Mapa de Mosqueiro-Belém-Pará

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domingo, 25 de maio de 2014

Do peleguismo à delinqüência

ALBERTO DINES 23 MAI 2014 - 19:49

 

A paralisação dos ônibus na última terça-feira confirmou as suspeitas de infiltração da grande delinquência nas manifestações promovidas pelos movimentos sociais

 

O Brasil ofereceu na última terça-feira, em São Paulo, importante contribuição para o descrédito do sindicalismo como instrumento de defesa dos direitos dos trabalhadores, quando uma facção da agremiação que reúne motoristas e cobradores de ônibus urbanos, numa operação de guerrilha, organizou uma greve-surpresa, trancou o trânsito na hora do rush e durante os dois dias seguintes estabeleceu o caos na maior metrópole do país.

A operação comprometeu seriamente a imagem de um sindicato (cujo histórico não é dos mais decentes) e que, na véspera, fechara um acordo com o patronato. Afetou drasticamente a vida de um milhão de trabalhadores de outros sindicatos impedidos de cumprir suas obrigações e prejudicou a sociedade ao descumprir a lei que determina que nas paralisações no serviço público seja garantido um funcionamento mínimo à população.

Mais grave: confirmou as suspeitas de infiltração da grande delinquência nas manifestações promovidas pelos movimentos sociais. Os agitadores retiraram as chaves dos ônibus nas garagens impedindo sua utilização, abandonaram alguns com pneus furados em importantes cruzamentos no perímetro central e depredaram mais de cem coletivos.

As autoridades atônitas denunciam a sabotagem, mas na véspera de um evento mundial com as dimensões da Copa do Mundo acautelam-se e procuram evitar um aumento das tensões com a entrada em cena das grandes centrais ávidas para incrementar a sua influência política. As polícias, por sua vez, mantêm a tática de minimizar a infiltração das facções criminosas imaginando com esse faz-de-conta que pode ocultar da população o poder crescente do crime organizado na vida nacional.

O sindicalismo moderno tem as suas origens na Revolução Industrial no final do século 18 e suas primeiras ações dirigiram-se contra as máquinas que ofereciam aos patrões a oportunidade de diminuir postos de trabalho e impor baixa remuneração. Marx e Engels lembraram em meados do século 19 que o proletariado deveria unir-se para obter melhores condições: o inimigo não era a máquina, mas aqueles que as empregavam para fomentar a desunião.

Nos anos 20 e 30 do século passado, o fascista Benito Mussolini adotou a “Carta del Lavoro” que serviu de inspiração a inúmeros governos autoritários, inclusive o “Estado Novo” implantado por Getúlio Vargas em 1937. Os sindicatos mudaram meta e táticas: o objetivo passou a ser o fortalecimento do Estado e não a melhoria das condições de vida e trabalho. O sindicalismo chapa-branca estimulado por Vargas apelidado de “pelego” (a pesada manta colocada entre os arreios e a pele dos cavalos para amenizar os efeitos do trote) foi igualmente utilizado na ditadura militar para oferecer uma base de apoio popular a um governo discricionário.

Quem liquidou o peleguismo foi o líder Luis Inácio Lula da Silva a partir das greves no ABC, São Paulo, nos fins dos anos 70 com o saneamento dos sindicatos, especialmente os de metalúrgicos, reconduzidos ao caminho original de lutar por melhores condições sociais e políticas.

Três décadas depois, é preciso que os seguidores de Lula não permitam a substituição dos pelegos por malfeitores. Há indícios de que alguns militantes estão deixando os escrúpulos de lado para obter apoios em esferas próximas ao crime organizado. A proximidade das eleições justificaria a jogada. É insanidade.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Dez perguntas e respostas para entender a compra de Pasadena.

 

1 – Qual foi o objetivo da compra da refinaria de Pasadena?O propósito da Petrobras era capturar as altas margens do petróleo processado nos Estados Unidos na época. Como o petróleo proveniente do campo de Marlim era pesado e valia menos, era necessário processá-lo em uma refinaria mais complexa. Assim, após o refino tradicional, seria possível transformar os derivados pesados em produtos mais leves e mais valorizados.

