Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Greve leva mais caos à saúde


Edição de 23/11/2011 Amazônia Jornal

 

Médicos de cooperativa e Samu param atendimento gerando transtorno a pacientes que buscam atendimento

O deficitário sistema de saúde pública da capital paraense teve ontem mais um dia de caos marcado pelo sofrimento de quem não conseguia ser atendido e pelo desespero dos familiares dos pacientes. Afinal, médicos e funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) estavam de braços cruzados, ambulâncias paradas e pacientes voltando para casa sem atendimento. "Não estão atendendo ninguém. Não sei mais o que fazer. Os enfermeiros não têm aparelho de pressão. Não há nenhum neurocirurgião aqui. Minha mãe está num corredor, deitada em uma maca. Está um calor horrível lá dentro. É muito triste ver minha mãe assim", disse, chorando, a dona de casa Leonalva Borges, de 50 anos.

A mãe de Leonalva, Ermínia Nascimento de Souza, de 70 anos, deu entrada no pronto-socorro da 14 de Março com suspeita de derrame cerebral. "Não veio um médico atendê-la. Ninguém. Está um caos lá dentro. Uns estão pedindo socorro pelos outros", relata. Assim como ela, outras pessoas que procuraram os prontos-socorros e as unidades de saúde de Belém, inclusive os postos de saúde e Hospital Municipal de Mosqueiro, viveram situações parecidas.

Às 7h, os médicos que fazem parte da Amazoncoop, cooperativa contratada para atuar na rede municipal, suspenderam os serviços, uma vez que não houve renovação de contrato com a prefeitura por falta de pagamento. Eles alegam que a dívida, acumulada desde julho, chega a R$ 5,9 milhões.

Os 350 médicos da Amazoncoop que trabalham para a Prefeitura de Belém representam mais da metade dos médicos que atuam na rede municipal de saúde. Somente no PSM da 14 de Março trabalham 175 profissionais da cooperativa, cerca de 70% do contingente - os outros 30% fazem parte do quadro efetivo da prefeitura.

Com o fim do contrato, todos da Amazoncoop foram orientados a não ir trabalhar. A falta de médico complicou ainda mais a vida daqueles que necessitam da rede pública de saúde. Teresa Monteiro, de 54 anos, estava com o pai, Ângelo Monteiro, no PSM da 14. "Ele tem 90 anos, tem as pernas amputadas e chegou aqui com um AVC (Acidente Vascular Cerebral). Só deram uma injeção ontem (anteontem) à noite. Uma senhora morreu ainda há pouco no leito, e a gente foi pedir aos enfermeiros o leito dela para o meu pai, para ver se pelo menos ele fica num colchão. Eu e meu irmão tivemos que carregá-lo para o leito, porque nem maqueiro havia". Segundo ela, a situação era calamitosa. "Eu implorei para o transferirem ao Hospital da Ordem Terceira, mas não conseguimos, porque está sem médico", contou a doméstica.

Eriane Brito Leite, cabeleireira de 31 anos, chegou ao PSM da 14 de Março às 6h, e procurou atendimento para a filha, Liane Valentina Ferreira, de 10 meses. Foi informada de que o local estava sem pediatra. Ela ainda esperou até as 8h30, na esperança de conseguir uma consulta com um médico. Porém, até aquele horário, não havia recebido nenhuma resposta positiva dos funcionários do pronto-socorro. "Eu já havia vindo aqui dia 12", lembra. Ela a levou com febre e o médico prescreveu uma receita. "Eu comprei todos os remédios, mas os sintomas persistiram. Ele tem febre alta, convulsão. Cheguei aqui e disseram que não há quem possa atender criança, porque eles estão em greve. Ela chegou com febre de 38 graus e não fizeram nada", conta. O mesmo problema de falta de atendimento foi verificado no pronto-socorro do Guamá.

Postos - Assim como nos prontos-socorros da capital, a situação também foi complicada para quem procurou atendimento nos postos de saúde mantidos pelo município de Belém. Viviane Mendes da Silva, que atua no setor administrativo da Unidade do Jurunas, informou que, no local, dos dois médicos que atendem urgência, um pertencia à Amazoncoop. O outro era concursado. Por isso, foi necessário transferir um médico da parte ambulatorial para a urgência. "De qualquer forma, tivemos certo prejuízo, uma vez que tiraram um médico do ambulatório", disse.

Prefeitura promete pagamento até sexta

Por meio de nota encaminha à redação, a Secretaria Municipal de Saúde informou que está analisando a renovação do contrato com a categoria médica, esperando o bom andamento das Ordens de Créditos - OC. A Sesma disse ainda que "acredita que o pagamento à Cooperativa dos Profissionais de Saúde da Amazônia (Amazomcoop) seja efetuado até esta sexta-feira, 25".

O órgão também ressaltou que desde a última semana vem publicando chamamento na imprensa local para a contratação de mais médicos para as Unidades Municipais de Saúde (UMS) e Hospitais de Urgência e Emergência Mário Pinotti (14 de Março) e Humberto Maradei (Guamá). A Secretaria não respondeu, porém, porque o valor oferecido aos médicos convocados é maior do que o valor pago aos médicos da cooperativa, uma vez que um dos argumentos é a falta de recurso.

