A verdade é que os 117 anos da condição de “Vila”, completados hoje (06.07.2012), é uma data apenas ilustrativa para Mosqueiro, para os seus moradores e para os veranistas, pois como se sabe, bem antes da “Moca” alcançar a condição política-administrativa de “Vila” em 1895; a bucólica, como foi carinhosamente denominada, em idos da década de 1970, por Pierre Beltrad, colunista social do jornal o Liberal; já era habitada pelos índios Tupinambás –- da aldeia Morubira. Depois, por volta de 1740, iniciou-se a colonização portuguesa da ilha, quando chegaram os primeiros colonos que estabeleceram sítios (ou fazendolas) agrícolas como o sítio Conceição, sítio Payssandu e sítio Santana, localizados na área da Baía do Sol e praia do Paraíso. Posteriormente, lá pelo começo de 1.800 (começo do século XIX) com a chegada de um grupo de pescadores, formou-se uma vila de pescadores (sítio urbano de Mosqueiro) que cresceu dando origem ao atual bairro da Vila.
Então, vale uma afirmação/questionamento, o aniversário ou aniversários de Mosqueiro são vários!? Senão vejamos: e o período em que Mosqueiro foi habitat dos Tupinambás, não é importante? A chegada dos colonos portugueses que estabeleceram os sítios agrícolas, não devia ser festejada? E a elevação a condição de Freguesia, em 1868, não vale como aniversário? E a alteração a condição de distrito de Belém, em 1901, não pode ser comemorada? Por que só é lembrada/comemorada a data de alteração de Mosqueiro á condição de VIla?
Cabe aqui uma analise histórica sobre a evolução da condição política-administrativa de Mosqueiro: antes de 1868, a ilha de Mosqueiro fazia parte da freguesia de Benfica (atual distrito de Benevides). Foi a Lei aprovada pela assembleia legislativa provincial do Pará nº 563, de 10 de outubro de 1868, e sancionada pelo cônego Manuel José de Siqueira Mendes, primeiro vice-presidente da província do Grão-Pará, que criou a Freguesia do Mosqueiro. Vale ressaltar que a Freguesia se assemelhava a condição de munícipio na atualidade, com um porém, as Freguesia eram unidades política-administrativas vigentes no Brasil-impêrio, nas quais os administradores (prefeitos) das freguesias, normalmente eram religiosos (padres, cônegos, bispos) indicados pelos governadores das provìncias (atuais estados brasileiros). Não devemos nos esquecer que até a proclamação da república em 1889, o Estado e a Igreja Católica estavam unidos no Brasil e, consolidavam um “ente jurídico-político-religioso” na “Patria Tupiniquim”, também é válido ressaltar que não existiam cãmaras legislátivas nas freguesias. Daí o “padre-administrador” exercia a atividade de administrador político (prefeito) e de lider espiritual (padre) na Freguesia. Já no dia 06 de julho de 1895, a “Freguesia” do Mosqueiro era elevada à categoria de “Vila” pelo Decreto-Lei nº 324, sancionado pelo governador do estado do Pará Lauro Sodré. Para entendermos o porquê da alteração da condição de Freguesia para Vila de Mosqueiro, devemos compreender que após a proclamação da república no Brasil em 1889, o Estado se separou/divorciou da Igreja Católica, tal separação levou a mudança na definição e organicidade das unidades políticas-administrativas do país. Assim, as antigas Freguesias passaram a receber a denominação de Vilas, sendo que os “intendentes” (prefeitos) das Vilas continuavam sendo indicados/escolhidos pelos governadores dos estados 9antigas províncias) brasileiros. Somente nas capitais dos estados ocorriam eleições para escolha dos intendentes e dos vereadores das câmaras legislátivas (somente homens brancos e escolarizados podiam votar). As vilas não possuiam câmaras legislativas. Foi em no dia 26 de fevereiro de 1901, que a Vila do Mosqueiro passava à condição de Distrito de Belém, conforme a Lei nº 753, assinada pelo governador Augusto Montenegro.
Assim, a antiga povoação de pescadores, que fora freguesia e vila, ingressava no século XX como Distrito de Belém e assistiria, por décadas, à transformação da ilha do Mosqueiro em um dos mais badalados balneários do estado do Pará.
Na verdade, pouco importa a(s) data(s) do(s) aniversário(s) da bucólica, pois não há, nos últimos tempos (pelo menos nos últimos 8 anos) muito o que comemorar. A ilha foi nesse período abandonada pelo prefeito D’Costa para Mosqueiro. Foram oito anos de “fartura”: ‘fartou’ água no abastecimento do SAAEB; ‘fartou’ transporte interno e externo de qualidade; ‘fartou’ bom atendimento nos postos de saude; ‘fartou’ educação municipal de qualidade; ‘fartou’ agente distrital compromissado; etc e tal. “Faltou respeito aos nativos que moram numa ilha de Belém, formada por belas paisagens, mas que possui muitos problemas socioeconômicos. Uma “pobre” ilha abandonada pelo “rico” prefeito.
Para finalizar as lamúrias da população de Mosqueiro (e também, de Belém) com a administração do “migrante de Tracauteua. Vamos lembrar que o DUDU passou praticamente os oito anos de sua administração, dizendo que primeiro ele estava “arrumando a casa”, só depois da casa arrumada ele iria deslanchar um conjunto de obras e serviços por toda a cidade, inclui-se ai, Mosqueiro. Agora que o tempo de administração municipal do DUDU está acabando, compreende-se que ele realmente arrumou a “casa…dele” e desarrumou as contas públicas do munícipio de Belém. Fica uma dúvida, aonde é a casa do (des)prefeito: Tracauteua? Belém?? Brasília??? fortaleza???? Também, essa localização não interessa muito, já que a “casa…dele tá arrumada e muito bem arrumada”. E vem ai o candidato do DUDU: o Anivaldo, para arrumar mais ainda a “casa”.
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