Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Para Frei Betto, eleições de 2014 já reforçam neocoronelismo brasileiro

Colunista da Rádio Brasil Atual entende que reforma política é o caminho para fidelizar partidos e princípios. Para ele, nem mesmo melhor líder será coerente com estrutura 'antidemocrática e elitista'

por Redação RBApublicado 21/10/2013

Marlene Bergamo/Folhapress

marina

Marina, Serra e Dilma durante debate em 2010: sem reforma política, pode-se mudar as caras sem que o resultado se altere

São Paulo – O escritor Frei Betto, comentarista da Rádio Brasil Atual, ressalta hoje (21) em sua coluna semanal a importância da realização de uma profunda reforma política. A proximidade das eleições presidenciais de 2014 fez com que o cenário político se tornasse uma competição de caciques, segundo ele.

“Ainda que os candidatos proclamem maravilhas a nós, eleitores, no frigir dos ovos, anunciado o resultado da eleição a gente sabe que terá importância o acordo de bastidores firmado no decorrer do processo eleitoral. Eis o neocoronelismo. O Brasil dividido em currais eleitorais, as discordâncias programáticas escanteadas pelas ambições pessoais e o anseio de se apropriar da máquina do poder predominando sobre a vontade do bem comum.”

Para ele, não importa a aliança eleitoral que se faça, no quadro atual o resultado será ruim para a população e favorável a grupos que se apropriaram da política. Na primeira semana de outubro, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva mudou o cenário de 2014 ao não conseguir que o registro de seu partido, a Rede Sustentabilidade, fosse autorizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Com essa negativa, ela migrou para o PSB, de Eduardo Campos. Agora a disputa ao Palácio do Planalto caminha para ter três candidaturas mais fortes: uma do PT, com Dilma Rousseff, uma do PSDB, com Aécio Neves ou José Serra, e uma do PSB, com Marina ou Campos.

Frei Betto argumenta que coligações como esta são feitas com base em uma estratégia que retira a importância do voto do cidadão no processo eleitoral. “Nenhum candidato coloca o projeto Brasil acima de seu projeto de poder ou o projeto do seu partido”, afirma. “Não sou ingênuo a ponto de acreditar que a política depende de lideranças carismáticas, ainda que elas sejam privilegiadas captadoras de votos. A melhor liderança não poderá jamais ser coerente a seus princípios enquanto perdurar essa estrutura política intrinsecamente antidemocrática, elitista e corrupta.”

Para ele, os partidos se desgastaram devido à falta de fidelidade aos seus princípios programáticos e às cartas fundadoras. “Nos bastidores, as coligações partidárias, de olho em ter um tempo maior de televisão na propaganda eleitoral gratuita, serão armadas à base de promessas de cargos em ministérios”, explica.

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