MEIRA FILHO, em seu livro: “Mosqueiro Ilhas e Vilas”- ED. GRAFISA, 1978, relata que foi o intendente de Belém Alcindo Cacela quem mandou construir no ano de 1936, o Murro de arrimo que se estendia da praia do Bispo até o trapiche, protegendo os barrancos da Vila da força das marés, além da construção das belíssimas escadarias do Bispo.
Nunca é demais lembrar que Alcindo Cacela era frequentador assíduo de Mosqueiro e, em especial, da praia do Bispo, já que a residência (Chalé) oficial da Prefeitura estava localizado nesta praia – Chalé que funcionou como escola conveniada: “Educandário Nazareno”, administrada por uma falsa freira na década de 1980 e que hoje é patrimônio, abandonado e em ruínas da Prefeitura Municipal de Belém.
Obs. O senhor Wolney Vasconcelos Dias (antigo morador de Mosqueiro entre as décadas de 1930 a 1950) relatou, em entrevista particular em 2008, que o Intendente de Belém, Alcindo Cacela, vinha inspecionar pessoalmente, aos finais de semana, as obras de construção do muro de arrimo e das escadarias da praia do Bispo. Segundo Volnei Dias, o muro foi construído usando como estrutura metálica os trilhos do Ferrocarril do português Arthur Pires Teixeira. Foi Cacela quem mandou aterrar a rua que surgiu na beira-mar (área da praia entre o muro de arrimo e as testadas dos terrenos), o rampeamento do final da 2ª Rua e da Travessa Comande Ernesto Dias para a nova rua Beira-Mar.
Tais relatos de Meira Filho e do senhor Volney Dias foram confirmados recentemente, graças ao trabalho árduo e incessante de pesquisa na web do Cássio Silva (Bacharel em Turismo e empresário/proprietário da loja Carinha de Anjo) e do professor Alcir Rodrigues (professor de Língua Portuguesa da E.E. Honorato Filgueiras) que localizaram fotos antigas (verdadeiras relíquias da História de Mosqueiro) que datam de momentos próximos da inauguração das obras de Alcindo Cacela na orla do Bispo. Seguem abaixo as fotos das escadarias e do Caramanchão do Bispo:
Escadarias do Bispo: perceba que na lateral direita da foto aparecem várias carradas (monturos) de aterro usadas para aterrar a área da atual quadra de esportes e da nova rua Beira-Mar. A foto confirma as informações descritas no texto acima do senhor Volnei Dias. Pequeno detalhe a observar, na lateral “esquerda” abaixo da foto (não podia ser “direita”, é claro!), na atualidade está localizada a famosíssima barraca “Emphata’s Phodas”.
Comentário bobo do blog: parece que o Intendente Alcinco Cacela deixou esse espaço reservado para importante espaço político-cultural no futuro! Vai ver que o Cacela tinha inspirações de esquerda e revolucionárias.
Caramanchão do Bispo: vista da parte de cima com a praia ao fundo. Vejo o capricho das colunas com vasos e calçada revestida com pedras da praia. Outro aspecto interessante: há três luminárias no ripamento do Caramanchão.
Caramanchão do Bispo: foto mais aberta que a de cima. Veja que ainda não havia o canhão! E parece que nem o traçado da atual 2ª rua, com a rua dos Escoteiros.
Obs1: Os relatos do Meira Filho e do Volnei Dias, associados às fotos acima, permitem a compreensão de que, com as obras do Alcindo Cacela (em 1936), a orla do Bispo foi literalmente a primeira praia a ser urbanizada em Mosqueiro. Parabéns! Cássio e Alcir, o achado de vocês contribuiu valorosamente para a compreensão de um trecho da História da “Bucólica”.
Obs2: Ah! que falta faz um prefeito “Alcindo Cacela” para a praia do Bispo e para a ilha de Mosqueiro na atualidade. Então, só nos resta aturar por quatro anos o prefeito “Zenaldo Cancela”; “cancela” os investimentos para a educação; “cancela” os investimentos para a cultura; “cancela” os investimentos para a coleta do lixo; “cancela” os investimentos da PMB para Mosqueiro, já que o “Zeraldo” é ávido frequentador (tem até casa) em Salinópolis. Em outra palavras, “cancela” os serviços públicos para as classes populares de Belém e de Mosqueiro, pois o prefeito é Neoliberal e a prefeitura tem que dar lucros para as empresas e para os empresários.
2 comentários:
Caros Amigos,
Comecei o Ano de 2013 com muitas alegrias, a orientação dada pelo Prof. Alcir foi fundamental para o resultado alcançado! Fico mais feliz ainda quando vejo o trabalho desenvolvido por vocês e por outros colegas que certamente amam Mosqueiro assim como eu.
Não consigo hoje falar da praia, da quadra, das escadarias enfim do complexo "Praia do Bispo" e não relembrar boa parte de minha vida.
E por incrível que pareça, tenho que concordar com vocês que o espaço onde há vegetação em abundância ,tinha que no futuro pertencer a quem de direito ( e não à "Direita") se não vejamos: - Vocês cuidaram do local,limparam,"esticaram" um "bico" d'água para os banhistas,entre outros e além disso conseguiram criar um evento de cunho "não religioso" com menção religiosa - O Mastro do São C...
(a foto é belíssima, dois coqueiros um por do sol de dar inveja e ao centro o dito cujo).
Não tenho então, outra maneira de pensar e declarar que considero o “Emphata’s Phodas” como um verdadeiro guardião do Patrimônio Público e por extensão, quase sem querer "agente especial para o controle da natalidade".
O que certamente lamento é o descaso para com o acervo Cultural da Ilha. Quando realmente nossos governantes resolverem governar para o povo, para o preservação do do que é público e deixarem de "meter" a mão no que não lhes pertence, aí sim poderemos vislumbrar a possibilidade de melhorias concretas e não o "mascaramento descarado" das ações apresentadas hoje.
Abraços,
Cássio Silva.
Bom dia!
Gostei muito do comentário do amigo Cássio Silva. O mérito da descoberta das fotos é dele.Sse algo deve ser creditado a mim, Alcir, é o fato de ter apontado algumas imagens novas no Google referentes à praia do Chapéu-Virado, que levavam para sítios com uma infinidade de imagens de coleção particular. No caso, acervo da Coleção Etnográfica Carlos Estevão, disponibilizadas no Museu Virtual do Museu do Estado de Pernambuco, tornado público e disponível para todos pelo site da UFPE (http://www.ufpe.br/carlosestevao/museu-virtual.php). Aí, incansável foi o Cássio, que só sossegou após sua empolgante descoberta, em um segmento considerado de fotos não identificadas, agora já "devidamente identificadas", como nas palavras do pesquisador. A partir disso, devemos entrar em contato com o Museu para 'dar essa colher de chá'a 'eles', pois eles detêm a posse das fotos e das imagens de origem, postadas já em vários blogs, todavia, a informação sobre algumas delas (a que dizem respeito) quem detêm somos nós (de certos blogs mosqueirenses, profissionais de diversos segmentos das áreas do conhecimento), sem modéstia, nesse caso.
Um abraço a todos do PT de Mosqueiro. Estamos todos de parabéns!
Valeu, Cássio!
Alcir
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