Foi realizado um mapeamento de oportunidades nos Estados Unidos e duas consultorias de renome apontaram efetivas oportunidades de operação no Golfo do México. Essas informações indicavam a viabilidade da compra da refinaria de Pasadena. Logo em seguida, a planta deveria ser modernizada e ampliada para processar o petróleo de Marlim.

2 – Quanto a Petrobras pagou pela refinaria?
Foram desembolsados US$ 554 milhões com a compra de 100% das ações da PRSI-Refinaria e US$ 341 milhões por 100% das quotas da companhia de trading (comercializadora de petróleo e derivados), totalizando US$ 895 milhões.
Adicionalmente, houve o gasto de US$ 354 milhões com juros, empréstimos e garantias, despesas legais e complemento do acordo com a Astra. Desta forma, o total desembolsado com o negócio Pasadena foi de US$ 1,249 bilhão.
3 – Qual foi o preço pago pela Astra pela refinaria?
A Comissão de Apuração Interna, instaurada em março pela companhia, apurou que a Astra não desembolsou apenas US$ 42,5 milhões pela compra da refinaria. Este suposto valor, a propósito, nunca foi apresentado pela Petrobras.
Até o momento, análises da Petrobras indicam que a Astra desembolsou pelo conjunto de Pasadena aproximadamente US$ 360 milhões. Deste valor, US$ 248 milhões foram pagos à proprietária anterior (Crown) e US$ 112 milhões correspondem a investimentos realizados antes da venda à Petrobras.
Cabe destacar que a operação não envolvia apenas a compra da refinaria, mas sim um negócio bem mais amplo e diversificado. A unidade industrial de refino era parte menor de um complexo empreendimento que envolvia, também, um grande parque de armazenamento, estoques nos tanques, contratos de comercialização com clientes e contratos com a infraestrutura de acessos e escoamento. Envolvia, ainda, conhecimentos sobre o mercado e demais competências para operar no mercado norte-americano, em uma das zonas mais atrativas dos Estados Unidos.
4 - Afinal, a compra foi um bom ou um mau negócio?
Na época da compra, o negócio era muito vantajoso para a Petrobras, considerando as altas margens de refino vigentes e a oportunidade de processar o petróleo pesado do campo de Marlim no exterior e transformá-lo em derivados (produtos de maior valor agregado) para venda no mercado americano.
Posteriormente, houve diversas alterações no cenário econômico e do mercado de petróleo, tanto brasileiro quanto mundial. A crise econômica de 2008 levou à redução do consumo de derivados e, consequentemente, à queda das margens de refino. Além disso, houve a descoberta do pré-sal, anunciada em 2007. Assim, o negócio originalmente concebido transformou-se em um empreendimento de baixo retorno sobre o capital investido.
5 – Como a compra da refinaria foi aprovada?
O Conselho de Administração da Petrobras aprovou em 2006 a compra de 50% de participação em Pasadena, pelo valor de US$ 359 milhões. A operação estava alinhada ao planejamento estratégico vigente, que determinava a expansão internacional da Petrobras, contribuindo para o aumento da comercialização de petróleo e derivados produzidos pela companhia.
6 – As cláusulas “Put Option” e “Marlim” estavam no resumo executivo?
O resumo executivo originado pelo Diretor da Área Internacional e apresentado ao Conselho de Administração sobre a compra da refinaria de Pasadena não citava as cláusulas de “Marlim” e “Put Option”, nem suas condições e preço de exercício.
7 – Por que a Petrobras comprou os outros 50% da refinaria?
A partir de 2007, houve desentendimentos entre a Petrobras e a Astra em relação à gestão e ao projeto de expansão da refinaria. Em dezembro daquele ano, a Astra enviou à Diretoria Internacional da Petrobras uma carta de intenções para a venda dos outros 50%. Em março de 2008, a Diretoria da Petrobras apreciou e submeteu a proposta de compra ao Conselho de Administração, que não a autorizou. A Astra exerceu sua opção de venda (“Put Option”) e a Petrobras assumiu o controle da integralidade da refinaria ainda em 2008, após disputa judicial. Em 2012, tomando por base laudo arbitral confirmado judicialmente, houve uma negociação final entre as partes, considerada completa e definitiva.
8 – Qual foi a razão do desentendimento entre Astra e Petrobras?
A Astra não concordou em fazer investimentos na ampliação e modernização do parque de refino. A intenção era ampliar a capacidade de Pasadena para 200 mil barris por dia, que era a solução desejada pela Petrobras e que se mostrava mais interessante para processar o petróleo de Marlim.
9 – Qual é a situação atual da refinaria?
A refinaria, que tem capacidade de refino de 100 mil barris por dia, está em plena atividade, opera com segurança e vem dando resultado positivo este ano. A unidade tem localização privilegiada, num dos principais centros de petróleo e derivados dos Estados Unidos. Opera com petróleo leve, disponível nos Estados Unidos a partir do crescimento da produção local de óleo não-convencional (tight oil).
A Petrobras já recebeu propostas pela compra de Pasadena, mas decidiu manter a refinaria fora do pacote de desinvestimentos até que sejam concluídas as investigações em curso. Só então decidirá o que fazer, considerando as condições do mercado.
10 – Como o caso está sendo apurado na Petrobras?
No dia 24 de março, foi instaurada uma Comissão Interna de Apuração na Petrobras sobre a aquisição da refinaria de Pasadena para esclarecer todas as questões que vêm sendo discutidas na sociedade. Além disso, a companhia é fiscalizada e colabora com os órgãos de controle como o TCU, a CGU e o Ministério Público. Desde novembro de 2012, foram respondidas 16 solicitações do TCU e cinco da CGU sobre Pasadena.
(Petrobras- Fatos e Dados/via 007BONDeblog)

