Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

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sábado, 29 de dezembro de 2012

RENTISTAS UIVAM LÁ, A MATILHA LATE AQUI

 

As aplicações do' Sloane Robinson', um dos dez maiores fundos hedge do mundo e dos mais antigos de Londres, vão fechar o ano com saldo de US$ 2,5 bilhões. Em 2008, o fundo especulativo acumulava ativos de US$ 15 bilhões. O 'Sloane' esfarela. Sua rentabilidade despencou 17% no ano passado; afundará mais 2%  em 2012. Não é um caso isolado. Rentistas de todo o mundo sofrem os reveses  da implosão  neoliberal agravada pelo fim da farra nos países emergentes-- Brasil entre eles. Sua passagem pelo país incluía ganhos triplos: na arbitragem dos juros (maiores aqui, remunerando captações a um custo menor lá fora); na diferença cambial entre a data de ingresso e a da saída, uma vez que o próprio tsunami especulativo forçava a valorização do Real, garantindo conversões vantajosas para o dólar na despedida; e, finamente, na jogatina 'rapidinha' nas bolsas, sem nem dispor de ações próprias, alugando carteiras junto a bancos. A obstrução da pista principal do circuito, a dos juros, derrubados a fórceps pelo governo Dilma, melou o resto do passeio, prejudicado ainda pela queda nos mercados acionários.O rendimento médio dos fundos hedges este ano, segundo a Reuters, será 50% inferior à variação dos índices de ações dos mercados emergentes, que deve crescer apenas 5% frente a 2011, contra 450% entre 2003/2007. É quase o fim de uma era. É desse pano de fundo que soam os vagidos em inglês contra o governo Dilma, ecoados de gargantas midiáticas profundamente comprometidas com as finanças desreguladas. Caso da The Economist, que pediu a cabeça do ministro Mantega, na semana passada--caninamente saudada pelo seu back vocal em português; e a do Financial Times, desta semana, cujo blog faz referencias deselegantes ao país e a  sua Presidente (leia reportagem de Marcelo Justo, de Londres; nesta pág). Como acontece quando as matrizes entram  no cio numa matilha, os uivos locais elevaram seus decibéis na última 4ª-feira. Coube  à 'Folha' cravar o latido mais alto da praça, em editorial em que pede 'reforma geral nas prioridades nacionais'. (LEIA MAIS AQUI)

(Carta Maior; Sábado,29/12/2012)

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