O caramanchão do Chapéu-Virado
Piso este solo sagrado,
onde sou apenas remanescente
dos que tombaram, heróis sidos,
mortos que caminham hoje
nas sendas da memória
de quem os reverencia.
É dia 21 de janeiro de 1836:
balas chispando o espaço
do que seria o futuro Chapéu-Virado,
alvejando as tropas em conflito
e chacoalhando meus neurônios,
excitando-os em sinapses imaginárias...
... e legalistas tombando,
cabanos tombando
e se levantando agora,
no momento em que reescrevo
suas trágicas histórias,
libertando-as do apagamento
a que o ostracismo condenou.
Os canhões trovoam, mesclados
ao som do arrebentar dos vagalhões
ali na beira da praia...
Uma praça, uma igreja, um caramanchão...
Um prédio de um antigo hotel...
O edifício Lílian Lúcia...
O chalé Porto Franco...
A orla, as farmácias, as barracas...
Banhistas, passantes, carros,
motos e bicicletas habitam este solo
em fronteira com a praia do Farol.
Os heróis tombam no combate,
clamam, num ganido candente:
-- Quem se lembra de nós, que lutamos desigualmente
por um punhado de menos desigualdades?!...
Um grito inaudível ecoa em minha mente...
Mário de Andrade, Chapéu-Virado, 1927. Alcir postou.
Um comentário:
HOMENAGEM AOS CABANOS DE MOSQUEIRO
Um orgulho sem engano.
Pelo Amor A Liberdade.
Glorioso Povo Cabano.
Lutou em cada comunidade.
Povo Heróico enfezado.
Foi sem trégua em Mosqueiro.
Sucurijuquara, Vila e Chapéu Virado.
Representando todo Brasileiro.
Foi uma luta danada.
Porque lutar sempre nos Resta.
Pela justiça tão desejada.
Indígena, Escravo e Povo da Floresta.
Nosso Povo foi Valente.
Amor igual nunca se viu.
Cada irmão se colocava na frente.
Pela Emancipação do Brasil.
A Liberdade tão ameaçada.
Pelos que querem oprimir e explorar.
Mais a gente Brasileira tão amada.
Já Mostrou que sempre vai lutar.
E a Luta é todo Dia.
Até findar toda segregação.
Até florescer a Cidadania.
E cada Humano ser um irmão.
Homenagem aos Cabanos em Mosqueo, no Pará e em Todo o Brasil, e a Grande Vó Alvina de Sucurijucuara, que com amor e orgulho de nosso povo guardavam e nos contavam estas memórias, que nos humanizaram os corações, nos habilitando para viver em irmandade, partilha e comunhão, como Jesus pregava e vivia com os Apóstolos.
Muito Amor, Paz e Luz.
Muito obrigado por nos permitir comentar estes Trabalhos tão queridos e que libertam nosso Espírito de Participação, de Amor e Consideração.
Abração Amigo para todos e em especial para o Professor Claudionor e a Nobre Bené, Amiga já de Muitas Gerações.
Deus Seja Louvado.
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