Ocupação faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas
Por: Redação da Rede Brasil Atual
Publicado em 07/03/2013
Camponesas também ocuparam o Ministério da Agricultura em Brasília (Foto: Lula Marques/Folhapress)
São Paulo – Cerca de 500 mulheres do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra ocuparam hoje (7) de manhã a fazenda Aliança, do filho da senadora Kátia Abreu (PSD-TO), o deputado federal Irajá Abreu (PSD-TO), no município de Aliança, no Tocantins.
A mobilização faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas que ocorre em vários estados. Em Brasília, 700 camponesas estão acampadas ao lado do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) desde a última terça-feira (5). Há mais de 15 anos, sempre no mês de março, as mulheres se unem em jornada para reivindicar os direitos das trabalhadoras.
“A ruralista e senadora Kátia Abreu é símbolo do agronegócio e dos interesses da elite agrária do Brasil, além de ser contra a reforma agrária e de cometer crimes ambientais em suas fazendas”, afirmou a dirigente do MST de Tocantins Mariana Silva.
Kátia Abreu é liderança ruralista no Congresso Nacional e presidenta da Confederação de Agricultura e Pecuária no Brasil (CNA), entidade que representa e defende os interesses do agronegócio.
Além de uma política mais ampla de assentamentos, o movimento reivindica estímulos ao fortalecimento da agricultura familiar e maior acesso ao crédito e à assistência técnica no campo.
Segundo o MST, a fazenda Aliança já teria sido embargada duas vezes pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em 2011 e 2012, por desmatamento e derrubada de árvores e vegetação natural em área de preservação.
As manifestantes interditaram a rodovia Belém-Brasília no dois sentidos na parte da manhã e afirmam que o estado de Tocantins é “exemplo de disparidade entre o montante de verba recebida pela agricultura camponesa e o agronegócio”.
Dados do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) mostram que em 2012 foram assentadas 1.055 família no estado, e que, para a realização de novos assentamentos neste ano, a autarquia já vistoriou e avaliou 45.023 hectares. O orçamento dos assentamentos de 2012 foi de R$ 49,5 milhões.
Em nota, a senadora disse repudiar “com indignação” a ocupação. Ela afirmou que a ação foi feita por “uma das milícias do MST”. Segundo ela, a fazenda é produtiva, moderna, e emprega 48 trabalhadores. A senadora também informou que irá tomar medidas judiciais.
Com informações do MST e da Agência Brasil.
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