20/10/2012 - 06h30
Disputa em São Paulo tem recorde de eleitores sem candidato (titulo indecente)
UOL
DE SÃO PAULO
A dez dias do segundo turno da disputa pela Prefeitura de São Paulo, 19% dos eleitores da cidade dizem não ter candidato. O índice é o maior da história para o período.
Pesquisa Datafolha divulgada ontem mostra que 10% dos eleitores declaram voto branco ou nulo, e indecisos são outros 9%. Fernando Haddad (PT) tem 49% das intenções de voto e José Serra (PSDB) aparece com 32%.
Na eleição anterior, faltando oito dias para a disputa entre Gilberto Kassab (então no DEM) e Marta Suplicy (PT), os que declaravam votar branco, nulo ou diziam estar indecisos eram 10% no total.
O índice mais próximo do atual ocorreu em 2000, quando, a nove dias do segundo turno, 15% dos eleitores afirmavam que não votariam nem em Marta Suplicy (PT) nem em Paulo Maluf (PPB).
Neste ano, a votação no primeiro turno já deu sinais do desgaste da polarização PT x PSDB com o eleitorado paulistano, o que ajuda a explicar os números de paulistanos sem candidato.
Apesar de Haddad e Serra terem ido para o segundo turno, a disputa foi liderada por Celso Russomanno, do nanico PRB, até a reta final.
Além disso, o tucano e o petista receberam juntos os votos de 42% de todos os eleitores paulistanos, menor índice da história. O número de paulistanos que se absteve ou não votou em nenhum dos candidatos no 1º turno também foi recorde desde 96 --28,9% do eleitorado.
O descontentamento coincide uma campanha dominada por ataques diretos entre os candidatos, que ocuparam boa parte dos programas de TV e dos debates.
Editoria de arte/Folhapress
CRONÔMETRO
Apesar de o primeiro debate do segundo turno, realizado anteontem, não ter sido marcado por ataques pessoais, os dois candidatos dedicaram mais tempo a criticar realizações do adversário do que a fazer propostas para a próxima administração.
Os dados são de levantamento feito pelo pesquisador Felipe Borba, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a pedido da Folha.
Segundo o estudo, os dois candidatos investiram 52% do tempo do debate em críticas ao adversário, a suas propostas ou a suas realizações.
O levantamento traz ainda outra divisão, que mostra o tempo dedicado a políticas públicas ou a construção da imagem do candidato sem referências diretas à administração -- menções a biografia ou aliados, por exemplo.
De acordo com o levantamento, prevaleceu o tempo dedicado às políticas públicas (79,8% do total). Ainda assim, a maior parte dele foi consagrada à discussão do passado, que ocupou 53,9% do tempo, e não a propostas para a próxima administração, tratadas em 31,1% do tempo, segundo o estudo.
O primeiro bloco com perguntas diretas entre os dois foi exemplo disso: a primeira proposta para a futura gestão só apareceu na quarta e última pergunta do bloco, quando Haddad disse que traria o Minha Casa Minha Vida para São Paulo. Serra não fez nenhuma proposição.
Entre os temas discutidos, educação e saúde foram os mais abordados: consumiram 65,2% do tempo dedicado às propostas. Pelas regras, cada candidato falou por 31 minutos e 30 segundos.
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