PROTESTO – Zenaldo e vândalos turvam a paz
Em Belém, os protestos que tomam as ruas do Brasil, e que aqui, nesta última quinta-feira, 20, desembocaram em frente ao Palácio Antônio Lemos, sede da prefeitura, tiveram sua paz turvada na esteira do ardil do prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB), cuja farsa serviu de senha para a ação dos vândalos, previsivelmente reprimidos pela Polícia Militar. Pelos antecedentes de Zenaldo, é difícil dissociá-lo da truculência dos cúmplices retroativos da ditadura militar que sepultaram o caráter pacífico dos protestos na capital paraense. Em se tratando do atual prefeito de Belém - que apoiou e sucedeu Duciomar Costa (PTB), o nefasto Dudu, cuja impunidade é emblemática da afrontosa desfaçatez da escumalha togada -, o passado condena, porque ele, em verdade, não renega, mas apenas dissimula a recôndita vocação totalitária, que pontuou sua militância na política universitária.
Nos seus tempos de militância política na UFPA, a Universidade Federal do Pará, Zenaldo Coutinho ganhou visibilidade por liderar um ruidoso grupo de direita, escrustado no curso de direito, que se contrapunha à maré esquerdista que se disseminou no movimento universitário, com a abertura política. O assustador, no caso, não era se tratar de um grupo com um discurso de direita, porque isso – para desgosto dos intolerantes de esquerda – faz parte do pluralismo democrático, seguindo a sábia premissa de que a liberdade é, sobretudo e principalmente, a liberdade de quem discorda de nós. O repulsivo era o modus operandi de Zenaldo e dos zenaldetes, a inclinação compulsiva pela truculência, pela violência física, cultivada pelos porradeirosa serviço dos direitistas. Na época, não por acaso, o atual prefeito de Belém tinha como fiel escudeiro, e amigo íntimo (segundo a versão corrente), um certo Bacalhau, que assim dizia chamar-se por supostamente ser “grande e gostoso”.
O tempo passou, Zenaldo assumiu uma postura light e fez carreira parlamentar, incorporando, porém, alguns dos piores vícios que vicejam na política partidária, como, por exemplo, tornar-se um vagabundo profissional, que jamais teve um único e breve emprego, como a maioria dos demais mortais. A despeito do discurso de suposta probidade, ele chafurda-se com a escória que diz combater e prospera no rastro do mais execrável proselitismo político, apostando no assistencialismo, que fixa as massas ignaras na miséria, ao invés de ajudá-las a desta se libertar.
PROTESTO – Farsa afronta a população
A farsa de Zenaldo Coutinho (foto, na coletiva organizada após os incidentes), ao protagonizar um suposto impasse com os manifestantes que reivindicavam a redução das tarifas de ônibus, soa a uma afronta à população de Belém em geral, e aos usuários dos transportes coletivos em particular. Ele claramente apostou na ação dos vândalos, para criminalizar os protestos e desqualificá-lo politicamente, passando a imagem de vítima da intolerância. Assim não fosse, o prefeito de Belém e seu aliado político, o governador Simão Jatene – como ele, do PSDB -, já deveriam estar debruçado nas planilhas de custo das passagens de ônibus, para examinar a possibilidade de reduzi-lo. R$ 2,20, atual preço da passagem de ônibus em Belém, é um valor exorbitante, diante do parco nível de poder aquisitivo da massa de usuários.
A recorrente inépcia dos inquilinos do poder, independente de sigla partidária, faz Belém patinar em índices sociais pífios. Belém, repetindo o que já recordou o blog é das capitais brasileiras a com a maior economia informal e um dos mais elevados índices de desemprego, um terreno fértil para a escalada da criminalidade, do que resulta ser a segunda capital - proporcionalmente à população - mais violenta do Brasil, abaixo apenas de Recife.
Fonte: Blog do Barata!
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