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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Longe dos holofotes, Fidel Castro completa 86 anos de idade

Líder guerrilheiro cubano foi visto publicamente pela última vez em março, na companhia do papa Bento 16, em Havana. Seus artigos na imprensa não são publicados desde junho

Por: Redação da Rede Brasil Atual

Publicado em 13/08/2012

Longe dos holofotes, Fidel Castro completa 86 anos de idade

Fidel no lançamento de sua mais recente biografia, em fevereiro de 2012. Foi uma de suas últimas aparições públicas (Foto: Xinhua/Imago/Fotoarena)

São Paulo – O governo cubano se organizou para que o aniversário de Fidel Castro não passasse em branco. Um dos líderes revolucionários mais importantes da América latina completa hoje (13) 86 anos de idade. Atos culturais, exposições, filmes e a capa do diário Granma, veículo oficial do governo, alardeiam a efeméride. Outros jornais, como Juventud Rebelde e La Tribuna de La Habana seguiram o mesmo caminho.

Fidel, porém, não apareceu – e nem deve aparecer – para saudar e agradecer seus compatriotas. Aliás, faz tempo que o líder máximo da revolução não dá as caras. De acordo com a agência Notimex, as últimas imagens de Fidel foram feitas durante sua visita ao papa Bento 16, em março passado, numa das instalações da igreja católica em Havana. Desde então, o homem que desafiou a hegemonia dos Estados Unidos sobre os países caribenhos está longe dos holofotes – e da política.

O afastamento de Fidel Castro não é precisamente uma novidade. Em 2006, o guerrilheiro foi acometido por graves problemas de saúde. Conciliou tratamentos e despachos governamentais até 2008, quando decidiu deixar definitivamente o poder e passar o bastão a seu irmão, Raúl, que até então ocupava o Ministério da Defesa. Na época, a revolução que liderou junto com Ernesto Che Guevara – e também seu governo – estava prestes a cumprir 50 anos.

Fora da burocracia oficial, Fidel havia decidido dedicar-se ao pensamento crítico. Tirou o uniforme verde-oliva e passou a assinar uma coluna no diário Granma chamada ‘Reflexões do Companheiro Fidel’, que se replicava em vários meios de comunicação latino-americanos. O espaço era utilizado para criticar o "imperialismo ianque", analisar a crise financeira, defender o meio ambiente, sugerir caminhos para a política cubana e comentar os rumos da América latina.

Mas seu último artigo foi veiculado há quase três meses, no dia 19 de junho. Antes do silêncio total, os textos de Fidel foram paulatinamente reduzindo de tamanho – de duas páginas inteiras até pequenas notas de um parágrafo. A repentina concisão de um líder conhecido por discursos intermináveis chamou a atenção de analistas sobre sua disposição e estado de saúde.

Paralelamente às atividades de escriba, Fidel também costumava receber visitas de líderes políticos do continente: Luiz Inácio Lula da Silva, Hugo Chávez e Cristina Fernández de Kirchner foram alguns dos presidentes latino-americanos que tiraram fotos ao lado de um ex-presidente cubano convalescente e vestido com trajes esportivos.

Segundo o jornal argentino Página 12, o assunto que ultimamente mantém Fidel Castro entretido é a crise alimentar e o alto preço dos produtos agrícolas, além dos problemas ecológicos desencadeados pelo aquecimento global.

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