Quando a luta contra o arrocho salarial mesclou-se à saturação nacional contra a ditadura, nos anos 70, os metalúrgicos souberam ir além dos limites corporativos. Organizaram-se a contrapelo da coerção policial e do ceticismo de raposas políticas e sábios acadêmicos: assumiram a liderança de um novo ciclo histórico.Desse impulso divisor nasceu o PT, 33 anos atrás. A série de 13 debates que o Partido inicia nesta 4ª feira, em circuito nacional, pretende consolidar o inventário desse período, 1/3 do qual no governo do país. Mas seria crucial que surpreendesse indo além da reflexão retrospectiva para arguir as tarefas do presente e do futuro. Por exemplo: o principal trunfo desse percurso são os 50 milhões de brasileiros que ascenderam na pirâmide da renda desde 2003. Exceto nos breves intervalos de disputa eleitoral, essa paleta de forças e interesses quase nunca se mobilizou de forma coordenada e contundente. Em certa medida, é como se o PT desconhecesse o real alcance do protagonista político mais importante que ajudou a revelar. A omissão argui o partido que atinge a idade da razão: é viável enfrentar as contradições e conflitos de um ciclo de desenvolvimento como o do Brasil atual, sem estreitar os canais de organização e comunicação com a principal força capaz de sustentar a continuidade e a coerência do processo? (LEIA MAIS AQUI)
(Carta Maior; 3ª feira, 19/02/2013)
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