Até a imprensa internacional mostra o vexame da farsa
Desânimo e vergonha pela farsa
Os números da última pesquisa Datafolha incutiram no comando da campanha do PSDB o desânimo e o medo de abstenção entre os eleitores de José Serra para a Presidência. A diferença de 12 pontos a favor de Dilma projetados nos números de eleitores dão de 12 a 15 milhões de votos de vantagem.
Para ser tirada em uma semana por Serra com 89% dos eleitores confirmando que estão decididos a missão fica muito difícil. O temor é que, com o sentimento de fato consumado, os eleitores de Serra deixem de votar para viajar no feriado.
Abatido com o resultado, o comando da campanha levará ao ar comercial conclamando o eleitor a ir às urnas. Ainda que lancem dúvidas sobre as pesquisas, tucanos reconhecem que a divulgação de uma vantagem de 12 pontos para Dilma, a uma semana da eleição, pode desestimular não só a militância mas também o eleitor.
O partido conclui hoje um levantamento sobre o impacto do potencial de abstenção nos diferentes Estados. Entre tucanos mais otimistas, a esperança é que os eleitores do PT relaxem com a confiança de vitória.
Nas duas últimas eleições presidenciais, o índice de abstenção foi maior no segundo turno em comparação ao primeiro. Em 2002, saltou de 17,73% para 20,45%. Em 2006, passou de 16,73% para 18,97%.
O risco de desânimo do eleitor não é a única fonte de preocupação do PSDB. Por mais que contestem as pesquisas, tucanos reconhecem que Serra não tem esboçado sinal de crescimento nos últimos levantamentos e admitem a dificuldade de uma virada caso não ocorra um fato novo até a eleição.
“Está difícil. Mas a esperança é a última que morre”, afirmou o presidente do PSDB de São Paulo, deputado Mendes Thame. No comando da campanha, a avaliação é ainda a de que Dilma poderá crescer na reta final, caso cristalizada a chance de vitória.
Para piorar o quadro de preocupação depois do papelão da bolinha de papel, Serra virou – com razão – piada no Twitter. Criaram a Tag #SerraRojas, que continua fazendo o maior sucesso, ao comparar o fiasco protagonizado pelo presidenciável ao lendário episódio em que o goleiro chileno Rojas fingiu ser atingido por um sinalizador, cortou o próprio rosto (faltou a Serra coragem para tal) na tentativa de tirar o Brasil da copa de 1990. O duro é que a campanha do PSDB e a Rede Globo esqueceram de como terminou esse incidente.
A farsa da bolinha de papel acabou manchando mais ainda a imagem de Serra, que durante a campanha por suas posições dúbias e contraditórias levou a ser taxado de mentiroso, ou de trololó, depois dessa então virou piada.
* Celso Jardim
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