quinta-feira, 1 de maio de 2014

A realidade aqui, não está como lá!

 

“Aumento do desemprego, redução de salários, corte em aposentadorias e pensões, redução em investimentos sociais”. Essas manchetes não são da realidade brasileira atual, nem são do "famigerado e desastrado" governo do FHC (1995-2002). São manchetes da realidade de países da União Européia: Espanha, Portugal, Grécia, França, Inglaterra e outros. E ainda tem coxinha e ultra-esquerdista tentando disseminar a ideia de que o Brasil está a beira de um colapso econômico e social! Xô Urubus do Ver-o-Pêso!

PELO MUNDO

Sindicatos contestam medidas de austeridade da União Europeia

Na Espanha, onde desocupação afeta 6 milhões de trabalhadores, centrais realizam protestos em 70 cidades. Na Alemanha, milhares vão às ruas com mote 'Um bom trabalho. Uma Europa social'

por Redação RBA publicado 01/05/2014 12:21, última modificação 01/05/2014 14:49

Espanha

Desemprego na Espanha foi de 7,9% a 25,9% em sete anos

São Paulo – As centrais sindicais espanholas CCOO e UGT realizarma nesta quinta-feira manifestações em cercad e 70 cidades para celebrar o 1º de Maio com o mote “Sem emprego de qualidade não há recuperação”. Os sindicalistas condenam as medidas de austeridade que vêm sendo adotadas pelo governo desde o estouro da crise de 2009. Cortes de gastos sociais , contenção de políticas públicas, adoção de medidas recessivas que contêm o crescimento têm sido as exigências da Comissão Europeia para assegurar empréstimos aos países endividados.

A redução da taxa de desemprego no país de 27% para 25,9%, comemorada pelo governo, é contestada pelas centrais – “estamos diante de um imensa operação de propaganda”, alertou o secretário-geral da CCOO, Ignacio Fernández Toxo ao final da manifestação na cidade de Bilbao. Há sete anos, antes da crise, a Espanha tinha 1,7 milhão de desempregados (7,9% da população economicamente ativa); a taxa atual representa um contingente de 6 milhões de pessoas. Os sindicatos denunciam ainda a precarização do trabalho e a queda brutal na renda dos salários, o aumento da pobreza e da concentração de renda.

