Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

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sábado, 15 de setembro de 2012

A Igreja tem salvação?

Artigo
12/9/2012 - 09h44

por Leonardo Boff*

so2 300x225 A Igreja tem salvação?

Fique claro, de saída, que quando Küng e eu mesmo, falamos de Igreja, entendemos, em primeiro lugar, a comunidade daqueles que se permitem um envolvimento com a figura e a causa de Jesus. O foco, então, reside no amor incondicional, na centralidade dos pobres e invisíveis, na irmandade de todos os seres humanos.

Esta pergunta vem formulada por um dos mais renomados e fecundos teólogos da área do catolicismo: o suíço-alemão Hans Küng num livro recém-lançado no Brasil: A Igreja Tem Salvação?(Paulus 2012). De forma entusiasta fomentou a renovação da Igreja junto com seu colega da Universidade de Tübingen, Joseph Ratzinger. Escreveu vasta obra sobre a Igreja, o ecumenismo, as religiões, a ética mundial e outros temas relevantes. Devido a seu livro que questionava a infalibilidade papal, foi duramente punido pela ex-Inquisição. Não abandonou a Igreja; mas, como poucos, se empenhou em sua reforma com livros, cartas abertas e conclamações aos bispos e à comunidade cristã mundial para que se abrissem ao diálogo com o mundo moderno e com a nova situação planetária da humanidade.

Não se evangelizam pessoas, filhos e filhas de nosso tempo, apresentando um modelo medieval de Igreja, feito bastião de conservadorismo, de autoritarismo e de antifeminismo, e sentindo-se uma fortaleza assediada pela modernidade, tida como a responsável por todo tipo de relativismo. Diga-se de passagem que a crítica feroz que o atual Papa move contra o relativismo é feita a partir de seu polo oposto, o de um invencível absolutismo. Pois está sendo a tônica imposta pelos últimos dois Papas, João Paulo II e Bento XVI: um não às reformas e uma volta à tradição e à grande disciplina, orquestradas pela hierarquia eclesiástica.

O livro de Küng A Igreja Tem Salvação? expressa um grito quase desesperado por transformações e, ao mesmo tempo, uma manifestação generosa de esperança de que estas são possíveis e necessárias, caso ela não queira entrar num lamentável colapso institucional.

Fique claro, de saída, que quando Küng e eu mesmo, falamos de Igreja, entendemos, em primeiro lugar, como a comunidade daqueles que se permitem um envolvimento com a figura e a causa de Jesus. O foco, então, reside no amor incondicional, na centralidade dos pobres e invisíveis, na irmandade de todos os seres humanos e na revelação de que somos filhos e filhas de Deus, Jesus mesmo deixando entrever que era o próprio Filho de Deus que assumiu a nossa contraditória humanidade. Este é o sentido originário e teológico de Igreja. Mas, historicamente, a palavra Igreja foi apropriada pela hierarquia (do Papa aos padres). Ela se identifica com a Igreja tout court e se apresenta como a Igreja.

Ora, o que está em profunda crise é esta segunda compreensão de Igreja que Küng chama de “sistema romano” ou a Igreja-instituição hierárquica, ou a estrutura monárquico-absolutista de comando. Sua sede se encontra no Vaticano e se concentra na figura do Papa com o aparato que o cerca: a Cúria Romana. Há séculos que esta crise se prolonga e o clamor por mudanças atravessa a história da Igreja, culminando com a Reforma no Século 16 e com o Concílio Vaticano II (1962-1965) de nossos dias. Em termos estruturais, há que se reconhecer, as reformas sempre foram superficiais ou proteladas, ou simplesmente abortadas.

Nos últimos tempos, entretanto, a crise ganhou uma gravidade toda especial. A Igreja-instituição (Papa, cardeais, bispos e padres), repito, não a grande comunidade dos fiéis, foi atingida em seu coração, naquilo que era a sua grande pretensão: a de ser a “guia e mestra da moral” para toda a humanidade. Alguns dados já conhecidos puseram em xeque tal pretensão e colocaram a Igreja-instituição em descrédito.

Os escândalos financeiros envolvendo o Banco do Vaticano (IOR) que se transformou numa espécie de off-shore de lavagem de dinheiro; documentos secretos, subtraídos das mais altas autoridades eclesiásticas, quem sabe até da mesa do Papa por seu próprio secretário e vendidos aos jornais, dando conta das intrigas por poder entre cardeais; e especialmente a questão dos padres pedófilos: milhares de casos em vários países, envolvendo padres, bispos e até o Cardeal pedófilo de Viena, Hans Hermann Groër. Gravíssima foi a instrução de 18 de maio de 2001 enviada pelo então Cardeal Ratzinger a todos os bispos do mundo, para acobertarem, sob sigilo pontifício, os abusos sexuais contra menores pelos padres pedófilos, a fim de que não fossem denunciados às autoridades civis. Um magistrado de Oregon, Estados Unidos, tentou convocar o Cardeal a um tribunal. Finalmente, o Papa teve que reconhecer o caráter criminoso da pedofilia e aceitar seu julgamento pelos tribunais civis.

