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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Marcio Pochmann será presidente da Fundação Perseu Abramo

Política

Por: Rachel Duarte, do Sul21

Publicado em 10/12/2012

Marcio Pochmann será presidente da Fundação Perseu Abramo

"Estamos nos tornando exportadores de pedra, pau e água", disse Pochmann (Foto:Flickr MarcioPochmann13)

Porto Alegre – O economista e ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, será empossado presidente da Fundação Perseu Abramo. Derrotado em segundo turno nas eleições municipais de Campinas este ano, Pochmann assume nesta sexta-feira (14) a presidência do instituto de pesquisas fundado pelo PT. Em palestra hoje (10), no Seminário de Políticas Públicas promovido pelo gabinete do deputado federal Ronaldo Zulke (PT-RS), em Porto Alegre, ele analisou as perspectivas de futuro para o governo Dilma Rousseff. “O PT tem herança na democracia, na consolidação da ascensão econômica e direitos sociais, que está sendo destruída com o discurso de que a política é suja e só tem ladrão”, avaliou.

Para o economista, o discurso de banalização e difamação da política afasta as pessoas que hoje são beneficiadas com a política nacional de distribuição de renda das melhorias de vida já conquistadas no país. “É a debilidade dos segmentos emergentes. A grande mudança na base da pirâmide social que este segmento representa está sendo pautado pelo que? Pelo consumo?”, questionou.

Em recente pesquisa da Fundação Perseu Abramo, 70% dos entrevistados que representam a nova classe média se consideram trabalhadores e não classe média. Para parte desta parcela da sociedade, a ascensão social está ligada aos méritos próprios e não a uma política de governo. “Eles não compreendem que isto é também reflexo de decisões políticas. A política está cada vez mais distante deste segmento. Eles não vão para partidos políticos, associações de bairros ou movimentos estudantis. Nem mesmo para igrejas. E é este segmento vai liderar o Brasil daqui a dez anos”, afirmou Pochmann.

Segundo o economista, o PT deve capitalizar politicamente as conquistas feitas pelos governos Lula e Dilma como forma de renovação do partido e ampliação de agenda política. “Desde 2002 foram gerados 22 milhões de novos postos de trabalho, a maior parte com carteira assinada e isso não impactou em aumento na taxa de sindicalização. Tivemos um milhão de pessoas pobres a mais no ensino superior particular e sem reflexo no movimento estudantil. Além de um milhão de novas habitações e sem impacto nas associações de bairro. Como vamos sustentar uma democracia para além da representação trabalhando no que é essencial para a política?”, indagou.

Para ele, o essencial é enfrentar as questões mais complexas que ainda não foram enfrentadas pelos dois governos do PT. “Há uma asfixia da democracia brasileira feita por seis famílias que dominam os meios de comunicação. Por quanto tempo vamos continuar assim? É complexo, mas não vamos mexer nisso?”, cobrou dos colegas petistas presentes ao evento. Pochmann citou ainda a hegemonia da posse de terras no país como outro problema a se enfrentar. “Os 50 mil proprietários dos 50% das terras do Brasil elegem de quatro em quatro anos 140 colegas na Câmara Federal. Ao contrário, temos quase 150 milhões de trabalhadores da agricultura familiar que elegem 15 deputados. É um poder político brutal da fazenda no país”, falou.

Além disso, o economista salientou que a política econômica externa do país também precisar ser observada para que o Brasil não fique a reboque da China. “Nós deixamos de ser um país que gravitava em torno dos EUA para gravitar cada vez mais em torno da China. As possibilidades de expansão brasileira depende da retomada do investimento sustentado no Brasil e fora devemos ter uma coordenação supranacional em torno da economia sul-americana. O problema é que ao mesmo tempo que existe no governo Dilma a economia do valor agregado com conhecimento, existe a economia da fama. No Brasil da fama, o agronegócio a mineração fazem sermos reconhecidos como exportadores primários. Estamos com a nossa pauta de exportação vinculada ao projeto chinês e nos tornando exportadores de pedra, pau e água. É bom exportar, mas nós temos as perspectivas de crescimento nas mãos e temos que nos perguntar que crescimento queremos”, afirmou.

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