Política
Para Marcus Pestana, presidente do PSDB em Minas, as prévias são desnecessárias diante da enorme maioria que, segundo ele, prefere ex-governador e atual senador para disputar sucessão de Dilma Rousseff
Por: Eduardo Maretti, da Rede Brasil Atual
Publicado em 10/01/2013, 19:02
"Nossos adversários são Dilma, Lula e o PT", diz Pestana (Arquivo/Agência Câmara)
São Paulo – A polêmica sobre a propalada saída de José Serra do PSDB para disputar a Presidência da República em 2014 continua alimentando bastidores políticos, principalmente em São Paulo, Minas Gerais e Brasília. O deputado federal Marcus Pestana, presidente do partido em Minas Gerais, disse à RBA hoje (10) que a questão da saída de Serra não foi levantada por nenhuma liderança tucana. “Na verdade, o Serra não falou nada. Foi o Roberto Freire", afirma, referindo-se ao deputado federal pelo PPS paulista. "Tanto o governador Geraldo Alckmin como José Serra mencionaram isso.”
Na terça, o colega de Pestana e presidente do partido em São Paulo, deputado estadual Pedro Tobias, declarou que a especulação “é chute de amigo (de Serra) ou inimigo do PSDB”. Tobias disse também que defende as prévias para a definição do candidato tucano em 2014. “É a melhor solução porque ensina aos partidos que não só a estrela fala e acabou. Hoje, se não existe unanimidade por um candidato, tem de resolver no voto”, defendeu.
Já para o mineiro Pestana, o maior partido de oposição ao governo da presidenta Dilma Rousseff tem de se preocupar com sua reorganização para 2014. Disputas internas, avalia, podem comprometer o projeto de fortalecimento e união do PSDB para enfrentar Dilma nas próximas eleições. “As prévias estão previstas no estatuto do partido. Mas o partido tem de avaliar os seus interesses e a conjuntura concreta”, diz Marcus Pestana.
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Ele entende que as prévias se justificam “se houver mais de um candidato com apoio significativo, e não para atender a vaidades pessoais”. Do contrário, “é desgastar e fazer o jogo do adversário”. Mas o que seria “apoio significativo”? “Sou a favor desde que o candidato tenha apoio de um quarto do diretório nacional, ou um quarto dos diretórios estaduais, por exemplo”, explica. “Mas isso não está colocado, porque a maioria absoluta converge para o nome de Aécio”, sentencia o parlamentar. “Hoje, 90% do partido tem o Aécio como candidato. Não é à toa que Fernando Henrique, Tasso Jereissati, Sérgio Guerra, três grandes líderes do PSDB, lançaram o Aécio no encontro nacional dos prefeitos.”
Diante desse quadro nacional, “se não tiver nenhuma alternativa a Aécio com apoios relevantes no partido, acho desnecessário fazer as prévias. Submeter o candidato a uma disputa interna só para promover uma vaidade pessoal, algum ator que não tem relevância no momento?”, questiona.
São Paulo x Minas?
Sobre a propalada rixa entre o PSDB de Minas e de São Paulo e a afirmação do deputado Pedro Tobias, segundo o qual “Aécio precisa entender que, sem o apoio de São Paulo, ninguém ganha a eleição”, Pestana quase ultrapassa a velha e conhecida diplomacia mineira. “Ele não precisa falar isso para Aécio, porque o Aécio é bem mais experiente do que o Pedro Tobias. O Pedro Tobias tem um jeito próprio, nem sempre o texto dele traduz o bom coração que ele tem”, alfineta.
O deputado de Minas Gerais diz que não existem problemas entre tucanos mineiros e paulistas. “Aécio tem conversado permanentemente com Aluísio (Nunes Ferreira), senador de São Paulo, isso é uma bobagem. Nossos adversários são Dilma, Lula e PT. Quem fica mirando muito na questão interna e semeando falsas questões está pescando em águas turvas e não está contribuindo para o avanço dos nossos objetivos”, diz Pestana.
Segundo ele, tanto não há rixa que Serra e Aécio marcaram uma conversa para este início do ano. “Eles vão conversar, sempre conversaram. Eles têm diferenças de postura, de estilo, de visão, é normal em qualquer partido. Serra já foi duas vezes nosso candidato a presidente, é um quadro qualificado, e certamente terá papel importante no futuro do PSDB. Mas nesse momento o partido enxerga que a bola da vez é o Aécio.”
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