Küng mostra, com erudição histórica irrefutável, os vários passos dos papas para passarem de sucessores do pescador Pedro, a vigários de Cristo e a representantes de Deus. Os títulos que o cânon 331 confere ao Papa são de tal abrangência que cabem, na verdade, somente a Deus. Uma monarquia papal absoluta com o báculo dourado não se combina com o cajado de pau do bom pastor que com amor cuida das ovelhas e as confirma na fé como pediu o Mestre (Lc 22,32).

* Leonardo Boff é teólogo, membro da Comissão Central da Carta da Terra e professor emérito de ética da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

** Publicado originalmente no site Brasil de Fato.

(Brasil de Fato)

Um comentário:

Anônimo disse...

Companheirada do Mosqueiro:

"Pelo menos desde janeiro do ano passado, o senador Mário Couto Filho, do PSDB, vem realizando um verdadeiro tour gastronômico pelos melhores e mais caros restaurantes de Belém.


Uma extraordinária dolce vita, um dolce far niente, ao qual não falta nem o sorvetinho da Cairu. Ou uma arretada tapioquinha.


Em 16 de abril do ano passado, um sábado, Mário Couto esteve na Forneria Santa Genoveva, na Antonio Barreto, um restaurante chiquérrimo, que, apesar de caro, tem até fila de espera. E, pelo valor da conta, o rangão deve ter sido bem bacana: R$ 152,45.

Em 20 de julho de 2011, uma quarta-feira, foi a vez do Dom Giuseppe, na Conselheiro Furtado, talvez o melhor restaurante de comida italiana de Belém. A julgar pela fatura, a mesa deve ter sido adubada: R$ 265,00.

Em 24 de julho de 2011, um domingo, quem sabe por andar enfastiado de tanta massa, o senador resolveu visitar o Remanso do Peixe, talvez a peixaria mais cara da cidade. Deve ter comido feito um bárbaro: a conta ficou em R$ 292,38.

E, como ninguém é de ferro, em 06 de agosto daquele ano, um sabadão, Mário Couto decidiu amenizar o calorão de Belém com os deliciosos sorvetes da Cairu. E ponha sorvete nisso: o senador pagou à Cairu nada menos que R$ 63,12.

Pagou - vírgula. Porque quem pagou tudo isso foi você, caro leitor.

Todos esses banquetes, e vários outros saboreados por Mário Couto ao longo do ano passado e deste ano, foram pagos pelo Senado Federal, através da verba indenizatória que se destina a cobrir os gastos das Vossas Excelências com a atividade parlamentar.

Funciona assim: além dos R$ 26,7 mil que recebem de salário, da cobertura de despesas de saúde e de telefone; de apartamento funcional em Brasília ou auxílio-moradia de até R$ 3.800,00, os senadores ainda dispõem de uma quantia financeira para o exercício da atividade parlamentar.

O “cotão”, como é mais conhecido, inclui uma parte destinada aos gastos com passagens aéreas, que varia em função do custo da viagem entre cada estado e Brasília (no caso do Pará, ela é de R$ 25.426,20 por mês; só a do Amazonas é maior).

A outra parte do “cotão” é igual para todos os senadores: são R$ 15 mil mensais de verba indenizatória, para as demais despesas oriundas do mandato – gastos com alimentação e combustíveis; aluguel e material de consumo do escritório político no estado de origem; contratação de consultorias, divulgação, por exemplo.

E é justamente a verba indenizatória que tem custeado a orgia gastronômica de Mário Couto, mediante a apresentação, ao Senado, dos recibos de banquetes em restaurantes caríssimos e dos pagamentos a hotéis de Brasília, Belém e Salinas. Nada escapa: nem mesmo a notinha do dinheiro gasto com o sorvete e a tapioca que ele consome em Belém, a cidade onde mora.

Morto de chic desde os tempos em que era porta-voz da inusitada Associação dos Banqueiros e Bicheiros do Estado do Pará (Aqui: http://pererecadavizinha..blogspot.com.br/2012/03/nos-tempos-da-bicharia.html E aqui: http://pererecadavizinha.blogspot.com.br/2012/05/fotos-historicas-do-senador-mario-couto.html ) Mário Couto regalou-se com o dinheiro do contribuinte no melhor circuito gourmet e, por que não dizer, connaisseur."

Entre muitas desse "exemplo" de honestidade que é esse representante da tucanalhada! PSDB o partido dos FARSANTES!