Ministro foi ao Congresso explicar detalhes das operações Porto Seguro e Durkheim
Por: Redação da Rede Brasil Atual
Publicado em 04/12/2012, 16:18
"Nenhuma das operações é fruto de instrumentalização do ministro", disse Cardozo (Foto: Antonio Cruz/ABr)
São Paulo – O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou hoje (4), durante audiência na Câmara dos Deputados, que a Polícia Federal tem autonomia para realizar suas investigações. Ele foi ao Congresso falar sobre as recentes operações Porto Seguro e Durkheim.
“Sempre que pessoas do mundo político ou econômico são investigadas há muita tensão, controvérsia e confusões. Mas afirmo aqui que nenhuma dessas operações é fruto de instrumentalização do ministro da Justiça e nem de descontrole da Polícia Federal”, disse.
Segundo o ministro, há anos a PF evoluiu de um status de polícia de governo para se tornar uma polícia de Estado, “sem qualquer interferência política”.
Cardozo disse ainda que normalmente o ministro da Justiça só toma conhecimento das operações no momento em que elas ocorrem. Em relação à Porto Seguro, o ministro disse que foi informado de maneira genérica, no dia anterior, de que haveria uma operação envolvendo um órgão do governo.
“Ainda na quinta-feira (22), informei a presidente Dilma Rousseff, mas sem detalhes, porque eu não os tinha naquele momento”, disse Cardozo.
Segundo o ministro, ele manteve sua agenda normal naquela quinta e viajou para Fortaleza (CE), onde seria o anfitrião de um encontro de ministros do Mercosul.
“Somente na manhã de sexta-feira, de volta a Brasília, tive um encontro com o doutor Leandro Daiello Coimbra, diretor-geral da Polícia Federal, em minha residência, e aí pude tomar conhecimento do teor de todos os mandados que haviam sido cumpridos naquele dia”, disse.
Escutas
Durante a audiência o ministro foi questionado por deputados da oposição sobre o motivo de a PF não ter pedido a quebra dos sigilos telefônico e de e-mails de Rosemary Noronha, chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo, durante as investigações da Porto Seguro.
Segundo o ministro, as interceptações telefônicas foram feitas por critério técnico. “Não há gravações que envolvam a senhora Rosemery porque simplesmente essas interceptações não tinham autorização da Justiça”, declarou. “Se alguém detém essas gravações o fez sem o aval da Justiça e terá que responder por isso”, completou.
Noronha teria interferido na nomeação de Paulo Vieira para a diretoria da Agência Nacional de Águas (ANA), e de seu irmão, Rubens Vieira, para a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O primeiro é acusado de liderar o grupo que supostamente vendia pareceres de órgãos públicos para beneficiar empresas – alvo principal da operação da PF.
Cardozo disse que dentre os cinco indiciados pela Polícia Federal por formação de quadrilha, ninguém trabalha na Presidência da República. “Portanto, não se pode dizer que há uma quadrilha de crime organizado no seio da Presidência da República”, disse Cardoso, em resposta a insinuações feitas por um dos deputados.
O ministro disse ainda que, desde que tomou conhecimento do caso, a presidente Dilma Rousseff solicitou dele uma análise sobre os indiciamentos.
“A partir dessa análise, a presidente determinou as exonerações dos envolvidos e uma reanálise de todos os pareceres emitidos pelos órgãos suspeitos de terem participado do esquema”, completou.
Com informações da Agência Câmara
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