28/01/2012 - 00h00 | da Folha.com
Paulo Romeu Schilling tinha formação em contabilidade. Mas, nos 15 anos em que ficou sem pisar no Brasil, durante o regime militar, dedicou-se às palavras. Trabalhou em jornais e escreveu livros -foi autor de 32 obras.
Natural de Rio Pardo (RS), mudou-se na juventude para Porto Alegre, onde fez serviços como contador em escritórios, conta a filha Valéria. Até que começou a se envolver com movimentos sociais.
Em 1960, ajudou a criar o Master (Movimento dos Agricultores Sem Terra).
Durante o governo de Leonel Brizola (1959-1963) no RS, foi assessor do governador. Depois, coordenou a Frente de Mobilização Popular, fundada pelo próprio Brizola.
Em 1964, com o golpe, exilou-se no Uruguai. Trabalhou para o jornal "Marcha" e para a Prensa Latina, agência de notícias sediada em Cuba.
Em 1972, sua filha Flávia, então estudante, foi baleada no pescoço ao tentar fugir da polícia. Após sobreviver ao ferimento, a jovem foi presa e condenada por seu envolvimento com os Tupamaros.
Dois anos depois, Paulo foi expulso do Uruguai. Mudou-se para a Argentina. Só retornou ao Brasil após a Lei da Anistia (1979). No período, a mobilização para que sua filha fosse solta foi tão grande que o governo brasileiro passou a pressionar o Uruguai. Flávia acabou libertada.
Paulo ajudou a fundar o PT e colaborou com a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e com o Cedi (Centro Ecumênico de Documentação e Informação). Há cerca de 12 anos, afastou-se do trabalho.
Morreu anteontem, aos 86, de falência de órgãos. Teve quatro filhas e dois netos.
Um comentário:
Mais um exemplo de ex-bvrizolista que depois foi trabalhar para quem Golbery criou e servou como imposto sindical exatamente para destruir o brizolismo. Não por acaso Golbery, Delfim e turma babada diante de Lula dizendo que esse seria o maior presidente do Brasil, ao mesmo tempo em que pregaca: estão achando ruim ditadura?? Espere quando for uma cambada de imorais que estamos servando!!!
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