Na Alemanha, um dos países menos afetados pela crise, os sindicatos promoveram dezenas de protestos nas ruas das principais cidades do país, reunindo milhares de manifestantes. A temática é semelhante: "Um bom trabalho. Uma Europa social". As manifestações pedem o fim das políticas de austeridade e ajuda para combater o desemprego no sul da União Europeia (UE).

A principal manifestação da Federação de Sindicatos Alemães (DGB) ocorreu em Bremen, onde o líder da organização, Michael Sommer, alertou para o impacto das polícias de "cortes" em países como Espanha, Itália e Grécia, e defendeu novamente a aplicação de um "Plano Marshall" – que representou ações sistemáticas do Estado voltadas a dirigir os países devastados pela guerra à recuperação econômica.

Sommer apoiou "investimentos milionários" em infraestrutura, energia e serviços sociais para criar emprego, e convocou os cidadãos a votarem nas próximas eleições europeia, em 25 de maio, para se obter uma UE mais justa e social. Os organizadores reclamam da política alemã, mas não esconderam sua satisfação diante de dois projetos aprovados nas últimas semanas pelo governo de coalizão formado pelos conservadores de Angela Merkel e os sociais-democratas: a reforma da previdência e a implementação de um salário mínimo interprofissional.

Na França, por outro lado, a clima de intatisfação social tende a se agravar. Apelando para valores como à “responsabilidade e a credibilidade internacional” da segunda maior potência da zona do euro, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, defendeu na terça-feira os maiores cortes de gastos públicos na história moderna da França. Às véspera do 1º de Maio, o Parlamento francês acabou as medidas de austeridade com 265 votos pelo sim, contra 232 nãos. Houve 41 abstenções do Partido Socialista, o partido do governo, que em nada contribuirão para recompor a credibilidade da legenda, triturada pela adesão à cartilha da Comissão Europeia.

Outro lado
RICARDO STUCKERT/ILBob King
Sindicalistas americanos agradecem apoio de brasileiros a campanha na Nissan: direito humano a se organizar

Nos Estados Unidos, o movimento sindical cada vez mais abalado, sobretudo no setor privado, tenta reagir aos ataques empresariais ao direito de organização. Um dos maiores sindicatos do país, o United Auto Workers (UAW), que representa os trabalhadores do setor automotivo, trava há dez anos batalha emblemática contra a fábrica da montadora Nissan instalada na cidade Canton, estado do Missippi. A conduta da empresa na região reúne uma série de práticas que contrariam normas internacionasi de direito do trabalho à organização – que vão desde a intimidação dos funcionários para que não deem vazão à campanha de sindicalização do UAW até ameaças de se retirar da cidade.

O presidente da entidade, Bob King, visitou ontem (29) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede do Instituo Lula. Ambos conversaram sobre a preocupação com a situação do movimento sindical e dos trabalhadores no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e na África. “Nos Estados Unidos, como a força do movimento caiu muito, uma melhora da economia não é transferida para os trabalhadores”, diz Bob King, que veio ao Brasil para participar dos eventos das centrais sindicais no 1º de maio.

O ex-presidente já chegou a enviar uma carta para o CEO da empresa, o brasileiro Carlos Goshn, sobre a luta dos trabalhadores locais pelo direito à organização sindical. Na mensagem, Lula comunica preocupação as dificuldades impostas à filiação sindical pela montadora e lembra que direito o de sindicalização é um direito humano universalmente reconhecido e uma exigência taxativa da Organização Internacional do Trabalho. “Chega a ser difícil de acreditar – e me causa um sentimento de indignação – que a Nissan mantenha essa atitude de intransigência e intolerância em uma planta norte-americana”, escreveu.

Repostado do portal Rede Brasil Atual