Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Leiam “bicolas”, como são popularmente conhecidos os torcedores do “Papão” da Curuzú.

 

Uma "peixotada". Uma vergonha de envergonhar.

Ainda em ritmo de férias, e em tempo de postagens vasqueiras, o Espaço Aberto volta.
Então é assim.
O Remo está na Série D.
E tudo por causa de uma peixotada que teve como autor o então presidente do Cametá, Orlando Peixoto, presumidamente - para sermos generosos e complacentes com aquele princípio da presunção da inocência - sob a inspiração e o caloroso estímulo de dirigentes do Remo.
A peixotada, mesmo sem tamanho, chegou a encantar e inebriar os torcedores do Leão.
Como os daqui da redação, é claro.
Quando tomou conhecimento da notícia da desistência do Cametá, na última terça-feira, o poster entrou no Twitter e fez várias tuitadas classificando de "legal e legítimo" o ingresso do Remo na Série D, uma vez que, como vice-campeão paraense, entrou no lugar do campeão, que formalmente desistira de participar da disputa.
Acontece que, no momento das tuitadas, já era madrugada aqui por estes trópicos onde o repórter passa férias. E ainda era início de noite aí em Belém.
Somente no dia seguinte, quando ainda era madrugada aí em Belém e já era de manhã por aqui, é que a redação aqui foi inteirar-se do que acontecera.
E sobre o que aconteceu, não é mais preciso recontar aqui.
Vocês sabem.
E como já sabem, o blog pede licença para redimir-se dos juízos iniciais, segundo os quais o ingresso do Remo na Série fora "legal e legítimo".
Foi legal, sim.
Mas não foi legítimo.
Foi legal porque a desistência do Cametá amparou-se, formalmente, nos ritos, nas regras e normas estabelecidas pela CBF.
Foi legal porque o documento que consumou a desistência do Cametá é instrumento público, com fé pública, assim reconhecido pela Federação Paraense de Futebol, que apenas acolheu a desistência e comunicou à CBF, que até já confirmou o Remo na Série B.
Essa alegação de que o documento não teria validade porque foi protocolado no dia 15, mas com data de 16, quando o então presidente Orlando Peixoto já tinha renunciado. não passa de uma balela.
Uma grande balela.
A data do protocolo na FPF é que vale. E nada indica que o presidente signatário do documento foi coagido a assiná-lo.
Se Peixoto, o autor da peixotada, consultou seus pares de diretoria ou não, isso já é uma outra história. Para a FPF e a CBF, esse detalhe é nada, é coisa nenhuma, é desprezível.
É um detalhe despiciendo (toma-te!), como dizem nossos dotôres juristas.
Pois bem. O acesso do Remo à Série D, nesse sentido, foi legal.
Mas, repita-se, não foi legítimo.
A ilegitimidade deriva de presunções - uma vez que dificilmente alguém irá confessar a verdade publicamente - que indicam uma troca.
Uma troca vergonhosa.
O Remo deu parte da renda dos jogos da decisão para o Cametá e, em troca, o Cametá, alegando dificuldades financeiras para participar da Série D, desistiu da competição.
E assim foi acordado.
E assim foi feito.
E assim se consumou o ingresso do Leão na Série D.
Não. Sinceramente, não era desse jeito que o pessoal aqui do blog gostaria de ver o ingresso do Remo na Quarta Divisão.
Esse negócio de entrar pela janela é coisa de gente que, ao entrar pela janela, assalta os princípios, digamos, assim, corriqueiros, básicos, primordiais de boas condutas que devem reger as relações entre dirigentes de clubes de futebol também fora das quatro linhas, como dizem nossos coleguinhas.
E olhem só: esse negócio de entrar pela janela tem precedente sério, grave e igualmente vergonhoso.
Leiam a carta acima.
Ela é de 2000.
Dela, consta pedido para o ingresso do Paysandu na Segunda Divisão, após ter sido eliminado pelo Remo na bola, no gramado, no jogo.
Não. Entrar pela janela é coisa provinda de peixotadas vergonhosas.
O Remo mora no coração dos remistas.
A mesma coisa com o Paysandu em relação aos bicolores.
Mas remistas e bicolores não deveriam chancelar coisas assim.
Deveriam sempre ter repulsar a entradas, ou melhor, a assaltos pela janela.
E deveriam sempre separar a razão da emoção.
Para o pessoal aqui da redação, a emoção de ver o Remo na Série D está sufocada pela constatação de que seu ingresso foi, sim, legal.
Mas não foi legítimo.
Realmente, não foi.

Repostado do Blog “Espaço Aberto”, porém a carta acima mostra claramente uma coisa que os “bicolas” nunca admitiram, a de que entraram na competição de forma ilegitima, taí a confirmação.

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