Problemas de Segurança Pública, Saúde Pública e Ensino Público, se houver vontade política, isto é, compromisso dos governos, todos, dá para resolver em uma geração. É muito tempo, mas é o mesmo que parar de fumar. No outro dia já se sentem melhoras.
Transporte Público dá para solucionar em seis meses! E só depende do prefeito.
Basta que prefeito e vereadores, deixem de ser reféns do cartel dos proprietários de ônibus e, pela metade do preço dos BRTs e elevados da vida, comprem 2.000 ônibus (ou quantos forem necessários), desses comuns, mesmo, mas com ar refrigerado, limpos, com acessibilidade e lotação respeitadas, passando a cada 15 minutos nas paradas obrigatórias, e acreditem, metade dos automóveis particulares permanecerá nas garagens desafogando as ruas.
Os detalhes legais e formais vêm depois da determinação de fazer. O interesse público prevalece.
Transporte público urbano é um caso emblemático do que não funciona na privatização. Não deu, não dá e não dará certo. Empresa privada vive de lucro. Tanto mais competente quando maximiza os ganhos com a mesma planta instalada, ou seja, quanto mais passageiros levar por menos ônibus. Empresa não faz filantropia e nem embarca no “tudo pelo social”. Ela existe para dar lucro e ponto final. E isto é aceito como dogma de fé. Clausula pétrea. A tal planilha de custos que baliza o preço da passagem faz o caminho perverso. Começa pelo lucro até chegar à tarifa que “tem que ser paga pelo povo”. Até por falta de opção. Monopólio, cartel, oligopólio e quejandos são assim, por definição, em qualquer lugar do mundo. E não admitem meio termo, negociação.
O negócio é tão escandalosamente lucrativo que os concessionários sequer reclamam dos ditos transportes alternativos. Kombis caindo aos pedaços trafegando com a porta aberta a pegar passageiros de qualquer maneira, até uns nos colos dos outros. Se não houver algum tipo de “acordo”, as infrações ao Código de Trânsito Brasileiro, somam pontos suficientes, em um único dia, para suspensão da habilitação do condutor.
Situações como esta é que podem a qualquer momento destampar a panela de pressão e cidadãos trabalhadores honestos, tolerantes, perdem a paciência e o controle. E, aí, se tal acontecer eles, que são as vítimas, violentados e vandalizados todos os dias serão execrados como violentos e vândalos. Esse filme é recorrente desde que, certa vez, foram aconselhados a comer brioches. Seria como uma Maria Antonieta rediviva a dizer que se não estão satisfeitos que vão de táxi.
Os últimos acontecimentos de revolta, pacífica, bem no estilo Gandhi, pela juventude dourada da classe média foi maravilhoso e, de certa maneira, inesperado, pela proporção que alcançou, mesmo com o viés de Cohn-Bendit. Imaginem quando a eles se juntar o chamado povão das madrugadas espremido por horas e horas em trens e ônibus velhos.
E o melhor, ou pior, é que, neste caso, a solução só depende do poder discricionário legal e legítimo do prefeito. Claro que para tal há que ter aquilo roxo. Fora isso é BRT e empurrar com a barriga. Simples assim.
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