No caso do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), a Sesma informou que o atendimento não foi paralisado. "Nesta terça-feira (22) estão rodando 3 ambulâncias de Unidade de Suporte Básico (USB), realizando o atendimento à população", disse, na nota.

De acordo com o coordenador da associação dos servidores, após a reunião com a Sesma ficou acertado que haverá dois assentos para a associação na mesa de negociação do PCCR da categoria.

Na próxima segunda-feira (28), a Sesma deve dar a resposta quando à solicitação do tíquete alimentação. "Nossa proposta é de que, ao invés de as refeições serem fornecidas por uma empresa, os servidores recebam o benefício por meio de tíquete. A Sesma vai avaliar a proposta e ver o que é mais vantajoso", informou Luis Castelo.

Segundo ele, até o dia 5 de fevereiro, a secretaria de saúde também dará parecer sobre outras solicitações, como adicional noturno. Na assembleia da categoria, realizada após a reunião com a Sesma, os trabalhadores decidiram manter a paralisação até as 19h ontem.

Amazoncoop alega dívida da PMB de quase R$ 6 milhões

Luiz Fausto Silva, presidente da Cooperativa dos Profissionais de Saúde da Amazônia (Amazoncoop), informou que os profissionais que pararam os serviços são de especialidades como clínica médica, pequenas cirurgias, pediatria, ortopedia e traumatologia, cirurgia geral, UTI pediátrica, cirurgia torácica, UTI intensivista, ginecologia e obstetrícia. Os serviços foram atingidos nos PSMs da capital, no Samu, nos postos de saúde e no Hospital Municipal de Mosqueiro. A cooperativa alega que o contrato com a Prefeitura terminou e há uma dívida de R$ 5,9 milhões, referente ao pagamento desde julho. "A nossa proposta para renovar o contrato, desde o início, era de que eles pagassem pelo menos até setembro. Com isso, poderíamos adiantar o pagamento aos médicos até outubro", declarou.

Ainda de acordo com Luiz Fausto, os médicos da Amazoncoop recebem R$ 996,00 por um plantão de 12 horas, sendo que ao se descontar os encargos esse valor cai para cerca de R$ 750,00. Por isso, causou estranheza na categoria a nota divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde convocando médicos para trabalharem num plantão de 12 horas por R$ 1.080,00, com contrato imediato. A Sesma ainda ofereceu aos profissionais férias e 13º salário. "Ou seja, não justifica o argumento de falta de dinheiro. Porque eles têm um serviço de uma equipe e dispensam essa equipe alegando falta de dinheiro, mas chamam outros por um valor maior", observou. "A nossa reivindicação não era nem aumento. Talvez agora até passe a ser, já que a gente viu que eles têm condições de pagar", completou.

Para complicar ainda mais a situação da saúde pública da capital paraense, ontem, os funcionários do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) cumpriram a ameaça de paralisação e também resolveram suspender os serviços a partir das 7 horas. Segundo Luis Castelo, coordenador da Associação dos Servidores do SAMU, apenas 30% dos cerca de 400 funcionários do serviço trabalharam. Além disso, apenas quatro veículos - sendo duas ambulâncias, duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e duas Unidades de Suporte Avançado (USA) funcionaram. Atualmente, ainda conforme informações de Luis Castelo, o Samu possui 14 ambulâncias, sendo que sete ou oito ficam à disposição, diariamente.

Ele diz afirma a paralisação de ontem foi motivada pelo fato de a Sesma ter cortado os adicionais de turno dos servidores há quatro meses. "E a prefeitura fez um PCCR (Plano de Cargos, Carreira e Remuneração) que traz prejuízos para os servidores em todos os sentidos". Os funcionários do Samu reclamam ainda das condições de trabalho. "As ambulâncias estão sucateadas. Faltam materiais como medicamentos, sondas", afirma. Ontem, os servidores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência decidiram que só iriam atender casos mais graves. Conforme orientação da própria Associação, as ‘motolâncias’ deveriam ir primeiro para as ocorrências e só chamavam as ambulâncias em situações onde a pessoa estivesse correndo risco de morte.

Nota do Blog: Que este desprefeito é incapaz de governar nosso município todos já sabemos, o que não dá pra acrditar é na leniência e/ou complacência de nossa justiça, com todos os descalabros que D. Costa já realizou até agora, há muito já deveria estar deposto ou preso, como confiar a saúde pública a uma Cooperativa que nem mesmo sabíamos existir há alguns dias atrás?, onde anda a Estratégia de Atendimento da Saúde da Família?, já que esta é a principal forma de arrecadação de verbas federais para a saúde?, como a SESMA esquece que havia um contrato com esta Cooperativa?, como a mesma SESMA se “esquece de pagar mais de cinco milhões de salários a estes médicos cooperados?, se existem cerca de 350 medicos cooperados para atender a SESMA, porquê a mesma não realiza concurso público?, porquê, porquê e porquê??? Se fosse um governante do PT, será que há muito o mesmo já não teria sido afastado?

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