Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

'Salgueiraço': uma lembrança nada agradável para a torcida do Paysandu

17/08/2012

Torcedores do Papão relembram momentos de um dos episódios mais emblemáticos da tentativa do clube em voltar para a Série B

Por Gustavo Pêna Belém

São muitas as definições para a palavra Salgueiro. Pode ser uma escola de samba tradicional do Rio de Janeiro, uma árvore ribeirinha ou, simplesmente, um município de Pernambuco. Mas para o torcedor do Paysandu, Salgueiro pode ter o significado de tragédia. Sim, porque no dia 17 de outubro de 2010 o Papão perdeu para o clube homônimo, de virada, por 3 a 2, no Estádio da Curuzu lotado com mais de 15 mil expectadores, dando adeus a, talvez, uma das maiores oportunidades de voltar a disputar a Série B. Aquela tarde nebulosa de domingo ficou conhecida como “Salgueiraço”.

Salgueiro, do atacante paraense Beá (com a camisa vermelha", comemora a vitória na Curuzu (Foto: Marcelo Seabra/O Liberal)Salgueiro, do atacante paraense Beá (com a camisa vermelha), comemora a vitória na Curuzu (Foto: Marcelo Seabra/O Liberal)

Esse foi um dos episódios mais marcantes desde que o Paysandu iniciou a disputa da Série C do Campeonato Brasileiro, em 2007. E os bicolores reencontram o mesmo adversário no próximo domingo, a partir das 16h, no Estádio Cornélio de Barros. Por isso, o GLOBOESPORTE.COM falou com alguns torcedores que guardam lembranças nada agradáveis daquele dia, riscado do calendário alviazul.

Torcedor observa, atônito, a desclassificação do Paysandu (Foto: Marcelo Seabra/O Liberal)Torcedor observa, atônito, a desclassificação
do Paysandu (Foto: Marcelo Seabra/O Liberal)

O Paysandu só precisava de duas partidas para voltar à Segundona. No primeiro encontro entre paraenses e pernambucanos, empate em 1 a 1, também no Estádio Cornélio de Barros. Para o confronto de volta, bastava uma vitória simples no Estádio da Curuzu. A festa estava armada. Exatas 15.115 pessoas estiveram presentes naquela partida, e viram o atacante bicolor Bruno Rangel abrir o placar, com apenas 11 minutos de bola rolando.

- Depois de muito tempo a Curuzu voltava a ter o forte tom azul celeste. Estava lotada, não tinha mais como entrar torcedor. Tinham pessoas tentando pular o muro do estádio. Foi uma confusão para passar nas catracas. Sacrifício digno de uma final de campeonato – lembra o auxiliar de escritório Marcos Aurélio, de 32 anos.

Porém, não demorou muito e Fagner empatou, aos 19 minutos. Decisão igual no primeiro tempo. Caso persistisse o resultado, o jogo iria para os pênaltis. O Paysandu voltou totalmente desequilibrado dos vestiários e levou a virada com 14 minutos da segunda metade do embate, com gol de Júnior Ferrim. Para acabar com o sonho bicolor de sair da Terceirona, o meia Edu Chiquita, hoje no Remo, deu o “tiro de misericórdia”, aos 21 minutos. O zagueiro Paulão ainda diminuiu para os donos da casa logo em seguida, mas não tinha mais tempo para a reação.

"Foi tudo tão rápido e inacreditável, ao mesmo tempo em que os torcedores não tinham nem reação. Até hoje ninguém sabe direito o que aconteceu"

André Silva, torcedor

- Eu nunca esqueço daquele dia, pois era meu aniversário. O presente não poderia ter sido pior. Quando o Salgueiro fez 3 a 1, a gente não sabia se chorava, se vaiava, se xingava... Foi tudo tão rápido e inacreditável, ao mesmo tempo em que os torcedores não tinham nem reação. Ninguém sabia o que fazer. O mais ruim era que a gente sabia que o Paysandu poderia ter vencido aquele jogo. Até hoje ninguém sabe direito o que aconteceu – lembra, o técnico em eletrônica André Silva, de 29 anos.

Começava, ali, a busca por culpados pelo vexame. A polêmica se instalou. O presidente Luiz Omar Pinheiro reclamou que alguns jogadores teriam cobrado uma premiação maior do que a diretoria podia pagar pela vitória diante do Carcará. Teria acontecido um “corpo mole” por parte dos jogadores? Nada nunca foi provado, apenas especulações. O volante Sandro Goiano, que teria intermediado o valor do prêmio, nunca quis falar com a imprensa sobre o que realmente aconteceu naquele dia 17 de outubro de 2010.

Meia Vaninho chora a derrota do Paysandu por 3 a 2 (Foto: Marcelo Seabra/O Liberal)Meia Vaninho chora a derrota do Paysandu
por 3 a 2 (Foto: Marcelo Seabra/O Liberal)

O Paysandu foi derrotado com Alexandre Fávaro; Bosco, Paulão, Da Silva e Aldivan; Tácio, Sandro (Vaninho), Fabrício (Lúcio) e Tiago Potiguar; Fernandão (Marquinho) e Bruno Rangel. O técnico da época era Charles Guerreiro. Já o Salgueiro jogou com Marcelo; Rogério Rios (Rogério Serra), Eridon, Ney Carioca e Serginho; Rodolfo Potiguar, Pio, Edu Chiquita e Clébson (Lismar); Júnior Ferrim (Wendel) e Fagner. Técnico: Cícero Monteiro.

Daquele time, o meia Thiago Potiguar é o remanescente do “Salgueiraço”, enquanto que o Carcará ainda conta com Rodolfo, Clébson, Pio e Junior Ferrim. Resta saber como será o novo confronto dos bicolores diante do algoz de dois anos atrás. Aliás, para Potiguar, “Quem vive de passado é museu, eu vivo de presente”.

Comentário do Blog: Esse foi o “maior feito do Salgueiro em sua história”: “Salgar” o ‘Pai’sandu no “Lapupunheira” (Várzea da Curuzu). Domingo (19/08/2012) vai ter em Pernambuco outra “passada de sal” do salgueiro no ‘Pai’sandu. A Fenômeno Azul, maior torcida do Norte do Brasil, agradece aos pernambucanos. Vai de retro… Papinha da Curuzu!

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