Adivinhe o que ele usava para bater naqueles que ele deveria castigar? Uma dica: olhe para baixo do queixo dele. Entendeu?

 

*O pejo impede-nos de usar a palavra sem o "v", destacado. Corresponde ao Deus grego Príapos, o deus de imenso falo, protetor de pomares, que usa o falo para castigar ladrões de frutas, por exemplo.

 

PS: não esqueçamos que o documentário média-metragem O Mastro, de Márcio Barradas, foi considerado pela Associação Paraense de Jovens Críticos de Cinema (APJCC) como um dos dez melhores filmes de 2009. Aqui em Mosqueiro sua estreia foi no Praia-Bar, em 04/12/2009, em uma sessão histórica.

MASTRO & COBRA

Cartaz de O Mastro e A festa da cobra

Alcir postou

2 comentários:

FRANCISCO disse...

ESSE TEXTO FICOU DU CARALHO ,JÁ VI O DOCUMENTÁRIO É UMA PORRADA NA HIPOCRISIA CLERICAL E SOCIAL , PARABÉNS A TODOS !

Anônimo disse...

QUERO UM MILAGRE DESTE SANTO :ANA JULIA FAZER UM GOVERNO PELO MEMOS BOM . HÁ, HÁ ,´HA....